Kiss discografia 17a parte – Álbum: Kiss Killers

Continuando em nossa discografia, mostraremos uma semi-coletânea lançada no inicio dos anos 80.

A capa do Vinil Brasileiro - Fotos da Sessão de (MUSIC FROM) THE ELDER

A capa do Vinil Brasileiro - Fotos da Sessão de (MUSIC FROM) THE ELDER

ÁLBUM: KISS KILLERS 

  • · KISS: Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Carr
  • · Lançamento: 05/1982
  • · Produtor Michael James Jackson
  • · Nunca foi lançado nos Estados Unidos

 

O Cd Importado (Alemão) não pertence a Série Remaster, pois nunca foi lançado.

O Cd Importado (Alemão) não pertence a Série Remaster, pois nunca foi lançado.

Faixas:

1 – I´m a legend tonight  – 3:59 7 – Nowhere to run – 4:32
2 – Down on your knees  – 3:31 8 – Partners in crime  – 3:45
3 – Cold gin – 4:20 9 – Detroit rock city – 3:53
4 – Love gun – 3:17 10 – God of thunder – 4:11
5 – Shout it out loud – 2:40 11 – I was made for lovin´ you – 4:18
6 – Sure know something – 3:59 12 – Rock and roll all nite (live) – 3:58

 

No começo de 1982, em 28 de janeiro, o Kiss participa de uma transmissão via satélite do Studio 54, onde Ace não aparece.  Este fato dá indícios da saída de Ace da banda.  Ace não estava em condições de tocar e também não mostrava nenhum interesse pela banda, motivado principalmente pela sua derrota na decisão de não fazer um álbum conceitual.  (MUSIC FROM) THE ELDER havia sido a gota d´água que faltava para Ace manifestar sua intenção em sair do grupo.  Com a entrada de Eric Carr, apenas como um membro “assalariado”, sem direito a voto, fica claro que a dupla Paul-Gene, que quase sempre tinha interesse em comum, sobreporia qualquer vontade que Ace manifestasse. O fato de que Gene e Paul concordam em participar do evento do Studio 54 juntamente com Eric, fazendo do Kiss um trio, mostra também que os dois estavam dispostos a qualquer atitude para resgatar a imagem e o sucesso da banda.

Para culminar, em abril de 1982 Ace sofre um grave acidente com seu Porsche (dirigido por Anton Fig), e tal fato ajuda manter uma aceitável desculpa para seu afastamento da banda.  Gene e Paul também se aproveitam do fato, tentando naquele momento, com o afastamento de Ace, melhorar a imagem da banda (coisa que o comportamento de Ace vinha ajudando a deteriorar).  Antes, em fevereiro de 1982, atendendo a solicitação da gravadora européia Phonogram, a banda comparece ao estúdio para gravar musicas inéditas que comporiam uma semi-coletânea: KISS KILLERS.  O pedido da gravadora era claro: 4 novas músicas de Hard-Rock e 8 músicas consagradas montariam o álbum.

No cd importado (alemão) - o Logotipo KISS com os SS invertidos

No cd importado (alemão) - o Logotipo KISS com os SS invertidos

A banda (sem Ace) vai ao estúdio Record Plant, juntamente com o novo produtor Michael James Jackson para a gravação das inéditas.  Michael James Jackson propõe a Gene e Paul que se reúnam com co-autores para garantir a qualidade das novas músicas, que deveriam ser o estopim para o resgate da banda, abandonando os estilos fracassados dos álbuns anteriores, pop e progressivo e retornando ao velho rock and roll e conseqüentemente ao sucesso.  Nesta época Adam Mitchell ajuda nas composições tanto com Gene, quanto com Paul. Embora houvesse uma composição feita com Gene – Chrome Gets Into Motion (que nunca participaria de nenhum álbum da banda), são as composições com Paul – Partners in Crime e I´m a Legend Tonight (título dado por Gene) que participariam do álbum. 

Adam Mitchell também participaria de outras composições da banda, no álbum seguinte a KISS KILLERS.  Outra participação definitiva no álbum é de Bob Kulick que faz todos os solos das 4 inéditas e desta vez não imitando o estilo de Ace (como havia sido em Alive II).  Gene e Paul desta vez estimulam Bob a fazer os solos de seu estilo e vontade já tentando uma busca da sonoridade dos anos 80, característica dos novos guitarristas do momento como Eddie Van Halen ou Randy Rhoads, o que juntamente com Eric ajuda a modernizar o som da banda. Na escolha das músicas clássicas, algumas pequenas edições podem ser notadas como em I was made for lovin’ you (com um virada de bateria cortada pelo meio), Shout it out Loud, que tem seu final num fade out que reduz o tamanho da música ou Detroit Rock City que tem sua introdução em narrativa retirada. Nem Paul Stanley, nem Gene Simmons ficaram satisfeitos com o trabalho, atribuindo 1 ou 2 estrelas numa escala de 0 a 5.  Na capa, a foto é das sessões do THE ELDER, não houve sequer a idéia de trazer algo novo, até porque Ace encontrava-se distante. Ainda no final das gravações de KISS KILLERS, a banda começaria a trabalhar no próximo álbum de estúdio, muitas vezes utilizando sessões de gravações simultâneas para os 2 trabalhos.

A contracapa de Killers na versão brasileira do vinil

A contracapa de Killers na versão brasileira do vinil

Quando do lançamento de KISS KILLERS, os comentários da “imprensa especializada” apontam os fatos estranhos que a banda vinha sofrendo ultimamente: a saída de Bill Aucoin do cargo de gerente da banda, e a seguir em 08/05/1982, a morte do fundador da Casablanca – Neil Bogart, dois membros com grande influência na máquina Kiss, além de questionar a presença de Ace na banda, apesar de sua aparição na capa do álbum. 

Logo após, em junho de 1982, advogados de ambas as partes cuidariam da rescisão do contrato do guitarrista – Gene, Paul, a seguir, iniciariam a procura um substituto. O resultado com KISS KILLERS não teria impacto no aumento das vendagens da banda, pois no seu principal mercado (Estados Unidos) o álbum nunca foi lançado.  No Japão e na Austrália, KISS KILLERS tem 2 músicas adicionais: Como UNMASKED teve algum sopro de repercussão na Oceania, a versão australiana tem Shandi e Talk to me, ambas deste álbum. Já no Japão repetem Shandi, porém Talk to me é substituída por Escape from the Island, que não estava presente no lançamento japonês de (MUSIC FROM )THE ELDER .  Restava resolver as crises internas e partir para um novo álbum e lançá-lo propriamente, com possibilidades de promoção e excursão nos Estados Unidos, mas isso é assunto para o próximo capitulo.

O vinil brasileiro - o álbum nunca foi lançado nos EUA.

O vinil brasileiro - o álbum nunca foi lançado nos EUA.

 N. R.: KISS KILLERS um álbum que nos tem um apelo emocional, pois foi o ponto de partida para iniciarmos a coleção da banda.  Apesar de já possuirmos na época o álbum CREATURES OF THE NIGHT, foi com este que nos decidimos definitivamente a ser fãs do Kiss. A coletânea traz músicas clássicas, escolhidas de DESTROYER, DYNASTY, KISS, LOVE GUN e KISS ALIVE – todas que apreciamos bastante, além das quatro inéditas de Paul – que se adéquam perfeitamente ao nosso gosto e também como resgate da fase pesada da banda. Como na época mal conhecíamos as músicas clássicas, não fizemos muita distinção se a música era inédita ou não, pois consideramos o trabalho bastante uniforme. Até hoje as 4 músicas novas são por nós consideradas tão ou melhor que as demais.

Estas inéditas de KISS KILLERS, em retrospectiva, apontam como um prenúncio do que viria depois, um álbum bem mais pesado, em sintonia com o resgate do Heavy Metal, trazido pela NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) e com excelentes composições, mas isso será discutido na próxima semana, até!

A versão brasileira de Kiss Killers em K-7 *

Flávio Remote  e Alexandre Bside

*Agradecimentos especiais ao colaborador Bill Malfa pelas fotos de Kiss Killers em formato K-7.



Categorias:Curiosidades, Discografias, Kiss, Resenhas, Van Halen

18 respostas

  1. Realmente apenas com 4 inéditas e é um grande album, talvez eu seja o único fã do Kiss que daria 5 para esse album, de 0 a 5, não pelas antigas, como Remote e B-side disseram na época nem sabíamos desse detalhe, e aliás não importava, porque Sure know something e Nowhere to run são músicas espetaculares, som moderno pra época e que fez a minha alegria muitas vezes atacando o sofá da minha mãe com minhas velhas baquetas. Prestando atenção, estava claro que o Ace não participava dessa empreitada, já que dentro das virtudes desse guitarrista, modernidade não era uma delas e apesar de não percebermos naquela época, as musicas anteriores soavam diferentes mesmo. Fico imaginando um disco com 10 musicas compostas como essas 4. Estaria no hall da fama do KISS, no meu já está!!!

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  2. vim a conhecer este disco dps , e gostei das ineditas ,as outras dispensan comentarios , agora a capa rosa ja diria o q viria no futuro

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  3. Valeu, Bruno, não esperava outro comentário melhor do que este. Nowhere to Run é realmente algo que está acima da muito boa qualidade das inéditas do trabalho e concordo com você , 10 músicas na qualidade destas inéditas fariam o álbum ser certamente um dos melhores do KISS . Bem, o Creatures of the night veio logo a seguir, e comprovou a ótima fase de composições que a banda vinha passando naquele momento.
    Continue comentando !

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  4. Galera, Post atualizado com fotos do colaborador Bill.

    Bill,

    Agradecimentos as suas fotos e suas excelentes contribuições.

    Flavio Remote

    Curtido por 1 pessoa

  5. Bem que essas 4 músicas (particularmente não gosto de partness in crime) poderiam vir de bônus no “Creatures of the Night”. Divagando: I´m a legend tonight – Nowhere to run – Down on your knees, poderiam na época (não agora e/ou depois de lançado o LP) substituir “Odyssey”…

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  6. Alvaro,

    Muito obrigado pelas contribuições nos posts da discografia Kiss, finalizada hoje. Cada musica do álbum “bate” melhor ou pior para cada fã. Vou colocar o meu gosto em relação ao que vc disse – apesar de que acaba não significando muito – pois sou um fã como você. Sobre o Dynasty, concordo que o Gene está mais abaixo – mas tem gente que adora Charisma. O Ace veio muito bem, fortificado pela repercussão do solo de 1978. As músicas do Paul são bem fortes, até comercialmente ( I was made…). Dirty living tem um solo excelente no fim da musica, e a voz do Peter ficou bem encaixada – não gosto muito da produção mais polida.
    No Unmasked não gosto muito das músicas do Ace, especialmente two sides e torpedo – que acho mais fracas. Talk to me é legal e foi tocada na turnê, tem até clip. Naked city é meio lado b e tem uma parte no meio (um pouco Beatles) que gosto muito, acaba sendo a que gosto mais – mas concordo que não é a mais chamativa do álbum, que é muito polido, com excesso de sintetizadores – deu uma estragada geral. Sobre o The Elder, acho que eu e meu irmão somos os poucos a gostar de Odyssey, que ao meu ver encaixa no conceito do álbum. É uma música muito diferente do que o Kiss está acostumado a fazer, mas gostamos das aventuras musicais dos caras. The Oath, Dark Light, I são musicas mais tradicionais do Kiss, enquadradas no padrão conceitual. I não me empolga muito.
    No Kiss Killers – adoro todas as 4, mas concordo que partners talvez seja a pior – o Refrão é um pouco grudento. Não gostaria de ver Odyssey substituída, e sim ter o Killers com mais inéditas.
    Continue particpando,aguardamos os comentários nos outros albuns, além de um Top Ten e Top Five (live) que abrimos para os seus comentários também no post de hoje BEST OF ALIVE 35….
    Abraços
    Flavio Remote

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  7. Remote, B-Side, apenas para falar que vejo com frequência (via recursos do WordPress) usuários usando o Google para traduzir para diversas línguas (inglês, espanhol e outras mais, digamos, exóticas, como japonês) a “Discografia Kiss”. Essas são demonstrações da qualidade/sucesso que a discografia faz na internet MUNDIAL!

    É um barato pois o Google traduz tudo que consegue “enxergar” do site, ou seja, a categoria “Tá de Sacanagem” vira “You gotta Be Kidding” e assim por diante… hehehehe.

    Vejam aqui:

    http://translate.google.com/translate?hl=en&sl=pt&u=https://minutohm.com/2009/09/27/kiss-discografia-17a-parte-%25E2%2580%2593-album-kiss-killers/&prev=http://blogsearch.google.com/blogsearch%3Fie%3DUTF-8%26q%3Dkiss%2B-%2Bkillers%2B1982%26lr%3D%26sa%3DN&rurl=translate.google.com&twu=1

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  8. Olha, apesar de certas incongruências, num geral o texto fica bem compreensível no (cada vez melhor) tradutor do google.
    Até aonde vai esta discografia? cada vez me surpreendo mais….
    Abraços e obrigado a todos que participam desta jornada surpreendente.
    Flavio Remote.

    Curtido por 1 pessoa

    • Remote, realmente é fantástico, pois vejo picos de views na discografia, o que provavelmente é algum amigo de fora que manda para seus amigos de fora que, por sua vez, repassa ainda mais, numa cadeia gigantesca… e tudo apontando para cá, no Minuto HM. É surpreendente!

      E o Google apresenta mesmo cada vez mais uma ferramenta melhor para tradução, cheia de recursos e aperfeiçoamentos.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

      Curtido por 1 pessoa

  9. É engraçado como os gostos se diferem, não?
    Particularmente, gosto muito desse álbum “Killers”. Acho que as 4 inéditas estão (sinceramente) entre as melhores coisas que o Kiss já fez em toda sua carreira (!!), mesmo considerando que elas tiveram pouca participação dos integrantes da banda exceto o Paul. Mas talvez parte da “euforia” desse meu comentário seja pelo fato desse ter sido um dos primeiros discos do Kiss que eu tive na vida, lá por 1983… hehe… então tem o tal “valor sentimental”.
    Uma observação: o som do vinil original japonês é muuuito bom, e ainda traz 2 faixas inéditas…. quem gosta de vinil, vale a pena ter esse (sem contar que ele ainda traz um encarte com fotos coloridas interessante, que só existe nessa versão). O que falta é uma edição desse CD decentemente remasterizada, porque as versões da alemanha e japão não estão com sonoridade muito legal. Abraço a todos!

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  10. Olha FH72,

    Talvez não tenha ficado muito claro – eu adoro as músicas do Killers – as inéditas. Prefiro Nowhere to Run, e Partners das 4, é a que menos gosto, mas gosto MUITO de todas.
    Infelizmente o álbum não tem mais inéditas e imagine se fossem nesse nível?
    As que completam são clássicos, e para quem não conhece a banda o Killers é um album indicado, mas se já temos todos os outros, fica meio sem sentido e seria melhor a inclusão de mais inéditas.
    Devemos porém notar que o momento da banda não era dos melhores e talvez o único material disponível era aquele mesmo (só do Paul)
    Seja como for, a banda deu a SUA volta por cima, a partir da retirada das máscaras no fim de 1983, não é?
    Abraços e aguardamos seus comentários na discografia – os álbuns estão todos incluidos aqui no MHM.
    Abraços
    FR

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  11. nem tinha ouvido falar sobre este disco..

    obrigado pela resenha…

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  12. Direto ao assunto: a única nota baixa de ‘Killers’ é a foto da capa.
    Acostumado a vê-los com vasta cabeleira, de repente aqueles cabelos curtos totalmente destoantes. Era este disco, e não o ‘Creatures of the Night’, que deveria ter sido relançado com nova capa. A masked capa do Creatures é clássica!
    Mas este disco é assunto para o próximo post a ser lido escutando o respectivo disco no clima!

    Um abraço e

    I believe in Rock n’ Roll!

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  13. Caro Rafael, obrigado novamente por comentar – a capa vem das sessões do The Elder, onde a banda resolveu mudar o visual, daí os cabelos mais curtos. A capa do Creatures (azul) é clássica e recomendo ouvir com bons decibéis….

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  14. É sempre muito legal revisitar a discografia, apesar de não ter acompanhado no seu lançamento.
    Bacana o lance das leituras em outros países.
    Esse também foi o álbum que colocou o Kiss na minha vida (como comentei ontem no podcast – que os leitores do blog podem participar). Gostei de todas as músicas.
    Mas uma coisa é interessante… se os dois álbuns anteriores não foi aquelas coisas, não deveria ter musicas deles (na minha opinião).
    Engraçado que, por ser uma coletânea, mesmo tendo as 4 inéditas eu preteri a compra em detrimento dos “originais” e até hoje não o tenho.
    Mesmo assim acabei comprando outra coletânea (não oficial) “Kiss my Eggs” que compila músicas inéditas lançadas nas outras coletâneas, inclusive do AliveII.
    Mesmo assim preciso adquirir o Killers para a coleção.
    Valeu!

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