Por Guilherme Wolf
Não é fácil gostar de Rock e Heavy Metal no RJ. Quem ainda tenta acompanhar algum show no Brasil (e nunca rolaram tantos como agora), percebe que o antigo eixo SP-RJ mudou para SP-Sul, provavelmente pela falta de público típica daqui para eventos do tipo.
Sendo assim, é difícil deixar passar a chance de ir a um show legal quando resolvem marcar um por aqui. A bola da vez era o guitarrista dispensa-apresentações Jeff Beck, ex-Yardbirds.
Em paralelo, imagino que o leitor (e o resto do Brasil) saiba que está rolando no RJ uma espécie de mini-guerra. Nada fora do cotidiano, é claro, mas de vez em quando um carro entra em combustão espontaneamente causada por um traficante. Coisas rotineiras, como disse.
Como acho que a pior coisa possível numa situação como essa é parar a sua vida, e também porque o ingresso já estava comprado há mais de um mês, lá fui eu ver mais uma lenda viva no Vivo Rio, a segunda desde o B. B. King em março.
A casa (que é pequena) estava semi-vazia, o que é natural em plena noite de quarta feira violenta no RJ, mas Jeff Beck pareceu não se importar muito com isso quando entrou, já que esbanjou simpatia durante todo o show. O mais interessante foi ele ter mostrado essa simpatia toda não com palavras, já que passou pouco tempo perto de um microfone, mas com o jeito que sorria o tempo todo para a platéia.
Contando com uma bela banda de apoio composta de um baterista, tecladista e uma baixista (que ainda segurou a onda no vocal durante o cover de Rollin’ and Tumblin’), todos excelentes e carismáticos. Ok, o tecladista não apareceu muito, mas cumpriu o papel também. Um ótimo show que passou extremamente rápido nas suas quase 2 horas, mesmo sendo, basicamente, instrumental. Não é à toa que o cara está no mesmo saco de Jimmy Pages, Eric Claptons e Jimi Hendrixes da vida. Senti falta do clássico cover do Stevie Wonder, Cause We’ve Ended As Lovers, mas tava difícil achar defeito, pois tivemos direito até a um cover da ária Nessun Dorma, que, curiosamente, me fez lembrar do cover do Manowar, e não da versão mais famosa do Pavarotti. Deve ser o tanto de metal que tenho no coração. 🙂
No final das contas, uma conclusão: os dedos de Jeff Beck valem mesmo os 10 milhões do seguro que ele fez.
Setlist:
Plan B
Stratus (Billy Cobham cover)
Led Boots
Corpus Christi
Hammerhead
Mna Na Eireann
Bass solo
People Get Ready (Curtis Mayfield cover)
You Never Know
Rollin’ & Tumblin'(Muddy Waters cover)
Big Block
Over The Rainbow
Blast From The East
Angels
Dirty Mind
Brush With The Blues
A Day In The Life (The Beatles cover)
Encore:
Higher
How High
Nessun Dorma
Guilherme Viana
Categorias:Artistas, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, Discografias, Músicas, Off-topic / Misc, Resenhas, Setlists, The Beatles
Guilherme,
Gostei muito da resenha, deu para perceber que o mestre Jeff Beck continua em forma. Fiquei impressionado com o DVD Jeff Beck – Performing This Week… Live At Ronnie Scott´s que tambem contem uma versão maravilhosa desta mesma musica (A day in life) e mais outras, algumas que não estão neste set list que você listou do show do RJ. Não conheco todo este repertório, mas como você coloca, o show deve ter valido a pena. Vi que daquele DVD, a banda de apoio mudou totalmente, e notei que ele gosta de uma baixista (mulher) para acompanha-lo, já que no DVD era a Tal Wikenfield e neste show pelo que vi a banda foi Narada Michal Walden (bateria), Jason Rebello (teclado) e Rhonda Smith (baixo e vocais). Não deu para perceber se a tal Rhonda Smith é realmente isso tudo, mas a Tal Wikenfield (do DVD) toca para Meirelles (parafraseando o mestre Rolf). Então enfim, que pena eu não ter ido a este show e recomendo a todos e a você (se vc ainda não tem ou viu) o DVD Jeff Beck – Performing This Week… Live At Ronnie Scott´s (2007) – sugiro que adquiram. Aliás por falar em Baixista, sugiro a audição do solo em Cause We’ve Ended As Lovers, que juntamente com as participações de Joss Stone e Eric Clapton são os destaques daquele DVD.
Segue o link no Youtube:
Abraços
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Remote, que comentário excelente, aliás, que pleonasmo isso que estou falando…
Gostei demais do link e tenho que concordar que também gostei mais da baixista do seu link, apesar de serem duas mulheres de muito talento – de maneira alguma tiro o mérito da atual baixista do grupo, que também curti. As duas mostraram muita carisma e presença, além de tudo. Muito legal!
Fiquei bastante interessado no DVD. Vou atrás. Além de “nos atender”, entendo que deva ser uma ótima opção para “deixar rolando” quando, por exemplo, estamos com uma visita em casa…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Eduardo e Guilherme
O Dvd vale, já havia dito, tem algumas oscilações, num geral são alguns classicos de outros artistas revisitados, no caso desta musica – Stevie Wonder (outro gênio) – deixar rolando ou mesmo com aquele 12 years, funciona muito bem – engraçado é ver Eduardo, que você apreciou – comigo foi um click imediato. A Tal Wikenfeld me chamou tambem mais atenção do que a Rhonda, mas há realmente uma clara diferença de estilos, e inclusive a performance “fisica” das duas é bem diferente. Enquanto a Rhonda estraçalha no slap (que tb não é muito a minha praia),no fim usa um distortion e esbanja simpatia e performance “pra frente”, a australiana Tal, esbanja técnica nos dedos mesmo, sem muito efeito, com uma clara influencia jazzistica e tem performance mais contida, mas extremamente agradável. Em resumo é o que vcs já falaram: O Jeff Beck não é bobo e chamou quem conhece. A Tal Wikenfeld lançou um album solo, e aí é jazz na veia – se estiverem afim de apreciar tambem vale, mas ressalto que é jazz mesmo. O album se chama Transformation, vou deixar mais um link ai:
Abraços e obrigado pelas palavras
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Remote, eu gosto bastante desse tipo de som… tem dia que gosto de chegar em casa, preparar um 12 years ou algo do tipo, ligar o home, ligar o DVD ou blu-ray e curtir um bom show desse tipo… um dos meus favoritos para este “momento relax” é pegar algo do Satriani e ficar delirando com aquela maluquice toda…
Já estou providenciando a dica dada aí do DVD, especialmente para momentos como este.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Guilherme :
Eu preciso lhe dar os parabéns por gostar de Heavy Metal e morar no Rio de Janeiro!
Preciso lhe dar mais parabéns ainda, por ter ido a este show no estado de sítio que nos encontramos, agora sim, posso dizer,você é um herói!!
E por fim lhe dar mais um parabéns, este o mais merecido, por trazer esta brilhante resenha, muito bem acrescentada do link com a versão de uma das melhores músicas dos Beatles, na minha opnião, na versão magnífica deste maravilhoso guitarrista.
Saudações
Alexandre Bside
P.S : Aliás, o link com o solo de baixo que o Remote trouxe também é espetacular!!
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Realmente, show de rock e heavy metal aqui no Rio tá virando coisa rara e quando tem um evento assim, mesmo com as adversidades, a gente tem a obrigação de prestigiar.
O show foi realmente sensacional, o cara “fala” com a guitarra, sem precisar tocar 50 notas na velocidade da luz pra provar que é um guitarrista incrível!!
Eu, que particularmente não sou muito fã destes shows instrumentais, tive uma surpresa muito positiva!
E sobre a baixista, fico muito feliz qdo vejo uma mulher numa banda e ainda por cima excelente instrumentista.
Aqui o vídeo do solo de baixo:
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E sempre tem um que tem que gritar um “gostosa”… como se ela fosse entender… bom, deixa para lá… sobre o solo, uma beleza, muito bom mesmo… melhor ainda se eu estivesse vendo ao-vivo, com um copo de algum whiskey 12 anos para cima em mãos…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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O solo foi muito bom tecnicamente, muita técnica de slap ( não é do estilo que mais me agrada, contudo). A baixista demonstrou muito carisma mesmo, deve ter agregado em muito no show todo.
Numa inevitável comparação, ocntudo, gostei mas do solo da baixista anterior, Tal Wikenfield.
Mas Beck realmente sabe como enriquecer seu show com instrumentistas de qualidade, as duas são excelentes.
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Guilherme, primeiramente, seja bem-vindo ao seu primeiro post por aqui, no Minuto HM. Obrigado por dedicar um pouco do seu tempo conosco…
O que falar diferente que os mestres absolutos Remote e B-Side já comentaram acima? Apenas tenho a lamentar, lendo seu excelente post, por não ter ido ao show, nessa atual avalanche de eventos por São Paulo. E sim, parabenizar você, a Suellen e todo o povo do Rio de Janeiro do bem que, no meio de tudo que está acontecendo na cidade que, por fotos, parece mais com o jogo Call Of Duty, ter levado a bandeira do rock e metal adiante em uma noite que deve ter sido fantástica.
O que falar de A Day In The Life, que tive o prazer de ouvir na voz de Paul McCartney por 3 vezes este mês? É sempre muito bom ter artistas super talentosos homenageando DEUSES que estiveram ou ainda estão conosco… toda banda de hoje, direta ou indiretamente, bebeu da fonte dos Beatles. E ver A Day In The Life sendo executada novamente em nosso país, ainda que em versão própria, é demais.
Que, no jornal a ser publicado em breve, a gente leia por notícias melhores por aí…
(…)
“The English army had just won the war
A crowd of people turned away
But I just had to look
Having read the book”
(…)
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Eu já conhecia o Live At Ronnie Scott’s, já que tenho tanto o DVD quanto o CD. O DVD é bem melhor porque o setlist é mais longo, já que o CD é simples.
É difícil não reparar na baixista do Ronnie, já que ela é uma loirinha de uns 20 anos com cara de criança e toda simpática e sorridente. As duas são excelentes, mas a do show do RJ cantava, tb.
Eu peço desculpas pela resenha curta, já que eu não fui pro show pensando em escrever sobre ele (foi uma idéia posterior da Suellen e do Eduardo). As próximas serão mais caprichadas, prometo! 🙂
Agradeço os comentários, galera, e com certeza seguraremos a bandeira do rock e heavy metal aqui no RJ!
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Guilherme,
O post em hipótese alguma, na minha opinião, precisa necessariamente ser “longa-metragem”. O desejável é que ele tenha qualidade, e no seu post sem dúvida isso salta aos olhos.
Aliás, também não achei curto, achei na medida certa, eu às vezes exagero no tamanho das minhas contribuições, tenho convicção que isso pode ser tornar cansativo.
Que seus próximos posts sejam tão bons quanto esse, com certeza todos estamos aguardando!
Alexandre Bside
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Guilherme, o B-Side falou tudo: o fato de ser longo não significa que é melhor… aliás, o seu review traz bem o espírito da coisa, pois é muito bom.
Agora, B-Side, perdoe-me ao discordar sobre o tamanho dos seus reviews tornarem as contribuições cansativas: eu discordo fortemente… para mim e tenho certeza que para a galera em geral, a riqueza de detalhes trazida por você, seu irmão, Rolf, etc. são muito fora da curva, no ótimo sentido… e espero que assim continuem… é um prazer ler o que vocês escrevem. Eu procuro ler e DEVORAR o que vocês falam, pois é sempre uma aula. Assim, por favor, nunca mais fale isso… hahahaha.
Acho que cada situação é uma situação. As vezes, é necessário enriquecer o material com o máximo de detalhes. As vezes, a capacidade de síntese fica mais interessante. Mas no seu caso, B-Side, você “sintetiza as coisas em detalhes” (hein?), o que faz toda a diferença…
E eu tenho esse “problema” também, como vocês podem ver… falo demais… hahahaha.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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É Eduardo…menos , né …
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Está rolando AGORA na TV:
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Robert Plant presente na platéia? Que legal…
A propósito, estou assistindo tomando uma caprichada dose de Black Label!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Chamou “um tal” de Eric Clapton para o palco… que demais…
The Yardbirds…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Tomei muito whiskey ou essa segunda do BIS com Clapton lembra Whole Lotta Love?
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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É a tal you need love do Willie Dixon (originalmente) – ta na lista dos plagios do Zep do post. Ainda prefiro a Whole Lotta Love mesmo – a versão do zep é imbativel.
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Então fica claro que eu bebi ao ponto de não lembrar disso… hehehehe…
Dica do dia: se beber, não faça posts / comentários. Hehehehe.
Mas realmente para com a do Zep, para eu ter lembrado novamente… e a do Led é mesmo imbatível!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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