Kiss discografia 6a parte – Álbum: Rock and Roll Over

Neste sexto capítulo, veremos o KISS no auge do sucesso:

 

 

Rock and Roll Over - A capa do vinil brasileiro.

 

*O Disco Japonês “da época”, recém comprado – com o “Logo” correto.

*O Disco Japonês “da época”, recém comprado – com o “Logo” correto.

Álbum: ROCK AND ROLL OVER

Lançamento: 11/11/1976

Produtor: Eddie Kramer

Primeiro Single: “Hard Luck Woman”  em 01/12/1976

Segundo Single: “Calling Dr. Love”  em 3/3/1977

RIAA Gold Certification em  11/11/76 (Data de Lançamento)

RIAA Platinum Certification em 5/1/77

Atingiu 11º lugar nas paradas.

Faixas:

1- I Want You – 3:04 6- Love ‘Em and Leave ‘Em – 3:46
2- Take Me – 2:56 7- Mr. Speed – 3:18
3- Calling Dr. Love – 3:44 8- See You in Your Dreams – 2:34
4- Ladies Room  – 3:27 9- Hard Luck Woman -3:34
5- Baby Driver  – 3:40 10 – Makin’ Love – 3:14
O encarte e o Cd na versão remaster

O encarte e o Cd na versão remaster

*A parte interna no Disco Japonês “da época”, a capa é dupla.

*A parte interna no Disco Japonês “da época”, a capa é dupla.

Com o sucesso de DESTROYER, ainda em 1976 o KISS retorna ao estúdio para gravação de seu sexto álbum, ROCK AND ROLL OVER.  O caminho escolhido é manter-se na mesma linha que havia dado certo com os dois álbuns anteriores, porém de uma forma mais simples, buscando algo entre a qualidade produzida com DESTROYER e a espontaneidade do registro ao vivo de KISS ALIVE!

O grupo já se encontrava muito mais experiente em estúdio, eram melhores compositores, e a escolha mais óbvia era trabalhar com um produtor que até então tinha bom acesso entre todos da banda.  Apesar de Paul e Gene gostarem de Bob Ezrin, Ace não ficou feliz com a disciplina imposta e não gostou de trabalhar com o produtor de DESTROYER.  O estilo de produção anterior também não era unanimidade, Ace e Peter desejavam algo mais básico, sem os requintes da produção do álbum anterior.  Assim voltam a trabalhar com Eddie Kramer, que grava ROCK AND ROLL OVER quase como se registrasse um disco ao vivo no estúdio, evitando overdubs e procurando apenas a melhor forma de captar cada instrumento da banda.  Gene recorda-se desta fase com Kramer como um momento em qual a banda se sentia muito confortável, porém não tinha muitos desafios, uma vez que considera Eddie muito mais um engenheiro de som do que um produtor.  A idéia de Eddie Kramer foi gravar o álbum num teatro de arena abandonado, o Nanuet Star Theater, posicionando os microfones e amplificadores de forma que nada vazasse para os demais instrumentos e utilizando a unidade móvel do Record Plant para a gravação.  Em alguns momentos, utilizava os demais ambientes do teatro como saguão para gravar vozes e banheiros para a gravação da bateria, trazendo a experiência obtida com gravações similares, como com Jimi Hendrix e Led Zeppelin.

Paul Stanley acha o disco excelente, avaliando 5/5, Ace e Peter dão nota 4/5 e Gene, talvez pela falta de desafios, avalia como 3/5.  A primeira demo efetuada traz uma música que acabou não entrando no álbum, “Queen For A Day”, que seria a primeira música com Ace nos vocais, porém a insegurança de Frehley como vocalista fez com que a música fosse colocada de lado.  O álbum é sem dúvida uma volta ao som de raiz que o grupo fazia e traz vários clássicos, como I Want You, Makin’ love e os singles Hard Luck Woman e Calling Dr Love. Ambos conseguem um desempenho muito bom nas paradas, conseguindo chegar respectivamente em 15o e 16o lugar.  Além dessas, Take me e Ladies Room são tocadas na turnê, ou seja, a banda trabalha em seis das dez músicas do álbum, talvez até sete, pois Love ‘em and leave’em é uma das músicas que rola em playback no especial de Tv Don Kirshner’s Rock Concert no dia 28/05/77, juntamente com I Want You e Hard Luck Woman (Disponível no Kissology Vol 1, Disco 2).

O Single 7″ Calling Dr. Love e Take Me em Vinil.

Hard Luck Woman, composta inicialmente por Paul Stanley para Rod Stewart, traz novo sucesso na voz de Peter Criss, motivada pelo sucesso anterior de Beth.  Como consequência do bom entendimento entre Eddie Kramer e Ace Frehley, os solos de guitarra são outro ponto alto de ROCK AND ROLL OVER, em especial o de Makin’ Love.

Na versão remaster do cd uma resenha sobre o álbum

A versão remaster do cd contém uma resenha do álbum.

*O encarte do Disco Japonês “da época”, com as letras das musicas.

*O encarte do Disco Japonês “da época”, com as letras das musicas.

A capa é um ponto marcante, pois talvez seja a mais reconhecível de toda a carreira do conjunto, ainda utilizando elementos desenhados e sendo referência gráfica desde então, inclusive sendo utilizada como desenho do chão do palco do acústico MTV, quase 20 anos depois.  No dia de seu lançamento, ROCK AND ROLL OVER ganha o disco de ouro (e DESTROYER neste mesmo dia recebe o de platina) evidenciando o auge do sucesso que o grupo atravessava.  Como se tratava do último disco do atual contrato, a gravadora apressa-se em renová-lo por mais dois anos e meio (entre 01/01/1977 e 30/06/1979), num novo acordo que previa o lançamento de ao menos cinco álbuns.

No começo de 1977, a gravadora lança a coletânea THE ORIGINALS (que contêm os três primeiros álbuns num disco duplo) no Japão, preparando o terreno para uma excursão por lá.  Já tendo excursionado pela Europa na turnê anterior, era hora de buscar novos horizontes.  Em janeiro, ROCK AND ROLL OVER recebe o disco de platina e um mês depois Beth é premiada com o People’s Choice Award, um dos poucos prêmios da indústria fonográfica que o KISS recebeu em toda a sua carreira.  Ainda em fevereiro, fazem shows com lotação esgotada no Madison Square Garden, em Nova York (o show do dia 28/02/77 está disponível em parte no bônus disc do Kissology Vol 1.), realizando o sonho de Paul Stanley, que desde o início da banda sonhava em lotar a principal arena de shows de sua cidade natal.

Ainda em fevereiro, num golpe publicitário a banda colhe seus próprios sangues para fazer parte da tinta vermelha de sua própria revista em quadrinhos a ser publicada pela Marvel Comics (imagens desta empreitada também estão presentes no Kissology Vol 1). Os discos anteriores começam a receber o disco de ouro, como DRESSED TO KILL, ainda em fevereiro de 1977.  A banda invade o Japão em 18/03/77, na chamada Japanese Sneak Attack Tour, tocando no Budokan Hall em 02/04/1977, num show que foi filmado e tornaria um especial da HBO em 1978 (disponível também no Kissology Vol 1).  Este show é bastante conhecido e juntamente com o especial Don Kirshner’s Rock Concert, foi amplamente veiculado pelos poucos programas que exibiam clips de rock nos anos 80 no Brasil. A turnê japonesa termina em 04/04, em Tokyo. Alguns dos shows da turnê são gravados por Eddie Kramer, inicialmente para lançamento de um novo álbum ao vivo, porém o grupo resolve retornar dos shows japoneses e partir para a gravação de outro álbum de estúdio, que será a parte sete desta discografia.  Neste momento, o conjunto, sem dúvida alguma, atinge o status de megastars.

O vinil brasileiro e a contracapa idêntica a capa no fundo

O vinil brasileiro e a contracapa idêntica a capa no fundo

*A contracapa do Disco Japonês “da época”

*A contracapa do Disco Japonês “da época”

N.R : Em nossa opinião, ROCK AND ROLL OVER traz de volta os elementos mais característicos da banda, se alinhando como o primeiro álbum – KISS.  Trata-se de um disco de rocks mais básicos, recheado de clássicos, mas que não contém a consistência, nem a ousadia dos arranjos de DESTROYER, este sim um álbum sem pontos fracos. É um álbum que se mostra como um trabalho feito por todos, como banda, talvez o último da formação original com esta característica. Nos anos 80, um programa de TV com os clips de ROCK AND ROLL OVER e o show do Japão foram passados no Brasil, e estas eram praticamente as poucas imagens que possuíamos em videocassete. Percebe-se também que um dos pontos altos da banda, o marketing, se direciona para fazer com que o sucesso encontrado com DESTROYER se repita; isto é claramente demonstrado pela procura de fazer uma nova Beth, com o lançamento do primeiro Single Hard Luck Woman e na manutenção do estilo da capa (desenhos de super heróis, estilizando os quatro elementos da banda). O sucesso da banda em DESTROYER, e de um álbum consistente como ROCK AND ROLL OVER, lançado ainda em 1976, para não se perder o pique, projeta a banda para a número um do planeta. Restava à banda tentar manter esse status com o próximo álbum, que será tema da nossa próxima semana…

Alexandre B-side e Flávio Remote

*Agradecimentos especiais ao colaborador Bill Malfa pelas fotos do Single de Rock And Roll Over.

*Post Revisado com inclusão de fotos do novo “velho” vinil japonês em 29/07/2015.



Categorias:Curiosidades, Discografias, Jimi Hendrix, Kiss, Led Zeppelin, Resenhas

39 respostas

  1. E a partir daqui, a máquina Kiss tem seu início. Megastars e mega-marketing farão parte da banda a partir de agora. Produtos e produtos relacionados ao grupo serão lançados.

    Cenas do próximo capítulo na semana que segue…

    BTW, Rock and Roll Over é um grande disco.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Vale lembrar que Sean Delaney, gerente de palco e considerado um quinto membro da banda por Gene e cia, co-escreveu três músicas com Paul. Take Me, Mr Speed e Making Love.

    Òtima matéria!!!

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  3. Galera,

    Post atualizado com as fotos do Single em vinil, enviadas pelo colaborador Bill.

    Bill,

    Agradecimentos as suas fotos e suas excelentes contribuições.

    Flavio Remote

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    • Já que fomos tão parabenizados pela discografia, nunca havia pensando em compensação, mas aceito de presente com bom grado, este bolo para meu proximo aniversário. É só em outubro, da muito tempo para o MHM confeccionar ou comprar , hehhehehehhehe.

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      • Remote, não seja egoísta… e seu irmão? Pô… hahahaha.

        Olha só: o show do Maiden no RJ será no dia 27/março/2010. Prometo que levarei pessoalmente um Kiss-gift para você e para seu irmão. Isso mesmo: darei algo para vocês do Kiss que estou certo que vocês não possuem. Mas como só tenho como dar um, vocês terão que dividi-lo. Como são irmãos, creio que isso não será problema.

        Na verdade, eu ia mandar pelos Correios mas sabia que, cedo ou tarde, não faltaria oportunidades para este assunto e para nos encontrarmos. O show do Maiden será perfeito e logo após o blog Minuto HM assoprar as heavy candles de 2 anos de idade!

        Portanto, podem me cobrar: no dia do show do Maiden, nos encontraremos e levarei a lembrança. Talvez não seja tão legal como o bolo, mas o bolo é comestível e acaba… hahahaha.

        Aguardem e não criem altas expectativas, é apenas uma lembrança… ok?

        [ ] ‘ s,

        Eduardo.

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        • Eduardo,
          Meu irmão faz aniversário no mesmo dia (é obvio) e pode ganhar o bolo também – nós dividimos – não tem problema nenhum, hehehehehehe
          Na verdade apenas brinquei, pois o bolo é bem legal e até me deu uma idéia para um próximo aniversário.
          Em relação ao gift, não há necessidade de você se preocupar com nada disso, nós temos o maior prazer de escrever, comentar, enfim contribuir do jeito que podemos – e não há maior recompensa que conversar sobre o que gostamos e com a participação de todos de forma mais democrática possível, fato este que só é possivel pela disponibilização do espaço no blog, que você tão bem cuida.

          Então vamos nos preocupar apenas com o show do Maiden.
          Abraços
          Flavio

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  4. Esta é a capa que sem dúvida ,sobreviveu melhor ao teste do tempo, e acabou tornando-se, em minha opinião, a mais clássica e representativa da fase original da banda. A questão envolvendo o bolo é ter de retalhado, seria uma lástima…

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  5. Ainda sobre a invasão do Kiss no país da terra nascente, recomendo a leitura do link abaixo: “Kabuki Beasts Kyoto 1977 (Tarantura TCDKIS-1) “…

    http://www.collectorsmusicreviews.com/tarantura-label/kiss-kabuki-beasts-kyoto-1977-tarantura-tcdkis-1/

    B-Side, Remote, será que dá para arriscar comprar algo assim?

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  6. Eduardo, pro die-hard fã do KISS pode ser legal, não reparei no custo…A turnê não pega ainda as músicas do Love Gun, mas comparado com o ALIVE II somente Take Me não consta do repertório deste, já que o segundo album ao vivo da banda não é um show ao vivo, e sim um apanhado das canções mais recentes da banda executadas em alguns shows da época.
    Confesso que não é a época da banda que mais me agrada, me considero um fã menos usual da banda, e mais BSide, como todos aqui já sabem.
    Não investiria, mas parece ser de boa qualidade…

    Alexandre Bside

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  7. Gostaria de poder ver essas raridades. Nunca vi nenhum single. The Originals também era uma lenda. Teve o The Originals 2 também, certo? E uma outra coletânea com os solos. Ou não?

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  8. … Continuando o papo do whatsapp!

    Escutando o disco (depois de ouvir o novo do Symphony X, “Underworld”) eu me dei conta que o Peter Criss tem momentos onde fica bastante clara as suas limitações e me surpreendeu – tardiamente – com a pegada de “Calling Dr. Love”.

    No ‘whats’ cheguei a questionar mestre Bside sobre a autenticidade do moço como dono das baquetas na gravação de Rock and Roll Over.

    No entanto, em pesquisa no youtube, pegando o famoso show de Largo´77, vejo o mesmo Peter Criss utilizando-se de um suingue até então pouco explorado nos discos entregues até aquele momento.

    Ouçam a versão ao vivo:

    Já aqui já temos o ótimo Eric Singer, com outra pegada, mais grave e pesada.

    Sem qualquer tipo de saudosismo, gosto mais da música com Peter, por ter metido um contra-tempo no meio dos acordes. Já Eric fez o que se espera dele: peso e precisão.

    É isso.

    Daniel

    Curtido por 1 pessoa

    • Daniel,
      Excelente seu comentário e realmente há uma clara diferença de estilos. E aqui vou trazer outra e na mesma musica.
      Antes do cantor Eric, houve um outro Eric, que também cantava na banda. Paul Caravelllo ou Eric Carr trouxe também um estilo mais pesado (ainda mais que o Singer) para a banda no inicio dos anos 80.
      Dificil e desnecessário aqui eleger o melhor dos bateristas, talvez possamos escolher o nosso preferido em um musica ou outra. Bom, eu sempre gostei muito do menos técnico (?) e mais pesado Eric Carr e daí o disco Creatures é o meu preferido, inclusive pela batida que Carr trouxe.
      Sem mais delongas deixo a versão do Rio (1983), onde acredito o estilo de bateria está mais próximo ao de Eric Singer, e eu particularmente gosto da parte do YEEEH mais longo (cantada por Simmons) onde Eric Carr, brinca na levada com os tons mais agudos e caixa. Na levada mais swingada da estrofe, porém, Peter é quem brinca mais na caixa. A versão abaixo também está bem acelerada, outra característica da banda com Eric Carr.
      Bom eu falei em diferença de estilos, e na outra apontada aqui, entra também o solo de guitarra. Eu que não sou tanto fã de Mr Vinnie aponto aqui um solo bem legal, mas comparar com o original de Ace – bom deixo para vocês.

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      • Remote, obrigado cara.

        Realmente aqueles pressupostos de que o Kiss já foi, é e será uma outra banda, bate com o seu comentário e com o meu pensamento:

        – Peter Criss tem o som do Kiss clássico. O hard rock sem o peso de bandas contemporâneas como Led Zeppelin e Black Sabbath, por exemplo. Se aproximando de Aerosmith e de outras bandas que faziam um som melodioso e pop,

        – Eric Carr traz o peso do heavy metal para banda. Fazendo o disco que eu e você mais apreciamos (Creatures of The Night) e ‘acelerando’ o som dos arranjos originais concebidos por Ace, Peter, Gene e Paul. Alguns dos discos que eu não gosto – Crazy Nights e Asylum – tem a contribuição do Fox no som pisado e até em alguns momentos bem pasteurizados (cabe discussão em um pod especial Kiss)

        – Eric Singer conseguiu juntar os dois mundos. Embora, em minha humilde opinião (de quem não é baterista, mas que ouve e critica com a pretensão apenas de ser ouvido) ele seja o menos criativo, cujo a sua função de ser “mais um funcionário” fica bem claro nos discos e nas turnês. Voltando: por vezes traz o peso de Carr e a simplicidade de Peter.

        O Kiss quando tocou as músicas da primeira fase com Eric Carr ‘correu’ e algumas vezes, até descaracterizou as canções.

        Voltando ao alvo do meu comentário, embora seja o cara que ‘não gosta de discos ao vivo’, eu sempre preferi o Catman nos shows que me acostumei a gravar ainda em VHS. Ali o Kiss tinha o som sujo e pesado (e menos limpo das gravações) que se espera de uma banda de rock.

        Valeu, Remote.

        Daniel

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        • O papo aqui é excelente, então vou tecer minhas impressões, após a bronca do presidente no Whats app…
          Bem, primeiro, gosto da bateria original de Calling Dr Love e se ouve ali, na minha opinião, um baterista que ainda tinha suas motivações para desenvolver seu trabalho. Como havia adiantado onde não devia, Peter no início da carreira é um bom baterista no KISS, depois foi perdendo a motivação, além de se afundar em drogas. No Rock and Roll Over, com o Eddie Kramer, o cat-man ainda estava à vontade. Não encontrei em nenhum lugar alguma informação de não ser o batera original o que toca no Rock and Roll Over, aliás, no Love Gun na sequência também e no lado 4 do Alive II, o lado com as inéditas, onde aliás tem pelo menos duas músicas com linhas de bateria, mesmo que simples, bem legais, na minha opinião :

          Rocket Ride (em especial no final) e Larger Than Life (durante toda a canção)

          E vasculhando, lembrei de uma interpretação de Peter ao vivo em 76 de She, veja, é justamente no ano que o Rock and Roll Over foi gravado, na minha opinião, que tem até bastante vigor na execução para um baterista que tem as influências no rhythm and blues

          Entre as versões, gosto de todas, e acho que Eric Singer tenta buscar as execuções do original. Pode ser bobagem, uma vez que eu não entendo nada de bateria, mas vi ali a preocupação com o uso do contra-tempo, como no álbum de 76. Peter improvisa mais , no tal suingue da caixa, e Carr é o mais vigoroso, sempre foi o meu preferido pelo peso, além de diversas outras qualidades.
          Como curiosidade, a versão do Rio está em afinação padrão, além de bem mais acelerada, sem dúvida, enquanto todas as outras ( inclusive a original do Rock and Roll Over) estão gravadas com afinação dos instrumentos de cordas em meio tom abaixo.

          Bem, continuando a polêmica, respeito bastante o solo sempre criativo de Ace Frehley, mas este solo de VInnie Vincent é talvez o melhor que ele fez nas músicas em que não gravou ou compôs no KISS, tanto que já vi bandas covers onde o guitarrista optou por reproduzir este solo ao invés do original. Pelo jeito, eu não sou o único..e eu não vi uma banda cover só fazendo isso.

          Por fim, deixo aqui um recado para o Presidente, que afinal, toca o instrumento alvo principal da reflexão dar o seu pitaco. Não basta só dar bronca, tem de participar…

          Alexandre

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          • Gosto muito da banda no Midnight Special de 1975 e deixo o link também.

            A apresentação inteira e Black Diamond é a ultima.

            Já qiue estamos abordando os bateristas, que tal o final de Black Diamond aqui?

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          • B-Side, bronca aceita e aqui estou, com alguns dias de atraso, só é difícil eu falar de Kiss com vocês 3 (Daniel, Remote, você).

            Apesar de gostar das doideiras do Vinnie Vincent, eu prefiro de cara o Ace. Mas isso não quer dizer que esses solos “mirabolantes” do VV não sejam deliciosos de serem curtidos. Mas eu acho que sou mais “quadrado”, sei lá…

            Quem aqui toca o instrumento, eu? Eu não toco bateria, eu não tenho “what it takes”. Mas sobre as versões e os diferentes bateristas que passaram pela dupla Stanley-Simmons no Kiss, eu acho que a dupla foi muito feliz em contas com muitos talentos que se adaptavam às fases desejadas ao longo da carreira e o que a banda buscava a cada disco, sempre procurando se adaptar ao momento.

            Eu estou na linha do Daniel, e para não ficar no muro e vocês brigarem comigo, eu gosto do Kiss mais pesado, portanto a sonoridade dos 2 Erics me agrada mais, ainda que ache que Peter ali nos anos 70, antes das drogas, traz o clássico, e assim, “vamos blindar os clássicos”.

            Eric Carr é o “Bonham” do Kiss, é talvez o menos técnico mas compensa com uma sonoridade monstra, pesada, traz novas peças na bateria para ajudar. Eric Singer é a tal mescla, tem a pegada metal (afinal, tinha tocado no Sabbath), antes de se juntar a Paul Stanley na tour solo deste na América do Norte no final dos anos 80. Mas entraria Singer no Kiss se não fosse a triste morte de Eric Carr com apenas 41 anos, incrivelmente no mesmo dia que Freddie Mercury nos deixaria, fato que acabou igualmente tristemente deixando o falecimento de Carr um pouco em “segundo plano” em termos de atenção?

            O Kiss é uma banda privilegiada em termos de bateria, dou meu pitaco que gosto dos 3 mesmo, e hoje entendo que a entrada de Eric Singer, que como disse Daniel é um cara mais “cumpridor de tarefas”, foi fundamental até pela manutenção da banda, da máquina.

            [ ] ‘ s,

            Eduardo.

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      • No lendário show de 1983 no Rio, o Kiss é praticamente outra banda em vários sentidos, até no “mindset”, já que estamos vindo da tour do talvez mais pesado – e como do B-Side, meu predileto – álbum Creatures Of The Night.

        Mas com as mudanças na formação, o Kiss se dá a liberdade de mudar muito a música… e Eric Carr “descendo a lenha” lá trás, realmente vejo mais peso do que o já pesado Singer…

        [ ] ‘ s,

        Eduardo.

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    • Também gostei muito do comentário, a diferença é nítida, mas aí comparar o Kiss 1977 com o Kiss 2010 é complicado pela mudança e adaptação que a banda fez ao seu som, e continua fazendo, o tal “automático” que o Rolf fala, além da condição vocal de Paul Stanley, que mexe no som…

      Gostei também da parte que fala do swing, com mais groove, com a inserção também de várias caixas, coisa que eu gosto bastante. É um Peter Criss bastante inspirado, mesmo…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  9. Salve!!! ROCK AND ROLL OVER foi o meu 2º disco do KISS e juntamente com o LICK IT UP (que foi o meu 1º) eu escutei exaustivamente. Talvez por isso sejam os discos que eu escuto com o maior TESÃO!
    Concordo com vocês ao ressaltar o retorno as orígens. O disco tem realmente esta textura sonora dos primórdios.Classico eterno! LONG LIVE ROCK AND ROLL OVER!!!…
    Abraços e até breve…

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  10. Meus brothers, o cd/dvd KISS ROCKS VEGAS NEVADA saiu oficialmente ou é bootleg? Grato e no aguardo…

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  11. Não há lugar mais inspirador para se falar do Kiss do que este.
    O álbum é um dos melhores que a banda fez e isso é indiscutível. Ainda não havia comprado o CD para a coleção, já que tenho uma versão única produzida pelo Flavio. Mas… andando pelas lojas de Curitiba esse exemplar apareceu na minha frente, lacrado, 0 km e não pude resistir.
    A emoção de fechar a porta do quarto e colocar no volume apropriado é a mesma de 34 anos atrás.
    Ouvir as músicas acompanhada da leitura do texto é algo ímpar!!!
    Valeu!!!

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