Melhores da década e um momento de reflexão

Por Leandro

Calma! Não se assuste em ver Radiohead aqui. Vocês estão no Minuto HM. Eu explico:

Com o final de 2009, começam a pipocar os famosos Top 10 ou Top 100 com os melhores álbuns da década.

Essa semana foi a vez da Rolling Stone, que eu diria que junto com a NME e Billboard compõem a tríade sagrada das revistas de música, soltar sua lista. Como funcionou a votação? Músicos, produtores e críticos selecionaram seu Top 25 da década. Sob supervisão da Ernst & Young, tudo foi tabulado e o Top 100 divulgado. Entre os eleitores: integrantes do Metallica, Kings Of Leon, Pearl Jam, ZZ Top, Coldplay, Butch Vig, My Chemical Romance e outros.

Constatação: nenhum álbum de metal, e em matéria de rock n’roll, predominancia das bandas do circuito alternativo, com o Radiohead inclusive emplacando o número 1 com Kid A.

Como um fã de rock que se classifica como eclético, na minha opinião esta lista é um aviso para as bandas de rock. Vocês precisam se reinventar. O público (eu pelo menos), é ávido pelo tradicional, mas também gosta de coisas novas. Não vamos esquecer o impacto de Sgt. Peppers à época do lançamento, ou Dylan abandonando o violão e partindo para a guitarra elétrica (e emplacando o número 8 aí embaixo). E é essa falta do novo, que faz eu não me empolgar a gastar R$300,00 para ver AC/DC. Eu gastaria este mesmo valor para ver Manic Street Preachers, por exemplo.

Você, fã de metal radical, leia a lista e não seja preconceituoso. Tem muita coisa boa aí. Para não ser radical eu recomendaria uma boa “ouvida” em: The White Stripes, Queens Of The Stone Age e Kings Of Leon. Tem muito rock n’ roll bom aí.

O Top 10:

1 | Radiohead: Kid A
2 | The Strokes: Is This It
3 | Wilco: Yankee Hotel Foxtrot
4 | Jay-Z: The Blueprint
5 | The White Stripes: Elephant
6 | Arcade Fire: Funeral
7 | Eminem: The Marshal Mathers LP
8 | Bob Dylan: Modern Times
9 | M.I.A.: Kala
10 | Kanye West: The College Dropout

Aqui a lista completa.



Categorias:AC/DC, Artistas, Curiosidades, MetallicA, Pearl Jam, Pesquisas, Queens Of The Stone Age, Resenhas, The Beatles, ZZ Top

15 respostas

  1. Caros do MHM,
    Normalmente ignoro pesquisas deste tipo. Esquecer o DT – com o 6doit e Train of Thought, para nem pensar muito e falar pouco, já é imperdoável. Quando vi que a revista é a Rolling Stone, aí resolvi ignorar totalmente e nem fiquei a fim de pensar a respeito.
    Flavio

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  2. Para mim, este tipo de pesquisa (temos isso acontecendo de monte não somente no final do ano, mas o ano inteiro, de n fontes) dificilmente me faz refletir ou descobrir algo.

    Se pensarmos bem, que grande banda realmente surgiu do ano 2000 até hoje? Estou falando de uma nova banda que realmente tenha impactado o mundo. O Nirvana, por exemplo, balançou o mundo no início dos anos 90 – ou seja, o ponto aqui se gostamos ou não de Nirvana (eu, particularmente, gosto muito), mas o que ela trouxe de novo realmente.

    Os Beatles inovaram realmente com o Sgt. Peppers, mas após estarem consolidados como deuses na terra. Os Stones, idem. O MetallicA, idem. O Maiden, idem. Todos eles passaram a experimentar coisas realmente novas após estarem totalmente consolidados.

    Estas pesquisas de “qual melhor riff da história”, bla-bla-bla realmente não me tocam.

    Entretanto, o ponto de abrirmos nossa cabeça para ouvirmos e querermos novidades, para mim, é válido. Eu procuro fazer isso, mas de verdade, está difícil.

    Quando ouvi Linkin’ Park pela primeira vez, pensei: “finalmente achei uma banda para continuar o trabalho do MetallicA”. Logo, claramente, percebi que foi um grande erro.

    Mais recentemente, tentei The Sword, Black Tide, enfim, experimentei algumas coisas. Não deu.

    Sobre pagar para ver o AC/DC vs uma banda X que está aparecendo agora, eu discordo plenamente. O show do AC/DC (resenha até o final do mês, vai sair!!!) foi uma coisa monstruosa: produção, qualidade musical, enfim, tudo.

    E aí vem o ponto do tradicionalismo que o Leandro menciona: bom, aí é muito pessoal. Eu sou e para mim é difícil engolir certas coisas – consigo me adaptar a certos discos novos, mas até aí falar que me adapto ao St. Anger, por exemplo, seria uma mentira absurda. E olha que eu amo a banda e ouvi o disco n vezes. Ah, não dá.

    Ainda sobre novas bandas: que atire a primeira pedra quem não ouve algo novo e automaticamente tenta associar com algo conhecido ou a influência da banda / músicos. Por exemplo, ouvir o novo (e bom) Wolfmother sem lembrar ao tradicional Led Zeppelin é praticamente impossível…

    Por fim, sobre o Manic Street Preachers, achei legal o som e gostei da linha de baixo – mas nada de tão novo, nada revolucionário, é apenas a boa receita do rock and roll sendo aplicada sem efeitos adicionais…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Dutecnic, solta essa resenha logo!

    Flavio Remote, concordo estas pesquisas podem não dizer muito. Até porque uma pesquisa da Kerrang por exemplo, traria um resultado totalmente diferente. Eu peguei o exemplo de uma revista que é mais genérica.

    Mas o objetivo do post foi causar essa discussão mesmo! E não precisamos ir muito longe para exemplificar a tal crise que comento. Peguem Essential Recordings of the 90s da mesma Rolling Stone, e vocês verão: Metallica, Nirvana, Pearl Jam, REM, Rage Against The Machine, Guns N’ Roses, Eric Clapton, Black Crowes, entre outros. http://www.rocklistmusic.co.uk/rstone.html#Recordings of the ‘90s

    Sintomático, hum?

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  4. Eduardo e Leandro,
    Realmente não tem muita coisa nova me chamando atenção – posso lembrar do Audioslave que começou no início dos anos 2000 (acho que em 2001) mas também não foi muito longe e nem agradou a tantos assim e afinal era uma mistura de duas bandas surgidas nos anos 90(?). Eu considerava uma boa banda, com bons trabalhos. Em retrospectiva, no passar doa anos talvez cada vez tenhamos menos coisas interessantes no meu (nosso) gosto. Mas ainda posso relacionar bons lançamentos de rock na decada de 90, como os velhinhos do H&H, Judas, Kiss, Metallica (embora não tenha gostado tanto do Magnetic), Megadeth, ACDC , o já citado Dream Theater – tudo isso de bandas surgidas antes dos anos 2000. Devem existir outros que não relacionei.
    O Panorama pode mudar? Sim, assim espero…
    Sds,
    Flavio Remote

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    • Remote, concordo com você (menos com relação ao Death Magnetic, que acho um grande disco do MetallicA, ainda mais depois do assustador St. Anger). Mas o ponto da discussão são bandas e discos após o ano 2000, e de bandas novas! O que temos no catálogo para argumentarmos? Hum, hum… haja dificuldade. Nos anos 90, tudo bem, ainda temos o surgimento / amadurecimento do Guns, Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains… torcendo o nariz ou não, o sucesso do Oasis que apareceu em meados de 1995 … mas e agora?

      Veja, você acabou apenas citando discos de bandas que surgiram antes desta década…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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      • Eduardo,

        Citei o Audioslave – a banda é de 2001, o album homônimo em 2002 eu gosto bastante – ainda sairam outros dois nesta mesma decada.
        Agora Lembrei do progressivo Transatlantic de 2000 -SMPT – que também me agrada bem. Sairam outros albuns, inclusive um neste ano (2009) que ainda não ouvi, mas estou curioso.

        O resto citado é de bandas surgidas anterioremente a 2000
        Sds,
        Flavio

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        • Remote, sim, o Audioslave… mas o que quis dizer de verdade é que temos que fazer um esforço absurdo para falarmos algo dessa década…

          Ouvi Transatlantic mas sinceramente não lembro de ter me chamado a atenção – aliás, neste momento lembro apenas que ouvi, mas não lembro de nada! Hehehehe.

          Grande abraço,

          Eduardo.

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  5. Leandro , Eduardo , Flávio e outros que quiserem aqui participar :
    Li a lista dos dez mais – e também não sou dos mais entusiatas destas listas, ainda mais se tratando da revista Rolling Stones, e cheguei a seguinte conclusão : Nunca ouvi nenhum destes cds na íntegra, no máximo devo conhecer alguma música de algum deles ,mesmo assim muito superficialmente….Mas também não me considero um estrito fã de Heavy Metal radical , afinal o meu gosto musical busca outras linhas , desde os primórdios ,como o citado Sgte Peppers dos Beatles até momentos que passam longe do Heavy Metal, como discos de progressivos dos anos 70 e 80, posso citar aqui os grupos Yes, King Crimson ,Genesis ou Marillion . Também não me atenho a decorrer sobre alguns artistas pops como Madonna ou Michael Jackson, para citar os mais famosos . È certo que no Heavy Metal ou Hard Rock encontro os maiores exemplos de minha predileção pessoal… Vendo novamente a lista acima, será que fiquei parado no tempo, ou nada muito novo me entusiasma sequer ao ponto de parar um pouco e tentar ouvir com mais atenção ? Me lembro de uma época , instigado por um amigo, ter ouvido a coleção dos Cardigans , e em outro momento ter ouvido vários da banda Live. Dos dois , separando o joio do trigo, deu pra salvar alguma coisa, mas honestamente, nem lembro o que….Vamos fazer o seguinte: Vou pegar esta lista acima, ouvir com atenção devida todos estes álbuns, e depois eu retorno com minhas avaliações.. Isso deve demorar, mas prometo trazer algo mais fundamentado por aqui…

    Saudações

    Alexandre Bside

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    • Assim como o BSide, não me considero um radical “total”. A única coisa que me considero “radical total” é minha total aversão por Legião Urbana.

      Hoje de manhã, quando cheguei ao trabalho, um colega estava ouvindo baixinho Tina Turner. Discutimos sobre ela e lembrei desse comentário – ou seja, eu conheço de Tina …

      Meu negócio é rock and roll internacional, em todas suas fases, seja ele o Chuck Berry, Beatles, passando por progressivo até chegar nas amadas variações do metal: thrash e tradicional …

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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    • Ale Bside, admiro sua coragem em ouvir os 10 integrantes desta lista. Mas já que o radicalismo está realmente fora de questão, aceito fazer o seguinte: Você vira a cobaia e da uma ouvida nas 10 mais da Rolling Stone, cita algo que preste e me avise, eu posso então, com sua aprovação ouvir tb. Para finalizar, Acho sua lista dos 10 mais da década (ignorando totalmente a Rolling Stone) deve ser bem mais interessante.
      Flavio

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  6. Eduardo

    Sua aversão a Legião Urbana tem dois companheiros … Este que aqui escreve e , tenho certeza que posso falar por ele, o meu irmão Flávio Remote.
    E tem uns sons da Tina Turner que são até legais …Não é minha praia, mas também não me faria ter vontade de trocar de estação se tivesse tocando num rádio próximo…

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    • Então somos o trio Anti-Legião Urbana. Músicas do Legião para mim deveria vir com avisos, tipo: “atenção: Legião Urbana pode causar vômito, perda de amizade ou saída repentina e mal-educada do Eduardo até algum local onde ele não escute ou não lembre da música”. E pior que isso não escondo: está tocando Legião, estou de saída…

      Sobre a Tina, mesmo sentimento que você… estava essa semana mesmo, com minha esposa, vendo um DVD chamado “Divas” onde (as pernas dela) ela abre o show e depois chama uma outra “diva”: Elton John, único “homem” da noite. Hehehehehe. É um ótimo show de música, anyway, para deixar rolando durante uma pizza com a… (outra) família.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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    • Não posso comentar muito sobre Legião Urbana, pois posso arrumar uma briga aqui (minha esposa). Aliás já que não posso comentar, é até melhor, já que não há nada para comentar mesmo.

      A Tina tem lances legais, e tem um blues com Robert Cray (já foi disponivel no You Tube) que eu recomendo – A change is gonna come (algo assim).

      Flavio

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