Kiss discografia 31a parte – Álbum: Psycho Circus

Nesta resenha abordaremos um novo álbum inédito com a formação original e convidados invisíveis, além da terceira incursão em nossas terras e dados das turnês do Kiss no fim da década de 90 e início do novo milênio.

ÁLBUM: PSYCHO CIRCUS

  • Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley, Peter Criss
  • Lançamento: 22/09/98
  • Produtores: Bruce Fairbairn
  • Primeiro single: Psycho Circus  em 08/98
  • Segundo single: You Wanted The Best  em 11/98
  • RIAA Gold Certification em 22/10/98
  • O álbum atingiu #3 nas paradas
*A versão importada em vinil também traz o efeito 3D holográfico.

*A versão importada em vinil também traz o efeito 3D holográfico.

* A capa do vinil com o "outro lado" do efeito holográfico

* A capa do vinil com o “outro lado” do efeito holográfico

Em detalhe na capa do cd – o efeito 3D.

Faixas:

1. Psycho Circus – 5:30 6. You Wanted The Best – 4:15
2. Within – 5:10 7. Raise Your Glasses – 4:14
3. I Pledge Allegiance to the State of Rock & Roll – 3:32 8. I Finally Found My Way  – 3:40
4. Into The Void – 4:24 9. Dreamin – 4:12
5. We Are One – 4:41 10. Journey of 1,000 Years – 4:49

Após o grande sucesso da Alive/Worldwide Reunion Tour, o Kiss se vê diante de um novo desafio: o lançamento de um novo álbum com a formação original. Desde 1979 com DYNASTY a banda não se reúne para tal empreitada.  Podemos na realidade, considerar LOVE GUN em 1977, como o último onde os quatro membros originais participam de forma ativa e quase igualitária, já que em DYNASTY, Peter Criss somente participa de Dirty Livin´, onde toca bateria e canta.  Bob Ezrin é novamente cotado para a produção do álbum, mas como Ace nunca foi um grande fã do produtor, e também por causa de compromissos do próprio Ezrin, a idéia ou seu rumor é descartada.

Em 04/01/1998, o Kiss entraria no estúdio para duas semanas de pré-produção onde seria iniciada a apresentação de composições demos dos membros e, com Bruce Fairbairn (responsável por álbuns como Slippery When Wet e New Jersey do Bon Jovi e Permanent Vacations, Pump e Get a Grip do Aerosmith) na produção, haveria a escolha do repertório para o álbum.  Cabe aqui ressaltar que o retorno de Ace e Peter não garantiria igual poder na votação de qualquer rumo para a banda, visto que Gene e Paul, em termos de poder, após a saída dos membros originais, detiveram a banda funcionando, quase exclusivamente sobre os seus comandos e não permitiriam que o retorno dos membros originais alterasse esse “Status Quo”.  Desta forma, de quarenta a cinquenta músicas apresentadas, Bruce Fairbairn classifica duas listas: A e B.   Na lista A constariam We Are One, I Am Yours, Into The Void, I Wanna Rule The World, Rain Keeps Fallin’, It’s My Life, Within, Killing Joke, Everyday Above Ground, You Wanted The Best, I’m Back.  Na lista B estariam Carnival Of Souls (uma sobra do álbum anterior que poderia ser recolocada em que seria remontada como PSYCHO CIRCUS, dependendo do encaixe ao tema do novo álbum), Rotten To The Core, Everybody Knows, Everybody Knows Somebody, Hunger, Master Of Flesh, Turn To Stone, Star Child, Gonna Be Alright, In Your Face, Spirit Is Willing, Rocket ?, ??? Takes A Trip.  É importante ressaltar que algumas dessas canções eram apenas títulos de canções, já que Gene constantemente compunha canções a partir de títulos ou idéias tema.  De qualquer forma Peter e Ace estavam tentando participar das canções incluídas no álbum: Algumas das contribuições de Ace, como Life & Liberty, Shooter and You Make Me Hard, foram descartadas de cara. As esperanças de Peter ficavam na balada chamada Together, co-escrita por Tommy Thayer.  No fim de janeiro, Ace cria novas demos em separado com Karl Cochran, que escreveu uma das demos inteiramente, com Ace participando apenas com o solo e as letras. Essa música se transformaria em Into The Void e entraria no álbum. A seguir começam rumores principalmente via internet que músicos extra-banda estavam gravando o álbum.  Um dos mais citados era Bruce Kulick que acaba declarando que apenas havia participado da pré-produção com ajuda na realização de demos com Paul Stanley, e que não fora convidado para participar do álbum. A banda trabalharia até o final de abril na gravação do álbum, e posteriormente se confirma que o álbum conta notadamente com convidados extra-banda, já que as participações de Peter e Ace se limitaram a vocais e nos seus instrumentos apenas em Into The Void e You Wanted The Best (Ace) que seria a primeira faixa do grupo em toda a história da carreira contendo os quatro membros nos vocais. As outras e principais participações na bateria e guitarra solo são feitas por: Bruce Kulick na introdução em solo de guitarra em Within e  Tommy Thayer que faz a guitarra solo em todas as faixas. Kevin Valentine toca bateria em todo álbum, exceto em Into The Void. Além desses convidados  Bob Ezrin participa no piano elétrico (Fender Rhodes) em I Finally Found My Way e Shelly Berg faz o complemento em  piano também em  I Finally Found My Way e Journey of 1,000 Years. Gene Simmons atribui 3 estrelas ao trabalho (numa escala até 5), Paul Stanley o avalia com 4 estrelas e Ace Frehley também dá 3/5 estrelas, embora ache que o álbum poderia ser melhor, se ele e Peter Criss pudessem tocar mais no mesmo. A decisão de que ambos não tocassem em PSYCHO CIRCUS partiu de Bruce Fairbairn, pois durante a pré-produção o produtor não gostou do desempenho apresentado por Criss e Frehley. Contribuiu também o prazo sempre apertado para gravação do trabalho, pois, segundo Mike Plotnikoff , engenheiro de som do álbum, seria necessário talvez um ano para que Ace e Peter pudessem gravar tudo que lhes coubessem como membros participativos do projeto.

Na contracapa em destaque a formação original com seus personagens.

*A versão em vinil também segue a dupla bônus do Cd, com faixas ao vivo no lado 3 e 4

*A versão em vinil também segue a dupla bônus do Cd, com faixas ao vivo no lado 3 e 4

Há um hiato desde o final das gravações em junho e o seu lançamento em setembro de 1998.  Durante este período, há um vazamento (outra vez !!!) da música Psycho Circus, quando em 13/07/98, a estação de rádio WRAT em Point Pleasent, New Jersey, a executa várias vezes,  para delírio dos fãs da banda. Alguns dias e muitas execuções depois, a gravadora Mercury Records impõe uma ordem judicial para interrupção da execução da música. Em 15/07/1998, depois de vários problemas contratuais e atrasos, um projeto do tipo Box Set, apenas a ser lançado no Japão, sai da gaveta e é intitulado de “The Originals 1974-1979”. O box contém os nove primeiros álbuns, excluindo-se o DOUBLE PLATINUM e os álbuns solo de 1978.  A edição em vinil colorido contém encartes originais e adicionais num pacote especial custando trezentos dólares e limitado a duas mil e quinhentas cópias. Em 17/07/1998 outra rádio em Detroit executa Psycho Circus, e logo a seguir em agosto de 1998 uma cópia avançada do álbum inteiro vaza pela internet.  O Single Psycho Circus (que contém a música “In Your Face” com Ace Frehley nos vocais, somente incluída na versão japonesa do álbum) finalmente é lançado em no mesmo mês e atinge o primeiro lugar entre nas paradas das rádios.  Em 15 de setembro o vídeo de Psycho Circus em 3D é lançado no Mann’s Chinese Theatre em Hollywood, CA.

A MTV se recusa a tocar o vídeo, até que o álbum atinja Gold Certification, e se justifica pelo sentimento que a emissora tem que a banda não atenderia aos gostos de seus telespectadores.  Mesmo depois de atingir Gold Certification, a MTV mantém sua recusa na divulgação do vídeo, numa clara tendência de influenciar seu público a não aceitar o trabalho da banda. Esta recusa colabora para que a banda lance em vídeo (VHS) a música Psycho Circus, num pacote com óculos 3D.  A seguir, a gravadora divulga em um press release, ter um grande prazer em lançar do novo álbum da banda PSYCHO CIRCUS, o primeiro gravado com os quatros membros em vinte anos. Em detalhes, o press release ainda informa que o álbum é produzido por Bruce Fairbairn, contém 10 músicas e seria lançado em 22/09/1998, consolidando o retorno da fase clássica da banda.  O projeto gráfico seria totalmente original, mantendo a tradição de inovação da banda. Uma semana após o lançamento, em 01/10/1998, PSYCHO CIRCUS é agraciado com a mais alta posição em um lançamento do KISS nas paradas Billboard, atingindo terceiro lugar e vendendo quase cento e dez mil cópias. Este fato superaria o quarto lugar de LOVE GUN, mas infelizmente, mantendo a tradição dos anos 90, o álbum cairia nas paradas rapidamente a seguir.  Em 28 de outubro de 1998, o álbum receberia RIAA Gold Certification, sendo o vigésimo terceiro álbum da banda a atingir tal fato, deixando apenas (MUSIC FROM) THE ELDER, GREATEST KISS e CARNIVAL OF SOULS sem tal certificação.

Na parte interna do cd simples brasileiro, a temática do circo bem estilizada que serviria para o tema dos shows da turnê.

Em 30 de outubro de 1998, a banda se encontra em preparativos finais para seu show de Halloween, ensaiando no Dodger Stadium a música Flaming Youth, que não era tocada há muito tempo. Apesar de ensaiada, a música não é incluída no show de 31/10/1998 (disponível no DVD Kissology  Vol 3, disc 2 e 3), que contém no seu longo set-list vinte e duas músicas, entre elas, She, Nothin´to Lose e três novas canções de PSYCHO CIRCUS: Psycho Circus, Within e Into The Void.

Com mais pirotecnia, o show também inclui muitos efeitos especiais, principalmente em 3D e lasers, trazendo desta vez a indumentária característica da turnê do álbum DESTROYER. Ace Frehley recebeu da fabricante de guitarras Gibson em 1997 o seu próprio modelo, o Ace Frehley Signature Model Les Paul Guitars, que utilizaria desde então em todos os shows do KISS a partir desta turnê. Em 23/11/1998, You Wanted The Best é lançada como segundo single do novo álbum, substituindo a idéia original de lançar Within, devido ao seu maior apelo comercial. A turnê mundial começaria oficialmente em 12/11/1998 em Boston. Embora o set list não varie muito desde o show de Los Angeles, Makin Love é incluída e She e Nothin’ To Lose são descartadas. Desde o inicio fica claro que a nova turnê não conseguiria atingir o mesmo sucesso da anterior (Reunion Tour), com a venda de menos de vinte mil ingressos, dos vinte e cinco mil disponíveis em cada noite de Boston. Numa média, a primeira parte da turnê que se estendeu até o show de Nashville Arena em 02 de janeiro de 1999, vendeu aproximadamente setenta e cinco por cento dos ingressos disponíveis. Ainda em 11/01/1999 a banda participaria do American Music Awards como apresentadores do prêmio de melhor Pop/Rock álbum e a seguir se apresentaria ao vivo na mesma cerimônia com grande receptividade. No dia seguinte o vídeo Psycho Circus é certificado como Platina, pelas vendas de cinqüenta mil cópias, enquanto o longa em vídeo The Second Coming (abordado no post anterior) atinge Platina por cem mil cópias vendidas. Isto mostra que os vídeos da banda vendiam muito bem, embora os recentes álbuns não atingissem o desempenho esperado, principalmente em relação aos lançamentos antigos.  Em 16 de janeiro, Gene Simmons apresenta numa convenção típica de artefatos de horror, na New York Fangoria Convention, um clip do fime Detroir Rock City, a ser lançado futuramente. Em 26 de janeiro a banda estaria apresentando o filme para executivos de TV. No fim de janeiro, a banda participa no show prévio ao jogo do Super Bowl, dublando uma versão de Rock And Roll All Nite, que foi gravada no soundcheck do show em Meadowlands em Dezembro.  Com a banda preparada para a 2ª parte da turnê na Europa, em 23/02/99 há o lançamento de uma edição especial de PSYCHO CIRCUS, contendo um EP bônus com músicas ao vivo gravadas na turnê americana. As músicas do EP são Psycho Circus, Let Me Go Rock ‘N Roll, Into The Void (com solo de guitarra de  Ace), Within (com solo de bateria de Peter), 100.000 Years, e Black Diamond. As faixas foram gravadas no ISA Hulman Center em Terre Haute, Indiana, em 12/12/1998 e no Market Square Arena em Indianapolis, Indiana em 13/12/1998. O lançamento desta edição especial gera reclamações dos fãs americanos que se vêem quase como que obrigados a adquirir uma nova cópia do álbum (em versão importada) para conseguir adquirir o EP bônus.

A capa do cd brasileiro com o EP ao vivo não mostra a simulação do efeito 3D.

Em 24/02/1999, a banda participa pela primeira vez do Grammy, com o vídeo “Psycho Circus” indicado para o prêmio “Best Hard Rock Performance”, perdendo o prêmio para os veteranos Page/Plant (“Most High”). A parte européia da turnê de PSYCHO CIRCUS se inicia em 26/02/1999 em Helsinki (Finlândia) e abrange vinte e dois shows, concluídos na Alemanha em 28/03/1999.  Em 31/03/1999 uma turnê na Rússia é anunciada, mas acaba sendo cancelada devido aos sentimentos anti EUA na Rússia devidos a ação militar americana na Sérvia. Ainda na PSYCHO CIRCUS tour uma pequena turnê sul-americana é adicionada com o total de cinco shows iniciados na Argentina em 10/04/1999 e finalizando em 24/04/1999, na Cidade do México. Em particular podemos destacar que em 15 e 17/04/1999 o Kiss faz dois shows em nossas terras, tocando respectivamente em Porto Alegre para aproximadamente quarenta mil pessoas e a seguir em São Paulo para cinqüenta e três mil pessoas.

Os cds da edição dupla que contém o EP Bonus ao vivo.

Ainda em 1999 a banda apresentaria o filme Detroit Rock City, filmado principalmente no  Cedarbrae Collegiate Institute em Scarborough, Ontário – Canada, e outras locações em também em Ontário. Em seu enredo, o filme mostra quatro adolescentes, que tocam numa banda cover do Kiss, tentando superar todas as dificuldades para ir a um concerto do Kiss em 1978, em Detroit. Na premiére do filme, o Kiss tocaria para duas mil pessoas no estacionamento da universidade UCLA em Los Angeles em 09/08/1999 (disponível no DVD Kissology Vol 3, Disc 3).

O filme seria lançado em 13/08/1999 e venderia quase cinco milhões de dólares nas primeiras semanas de lançamento, e praticamente desapareceria um mês e meio após.  Em termos de curiosidade, há certos erros cronológicos na época em que se passa o filme e as canções executadas. As músicas Makin It (David Naughton) e Highway to Hell (ACDC) somente seriam lançadas em 1979, embora o filme se passe em 1978.  Também há o fato que durante a turnê Alive II, o Kiss nunca tocou no Cobo Hall Arena, conforme relata o filme. Para o áudio da cena final, onde a banda toca Detroit Rock City, o KISS se reuniu em estúdio e gravou uma nova versão da música. A banda voltaria a participar de shows apenas em 29/10/1999 no parque da MGM para um reduzido publico de mil pessoas e a seguir na batizada Psycho Circus Millennium Tour, em 31/12/1999, para um especial da véspera de virada do milênio, no BC Place Stadium em Vancouver no Canada, para vinte mil pessoas e em 03/01/2000 para oito mil pessoas no Sullivan Arena em Anchorage, Arkansas, EUA. Na trilha sonora do filme há uma inédita música da banda que fecha o álbum, composta por Diane Warren, uma conhecida “Hit Maker” por criar sucessos para artistas como Cher, Celine Dion, Toni Braxton, Aerosmith (“I Don´t Want To Miss a Thing”). Nesta música há as participações de Bruce Kulick no baixo e de Steve Ferrone na bateria e somente Paul Stanley da formação da banda. No mais, a lista de músicas desta trilha sonora mistura grandes clássicos dos anos 70, alguns revisitados por artistas contemporâneos, como se segue:  The Boys Are Back in Town (Everclear), Shout It Out Loud (Kiss), Runnin’ With The Devil (Van Halen), Cat Scratch Fever (Pantera), Iron Man (Black Sabbath), Highway To Hell (Marilyn Manson), 20th Century Boy (Drain STH), Detroit Rock City (Kiss), Jailbreak (Thin Lizzy), Surrender (Cheap Trick), Rebel Rebel (David Bowie), Strutter ( The Donnas), School Days (The Runaways), Little Willy (Sweet) e Nothing Can Keep Me From You (Kiss).

O Cd brasileiro da trilha sonora do filme Detroit Rock City.

A seguir, o grupo anuncia ainda em 2000 que faria a sua turnê de despedida.  A turnê KISS Farewell Tour se estenderia de 11/03/2000 a 13/04/2001, embora no fim de 2002 a própria banda anunciasse que não se aposentaria conforme anunciado anteriormente.  Embora o Kiss continuasse a fazer shows após esta turnê, a KISS Farewell Tour marca o fato de ser a última até o presente momento com a formação original da banda.  Nesta turnê a banda apresentaria como set-list uma mistura de várias fases da banda, algumas músicas da fase 80, como I Love It Loud, Heaven´s on Fire, I Still Love You (Paul Stanley – vocal e guitarra somente), Lick It Up e do recente álbum a faixa título Psycho Circus. Entre as novidades cênicas, a banda começa o show surgindo do alto, num gestual que lembra o utilizado na música Black Diamond, durante a longínqua “Animalize Tour”. A turnê se dividiria em cinco partes, sendo que as três primeiras seriam concertos exclusivamente nos Estados Unidos e Canadá. Está também disponível no DVD Kissology Vol. 3,Disc 3 uma parte do show do dia 27/06, em Nova Jersey. No último concerto do ano 2000, em 07 de outubro, Peter Criss sairia da banda, embora este fato não fosse divulgado na época. Após a finalização do seu contrato de reunião com a banda, não houve acordo para renovação do mesmo. Com planos para continuidade da Farewell Tour, na quarta e quinta parte da turnê, respectivamente no Japão (Março de 2001) e Austrália (Março e Abril de 2001), a banda readmite Eric Singer para seu retorno em substituição a Peter Criss e utilizando-se do personagem criado pelo próprio Peter (gato ou cat-man).  Este fato causa revolta em grande parte dos fãs do Kiss em todo o mundo, que chegam a se manifestar contra a atitude antiética da banda. Embora tenha havido mais este fato polêmico, a turnê se mostra bem rentável, com grande parte de shows “sold-out” e mais de 75% de ingressos vendidos em boa parte dos restantes.  A seguir a banda estaria planejando o lançamento de uma grande coletânea com boa parte material em versões preliminares inéditas e uma turnê que seria dividida com uma banda veterana oriunda dos anos 70, mas isso será assunto para o próximo post. Até 2a da semana que vem!

N.R: Com o retorno da formação original há uma mudança radical no estilo do álbum novo, principalmente se olharmos para os dois anteriores de inéditas.  Achamos que PSYCHO CIRCUS é um álbum razoável, contendo boas músicas e outras nem tanto.  Em termos de foco comercial, o álbum é bem ajustado, trazendo a temática de um circo, o que norteia a produção do show, devido à característica especifica para seu tema.  Além da faixa título, a música Raise Your Glasses é direcionada para funcionar com os efeitos em 3D que aparecem tanto na capa, quanto no show (embora nunca tenha sido tocada até hoje ao vivo) o que mostra que a banda estava sempre pensando em inovar, pelo menos visualmente.  Em termos musicais, acreditamos que PSYCHO CIRCUS tenta se enquadrar ao estilo de DESTROYER, mas não atinge o seu nível de qualidade.  Isto fica mais claro ao observarmos que Bob Ezrin era o produtor escolhido inicialmente para o álbum e mesmo não tendo participado desta forma, acaba contribuindo para o álbum, tocando e sendo co-autor na balada de Peter, que visivelmente tenta se enquadrar na fórmula de Beth.  Dessa vez o tiro não acerta o alvo – a música não se sobressai no álbum.  O fato dos membros originais aparecerem na capa, mas nem todos participarem ativamente do álbum, acaba trazendo um ar meio artificial, não nos parecendo como um álbum “de banda”, mas sim um apanhado de canções, numa produção focada em criar um sucesso comercial.  O relacionamento com Bruce Fairbairn (que faleceu em maio de 1999, de causas desconhecidas) também não é dos mais amenos (em especial com Paul Stanley) e pode ter atrapalhado o andamento das gravações, já que em uma das últimas faixas a serem gravadas, I Pledge Allegiance to the State of Rock & Roll, o produtor nem sequer participou, deixando todo o trabalho a cargo de Paul Stanley e Mike Plotnikoff.  Como destaques do álbum, colocamos a ótima faixa título, também a pesada Within (que se enquadra na fórmula God Of Thunder), Dreamin´ (bem calcada em I’m Eighteen de Alice Cooper – o que causou até um processo por plágio para a banda) e Journey of a 1,000 Years, que contém um interessante arranjo de cordas baseado na melodia da faixa de abertura.  Into The Void  é uma música que se encaixaria melhor em um álbum solo de Ace do que propriamente num álbum do Kiss.  As outras não nos chamam atenção, apesar do sucesso comercial de You Wanted The Best e We Are One (no Brasil, muito executada nas Radios FMs – na época do show).

A versão de PSYCHO CIRCUS com um EP ao vivo é sem dúvida melhor musicalmente, embora não tenha a capa 3D da original. As músicas ao vivo incluídas no EP são bem escolhidas e bem executadas, em especial Psycho Circus, Let Me Go Rock ‘N Roll e 100.000 years. Já a versão “live” de Within’ peca principalmente pelo andamento na parte instrumental no meio da canção, já que Peter Criss não executa o trabalho de bateria original, a cargo de Kevin Valentine.

A lista de canções da interessante edição bônus EP

O filme Detroit Rock City é diversão garantida como um passatempo, sem maiores compromissos.  Uma grande vantagem deste filme é que os membros da banda desta vez não participam como atores, fazendo somente o que sabem mais, que é tocar em uma parte do filme. Sobre a trilha sonora, é uma mistura de clássicos dos anos setenta e covers da mesma época, algumas boas e outras nem tanto como Highway To Hell.  As músicas do álbum que já eram consagradas do Kiss não são novidade para um fã da banda e a versão de Detroit Rock City aqui incluída é a mesma do DOUBLE PLATINUM – seria bem melhor se usassem a versão especialmente gravada para o filme. A inédita Nothing Can Keep Me From You soa como uma descarada tentativa de recriar as famosas baladas do Aerosmith nos anos noventa, em especial a citada I Don´t Want to Miss a Thing, não deixando, porém, de ser uma boa balada

Em relação ao show da fria São Paulo de 1999, lembramos de desta vez, ter ido de carro do Rio de Janeiro a São Paulo, nos encontrarmos com o Rolfístico Personagem e alguns amigos paulistas já na terra da garoa, para a ida ao autódromo. Lembramos também de haver uma boa quantidade de presentes, num engarrafamento tipicamente paulista tanto para a entrada, quanto para a saída do show. Ter visto pela primeira vez o Kiss em formação original e com máscaras era dos pontos mais interessantes do show. Os efeitos e o tal óculos em 3D ajudaram o espetáculo visual e de pirotecnia.

O óculos fornecido para acompanhar os efeitos 3-D do show em SP *

A personalização de objetos – uma marca da banda nos óculos 3D *

Em termos musicais, continuamos achando o no Pacaembu de 1994 muito superior, até pela qualidade dos músicos da formação e set-list do Monsters of Rock. Havia muita gente que pouco conhecia a banda e após a abertura com Psycho Circus, ficou “boiando” em boa parte do show. Cabe ressaltar que o Kiss caprichou na produção do show paulista, trazendo toda a parafernália, que incluía os solos de guitarra pegando fogo, o vôo de Gene no solo de baixo, a bateria levitando em plataforma durante o solo de Peter e a tirolesa que trazia Paul Stanley mais próximo da platéia em Love Gun. Um show inesquecível de uma banda que nunca brincou em serviço.

Por fim, verificamos que o retorno da formação original não durou muito, e apesar do aspecto financeiramente compensador, Eric Singer retorna para banda menos de cinco anos depois da bombástica Reunion Tour. Ter Eric Singer “vestido” de gato, para nós, é mais uma das atitudes antiéticas da banda para não mudar a fórmula visual e consagrada de sucesso. O normal e mais justo era vir com um novo personagem, assim como fizeram Eric Carr e Vinnie Vincent no início da década de 80, mas talvez isso fosse arriscar demais.  Musicalmente a entrada de Singer acrescenta grandemente em força e técnica conforme pudemos comprovar em uma gravação em vídeo não oficial de um dos shows na Austrália. Se a tão divulgada Farewell Tour (turnê de despedida) não passou de uma jogada de marketing, novamente ganhamos com a manutenção da banda na ativa. A seguir teríamos anos sem novos lançamentos inéditos, apenas coletâneas e registros em vídeo e em CDs dos projetos ao vivo. Na semana que vem contaremos mais detalhes desta história.

Flávio Remote e Alexandre Bside

*Agradecimentos especiais ao mestre Eduardo pelas fotos do óculos 3D do show paulista da Psycho Circus Tour.

*Post Revisado com inclusão de fotos do novo vinil importado em 30/07/2015.



Categorias:Aerosmith, Alice Cooper, Artistas, Black Sabbath, Curiosidades, Discografias, Entrevistas, Kiss, Pantera, Resenhas, Thin Lizzy, Trilhas Sonoras, Van Halen

50 respostas

  1. Excelente post, como sempre!
    Este álbum foi o meu primeiro do Kiss então terão que entender minha “parcialidade”.
    Acho o disco bom pra caramba! Com exceção de “I Finally Found My Way” (cópia de Beth, mas eu não gosto nem de Beth…) e “In Your Face” (ouvi mais tarde) que também não faz minha cabeça, ouço o resto com muita satisfação.
    A faixa-título, inclusive, entra na lista das minhas favoritas da banda, brincando. “Raise Your Glasses” tem uma levada contagiante, entre outras… enfim, excelente álbum pra mim!

    Quanto à banda que excursionaria com o Kiss, seria um tal Aerosmith, não? Hehehe…lá vou eu tentando “adiantar” as coisas…

    Abraços.

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    • Caro Marco
      Sim, deixamos o Aerosmith para a galera advinhar nos comments…
      Volto a dizer que gostamos de boa parte do album. Nossa preferencia, porém, é para os dois anteriores..
      O problema maior é ver que a banda não trabalhou em conjunto para feitura do álbum e principalmente, ficou 11 anos sem fazer um outro de músicas inéditas.
      Obrigado pelos seu excelentes comentários
      Flavio

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      • Remote,
        Não entendi bem essa parte: “Na lista B estariam Carnival Of Souls (que seria remontada como Psycho Circus)”. A faixa “Psycho Circus” se chamava “Carnival Of Souls”? É isso?
        Tenho uma biografia (bom, pelo menos é o que diz) não autorizada do Kiss. Em uma das fotos dá pra ver um quadro ond se lê vários nomes de possíveis músicas compostas pra figurarem num álbum (se não em engano, Hot in The Shade). Pois bem, lá tem uma faixa que se chama “Into The Void”, pensei que era a mesma que entrou no Psycho Circus, mas pelo jeito não, já que esta foi composta um pouco antes da produção do álbum.

        Mais uma que aprendo com vocês…

        Abraços.

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    • Caro Marco,

      Sobre a música Carnival of Souls – o texto não havia ficado bom e dava margem a sua interpretação. Verifiquei novamente e corrigi no Post acima. Na realidade a música era sobre do álbum anterior e acabou não inserida neste, pois não se alinhava na temática desejada em Psycho Circus.
      Obrigado pelo seu comentário.
      Flavio

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  2. Grandes Lembranças dessa fase, o show no autódromo foi inesquecível , nunca senti um frio tão intenso como naquela noite, mas na hora do show a gente nem sentia mais , só de ver a banda com a formação original.

    Sobre o Cd, é bom , eu daria uma nota 8 pelo material, mas nota 0 pelo fato da gravação com musicos de estúdio , lembro minha frustração quando soube que não era eles tocando (Peter e Ace) na maioria das músicas, mas isso não é novidade no KISS , infelizmente.

    Ah, ficou muito legal as atualizações com as fotos que enviei , agradeço a voces também pelo crédito e sempre que pintar mais raridades eu espero colaborar.

    abração !!!

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  3. Bill

    Suas contribuições serão sempre muito bem vindas, seja nos comentários,seja no precioso material fotográfico que vem nos ajudando a construir esta discografia. Em relação ao álbum, confesso que o fato de não ser propriamente uma banda na feitura do mesmo me incomoda bastante, e dá pra perceber que até as músicas cantadas pelo Paul Stanley ( exceto talvez a faixa titulo) parecem músicas de um álbum solo dentro de um disco do KISS. Na verdade, este não é o único álbum assim,existem diversos outros exemplos, mas na fase sem máscara pelo menos a bateria ficava a cargo dos Erics e a guitarra na mão dos guitarristas de cada ocasião. Um exemplo clássico disso é a musica Dreamin, que aliás gosto bastante, mas que não tem nada a ver com o estilo do Ace (aliás, acredito que tenha sido tocada pelo Bruce Kulick, pois nem o estilo meio clone do Tommy Thayer parece estar na faixa). Outro exemplo gritante é o arranjo de bateria da musica Within’ ( outra faixa que aprecio) ,que certamente passa longe do estilo do Peter Criss.
    Ah…e o autódromo…que frio era aquele !!! Foi a única vez que presenciei a utilização do vento quente de algum carro para nos tirar o gelo após o show…Maior que o frio, nem o engarrafamento…..

    Um abraço

    Alexandre Bside

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  4. Confesso que também notei que o estilo de algumas músicas deste disco realmente não se parecem com as que Ace e Peter normalmente tocam, mas isso não me incomoda tanto quanto incomoda ao pessoal aqui do blog. Pra mim, ainda é um álbum do Kiss e que soa como tal, e (principalmente) que tem qualidade, independente de quem tenha tocado em estudio.
    E mesmo assim, com pouca participação, Peter e Ace, principalmente, produziram músicas de qualidade, como a já citada “Into The Void”.
    Enfim, concordo plenamente com o Bill, há de se fazer uma avaliação em separado do material produzido e dos integrantes que as gravaram. Pro material, no mínimo nota 8, pra atitude da dupla dinâmica (Gene e Paul) nota 0. Mas quando eu boto o disco pra rodar eu avalio o conteúdo e nesse ponto eu me divirto muito! Sobre a tal biografia, ela foi feita por Renato Villegas e onde aparece outra “Into The Void” era na escolha do set de “Hotter Than Hell” e não de “Hot in the Shade” como eu havia citado.

    Abraços.

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  5. Galera,

    Post atualizado com as fotos do Óculos 3D do show paulista da banda na Psycho Circus Tour, enviadas pelo mestre Eduardo Yoda.

    Eduardo Yoda,

    Agradecimentos as suas fotos e ao MHM.

    Flavio Remote

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  6. “1998 Interview with the Fifth Member of KISS, Sean Delaney”:

    http://michaelbrandvold.com/blog/2011/01/1998-interview-with-the-fifth-member-of-kiss-sean-delaney/

    Para quem quiser o arquivo da entrevista que está no próprio site:

    [video src="http://michaelbrandvold.com/audio/otaku/delaney.mp4" /]

    Obs.: coloquei este comentário neste post somente pelo tal ano da entrevista ser 1998, pois o assunto é bem mais anos 70…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  7. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  8. Curiosidade adicional do filme Detroit Rock City:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  9. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  10. Uma entrevista muito dura, eu devo dizer … Daí a achar que eles não deveriam ter se reunido, isso é puro marketing . Afinal , quando o dinheiro entrou fácil no bolso de todos ( em especial de Stanley e SImmons) , eles não reclamaram…

    Alexandre

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  11. Vale apenas como registro – a passagem da banda por São Paulo e o ainda-bem-que-morreu programa Muvuca, que eu mal lembrava:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  12. O programa , como bem disse o Eduardo, ” ainda-bem-que-morreu”, beirava o ridículo, aliás como a maior parte das reportagens feitas pela mídia mais tradicional do nosso país . É uma lástima mesmo, mas o programa mais recente da apresentadora consegue ser ainda pior…..

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  13. Ótima análise do disco Psycho Circus.
    Minha faixa favorita é, sem dúvida, “Journey of 1,000 Years”.
    E a ‘menos boa’ é “You Wanted The Best”, mas nada que atrapalhe.
    Agora uma pergunta: onde atualmente encontramos CDs e, se possível, LPs do KISS para vender? Há ainda produção nacional dos discos?

    Um abraço e Rock n’ Roll para todos!

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  14. Rafael, obrigado por comentar conosco , esteja sempre à vontade para por aqui contribuir.
    Interessante a sua predileção por Journey of a 1000 years, também é a minha preferida do álbum, mas sem dúvida é uma escolha inusitada .
    Em relação à compra de cds e Lps do KISS , a coisa complica um pouco se você quer lançamentos nacionais .
    Se você mora em São Paulo, eu indicaria sem pestanejar a galeria do Rock, que já foi assunto aqui do Minuto HM e mesmo com menos lojas, ainda é uma excelente pedida.
    Estive recentemente lá com uma lista de cerca de 7 cds de outras bandas do gênero e achamos todos, embora nenhum deles me parece ser nacional.
    Ás vezes preços de usados em bom estado podem ser uma alternativa, se você não se importa com essa condição.
    Vou procurar fazer uma pesquisa mais apurada e prometo um retorno, mas outros especialistas do blog podem nos ajudar nessa sua dúvida .
    Embora eu duvide que seja possível achar LPs do KISS novos em lançamentos nacionais . Ou você procura pelos importados, ou se arrisca em sebos de vinis antigos .

    Um abraço

    Alexandre Bside

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  15. Obrigado pela resposta, Alexandre.
    Quanto aos discos, eu mencionei sobre os nacionais levando em conta apenas a questão do custo, a “teoria” (?) de que fabricação nacional é mais barato que o importado.
    Mas se a única saída é importado, fazer o quê, né?
    Quanto a “Journey of 1,000 Years”, creio que o motivo da predileção seria o próprio “clima” do ano de 1999, com toda aquela coisa de “bug do milênio”, pane dos computadores, gente que se matou e se flagelava por medo do que fosse acontecer quando o ano terminasse. Até aquele filme “Fim dos Dias” jogava lenha nesse clima.
    Então se tudo acabasse, já teríamos a “trilha” dessa “Farewell ‘Life on Earth’ Tour”. Até o fato de ser a faixa de encerramento do disco, criava um clima meio “A Day In The Life”, onde eu ficava processando e pensando sobre muitas coisas. Mas este clima só funciona se fizermos uma coisa que foi meio morta pela era “baixar mp3”: escutar todo o disco, do início ao fim.
    Um abraço e Rock n’ Roll para todos!

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  16. Muito legal essas suas observações, Rafael. Também acho que a Journey tem um clima de fechamento de álbum, inclusive trazendo uma linha melódica da faixa principal do álbum, Psycho Circus , o que dá um elemento de ligação no álbum.
    A referência a ” A Day in Life” também procede, inclusive por sabermos que Gene era e é um fã de carterinha dos Beatles .
    E também concordo com a idéia de se ouvir os álbuns na íntegra, para tentar entender o conceito como um todo. Entendo, porém, que mais do que o acesso fácil via internet, algo que atrapalha um pouco essa audição ” full” é o fato de com o advento dos cds como formato principal dos álbuns, esses foram ficando com durações maiores que o anterior formato mais utilizado, que era o vinil.
    Assim, ouvir na íntegra albuns com mais de 60 minutos passou a ser até cansativo, independente da qualidade deles .. E a idéia do conceito do álbum inteiro fica muito prejudicado, se não conseguirmos ouví-los em sua totalidade.
    Obrigado mais uma vez pelas contribuições

    Alexandre

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  17. Olá, Kissoal

    Sabem me dizer onde posso achar aqueles shows que não fazem parte da videografia oficial? em particular, procuro o “Palace of Auburn Hills; Detroit; Revenge Tour; 27/11/1992”. Onde posso achar este show, uncut na íntegra, em cd e/ou dvd? grato!

    Obrigado!

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    • Eu já ouvi isso e atesto : Ficou muito ruim,,,,,

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      • B-Side, eu não sabia disso… fui atrás…

        Comercial:

        Pelo que li, ele não fazia toda hora o papel, entrando apenas em algumas cenas, bem específicas e creio que não afetariam o espetáculo em termos das vozes.

        É no mínimo estranho mesmo, mas a participação dele é pequena que dá para entender que foi estrategicamente (marketing) interessante para as 2 partes – o espetáculo, que ganhou uma visibilidade pontual diferente, e para Stanley/Kiss na infinita máquina de aparecer e fazer grana.

        No final, também não gostei do resultado…

        Uma playlist com outros vídeos, aos que forem se aventurar…

        [ ] ‘ s,

        Eduardo.

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        • Eduardo, eu , quando soube da ideia, antes de ver o resultado , achava que poderia dar certo, já que Paul não apresentava os desgastes atuais na voz. Sempre foi uma voz muito afinada e talentosa. Mas, ao ver o resultado, achei que não combinou. Na verdade fiquei até um pouco desapontado. Em suma, eu não recomendo.

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  18. O álbum empolgou mais pela expectativa de ser um lançamento de inéditas com a formação original do que pelas musicas em si.
    Mas acho que pelo menos a música título mereceria fazer parte dos set lists atuais. Destaco além desta, Raise your Glasses (minha preferida e que acho ser a mais próxima do estilo da banda) e Within.
    Fico imaginando a frustração de Peter e Ace com as “regras” restritivas do retorno. Deviam estar mais interessados na grana mesmo. Mas depois a mágoa cobra seus dividendos. Poderiam ter colocado cláusulas contratuais que garantissem maior participação. Na minha opinião faltou entrosamento para que composições convergissem para um álbum do Kiss. Parece mais um “Dynasty Frankstein” para vomitar dólares.
    Lembro na época do lançamento, termos discutido que seria melhor se não tivessem retornado à formação original, principalmente pelo excelente trabalho anterior – Carnival of Souls. A banda poderia ter trilhado caminhos mais interessantes. Claro que não teriam a lucratividade que alcançaram com a Reunion.
    De qualquer forma é mais um álbum razoável da banda.
    Quanto ao show de Interlagos, posso dizer que foi o show da minha vida. Assistir a banda com a formação original acompanhado dos meus melhores amigos não tem preço.

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    • Claudio,
      Sim o show foi o ultimo que assistimos juntos? Ou minha memória está falhando? Foi bem legal, e com um frio característico de SP. Minha escolha tende para o anterior no Monsters em 1994, por causa da fase Revenge, uma das que mais aprecio.
      O caminho de Carnival não seria seguido, as verdinhas falam muito mais alto.
      O disco é razoável, concordo, mas há muitos que apreciam com grande intensidade. O fato de não ser os 4 compondo me incomoda. A coisa soa muito artificial. Nesse ponto, a formação atual está ganhando com sobras. O paralelo com o Dynasty é bem apropriado, ainda mais com o complemento Frankstein, concordo novamente.
      Excelente comentário.

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  19. Nova entrevista com Ace sobre sobre sobre uma “parceria remota” entre ele e Stanley para um cover e um pouco da época da metade dos anos 1990 em diante, bem como de um retorno ao lineup do Kiss (não podia faltar): http://www.blabbermouth.net/news/ace-frehley-on-kiss-reunion-im-not-ruling-it-out/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blabbermouth+%28Blabbermouth.net%27s+Daily+Headlines%29

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  20. Hoje, um pouco mais cedo… estava aproveitando meu domingo escutando o “Underground” um dos álbuns solo do Grahan Bonnet, então resolvi dar uma olhada na fixa técnica do CD, além de figurinhas carimbadas como o baixista Tony Franklin (ex-Blue Murder, The Firm, M.S.G, Coverdale, etc…) e Danny Johnson ( ex-Alcatrazz, Alice Cooper, Thin Lizzy e Black Star Riders) nas guitarras, e tem na bateria um tal de Kevin Valentine.
    Esse nome me soou familiar, mas não me lembrava de onde… então vamos procurar na internet que fica mais fácil. Descubro que e’ o cara que gravou quase todo o Psycho Circus.
    Então quando o assunto e’ Kiss, pra mim o Flavio e o Alexandre são as referencias!!
    Li novamente o post e fiquei pensando, por que esse tal de Valentine? Além disso, essa historia acabou significando, de certa forma, meio desonesta com os fãs da banda. Pois o Psycho Circus foi vendido como o retorno da formação original. E não foi exatamente isso que aconteceu! Se eu fosse um fanático por Kiss me sentiria enganado.
    O que vocês acham disso? De alguma forma se decepcionaram com isso?
    Um abraço a todos.

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    • JP, antes de tudo, uma ótima pauta você trouxe aqui. E sim.decepcionado sempre entendo que vamos ficar, mas no Kiss os exemplos são inúmeros e começam lá em 1976, com a gravação de alguns solos do álbum Destroyer por Dick Wagner, por decisão do então produtor Bob Ezrin.
      O próprio Kevin Valentine já dá as caras no Revenge, em uma ou outra faixa.
      E o Peter Criss já não havia tocado nos dois últimos albuns com ele na banda antes da primeira saída – discos Dynasty e Unmasked.
      Particularmente acho o Psycho Circus um album sem o som tradicional do Kiss clássico e muito por causa disto. Há vários outros músicos no álbum e muito pouco dos recém retornados Ace e Peter.
      Como diria o grande Hetfield:
      Sad but True.
      Um grande abraço
      Alexandre.

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      • Caramba!! Alexandre, ate o Revenge!?!?! Agora a decepção foi minha.
        Bem, olhando pra trás já são quase 20 anos desde seu lançamento. Penso que alguns discos envelhecem bem e ficam ate melhores com o tempo, já outros nem tanto. Pra você Psycho Circus soa diferente hoje? Esta melhor, pior ou não mudou em nada?
        Para terminar, obrigado pela atenção e rápida resposta, um abraço.

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        • Soa pior. Soa artificial demais. E dá mais vergonha. A faixa titulo é um inegável tiro certeiro de Paul Stanley. O resto do álbum não sobreviveu ao teste do tempo, ainda que eu goste de algumas faixas, cujo estilo nada tem relação com a proposta do álbum, como a faixa que finalize, Journey of 1000 Years;

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