O Mötley Crüe passou décadas em branco sem vir ao nosso Brasil Varonil e com isso perdemos a oportunidade de ver a banda em sua melhor forma em termos musicais, performance de palco e em termos de “apelo visual” – um pequeno eufemismo do que seria a pose dos caras – mas mesmo lamentando este ponto de não termos tido essa oportunidade passada, o show de ontem, dia 17/maio/2011 no Credicard Hall, foi bem executado pela banda que mesmo tendo feito um show, digamos assim, “burocrático”, com todas as passagens do show executadas de acordo com o que foi ensaiado, sem nenhum “desvio” ou nenhum tipo de surpresa para o público brasileiro tão carente da ausência da banda, fez um show que agradou ao público presente.
Fosse no repertório sem surpresas ou no bis que só teve uma música – Looks That Kill – os cinqüentões (na média, Mick Mars acaba de completar 60 anos) da banda deram seu recado de forma competente – ainda mais com o histórico de drogas da banda. Mick Mars que sofre de uma doença degenerativa eventualmente necessitava se enconstar em uma das partes do palco para poder apoiar as costas e conseguir seguir em frente. No documentário que mostra a reunião da banda pelos empresários, o Mick Mars estava bastante abalado e combalido pelo doença. Estava há um ano sem sair do apartamento dele com essa doença e foi graças ao trabalho dos managers e a dedicação de recuperar a banda na formação original que ontem tivemos essa oportunidade. Ele estava tão abatido pela situação que no primeiro encontro da banda no escritório dos empresários que ele nem foi reconhecido pelo Tommy Lee nesta ocasião. Mesmo tendo estes problemas e com todo o histórico de drogas do passado, a banda estava muito bem – Nikki Sixx, por exemplo, já teve um episódio de overdose de heroína e chegou a ser declarado como clinicamente morto antes de ser ressuscitado por paramédicos a caminho de um hospital em Los Angeles na década de 80.
Buckcherry, a banda de abertura, agradou a maioria do público presente mas a apresentação não nos agradou tanto, apesar da competência geral dos músicos e da qualidade do som da casa. O vocalista, com uma dicção de difícil entendimento, gritava “I love the cocaine”, entre outras coisas… enfim, vamos ao prato principal.
A banda entrou às 23:01 em ponto e terminou o show quase 1h30 depois e foi capaz de manter um astral e uma interação muito positiva com o público. Este por sinal foi um dos pontos altos do show: a interação com o público. Sem dúvida os músicos se esforçaram, dentro do script do show, em buscar uma interação.
Outro ponto alto do show foi o repertório. Bandas que não possuem a necessidade de divulgar material novo em geral são certeiras na confecção de um repertório e com o Mötley ontem não foi diferente – mesmo tendo sido divulgado na imprensa que se tratava de uma turnês do Saints of Los Angeles o repertório primou pela presença dos clássicos.
Tivemos 01h30 só de clássicos bem executados sem nenhuma diferença do formato já executado anteriormente de outras épocas ou das versões de estúdio – mas sem as super-produções “visuais” que costumam aparecer nos shows da banda. Aliado a esse repertório certeiro, tínhamos toda a energia do nosso público que era composto em sua maioria por uma audiência, surpreendentemente, mais nova. Neste ponto, não posso deixar de fazer uma citação direta ao nosso público brasileiro que além de ser uma das maiores referências mundiais em termos de fidelidade e receptividade aos artistas que aportam aqui, compareceu ontem em grande público – mesmo não lotando o Credicard Hall. Somos realmente extremamente calorosos, principalmente quando se trata de uma banda que ficou décadas ausente do nosso circuito.
Pudemos constatar como somos carentes no show do Queen & Paul Rodgers e agora no show do Mötley. O público foi um show a parte. Várias pessoas referenciaram a fase andrógina da banda se vestindo como tal e buscando uma caracterização que fizesse esse tipo de homenagem. Daí, nos demos conta que tal qual bandas como Kiss, por exemplo, o Mötley Crüe deixou uma identidade visual para os fans – mesmo tendo abandonado essa identidade visual há tempos – os fans se mantém fiéis em suas homenagens.
Um dos pontos altos destas “customizações” do público presente no show ontem que pudemos ver e registrar pessoalmente ficou por conta de Dee Dumore que veio como “The Nurse”. Tivemos a oportunidade de conhecê-la na pista VIP e que gentilmente nos deu a oportunidade registrá-la nesse momento único. Todos nós da família do Minuto HM ficamos emocionados ao vermos uma fã caracterizada daquela forma. Em anos de experiência em shows, nunca vimos uma caracterização como aquela. Acho que este exemplo deu o ‘tom” de como o público estava excitado em termos os americanos do Mötley em terra brasilis.
Durante o show, notamos a galera em êxtase e realmente cantando hit por hit da banda, a plenos pulmões. Aproveitamos e cantamos bastante juntos – realmente foi uma noite que simbolizou uma das coisas mais importantes de um show: a confraternização e alegria de dividirmos um tempo juntos apreciando boa (e alta, o som estava ALTO) música.
Setlist BUCKCHERRY
– Dead
– Rescue Me
– All Night Long
– Everything
– Oh My Lord
– It’s A Party
– Next 2 You
– Lit Up
– Slammin’
– Lawless & Lulu
– Sorry
– Crazy BitchSetlist MÖTLEY CRÜE
– Wild Side
– Saints Of Los Angeles
– Live Wire
– Shout At The Devil
– Same O’ Situation
– Primal Scream
– Home Sweet Home
– Don’t Go Away Mad (Just Go Away)
– Mick Mars Solo
– Dr. Feelgood
– Too Young To Fall In Love
– Ten Seconds To Love
– Smokin’ In The Boys Room
– Girls, Girls, Girls
– Kickstart My HeartBis
– Looks That Kill
Abaixo, fiquem com um slideshow de fotos da noite e um vídeo dos nossos “patrocinadores” 🙂
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Rolf e Eduardo.
Categorias:Artistas, Cada show é um show..., Curiosidades, Mötley Crüe, Resenhas, Setlists
O post ficou excelente!!! O show realmente foi muito bom e (principalmente, talvez) muito divertido! A “energia” da galera estava realmente muito legal.
E curtir o bom e velho rock n’ roll com os amigos é uma coisa que não tem preço!
Abraços!
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Sim, mais um juntos, my friend… vira a página aí e anote… acabou a carga da caneta aí ou ainda dá? 🙂
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Eduardo.
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Vocês e essas histórias – e como diz o Eduardo – cada show é um show!
Excelente a resenha!
FR
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Valeu Remote… sim, “cada shown é um show!”
Deixo o crédito (muito) maior ao Rolfístico Personagem, nosso mestre e grande conhecedor da banda e sua história!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Oh, queridos!
Super obrigada pelas palavras! Fui Nurse de 2004 à 2008 em duas bandas cover do Crue em SP e a banda é a minha favorita. Me devia esta homenagem e, de certa forma, a eles também.
Fico feliz de ver como as pessoas curtem essa dedicação, afinal o Crue sempre foi sinônimo de festa!
Bjao!
Dee
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Dee,
Parabens! Muito legal sua dedicação pela banda. Fico muito feliz em ver estas manifestações de fãs por suas bandas favoritas 😀
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Olá novamente, Dee,
nós que agradecemos pela chance dada de registrarmos você e pela sua simpatia e “boa memória” em ter lembrado do Minuto HM, mesmo tendo visto no meio de um show…
Como a Suellen disse, sensacional esta sua dedicação e homenagem.
Continue conosco por aqui, será sempre muito bem-vinda.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Mais um Show com a cobertura do MinutoHM … Parabéns!!!
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Valeu, Chris, muito obrigado… “a gente fazemu o que a gente podemu”…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Parabéns ao Eduardo e ao Rolf pelo ótimo texto e fotos também. A se destacar também na segunda parte da cobertura o video de Doctor Feelgood, que apesar de não estar tão perto do palco, deu uma bela noção do que foi a noite e da empolgação de todos os presentes. Aliás, esta é uma das minhas top 5 da banda, sem sombra de dúvida.
o Minuto Hm está de super parabéns pelas ótimas resenhas de shows que tenho sempre lido aqui, não deve nada a nenhuma outro do gênero, em especial pelo conteúdo que é feito por gente que sabe muito do que está escrevendo.
Alexandre Bside
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B-Side, queria agradecer e valorizar o seu comentário… vindo de você, tenho certeza que posso falar isso pelo Rolf também, é uma verdadeira honra. Sobre o vídeo, acabei de colocá-lo por aqui também, afinal, ainda tem nosso “patrocínio” no final, hehehe. Aproveitei e coloquei o ingresso aqui também, coisa que agora só faço ao final do show (lição aprendida após o fiasco do show cancelado do Maiden no Rio este ano).
Sobre os comentários do blog, saiba que isso é fruto da sua dedicação também, como a do seu irmão, que ajudam a formar os pilares básicos do Minuto HM. Novamente, agradeço e devolvo o elogio!
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Eduardo.
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Rolf e galera, post publicado no Whiplash: http://whiplash.net/materias/news_851/130462-motleycrue.html
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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b-side, muito obrigado pelo seu comentário. Como o Eduardo disse, é uma honra receber um feedback seu. A família minuto hm continua unida, mesmo um fanfarrão como eu ter faltado a um dos maiores eventos aqui do blog
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Acho que o importante aqui é que o Rolf contribuiu com 2 posts em uma única semana: este do Mötley e o lindo texto no post do Dio. Rolf, isso é mais do que especial para o blog! Obrigado!!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Rolf, endosso as palavras do Eduardo, e os futuros podcasts poderão novamente contar com sua presença , fique tranquilo…
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