Review: Rust in Peace Live – 20th Anniversary -> blu-ray autografado

Fala, galera,

pagando uma das minhas dívidas por aqui (nem sei mais quantas eu tenho, com vocês e comigo mesmo), trago para vocês uma pequena resenha por minha autoria sobre o blu-ray Rust In Peace Live, do Megadeth, que é fruto da tour comemorativa do 20º aniversário do lançamento do excelente Rust in Peace (1990 -> 2010).

Aqui no Minuto HM, temos muita desta história contada que, antes de começar a falar do blu-ray, trago como lembrança a todos: o primeiro anúncio que teríamos novo show do Megadeth ; a confirmação do show ; as notícias que o show que a banda traria para o país NÃO seriam iguais aos gringos, comemorativos ao Rust in Peace e que, graças ao Deus Metal, foram depois “desmentidas”, até o dia do show em São Paulo, com 5 posts por aqui, sendo o último destes uma bela resenha por parte do Wagner Megadeth – 1 | 2 | 3 | 4 | 5 (resenha). E após tudo isso, rolou o post sobre o lançamento deste show, aqui.

Então, como vimos neste último link, este show é o da última noite no Hollywood Palladium e tem o especial sabor de ser um dos lugares onde o Megadeth “nasceu”, em meados de 1983. E havia também um lote especial, com encarte autografado por ninguém mais, ninguém menos que Dave Mustaine. Como disse no post, e agora em forma de agradecimento também, o Chris DT me ajudou com a importação deste limitado e raro item (valeu, Chris) e é exatamente este, autografado, que tenho em mãos hoje:

Capa do encarte simples do blu-ray, comum em todas as edições do produto.

Capa do encarte simples do blu-ray, comum em todas as edições do produto.

E aqui sim, o encarte do tradicional tamanho de encartes de CD, devidamente autografado por DAVE MUSTAINE!

E aqui sim, o encarte do tradicional tamanho de encartes de CD, devidamente autografado (próprio punho, a propósito) por DAVE MUSTAINE!

Olha, só pelo autógrafo, eu diria que o blu-ray já vale para mim. Mas vamos ao show…

O palco traz de pano, claro, a imagem da capa do disco de 1990, com o mascotinho criado por Ed Repka. O lugar do show, relativamente pequeno e fechado, está abarrotado, como claramente vocês puderem conferir na própria capa, onde a banda faz questão de deixar a mensagem “sold out” bem destacada e logo no início do show, onde o letreiro da casa é exibido.

Aos gritos de “Megadeth”, Shawn e Dave, respectivamente, invadem o palco e são saudados por Dave Mustaine com os braços levantados, vestindo sua tradicional camisa branca de manga longa – como sabemos, Dave não é de falar muito com o público, vai “direto ao ponto” (assim como este blu-ray é: direto ao ponto, sem muitos detalhes ou frescuragens). Mas, nesta noite, talvez por ser a noite que seria escolhida para o material ao-vivo, Dave está muito mais “carismático” – entra no palco e solta um surpreendente “Good Evening… “You all know why we’re here, right?” para o público. Quem já foi a um show do Megadeth, sabe como isso chega a ser muito estranho…

“Here we go” e o show tem início com o poderosíssimo riff de Holy Wars… The Punishment Due e, junto com ele, a entrada dos outros 2 membros da banda. Dave realmente está sorridente e empolgado com a noite, mais que os outros 3, que também estão bastante a vontade no palco. Mustaine nitidamente dá tudo que tem no vocal de Holy Wars, cantando de maneira muito forte, o que também é surpreendente. Ele está tentando dar tudo mesmo – e, dentro do que conhecemos do vocal dele, ele consegue.

O som do blu-ray é muito bom, está tudo muito bem balanceado e distribuído na opção DTS-HD. Destaque para os bumbos, que estão bastante nítidos e “conversando” bastante com o baixo. Já o show poderia ter sido gravado em Full HD (1080p) – não se vê AQUELA qualidade IMPECÁVEL de imagem como nos blu-rays mais recentes, como do Flight 666 ou ainda do show na França do agora “amigos novamente” MetallicA, o Français Pour Une Nuit. Mesmo assim, claro, a imagem não compromete – é apenas um comentário de quem esperava por Full HD…

O impecável trabalho da banda tem sequência com a clássica Hangar 18, com um delirante público. É ótimo ver Ellefson de volta à banda – e ele parece estar muito feliz. Chris também faz um trabalho excelente, fazendo com que não sintamos falta do ex-guitarrista da banda, Marty Friedman. A galera canta “Megadeth” no intervalo dos solos desta música, algo já universal e praticamente um requerimento básico para a música ter aquela “pegada” ao-vivo.

Take No Prisoners vem na sequência arrebentando tudo, com destaques claros para a performance do batera e de Dave. É realmente impressionante a força e energia que o show chega neste ponto, ainda na terceira faixa. A “paradinha” para o baixo de Ellefson também está presente, como esperada, e é executada com precisão matemática.

Os 3 da frente se alinham para o início de Five Magics, outra executada com maestria, com Chris se destacando bastante com seus meticulosos solos. Aliás, em geral, Dave Mustaine pode se considerar um cara feliz com contar com Chris na banda – o cara sabe respeitar o espaço de todos, faz ótimos backing vocals e é um músico muito preciso. Nesta música, Ellefson também reveza os vocais com Mustaine, fazendo backing vocals muito interessantes.

Falando nele, a intro de Poison Was The Cure tem seu início com Ellefson tomando o papel de frontman de Dave por um tempinho. Mais uma ótima performance geral da banda, com Dave e Ellefson sendo os destaques.

Aí vem Lucretia, outra executada com a esperada precisão desta formação excepcional de hoje de Dave Mustaine e seus companheiros. Tornado of Souls começa e parece um playback, de tão perfeito que Dave entra com seu riff inicial. A galera canta alto o nome da música e Chris se destaca bastante no solo.

Dawn Patrol tem seu início, claro, com Ellefson e Shawn agitando com a galera. Particularmente, acho essa música a mais fraca do Rust in Peace e, para dizer a verdade, não gosto muito dela. Acho ela meio “fora” até em termos técnicos com relação ao restante do trabalho. De qualquer forma, a execução foi praticamente um playback. A volta de Ellefson fez bem ao Megadeth.

Rust In Peace… Polaris tem seu início com o destaque por parte da batera e da guitarra de Dave. A faixa volta a destacar o excelente trabalho que é o disco e esta performance da banda ao-vivo. Um maluco sem camisa, de óculos, invade rapidamente o palco e antes mesmo do segurança conseguir chegar perto, rola o stage diving. A banda nem se abala e Ellefson dá um discreto sorriso… o trabalho de Shawn é sensacional – e haja bumbo duplo…

“And that was Rust In Peace”, diz Mustaine antes de voltar e fazer aquela rápida Reprise da faixa de abertura do disco, já sem sua camisa branca e com direito a agradecimento do Mustaine ao público, informando o fim da tour do 20º aniversário do disco, jogando uma baqueta ao público e informando da gravação do show. Dave aproveita e apresenta a banda, inclusive brincando com Ellefson: “man that needs no introduction”…

É, galera, esse foi o Rust in Peace!

Entrando já nas faixas bônus do show, há muito pouco o que falar, pois são (outros) 6 clássicos da banda, todos tocados com a devida maestria que se viu com a execução das músicas do álbum aniversariante da época. Skin O’ My Teeth é uma dessas excepcionais músicas da banda e foi tocada com a precisão guiada por Dave, com a paradinha, com o riff metálico após ela (paradinha) que ele faz como poucos.

Bom, In My Darkest Hour merece sim um parágrafo exclusivo… que música excelente… é fácil , em minha opinião, uma das melhores da discografia da banda. O “concentrado” Shawn faz um trabalho brilhante atrás das panelas, dando todo o caminho para os outros 3 também se destacarem, enquanto a música dá aquela acelerada do meio para frente. Uma música indispensável quando se fala em Megadeth!

She-Wolf dá suas caras (aí, Wagnão Megadeth – uma de suas prediletas) com mais um show à parte da cozinha da banda, Ellefson e Shawn, regida pelo alucinante pulso direito de Dave.

A música que me apresentou o Megadeth pela primeira vez, Trust, tem seu clássico e lindo início. Chris é o encarregado do riff inicial de guitarra antes de Mustaine voltar ao palco e se juntar aos 3… “My body aches from mistakes, Betrayed by lust, We lied to each other so much, That in nothing we trust”… Dave faz questão de fazer a parte do sussurro: “How could this be happening to me, I’m lying when I say ‘trust me’, I can’t believe this is true, Trust hurts, Why does trust equal suffering, Suffering”. Muito legal mesmo…

Symphony of Destruction. O título da música é o espírito desta performance da banda. Mais uma execução perfeita com o público, como mundialmente é feito, acompanhando com o tradicional “Megadeth, Megadeth”. Atmosfera incrível de uma música também incrível. Destaque também para a parte de iluminação no palco, avermelhada. “Thank you, thank you very much” – um carismático Mostaine vai se despedindo…

E finalmente Peace Sells… outro petardo fechando um setlist fantástico. A linha de baixo e o riff desta música, que lembra bem os tempos de Mustaine ainda com o MetallicA (e esta até o Master of Puppets), fazem qualquer um bater-cabeça automaticamente…  Mustaine deixa a galera cantar o refrão da música…. galera esta que está em êxtase total … “Peeeeeace…. Peeeeeeace Selllsss… BUT WHO’S BUYING?” finaliza este fantástico registro ao-vivo da banda.

Finalizando: um material simples em relação à produção e ao próprio material mesmo (encartes, caixa e acabamento). Mas a simplicidade acaba por aí pois o que realmente interessa está muito, mas muito bom: o som e a performance dos 4 no palco. O blu-ray é um must-have a qualquer fã da banda e de metal. Como costumo falar: “Megadeth? Não tem brincadeira não!”.

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Data do show: 31/março/2010

Local: Hollywood Palladium (Hollywood, CA).

Lineup: Dave Mustaine ; David Ellefson ; Chris Broderick ; Shawn Drover.

Produtores: Mark Adelman, Bob Emmer e Bart Peters.

Dirigido por: Kerry Asmussen.

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TRACKLIST:

Holy Wars… The Punishment Due

Hangar 18

Take No Prisoners

Five Magics

Poison Was The Cure

Lucretia

Tornado Of Souls

Dawn Patrol

Rust In Peace… Polaris

Holy Wars… The Punishment Due (Reprise)

BONUS:

Skin O’ My Teeth

In My Darkest Hour

She-Wolf

Trust

Symphony Of Destruction

Peace Sells

e BEHIND THE SCENES FOOTAGE – como o próprio nome sugere, é basicamente cenas da banda mesmo, nada a acrescentar por aqui…

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Informações técnicas:

ÁUDIO: 5.1 DTS-HD ; Master Audio ; 2.0 Stereo -> em DTS-HD: 48 kHz ; 1.5 Mbps e VC-1 variando na casa dos 24 Mbps.

VÍDEO: 1080i.

Duração: aprox. 90 minutos.

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Até um próximo review!

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Curiosidades, Discografias, Iron Maiden, Megadeth, MetallicA, Resenhas

8 respostas

  1. cada vez mais sou fã do minuto HM, isto vale ouro ,entre as muitas coisas escritas pelo wagner {alias muito bem escritas } , tenho q dizer q foi muito acertada a formaçao da banda para este evento e a escolha do disco . Acho o chris super credenciado a tocar estas musicas e acho q foi o diferencial para ter corrido maravilhosamente bem esta turne ,ele se diz fã e assume as redias de ser um solo a altura da banda .NO meu ver um dos maiores solistas do metal atual e trazendo a alegria do MEGADETH de nos presentear com este show e de quebra nos dar um autografo .Valeu minuto HM…

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    • Marcos Mustaine, agradeço pelas palavras para o Minuto HM e para este meu post, muito obrigado. E concordo com você também quando fala do amigo Wagner Megadeth, um cara muito fã da banda do Mustaine.

      Sobre a banda e esta tour comemorativa do Rust in Peace, seus comentários são excelentes e novamente estou de acordo. Chris não só é um excelente músico, como também parece ser um ótimo parceiro, um ótimo membro da banda – parece ser um cara mais quieto, porém de uma forma interessante, sem que isso afete sua performance ou presença de palco.

      É um baita guitarrista!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Cara muito boa resenha! Parabéns!! Agora falar de Megadeth pra mim é sempre um prazer inenarrável … Nem sei quantos shows já vi, o que sei é que a cada show a banda tem se mostrado mais madura e isso claro graças a mudança de atitude de Dave que após o united abominations tem se concentrado mais seu trabalho sem se preocupar em fazer algo que superasse sua rixa passada e agora esquecida com o Metallica.

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    • Wagnão, obrigado pelas palavras. Também acho que muito do amadurecimento do Megadeth se deve ao próprio amadurecimento do Mustaine.

      Acho esta formação atual excelente, sem dever absolutamente nada para a antiga e Dave voltou a escrever muito bem. Com o lance do Big Four, melhor ainda. A banda vive mesmo um grande momento e aguardemos pelo sucessor do Endgame e uma próxima tour.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  3. Tem alguma informação sobre lançamento em DVD e aqui no Brasil?

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  4. MEGADETH’s DAVE MUSTAINE Teaches You How To Play ‘Symphony Of Destruction’:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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