Cobertura Minuto HM – Dream Theater no RJ – resenha

Galera do Minuto HM :

Peço desculpas por não ter estado aqui antes, mas somente agora ( as 09.56hs de domingo) consegui me refazer (em ainda assim em parte) do excelente espetáculo musical que pude presenciar ontem.

Chegamos ao show já no inicio da banda de abertura, a Bigelf, que trouxe uma sonoridade mais parecida com bandas de hard rock e progressivo dos anos 70, como Uriah Heep ou Deep Purple,e teve boa receptividade do público, mas não é uma banda para se conhecer no show, visto que as músicas são bem longas (assim como a atração principal), e demandam mais tempo para uma devida análise. Vou então me abster de um comentário maior sobre eles, mas ficou latente a satisfação da banda com a reação carioca. Vamos ao Dream Theater então, começando pelo set list carioca:

A Nightmare To Remember
The Mirror
Lie
A Rite of Passage
Keyboard Solo
Sacrificed Sons
Solitary Shell
In the Name of God
Take the Time

Encore :
The Count of Tuscany

Em relação ao show, o que mais posso dizer? É a terceira turnê seguida que vejo os caras no Rio de Janeiro, e embora os outros shows tenham sido muito bons também, talvez este ainda tenha agradado mais. O estilo e sonoridade mais pesado da banda esteve muito bem representado, desde a faixa de abertura do show (e do novo álbum Black Clouds And Silver Linnings), onde os bumbos duplos de Portnoy são severamente testados, e principalmente com a dupla execução antológica de músicas o álbum Awake, com The Mirror (a favorita da minha filha) e Lie. Me causou também bastante satisfação e até nostalgia ao ouvir estas duas, e quando o vídeo clip de Lie apareceu no telão me fez lembrar de quando eu começei a conhecer esta banda, mais ou menos em 1995, e é esta praticamente a última grande banda que continuei a acompanhar desde então. A banda emenda com o single do último álbum, com a introdução de baixo de John Myung, o músico mais quieto da banda, e de talento igual ou superior aos demais. Novamente a música é acompanhada com entusiasmo por uma platéia que me surprendeu, já que o Citibank Hall estava praticamente lotado, havia provavelmente de 6 a 7 mil pessoas no local. A banda estava em excelente forma, e o que se seguiu foi um solo de Jordan Rudess, que tocou até num iPhone plugado em seu teclado principal. Neste momento um telão traz um desenho de um “mago” para duelar com Rudess num teclado em formato de octógono.

O show segue com duas faixas praticamente gêmeas e que abordam acontecimentos trágicos e marcantes na recente história da humanidade. Sacrificed Sons ( do álbum Octavarium) aborda o 11 de setembro, e as imagens no telão trazem muito mais a reação do povo nova iorquino nas ruas no momento da queda do World Trade Center, do que as imagens mais conhecidas do desastre em si. In the Name of God( do álbum Train of Thought) que faz uma reflexão sobre o excessivo uso de religião com fins destrutivos, também é muito bem acrescida de imagens do incidente ocorrido na Guiana, em 1978, com o suicídio coletivo de mais de 900 pessoas comandadas pelo fanático religioso Jim Jones. Entre as duas faixas,um momento mais sereno e de bastante improvisação, com a execução de Solitary Shell, que é a sexta parte da faixa Six degrees of Inner turbulence, onde Portnoy resolve utilizar suas baquetas e locais inusitados de sua bateria, como estante de pratos, microfones, até chegar na beira do palco e acabar quebrando uma delas no suporte de microfone utilizado por John Petrucci,num momento de bastante interação com a platéia.

O show está acabando, e o que se segue é Take the Time, do álbum que os tirou do ostracismo, Images and Words. A versão é longa e poderosa, com excelente perfomance vocal de Labrie (que esteve em ótima forma) e sobretudo mais um solo inspiradíssimo de John Petrucci (cuja guitarra estava bem mais alta em relaçao aos demais instrumentos). Ao final da canção, Portnoy e Petrucci trocam idéias, e acabam tocando dois pequenos trechos de músicas do Rush, Xanadu e Anthem, o que não parece ter despertado a atenção da platéia, que notoriamente se situava numa faixa etária entre os 18 e 25 anos, e talvez não conhecessem tanto uma das bandas que mais influenciou o Dream Theater. A renovação da platéia carioca apreciadora do gênero é certamente um motivo de satisfação minha, pois quem sabe desta forma garantiriamos uma sobrevida à cidade na rota de shows, certamente o Dream Theater nada tem a reclamar do público presente e do seu entusiasmo.

Por fim e para o bis, mais uma do última álbum, The Count of Tuscany, igualmente recebida com ótima reação do público em seus mais de 20 minutos de duração. A banda se despede com bastante satisfação com o público carioca e promete uma volta, o que é ver pra crer.

Tradicional foto de despedida da banda nos shows - RJ 20/março/2010

Tradicional foto de despedida da banda nos shows - RJ 20/março/2010

Se houver, lá estarei novamente… Enquanto isso, eles seguem para Venezuela onde fazem último show da turnê Sul Americana, e se preparam para os shows com o Iron Maiden em solo norte-americano.

Saudações à todos:

Alexandre Bside



Categorias:Artistas, Cada show é um show..., Curiosidades, Deep Purple, Dream Theater, Músicas, Resenhas, Rush, Setlists, Uriah Heep

5 respostas

  1. B-Side, tomei a liberdade de transformar seu (atenção: pleonasmo vicioso a seguir) ótimo texto / review do show do DT no RJ em post dedicado ao assunto – e você como autor, claro. Coloquei uma foto apenas, para seguir o padrão gráfico que temos no blog.

    Desta vez, perdi o DT, e devo perder o Aerosmith também. Infelizmente, por puro fator financeiro, tive que ficar em casa. Fico feliz, entretanto, em ver que tanto o Chris em SP quanto vc, seu irmão e sua filha se divertiram no show do RJ. Outro ponto que deve ser destacado, como você mesmo disse, é a passagem pela cidade do RJ, que anda meio de fora da rota dos grandes shows.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Oi Bside!!! Muito bom o seu post, assim como o Show deles!!!! Realmente esqueci de comentar no meu post que o Rudess usou um iPhone, conectado ao seu teclado, para tirar um som!

    Em SP tinha muita gente também e o pessoal acompanhou todas as musicas do novo álbum, cantando do começo ao fim!

    Não sei como foi aí no RJ, mas aqui o som não foi tão alto como poderia ser! HEHEHE Como o meu amigo comentou, dava até para conversar!, só com um pouco de esforço!

    No final não resisti e comprei uma camiseta de manga comprida e o Programa, aliás muito bonito e bem feito!

    Abraços!!

    P.S.: tá pintando uma vontade de juntar a graninha para assistir os caras abrindo pro Maiden!!! Só não deixa o dutecnic saber!!!! Hehehe

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  3. Galera,

    Tou também um pouco sumido, mas é por falta de tempo, e espero que vcs me desculpem… Enquanto o famigerado último do Kiss ainda não chega em nossas mãos, devido a problemas e imensos atrasos postais (o que aumenta a expectativa), o nosso post fica em suspenso, mas que virá, virá! Mas o assunto aqui é o DT e tenho que dizer que o review do Ale está perfeito e resume bem o que achei do show. Na verdade este é o meu 3o da banda e talvez o que tenha gostado mais também. Embora o novo álbum ainda não me diga tanto quanto o Awake (meu predileto), Change of Seasons, Train of Thought e o proprio Metropolis Pt2, as musicas deste novo escolhidas para o repertorio carioca mostraram-se em ótima forma e devem ter agradado a todos.
    Num geral o que define bem o show carioca é um repertório bem pesado, principalmente pela inclusão das “Awakianas” Mirror e Lie – dois petardos que considerei os destaques do show (na verdade qualquer “awakiana” seria um destaque para mim). A guitarra de Petrucci em primeiríssimo plano, o que garantiu o apito nos meus ouvidos depois que o show terminou, O leviatã percursivo de Mr. Portnoy, junto com um Labrie cantando tudo que podia garantiram a alegria da galera.
    O show no RJ não estava baixo, acho que estava em grande e barulhento som.
    Cabe aqui ressaltar que Mr. Myung toca para meirelles (não é Rolf?) mas o instrumento ficou lá em baixo(?) na equalização, sendo este um dos pontos fracos que verifiquei. Este foi o meu primeiro show vendo o Mago Jordan Rudess nos teclados e em comparação com o anterior Derek Sherinian, dá para perceber o salto de qualidade que a banda ganha. Novamente o que faltou foi um pouco de volume para perceber melhor os teclados, abafados principalmente na base pela guitarra de Petrucci. Outro ponto fraco que achei foi a morna Solitary Shell que apesar de boa para ouvir em casa ou no carro, não empolga muito no show. Em compensação as ótimas Sacrificed Sons e In The Name Of God mantiveram o peso do show, foram excelentes escolhas. Por falar em empolgação, o desempenho da platéia carioca (elogiado pelas duas bandas) deve garantir a presença do DT novamente no RJ. Além de casa cheia, a platéia canta junto as músicas e participa ativamente do show inteiro, com grande interação com a banda.
    Para finalizar o comentário, a lamentar que Voices/Erotomania não foram tocadas no RJ, mas afinal querer 4 do Awake é demais, não?
    Um excelente show (posso incluí-lo entre os meus 10 mais) de uma banda que continua mantendo a excelente forma desde seu início e nunca brincou em serviço ao vivo.
    Abraços
    Flavio Remote

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  1. Cobertura Minuto HM – Dream Theater no RJ – 05/10/2014 – resenha | Minuto HM

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