Kiss discografia 36a parte – Álbum: Gene Simmons – Asshole

Pagando uma “dívida”, estamos trazendo os posts que abrangem os dois álbuns-solos dos atuais membros originais do KISS:

A capa do 2o Cd de Gene Simmons

ÁLBUM: ASSHOLE – GENE SIMMONS

  • Lançamento: 08/06/2004
  • Produtor: Gene Simmons
  • Primeiro Single: Firestarter
  • Atingiu o 86o lugar nas paradas.

Faixas:

1- Sweet & Dirty Love  – 3:03 7-  Now That You’re Gone  – 3:20
2- Firestarter – 3:20 8-  Whatever Turns You On – 3:14
3- Weapons of Mass Destruction – 3:44 9-  Dog  – 3:07
4- Waiting For The Morning Light – 3:22 10 – Black Tongue – 4:28
5- Beautiful – 4:04 11 – Carnival Of Souls – 3:26
6- Asshole – 3:19 12 – If I Had A Gun – 2:59
13 – 1.000 Dreams – 3:19

Após a virada do milênio, o KISS havia declarado que não havia pretensão alguma de um novo álbum de estúdio. Certamente o novo panorama da música mundial, invadido e compartilhado digitalmente era e continua sendo o grande fator daquela decisão. O que se viu após o lançamento de PSYCHO CIRCUS em 1998 foi um hiato de álbuns da banda, somente cessado no ano passado.  A banda lançou oficialmente uma musica inédita para a trilha sonora do filme Detroit Rock City em 1999 e mais nada. Os novos lançamentos fonográficos desde então se revezaram entre álbuns ao vivo e coletâneas. Mas tanto Gene Simmons quanto Paul Stanley acabaram por trazer álbuns-solos com material neste período, a começar pelo linguarudo.  Em 2004, Gene aproveita o início do ano e prepara seu álbum, antes de embarcar com a banda pela Rock the Nation tour.  O álbum é chamado inicialmente de Firestarter, faixa-cover da banda Prodigy, cuja versão original atingiu o primeiro lugar nas paradas européias em 1997. Gene acaba trocando o nome para Dog, outra faixa do álbum, mas por fim opta por Asshole, por entender que a controvérsia desta escolha teria melhor repercussão comercial e seria mais adequada à sua própria e também controvertida personalidade.

Gene Simmons traz um cd nada ortodoxo

Assim como em seu álbum solo de 1978, Gene procura se cercar de algumas participações famosas, ainda que na fase de composição. Desta forma, o álbum contém uma parceria com Bob Dylan (Waiting For The Morning Light, que foi feita em 1992) e outra com Frank Zappa (Black Tongue), parceria esta post-mortem (Zappa havia falecido em 1993 e alguns de seus vocais e riffs são usados na música, que começa com Frank Zappa dizendo ‘Alright kids, here’s a real rock ‘n’ roll song). Outros participantes ilustres são os guitarristas Dave Navarro (Jane’s Addiction e Red Hot Chili Peppers) no single Firestarter e o filho de Frank Zappa, Dweezil Zappa, que faz a maior parte dos solos de Black Tongue  além dos ex-membros do KISS, Bruce Kulick e Eric Singer, que participaram de duas faixas, Sweet & Dirty Love e  Weapons of Mass Destruction . A então constituída “família”  Simmons também contribue com alguns backing-vocals, tanto seus filhos Nick ( na faixa Carnival of Souls) e Sophie ( em Now That You’re Gone, parceria de Simmons com Bob Kulick datada de 1977), quanto a companheira Shannon em Whatever Turns You On. Outro guitarrista renomado, Ritchie Kotzen (Poison, Mr. Big) toca nas faixas Black Tongue e Carnival of Souls.

O Encarte do cd traz Gene tipicamente numa figura de cafetão.

Para o álbum, Gene traz algumas músicas não aproveitadas de álbuns do KISS: Weapons of Mass Destruction foi composta na época do álbum PSYCHO CIRCUS, mas que não se encaixou na temática do álbum de retorno da formação original do KISS. Já Carnival of Souls foi composta com Scott Van Zen durante as gravações de REVENGE e acabou por se tornar o título do álbum seguinte do KISS, mas não entrou em nenhum dos dois álbuns. A faixa inicial, Sweet & Dirty Love, foi composta antes de PSYCHO CIRCUS, e também não se tornou uma música da banda.

Outras músicas são feitas com a parceria de artistas de sua gravadora, a Simmons Records, como Dog e If I Had a Gun , que Gene compôs com Bag (primeiro artista solo novo a assinar com Gene mas que não obteve qualquer repercussão em sua  gravadora) e a faixa título Asshole, composta pela banda Norueguesa Shirley’s Temple e regravada por Gene.A faixa Beautiful foi gravada pela banda Kitty Gordon em seu Ep Somebody Beautiful de 1999 e também no álbum Weather, e também regravada pelo linguarudo. Para fechamento do álbum a música 1,000 Dreams que originalmente era uma canção country em homenagem a Shania Twain e The Dixie Chics, traz a idéia de Gene para conexão com o seu primeiro solo, onde o final também termina com vocal em falsete de Simmons. O álbum não obteve qualquer repercussão, ainda que trouxesse não só um nome bastante polêmico, quanto também uma capa bastante audaciosa. No Japão, a versão traz duas faixas-extras : You’re My Reason For Living ( composta para o álbum REVENGE) e Everybody Knows. Um vídeo clip foi feito para a música Firestarter, mas Gene acabou não excursionando com o álbum e até o presente momento não se sabe de qualquer execução de alguma dessas faixas ao vivo.

N.R.: O que dizer do segundo álbum-solo de Gene Simmons? Aí está uma tarefa árdua… Acho que eu (Bside) posso trazer antes de tudo uma experiência pessoal que serve bem para explicar o álbum… Já sabia do seu lançamento e em um fim de semana estava distante de minha residência, acabei adquirindo o cd num Shopping. Ansioso para ouvir algo inédito de alguém do KISS após cinco anos, entrei no meu carro e o coloquei para tocar no cd player na ordem em que o mesmo de dispõe: A primeira faixa- Sweet & Dirty Love- é muito boa, fiquei muito feliz de ouvir algo que me lembrava a banda em seus bons momentos, ainda mais trazendo Kulick e Singer tocando com Gene. Começa a tocar Firestarter, e ainda assim tento entender o propósito da aposta, seria algo mais moderno que buscava talvez o mercado e fazer o álbum ter sucesso, e mesmo sem gostar muito da música, tenho de reconhecer que ela é melhor nesta versão do que na original do Prodigy, só a voz de Gene já faz uma diferença bem razoável. Estou no caminho de casa e a terceira faixa (Weapons of Mass Destruction) começa a tocar. Não fiquei completamente “apaixonado” pela música, mas há de reconhcer que a mesma é uma sonora pancada, muito bem recheada pelos solos de Bruce Kulick, em sua derradeira participação no álbum. As músicas se seguem praticamente sem intervalos entre elas, e o que se seguiu foi um susto, eu sinceramente achei que o cd player tinha pulado pro rádio e estava ouvindo uma daquelas horrorosas faixas eletrônicas da programação de alguma estação… Não, era a quarta faixa, Waiting For The Morning Light… Vem a quinta faixa, e o martírio continua… A faixa título abriria com perfeição o seriado da TV Globo, Malhação, quem tiver curiosidade, procure no youtube ou em outro meio digital…  Os teclados eletrônicos e os backings vocals deprimentes se seguem durante o restante do álbum, e só se salvam alguns momentos, como um ótimo solo de Kotzen na razoável Carnival of Souls. O clip de Firestarter não é digno de um comentário sequer, preferimos deixar para alguém que entenda de clips de raps americanos…  Voltando ao álbum, pudemos perceber depois de outras audições que no meio daqueles arranjos horrorosos talvez alguma das demais músicas até se salvassem, como a já citada Waiting For The Morning Light.

Um arranjo de violão e voz lembraria alguma coisa do primeiro álbum solo de Gene no KISS, aquele de 1978, que traz músicas inusitadas para o que se espera de Simmons, mas pelo menos mostram alguma coisa que faz a conexão do baixista com uma das suas influências primordiais, os Beatles.  E aí vem a conclusão mais adequada que podemos afirmar do álbum. Gene surpreendeu no primeiro álbum-solo e achou necessário repetir a dose aqui. Só que exagerou ainda mais que no anterior, pois ASSHOLE é uma “salada” com muitos ingredientes indigestos e uma ou outra “folha” que mereça alguma apreciação. Não se pode, definitivamente, levá-lo a sério. Não recomendamos nem ao mais ardoroso fã da banda.

Alexandre B-side e Flávio Remote



Categorias:Curiosidades, Discografias, Kiss, Resenhas

8 respostas

  1. Hoje pela manhã, ainda meio “bêbado” de sono, peguei meu iPod touch para dar uma olhada nos e-mails, Twitter e Minuto HM, como costumo fazer todas as manhãs…

    Quando o aplicativo do WordPress acabou de ser atualizado com os últimos conteúdos de post, sinceramente achei que tinha dado algum problema, pois vi que os posts mais recentes eram “Kiss discografia xyz”…

    Com sono, minha cabeça não processou a mensagem e achei que o negócio estava trazendo posts antigos… cheguei a atualizar novamente e “nada”…

    Foi aí que me atentei que tínhamos DOIS novos posts da “mais-do-que-excelente” discografia do Kiss… mais duas partes que fazem do Minuto HM algo excelente…

    Dívidas mais do que pagas, B-Side e Remote…

    Sobre o disco em questão, não conheço, para ser sincero. E pelo que li, parece que não devo ir atrás mesmo… e como confio demais na opinião de vocês (fui “teimoso” quando tentei ver o filme deles e não aguentei 15 minutos), não devo me esforçar para tal…

    Parabéns é pouco para mais um post desta discografia únicas…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Eduardo, não precisa se dar ao trabalho de ouvir o álbum inteiro, mas pra você ter uma idéia da ” salada ” que ele é , veja o vídeo acima, e procure ao menos outras duas músicas no youtube, posso citar a Waiting for the morning light e a faixa título. Vendo e ouvindo essas(ou pelo menos um trecho de cada ) você certamente vai ter uma noção do que é um álbum sem noção ( perdoe-me o trocadilho). Depois, se quiser ouvir algo que valha à pena, pega a primeira, Sweet & Dirt Love, pode ouvir tranquilo…

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  3. [ ] ‘s,

    Eduardo.

    Curtir

Trackbacks

  1. Kiss discografia 37a parte – Álbum: Paul Stanley – Live To Win « Minuto HM

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