Desconstruindo Gimme Shelter e Helter Skelter

Por Leandro

Pessoal, post rápido mas obrigatório para os amantes do bom rock n’ roll e músicos em geral. O site Dangerous Minds em duas matérias “desconstrói” Gimme Shelter dos Rolling Stones e Helter Skelter dos Beatles.

São as duas músicas, com os canais de gravação separados. Os pontos altos para mim são as guitarras de Keith e os vocais de Jagger & Merry Clayton em Gimme Shelter e a guitarra de George Harrison em Helter Skelter.

Para quem viveu em Marte nos últimos 40 anos e não é familiarizado com as músicas, sugiro ouvi-las abaixo antes de acessar os links:

Veja (e ouça) agora as matérias sobre GIMME SHELTER e HELTER SKELTER.


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Nota por Eduardo: aos que gostarem da brincadeira, há também um post já publicado por aqui para ser relembrado: “Desconstruindo” Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Sgt Pepper)



Categorias:Artistas, Curiosidades, Instrumentos, Músicas, Rolling Stones, The Beatles

13 respostas

  1. Impressionante o vocal de Paul, puro rock and roll. Para um cara que canta extremamente bem e afinado, uma gravação totalmente descompromissada com a parte técnica, uma interpretação bem rebelde, para dar o desejado tom a musica. Do outro lado, a vocal Merry Claiton tem uma voz impressionante.

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  2. Eu acho bem legal estes posts “desconstruindo”… vamos lá com minhas

    opiniões após ouvir tudo…

    HELTER SKELTER:

    * Paul McCartney – lead vocal, lead guitar
    * John Lennon – background vocals, 6-string bass, and sound effects (through

    brass instruments)
    * George Harrison – rhythm guitar, sound effects, and background vocals
    * Ringo Starr – drums, spoken word
    * Mal Evans – trumpet

    Personnel per Mark Lewisohn[10] and Alan W. Pollack[13]

    Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Helter_Skelter_%28song%29#Personnel

    – vocal de Paul: ANIMAL é a palavra… a descompromisso com tudo buscando um

    resultado totalmente diferente do que se vê em todos os anos de carreira

    tanto dos Beatles quanto da ainda “futura” carreira solo dele. Além do vocal

    rasgado, destaco também as risadas no meio … é simplesmente uma diversão

    pura do rock and roll…

    – guitar 1: um riff poderoso, hoje em dia podendo até ser considerado

    “simples”, mas totalmente revolucionário na época que foi criado… um novo

    peso… via-se um túnel, escuro no fundo, onde quem pudesse chegar ao final

    descobriria o heavy metal… Tony Iommi atravessou este túnel, mas nesta

    música vê-se a indicação para o caminho…

    – guitar 2: aqui também dando o devido peso com elementos surpreendentes…

    – bass: parece que o termo “ANIMAL” será mesmo o ponto comum por aqui… baixo de 6 cordas tocado por Lennon (!!) ajuda a dar todo o peso desejado… simples para hoje, extremamente surpreendente e maluco para a época. Demais…

    – bateria: aqui sempre o mais “básico” dos Beatles tem que acompanhar a ideia e, apesar de ser o instrumentos menos “empolgante” de todos neste caso, é surpreendente ver Ringo tocando com “mais pegada”…

    Como seria ver os Beatles, todos vivos, com todos os recursos de hoje? Isso

    nunca saberemos ao certo…

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    GIMME SHELTER:

    – vocal: que fantástico… que incrível… tanto Jagger quanto Merry Clayton

    – guitar (Keith, o imortal): espetáculo… uma delícia ouvir isso… rock and roll puro e como ele deve ser … maravilha. Um riff fantástico

    – baixo: simples, porém muito bom de ser ouvido e admirado… muito legal o andamento como um todo…

    – bateria: fechando um andamento delicioso com o baixo, claro, puro rock and roll … Charlie Watts é gênio … gostoso de ficar acompanhando em uma bateria virtual, imaginária… ficar aqui batendo na caixa imaginária e depois atacar o prato que é praticamente a mesa ao meu lado… hahahahaha …

    ______________________________________________________

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Confesso que não sou um fã de Beatles, mas devido a um pedido do Eduardo, eu escutei a musica 2 vezes e depois as partes individuais! Tão pouco sou musico ou manjo da parte “técnica” da música, mas tentei escutar, entender e analisar o material.

    Impressionante que eu consegui escutar vários traços de Sabbath (por exemplo: Tommy Iommi e Gezzer).

    Sei que o estilo musical deles era bem diferente para a época, mas este som em particular, mesmo que algo embrionário, me chamou a atenção pois bem mais tarde, e depois de uma influência a mais seria chamado de HEAVY METAL.

    Eu sei que as musicas que escuto hoje foram diretamente influenciadas pelos Beatles, que praticamente criaram algo que nunca esteve la, não copiaram, não tinham base…. enfim, veio “do nada”

    Recomendo a todos que gostam de um bom Rock e/ou Heavy Metal, pois esse som contém os fundamentos de todos os sons que nós tanto curtimos

    Abraços de talvez um novo fã de Beatles (hehe)
    Renato

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    • Renatinho, fico primeiramente muito feliz em ter participado neste passo-a-passo com você e por você ter aceito este “desafio” mesmo não curtindo a banda… e de uma forma livre de qualquer preconceito…

      O resultado por você escrito por aqui, para mim, é ainda mais legal e bate totalmente com o que conversamos pessoalmente sobre.

      Valeu… fico feliz pois as pessoas tendem a entender “Beatles” apenas como a fase do “yeah, yeah, yeah” e não conhecem a evolução que a banda teve de 1964, 1965 para frente, tendo atingido uma maturidade musical absurda (sem referências) entre 1967-1970.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  4. O post e os links que trazem para as desconstruições das músicas são de alto nível, como tudo que encontramos aqui…
    Em relação aos tracks em separados, algumas coisas chamam atenção:
    Interessante ouvir “vazamentos” de instrumentos nos outros canais, sinal que quase tudo era gravado “live” e com todos juntos… Pode-se ouvir nas duas músicas, que são do tempo das cavernas, com as limitações da época
    Os canais de voz me agradaram muito, seja na voz despojada e altamente rock’n’roll de MacCartney , seja no altíssimo alcance vocal da convidada Merry Clayton. As vozes , tanto de Jagger quanto de Clayton estão bem recheadas de efeitos para dar ambiência, provavelmente reverbers. Já a gravação dos Beatles é “na veia”, sem qualquer efeito, mas traz no mesmo canal algo que sempre achei o máximo na banda : Os vocais em coro, perfeitos e sensacionais…
    A cozinha me passou meio batida, achei os baixos bem discretos, e particularmente não gostei do som do baixo de 6 cordas a cargo de Lennon. As baterias também estão básicas, na essência do que se propunha para as bandas na ocasião…
    As guitarras de Richards trazem uma óbvia influência dos guitarristas de blues, notei muita semelhante com algo do estilo de BBKIng, certamente ele “bebeu” muito deste fonte. Já em Helter Skelter Paul novamente brilha, fazendo um adorável barulho praticamente “esgoelando” os alto-falantes do amplificador, e trazendo a essência do nosso amado heavy-metal.
    Bom, pelo que escrevi acima, deve-se notar que tenho uma predileção muito maior pelo Fab-Four , aliás, Rollings Stones não é exatamente minha praia.
    Acho Helter Skelter histórica , como vários outros exemplos de ineditismos que a carreira dos Beatles sempre pontuou. Eles são responsáveis por quase tudo do que se ouve hoje, verdadeiros precussores de vários estilos!!
    Mas sempre é bom ouvir os sons desconstruidos, mesmo que eles não sejam exatamente dos estilos que mais me agradam, sempre se ouvem vários detalhes super interessantes.

    Alexandre Bside

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    • B-Side, realmente é muito legal essa questão do “vazamento” de canais, mostrando como na época era tudo ao-vivo ali, na hora. Isso só aumenta o respeito e admiração que devemos ter dos Fab Four…

      Permita-me apenas discordar (em uma visão de um cara que não entende nada de teoria musical) sobre a questão do baixo de Lennon que, para a época e para o tipo de som que os Beatles fazia, é realmente algo muito fora da curva, tanto para a discografia dos Beatles quanto para a época em geral… mas, de qualquer forma, respeito demais sua opinião, talvez até mais que a minha própria 🙂

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  5. Eduardo,já seria sem dúvida muito ” fora da curva” a utilização de um baixo de 6 cordas numa canção daquela época, e também “fora da curva” ser o John Lennon a tocá-lo. É evidente que a comparação de Lennon nos Beatles como um baixista de ” ocasião” aos trabalhos executados pelo baixista de ” ofício” Paul McCartney soa muito pouco lisonjeira, e até por que Paul é um gênio que toca tudo que colocarea em suas mãos.
    Mas eu não gostei na verdade foi do som do baixo, acho que faltou sonoridade, apesar de entender que talvez a intenção era que o mesmo fosse agressivo para combinar com a música.
    O que não diminui em absoluto a importância histórica da música e minha apreciação por ela.

    Alexandre Bside

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    • – Vocal: fantástico… com as respiradas para dar tudo… a respiração é sensacional… John Lennon era realmente um gênio que nunca se repetirá por aí…

      – guitarras John e George: o poder do riff… uma das músicas que, depois, viria a ser (mais) reconhecida pela sua importância histórica… uma “pegada” muito rock and roll, guitarras “suja” como raramente vistas em toda o legado Beatles. Nada complexo em termos de estrutura, entretanto, para a época, é algo a ser destacado pelos primeiros indícios da onde o metal viria a consolidar alguns anos depois…

      – bateria: aqui nada a destacar, de verdade… apenas o tradicional “feeling” que Ringo tinha para acompanhar a banda, principalmente McCartney e Lennon.

      – baixo Paul: novamente nada a se destacar aqui, apenas é legal ouvir com a voz de Lennon ao fundo, “vazando”…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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