Cobertura Minuto HM – Paul McCartney no RJ (show 1) – parte 4 – resenha

A expectativa por um show deste porte é sempre especial. Enquanto as meninas Suellen e Jaque tomavam umas, eu, que não bebo cerveja (é verdade), fiquei apenas esperando pelo momento que os telões seriam ligados – a tour era a mesma do ano passado (Up and Coming).

Os telões foram ligados e a hora do show se aproximava. Para quem nunca viu os telões, sei que a emoção começa exatamente ali, com lindas imagens e pequenos vídeos de Liverpool, dos Fab Four tocando ou mesmo em situações cotidianas, além de história de alguns discos, recortes de jornais e revistas, números e coisas da beatlemania.

Além disso, estes 2 telões HD, quando ligados, se expandem verticalmente e ficam com a altura de um prédio de 8 andares. É, estes 2 telões laterais a um maravilhoso palco de 70m de largura x 24m de profundidade são uma combinação perfeita para a lenda que ali pisa por cerca de 3 horas para um público de 45 mil privilegiados, acompanhado de formidáveis músicos e 80 toneladas (!) de equipamentos. Sem contar, ainda, o telão do palco, também HD e igualmente maravilhoso.

Aliás, preparem-se mesmo para uma sequência de adjetivos que retratam a grandeza de um evento histórico como este. Ooops, grandeza e histórico… 🙂

As imagens / vídeos dos telões passam (digo passam pois foi a 4ª vez que vi) por um tempo relativamente grande antes do show (é um pré-show, já faz parte mesmo do espetáculo e de trazer o público para o clima de tudo) acompanhados de uma trilha sonora remixada de músicas da carreira solo de Macca, fase Wings e, claro, Beatles. E quando você acha que Get Back ou mesmo a indicativa The End seria a última antes do início do show, muitos se surpreendem com o reinício de tudo – os telões voltam a mostrar as primeiras imagens. Confesso que adoro este clima pré-show, mas acho que não há necessidade destas repetições – que, desta segunda vez, não vai até o final.

As 21h40, 1o minutos de “atraso”, os telões se apagam. Tudo se apaga.

Diferente da grande maioria dos artistas, onde normalmente as bandas entram no palco e já tocam, ali é diferente. A banda ganha o palco e Paul é bombardeado com gritos, choro e uma emoção única dos presentes. O show ainda nem começou e quase todos já estão em prantos. Ver um beatle tão próximo, tão… tão ali, na sua frente, não é normal. Ele não toca nenhum acorde. Ninguém toca nada.

É o momento de aguardar pelos primeiros acordes e ver qual música seria a abertura: Venus & Mars, Magical Mystery Tour ou a escolha mais recente da banda para shows únicos em cidades ou para o primeiro show quando se tem mais de um agendadado:  Hello, Goodbye – grande aposta de todos.

E é com esta clássica música dos Beatles do disco Magical Mystery Tour, de 1966, que tudo começa. Que alegria. O eco da galera cantando junto é grande – coisa que se repetiu em praticamente todas as músicas. Era muito bom cantar e ouvir a galera das arquibancadas e pistas cantando e todo aquele eco, tudo muito bonito e alto. Paul está com seu “principal” instrumento, o baixo que tanto vimos ao longos das últimas décadas.

A emenda é com Jet, clássico que chega e acaba por levantar o último que ainda não tinha dado um pulo ao mínimo (sei lá quem!), em uma das mais felizes obra de Macca fora dos Beatles. Os “jets” invadem a tela enquanto a banda desfila este esperado clássico, nesta esperado momento do show. No telão, os aviões escrevem o nome da música também, com sua fumaça…

Paul conta até 3 para a banda e… a terceira obra-prima, também esperada para o show e exatamente neste momento, é simplesmente All My Loving, dos Beatles, do With The Beatles, de 1963. O que dizer? Não há o que dizer, apenas chorar. Aqui meu choro se intensificou bastante, mais do que antes. Eu esperava, eu sabia, mas não contive as lágrimas. E ela passa tão rápido em mais uma performance fantástica, histórica, enfim… no final desta música, Paul começa a olhar para o chão, para seus papéizinhos com anotações em Português, que ele usou e abusou durante o show de forma muito respeitosa com o público.

Letting Go chegou e deu uma acalmada naquela emoção anterior, mesmo sendo uma ótima música… mas serviu para que eu voltasse a entender o que estava se passando e voltasse a cantar! Afinal, sua emenda seria com nada mais, nada menos, do que a primeira música que vi lá em 1993, e que não estava certo se tocaria… os carros aparecem no telão enquanto eu tento me concentrar em não chorar para a chegada de um dos discos que eu mais gosto (talvez o que eu mais goste mesmo), Rubber Soul, com o clássico Drive My Car. Mais um trabalho brilhante de todos da banda, com o solo feito de maneira impecável. Paul parece estar apenas “esquentando” ainda, começando a curtir ainda mais estar ali, pois dá seus tradicionais pulinhos durante a música.

Paul agradece o público brasileiro e diz “Let’s Sing The Changes”, já sem o terno azul, apenas com o suspensório em mais uma música perfeitamente executada – música esta muito linda, por sinal. A galera volta a ajudar a deixar tudo aqui ainda mais espetacular ajudand com o “ô, ô, ô, ô” do refrão. Que coisa maravilhosa. Paul diz “thank you, obrigado” e a banda parte para a próxima que é uma das minhas prediletas da carreira fora dos Beatles de Macca: Let Me Roll It.

Ouvi a exaustão o disco Paul Is Live, onde esta faixa, a segunda,  sempre foi uma das favoritas. E com o público cantando “We Love You, yeah, yeah, yeah” e Paul, desta vez com uma guitarra em suas mágicas mãos, faz sua contagem até 4 sozinho, como se fosse um garoto se acostumando a “entrar” certinho no tempo da música, que se inicia, para minha alegria. Adoro aquele riff. Paul mostra a palma de sua mão, assim como eu também faço a mesma coisa para as meninas ao meu lado. Como é incrível ouvir algo assim, algo que tanto ouvi em casa, no carro, no metrô, no ônibus, enfim, e ali estava Paul McCartney… uma passagem da própria música mostra como é impossível dizer o que sento neste momento: “I Can’t Tell You How I Feel, My Heart Is Like A Wheel”…

Não há espaço neste setlist para descansos mesmo. Paul e banda executam a faixa com a característica competência e é o momento que Paul se dirige a outro clássico e emocionante instrumento: o piano. “Fantastic, great audience, we knew it would be great”. Sim, Paul se dirige ao público da noite com sua peculiar educação de Sir, de um lorde britânico, e após a tradicional intro, “The Long And Winding Road”, uma das músicas mais linda da história da música, é iniciada. Como não chorar neste momento? A maioria das pessoas levantam as mãos, os celulares, as câmeras, as filmadoras, os isqueiros, a cerveja, qualquer coisa que estão em mãos. Eu levanto as minhas para meu rosto. Não consigo assistir normalmente esta música. Estou apoiado na grade, inconsolável. Essa música mexe demais comigo em especial, ela me diz muito e sempre foi muito especial em minha vida. Ela me faz lembrar da minha infância, do meu pai, de tantos momentos. A letra fala comigo “Many times I’ve been alone… And many times I’ve cried… Any way you’ll never know… The many ways I’ve tried”… o choro se intensifica quando ele dispara “Lead me to your door”… enfim, um dos melhores momentos para mim. O próprio Paul parece se sentir diferente nesta música. Vai saber… estou viajando aqui. Ou não, com os corações que ele faz com os braços ao final dela. Choro escrevendo isso…

A chegada de uma música do Wings é apropriada para uma tentativa de recuperação emocional. Nineteen Hundred and Eighty-Five aporta, com seu empolgante início. Sair da anterior para esta é um choque, por esta atual ter uma natureza musical mais alegre, mais divertida. É outra atmosfera. Me recupero a tempo de cantá-la e curtir a ótima performance de Paul no piano e os “uuuuhhhh, uhhhss”. Paul levanta do piano e dança com o público ao final da música, mexendo em seu clássico suspensório. Ele ri, ele se diverte. É muito, é muito bom…

“Iiiirrra e agradece o público, repetindo Rio, Rio, Rio…” para uma outra música que me faz voltar ao tempo. A ingênua Let ‘Em In, tanto tocada em rádios como Antena 1 e Alpha FM, se inicia. Impossível não lembrar dos churrascos, das pizzas, dos carros e tudo mais com minha família, já que, intencionalmente ou não, devo ter ouvido esta música em algum número tendendo ao infinito. Aproveito para me divertir, chorando e rindo, batendo virtualmente na porta e tocando a campainha. As vezes no ar, as vezes nas coitadas da Suellen e da Jaque. Hahaha. Destaco aqui o trabalho de backing vocals da banda que, aliás, não só nesta música, mas em todas necessárias, mostraram competência como poucas formações que Paul já tocou pós-Beatles. O assobio “playback” não impede Paul de assobiar de verdade, mesmo não sendo o som que ouvimos, o que nada importa. Paul sai do piano e volta a agradecer o público (haja carisma, haja humildade) e, com um bom Sir que é, desce as escadas com aos mãos no bolso, como um garoto tímido de Liverpool que acaba de aprontar uma “arte” das boas… o público acena de maneira contagiante de volta a ele.

Mas como nem tudo é fácil na vida, que tal mais uma sequência tripla de petardos dos Beatles? Agora com o violão, Paul desfere o riff inicial de “I’ve Just Seen a Face”, acompanhando por um público que canta MUITO ALTO tal clássico do disco Help! Hora de chorar mais… não tem jeito de segurar. Simplesmente não tem… choro novamente escrevendo por aqui, como uma criança. “Uhul” é o grito que termina mais este clássico de 1965 dando passagem para um som do A Hard Day’s Night, do ano anterior. Uma gritaria ensurdecedora do público é feita e Paul agradece o público, dizendo que ama o país, esta terra, esta cidade do Rio, dizendo que a gente ama música, eles amam música, então a combinação não poderia ser melhor. Todos se amam. A público volta a responder a Paul: “We Love You, yeah, yeah, yeah”. É de arrepiar os pelos que já cairam há semanas do corpo. É de arrepiar seres inanimados. É de outro mundo. Paul responde de volta: “We Love You, yeah, yeah, yeah”. Que isso…

And I Love Her… ah, And I Love Her, mais uma vez com Paul no violão. Mais uma repetição do fantástico público cantando alto. O pescoço fica arrepiado. Paul canta de maneira lindíssima, assim como os outros 45.000 felizes seres vivos.

Pausa. Este momento do set normalmente se via My Love, certo? Na verdade, antes desta dupla linda de músicas que acabei de falar. Paul não tocou My Love no show. Ué, how come? Me perguntei isso ao final do show e, sozinho, tempos depois, veio o óbvio na cabeça, que depois comentei com a Suellen e ela, talvez com o sentido feminimo que não tenho (hehehe), já tinha também matado a charada. My Love é uma música feita e sempre dedicada a Linda McCartney. Sabemos que Paul está prestes a embarcar em seu terceiro casamento, com Nancy e parece que o momento não é ideal para a execução desta brilhante música. Dá para entender, claro, mas é uma pena, pois a música é pra-lá-de-“Linda”. E olhem, o “stress” deve ter rolado sim e foi recente, pois Paul tocou a música recentemente no Peru, como conferimos aqui. Uma pena no sentido musical da coisa, mas a gente entende, a gente entende… 🙂

Black is beautiful – “Blackbird”, inspirada nos conflitos raciais dos Estados Unidos na década de 1960, foi dedicada à luta pelos direitos civis dos negros. Blackbird, gente, uma música simples do mais branco dos álbuns (!!!). Uma música tão simples, mas tão simples, para um tema tão forte, tão importante. A letra pouco fala, como como fala. E como emociona. É outro momento mágico. É outro momento que não consigo olhar para o palco. Lá estou eu, com aquele aguaceiro salgado nos olhos, tentando olhar a lua que aparece ao fundo do palco, no telão, e me arrepiando com o eco do público gritando BLACKBIRD, FLY…  é o momento que Paul está sozinho no palco. É… surreal.

Surreal? A avalanche de emoções não pára, a lua não some. Sabe o que vem? Here Today. John Lennon… ah, John Lennon, “if you were here today”. Aí não seguro o choro, nem na hora, nem nos shows anteriores, nem neste EXATO MOMENTO. O público chora e canta. As vozes estão trêmulas. Ah, que coisa linda, ah, que espetáculo. Paul e nós te amamos, John. Ele diz isso na música e o público grita. Ele canta e a voz também fica trêmula, emocionada, em “What about the night we cried? (what about the night)
Because there wasn’t any reason left to keep it all inside”… a voz de Paul, trêmula? É a emoção do artista que conta sua história e presta sua homenagem. Ele homenageia seu parceiro. Esta é a maior parceria da música mundial que existiu. Ponto final. Creio que independente de qualquer coisa, não há como discordar desta afirmação, quer o caro leitor aqui goste ou não de Beatles. São coisas distintas. John deve chorar também, lá em cima – o sonho? O SONHO NUNCA ACABOU.

É, que coisa. Nao há preço que se possa por no mundo por toda essa emoção. Neste momento, não estamos NEM NA METADE do show ainda…

Hora de dançar na noite – “Dance Tonight”. O próprio Paul, com um setlist totalmente estudado, sabe disso. É muito choro, então é hora dele falar que era o momento do astral ser levantado. E pediu para todos olharem para o batera Abe Laboriel Jr., que fez a clássica dancinha enquanto tocava bumbo. Sim, muito divertido, apesar de eu não estar conseguindo me recuperar da emoção anterior e brincar tentando imitar a dança dele. Com um bandolim em mãos, instrumento comprado em uma loja londrina que Paul tanto frequentava, ele dispara aquele som que ele criou em sua cozinha, brincando com a frase “everybody gonna dance tonight”. A música que se auto-escreveu, segundo o próprio, do mais recente trabalho de Paul (Memory Almost Full, de 2008) alegrou o público como se fosse um clássico dos anos 60 dos Beatles, ou 70 dos Wings. Paul é Paul, tudo que ele põe a mão, se transforma em clássico imediatamente? Exagero? Não é, só parece ser. Mas um “assobiozinho playback” que nada importa… 🙂

Paul volta a pegar o violão para Mrs. Vandebilt… e como eu gosto da espancamento dos pratos aos 00:33 e 00:46 segundos desta música, será que fiz isso em alguma das meninas? Não lembro. Se fiz, desculpem, hein? 🙂 . A música é um convite para que aulas de pulos sejam praticadas, com seu contagiante refrão “ôô, êê, ôô”… mesmo com breves passagens até meio “breguinhas” para um show de rock, com a devida permissão, é uma ótima música e funciona muito bem ao-vivo – ainda mais com aquele acelerada que ela dá em seu final, fazendo com que todos se abracem e pulem mais e mais… e mais rápido!

Esta música anterior faz com que mais um ciclo do show fosse finalizado – explico: a partir de agora, somente clássicos mais do que absolutos foram tocados. Clássicos dos clássicos (dos clássicos).

Abrindo a brincadeira, Eleanor Rigby, outra das minhas favoritas do show, dos Beatles, da discografia da minha vida. É impossível novamente segurar o cachoeira dos olhos. É outra música que me faz voltar ao passado… enfim, não cabem apresentações para esta obra-prima que novamente tive dificuldades em conseguir olhar para o palco. É uma pena que estas músicas sejam curtas e parecem que passam mais rápido… cada minuto deve ter uns 20 segundos, não é possível…

Outro ponto altíssimo e emocionante do show chega. Paul, olhando para sua folhinha no chão, fala, em nossa língua: “essa próxima música é um tributo ao meu amigo George” É, George… George Harrison. Paul está com um ukelele, instrumento português que, quando vi pela primeira vez, me recordo de ter ficado um pouco desconfiado e com um pé atrás, afinal, a música é nada mais, nada menos que Something. Mas como é lindo ouvir Paul iniciando, sozinho, a música, como se estivesse dando um recado para o próprio homenageado. Com o público batendo palmas, os ápices são com a gritaria em I DON’T KNOW, I DON’T KNOW… e com a banda entrando ao mesmo tempo, seguido do maravilhoso solo da música, com certeza um dos mais lindos de toda a discografia Beatles. Mais um momento que faz o público chorar, gritar, enfim… haja choradeira para o público (eu não, tá? Hahahaha). Paul termina a música com os 2 indicadores apontando para o céu…. bom, deixa para lá, vai!

É hora de clássico absoluto pós-Beatles: Band On The Run, uma das minhas favoritas desta fase. E como é legal ver o Sir dando aquele tradicional, característico e esperado chute no ar no meio da música. É hora também de lembrar da minha irmã, de tanto que cantamos e gostamos da parte “Well, the rain exploded with a mighty crash, as we fell into the sun.. and the first one said to the second one there, I HOPE YOU’RE HAVING FUNNNNN”. Bá, eu estava me divertindo e lembrei sim de você, bastantão! É hora também de imitar a “dedeira” do guitarrista no braço das meninas na parte do “Seeing no one else had comeeee”. 🙂 . Bem ensaiado, Paul faz o sinal do Wings para o público, mas todos já estavam fazendo de volta mesmo… a conexão era perfeita!

Pela primeira vez na história dessa cidade, chegava “Ob-La-Di, Ob-La-Da” que (é muito ácido, não?). Essa música funciona maravilhosamente bem ao-vivo, e contagiou a todos. Pessoas que estavam ao nosso lado aproveitam o momento e fizemos, sem qualquer sinal ou planejamento, uma grande ciranda, cantando, pulando e dançando nesta música que fale de… bom, ela não fala de nada, vamos lá… é apenas mais uma viagem de um período histórico na carreira dos Beatles… mas como é divertida aquela viagem maluca… enfim, “Ahh… Thank You!”.

Por falar em viagem, é hora de embarcamos em outra: Back In The USSR, com aviões ao fundo (na tela e no som) é executada com a esperada perfeição. Canto, pulo e grito “That Georgia’s always on my mi-mi-mi-mi-mi-mi-mi-mi-mind”. Aproveito para novo solo nos braços das meninas (incrível, mesmo enchendo o saco delas tanto elas AINDA estarem por lá, né?). Destaque para nosso amigo Rusty Anderson que toca muito nesta música, além de ficar rodando no palco no final da música, em um grande momento.

Paul pega um guitarra e a mais pesada da noite (até aquele momento) acaba de chegar: I’ve Got A Feeling, do Let It Be. Gosto demais dessa música, gosto demais do disco e gritei linha a linha dela nesta noite, tirando aquela carga emotiva de dentro. Claro que a performance de Paul nesta música ao-vivo não se compara com a gravação original ou mesmo de algumas performances de anos atrás, onde ele gritava como um maluco – isso, de verdade, pouco importou. Eu gritei por ele, outros milhares ali presentes também fizeram o mesmo. Essa música tem um cheirinho de heavy metal em algumas passagens, e isso faz eu gostar ainda mais dela… a performance da banda nesta música é sensacional, com um andamento muito pesado quando necessário.

Troca de instrumento: sai guitarra, entra… guitarra. Mas não é “qualquer” guitarra. Nitidamente, há um “carinho” especial quando Paul pega esta em mãos e começa a fazer pequenas afinações, com muito cuidado. Trata-se simplesmente de uma preciosidade dos anos 60, original, usada na própria gravação da música Paperback Writer, gravada pelos Beatles em 1966. Lançada como Lado A de um single que tinha a canção “Rain” como Lado B. Ela então foi incluída mais tarde nos álbuns de compilação Hey Jude, The Beatles 1962–1966, Past Masters, Volume Two e 1. E como ela foi bem tocada… lembro aqui de ter brincado para as mãos, fazendo a contagem na parte que Paul canta “I’ll be writing more in a week or two”. Coisa boba, eu sei, mas… enfim. Rusty Anderson volta a chamar a atenção virando sua guitarra ao contrário, onde a palavra “obrigado” estava escrita. Excelente.

Sai de cena este mágico instrumento e Paul volta a pegar um violão para A Day In The Life. Ainda é estranho ver Paul cantando esta música, que tanto ouvi na voz do outro gênio, Lennon. Mas confesso que gosto e que ficou linda – além de, obviamente, ser mais um momento para homenagear seu parceiro. E como é incrível o corpo humano – as lágrimas supostamente esgotadas jorram novamente. A contagem do baterista nesta nova viagem musical, seguida da sua nova aparição fazendo aquele somzinho que mais parece com a respiração de um cachorrinho (o famoso “Ahh ah-ah-ahh” que temos de forma tão marcante neste clássico disco de 1967, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). Neste momento, muito começam a tirar bexigas do bolso e enchê-las rapidamente…afinal, como Paul havia se pessoalmente confirmado sua emoção com os paulistas no show de 2010, com todas as lindas bexigas brancas, o povo novamente se organizou para repetir o espetáculo. Sim, a emoção ganha seu ápice com o medley com Give Peace A Chance, em seu refrão “all we are saying is give peace a chance”. É brincadeira. As bexigas coloridas tomam conta do espetáculo visual mas a emoção musical é indescritível. Olha, eu não sou daqueles que acreditam em “poder da energia”, bla-bla-bla… mas não consigo explicar racionalmente o que se passa neste momento. A banda e Paul comando o público que grita o refrão da música. Quando digo grito, mais uma vez é aquela mistura de grito com incontroláveis doses daquele chorinho… no meio de um dos refrões, ele canta “and in Brazil”. Ah, que lindo, que lindo. Paul agradece e pede para todos nós darmos uma chance a paz. É incrível também pensar em outra coisa: mesmo depois de tantos anos e tantas disputas, ainda estejamos tão longe deste ideal… uma pena.

Mais um retorno ao piano. Agora, é hora de Let It Be. As velas estão acesas no maravilhoso palco. Os isqueiros, celulares, tudo aquilo de novo. A música não requer comentários. ‘Let It Be” por ela mesma. Aquele sentimento que mistura a felicidade de estar ali presente com a incredualidade do que está acontecendo volta a toa. Peço permissão e canto “I listen to the sound of METALLICA”, brincadeira que faço a anos, desde que descobri o BeatallicA, hahaha. É uma música que dá até um aperto no coração. Um turbilhão de emoções sendo enviadas a cada nota tocada. Paul se levanta e eu, em caráter de exceção, aciono o meu bolso novamente (já havia feito isso algumas vezes durante o show, tentando e não conseguindo ligar para meu pai e para minha irmã, algo que comentei aqui).

Desta vez, pego o celular para filmar a próxima música, que tanto gosto. Sabia o que viria.

A música tem uma curiosidade que conto por aqui para talvez algum leitor que não conheça. Live and Let Die, do Wings, composta por Paul e sua esposa Linda para o oitavo filme de uma série que adoro – 007, Live and Let Die (com Roger Moore como James Bond), foi realizada após os produtores do filme contratarem o produtor dos Beatles George Martin para a trilha sonora. Eles pediram a ele que chamasse McCartney para compor a música-tema, mas com a intenção de outro artista cantar. Ele concordou, desde que a versão dos créditos fosse dos próprios Wings, e acataram a sugestão. Após seu lançamento em 1973, além de todos os sucessos que fez nas paradas, esta música, também muito bem coverizada pelo Guns N’ Roses, foi também uma forma de por “panos quentes” em uma (infeliz) passagem de outro filme do 007, com Sean Connery, onde ele comentou algo como que não me lembro exatamente agora, mas era algo como “isso é mais chato / pior que Beatles”. Pois é, o mundo dá voltas.

A performance de Live And Let Die foi gravada por mim na íntegra e está abaixo. Vou deixar o meu vídeo falar por mim sobre este momento único:

Obs.: o dedo indicando o caminho do inferno é o meu mesmo. 🙂

Volto a guardar o telefone para outro momento único na noite, único para a cidade, para Paul McCartney, para todos que viram e para todos que ainda poderão ver em por aí na Internet. Trata-se simplesmente de uma das performances mais lindas e emocionantes da igualmente linda Hey Jude, música que tanto esperei em 1993

Linda porque o fenômeno das bexigas voltaram mas, além delas, começaram a circular centenas, milhares de plaquinhas escritas “NA”. Isso, “NA”. Para que? Para 4 minutos “apenas” disso, que volto a rapidamente filmar, desta vez mostrando também, além de mim, as emocionadas Jaque e Suellen no vídeo, inclusive com a gente brincando de cantar nas partes que não deveríamos (eu, na das mulheres e elas, nas do homens, engrossando ou afinando a voz de acordo com o solicitado, misturado com choro, enfim… hehehe)…

NA, NA, NA, NA, NA, NAAAA... NA, NA, NA, NAAAAAAA ... HEEY JUUDE!

NA, NA, NA, NA, NA, NAAAA... NA, NA, NA, NAAAAAAA ... HEEY JUUDE!

Foi uma das coisas mais lindas que um amante de música pode esperar. Paul sabe que a conexão entre público e banda, neste momento, é total, e se emociona com as plaquinhas e balões. Sua voz muda e, mesmo se tratando dele, ainda há espaço naquele coração para ele se emocionar de maneira verdadeira: “And You’re Great, and you are ALL great”. Com aos mãos na cabeça, Paul agradece o pública, comenta sobre aquilo que viu e verdadeiramente se emociona. É demais só de lembrar.

Foi, sem dúvida, um dos pontos mais altos do show, ou o maior. E ali chegávamos ao fim do show, aguardando pelos encores que viriam, claro.

Paul retorna ao palco e, correndo com uma bandeira gigante do Brasil para lá e para cá, é ovacionado. A bandeira do Reino Unido, para mim a mais linda do mundo, também está no palco e é “flamulada” pelo batera da banda.

“Ow, wow, you’re something… RIO, RIO, RIO”, diz Paul, antes da banda nos presentear com Day Tripper e seu ótimo riff inicial, abrindo-se o primeiro BIS da noite, com Paul de volta ao seu instrumento mais, digamos, conhecido.

O incansável beatle volta ao piano para Lady Madonna. Nessa hora, o gosto do fim do show vai começando a vir na boca com mais força – mesmo assim, ainda insuficiente para qualquer tristeza, claro. Paul, desta vez, está em outro piano, colorido, e tocando de frente ao público.

Como não era hora de acabar, então era hora da banda “Get Back”. Paul dá uma risadinha e, com seu Hofner, convida a todos para “Get Back” – ele pergunta ao público se todos querem “Get Back” no meio da música e, claro, responde “Me Too”. Coisa linda.

A banda volta a sair do palco e retorna rapidamente para as últimas da noite. Paul, com violão, volta a 1965 e chega tocando Yesterday, para que o milagre das lágrimas fosse, mais uma vez, executado. Saiba, caro leitor, que somos capazes de chorar bastante, mesmo que você ache que não. O palco só tem um holofote ligado e é para ele – e, antes mesmo que eu tentasse me acalmar, o furacão passa. É tão rápida, e tão bela. Yesterday, do Help!, derrete os últimos que ainda se sustentavam como “machões” da noite – no caso, ninguém.

Hora de experimentar outra emoção agora. Muito se discute a origem do heavy metal, há várias versões. Considero diversas válidas e respeito diversas histórias, de verdade. Aliás, este é um assunto que não cabe aqui a discussão, e cada um tem uma opinião – e, na verdade, não há certo ou errado. A minha opinião, a minha versão, é que Helter Skelter tirou o mato da frente e construiu um caminho, uma estrada de terra, sem iluminação, sem nada, mas um caminho. Tony Iommi veio com o Black Sabbath e transformou este caminho na maior estrada do mundo. Helter Skelter, goste ou não, posssui sim indícios, cheiros, passagens que depois veríamos e tanto gostamos no mundo do metal. Isso é reconhecido por mim e pela Suellen, adoradores do gênero deste blog, que levantamos aos mãos e fazemos aquele característico sinal que Ronnie James Dio, outro mestre, trouxe / popularizou ao mundo, sem qualquer combinado prévio. Simplesmente sentimos o metal passando pela veias.

Ela chega na velocidade da montanha-russa que está passando no telão atrás do palco, e que performance da banda. Vale lembrar que já temos mais de 2h30 de show e esta é uma música que exige muita da banda e principalmente do vocal do Macca que, brilhantemente, segura muito bem a bronca, obrigado.

O show (show não, o evento) está chegando ao seu fim. Paul, como de costume, agradece a toda a equipe da produção da banda, lembrando gente da iluminação, por exemplo, em um ato de muita humildade, tão característico a este ser humano único. Agradece sua “fantástica banda”, em Português e, claro, “most of all”, agradece ao público.

Paul, com guitarra, e banda escolhem uma linda forma de dizer “tchau”: eles usam a faixa “reprise” do clássico de 1967, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, pois a própria letra ajuda-os a se despedir: “We’re Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, we hope you have enjoyed the show, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, we’re sorry, but it’s time to goooo”… Paul ainda grita um “obrigado” após cantar “We’d like to thank you once again”. A banda está com 3 guitarristas no palco (momento Iron Maiden?) e se reveza solando no final da música, com os 3 guitarristas se destacando pelo entrosamento e pela qualidade técnica.

É tempo ainda para trocar de disco dos Beatles e dar uma passadinha pelo Abbey Road com a penúltima faixa do disco. O show está acabando e uma das mensagens mais lindas da música ainda será dita, cantada e repetida por um choroso Eduardo e por mais 45.000 pessoas: “and in the end, the love you take, is equal to the love you make”. Nem forças para o “ahhh” final eu tenho direito, mas faço um esforço e deve ter saído alguma coisa no meio daqui tudo.

Paul ainda recolhe presentes do show, como um bichinho de pelúcia (uma vaquinha?) com uma bandeirinha do Brasil. Paul corre um pouquinho no palco antes de sair OVACIONADO por um emocionado público.

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Olha, galera… Paul, obviamente, não consegue mais gritar como gritava até os anos 90. Isso pouco importa, de verdade – é emocionante ver o que esse senhor ainda consegue fazer em um palco, sem beber um golinho sequer de água.

Paul, se para mim foi o último show, eu não sei. Mas este show, bem como os anteriores de 1993 e os 3 de 2010, jamais, jamais serão esquecidos.

Vou deixar palavras do próprio Macca terminarem o post. Esta é a mensagem que ele nos deixou:

Estar no Rio foi fantástico desde o minuto que pousamos. A multidão em volta do hotel era “bananas” (maluca). Eles eram loucos e a atmosfera foi crescendo até fazermos os shows. Eu amo o Brasil. Eu amo o fato que eles amam música, é uma nação muito musical. Eu se eu amo música e eles amam música, então é uma conexão natural. Fãs de todas as idades estavam nos shows. Tinha um enorme grupo de fãs jovens, que eu amo, e também tinha seus pais e até seus avós. Então era uma enorme variação de idade. O entusiasmo pela minha música era simplesmente sensacional. Todos nós da banda curtimos esse momento maravilhoso e nós agradecemos aos fãs por tornarem tudo tão excitante.

Quando tocamos “Hey Jude” e pedi a plateia para cantar “na na na na’s”, de repente todos mostraram cartazes. Foi uma coisa muito visual. Foi muito emocionante porque os fãs tiveram todo este trabalho. Ele poderiam ter apenas vindo ao show e assistido, mas eles se falaram antes para criar este momento tão especial. Ele se conectaram uns com os outros, depois conectaram-se conosco e com a equipe inteira. Todos se sentiram unidos. Foi muito excitante e emocionante ver que as pessoas se importam tanto.


 

 

 

Setlist:

Slideshow das fotos:

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[ ] ‘ s,

Eduardo.



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24 respostas

  1. Nossa…. Chorei, ri, voltei a chorar enquanto lia essa resenha.Parecia até que estava novamente no show.

    Esse momento de todos chorarem antes mesmo do show começar é inexplicável! Na hora vem aquele pensamento que é um ex-Beatle que está no palco. Talvez o cara mais importante da história da música!!! Não tem como segurar a emoção!

    Let Me Roll It… Nem eu sabia o quanto eu gostava desta música. Uma das minhas preferidas atualmente.

    Here Today… Nesse hora senti um empurrão, quase um murro nas minhas costas. Quando eu me viro, já com fúria nos olhos por causa da pancada, é a Jaque que veio de encontrão em mim, me abraçar, me apertando com toda força do mundo, chorando… Choro agora no momento que estou lembrando disso haha =,)

    Ob-La-Di Ob-La-Da! Um dos momentos mais divertidos e felizes que ja passei em shows. A gente pulando abraçado com nossos novos amigos hahahaha Uma diversão sem fim!!!

    Live And Let Die, não tem jeito, lembro sempre do Guns. Foi como aprendi a amar essa música. Da ate pra ouvir minha voz no vídeo perguntando cadê o Slash hehehe

    Sobre Hey Jude, Eduardo, não tenho nem como te agradecer por ter registrado este momento único e emocionante. Não me canso de ver. A gente “estragando” o vídeo com os nossos Na Na’s, o Paul emocionado no final, com as mãos na cabeça… É muita felicidade pra pouco vídeo 🙂

    Helter Skelter é involuntário minhas mãos fazerem \m/

    Poderia escrever mais aqui sobre este texto incrível mas aí ficaria sem ter o que contar no meu textinho sobre o show de segunda.

    Parabens e obrigada pela resenha! Me fez reviver e me emocionar novamente com aquela sensacional noite de Domingo.

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    • Su, aproveitando o post e o seu comentário, queria apenas lhe agradecer imensamente por ter sido a líder e organizado toda a logística do final de semana, principalmente quanto ao aluguel da van do show. Sei que este tipo de coisa parece simples quando se olha de fora, mas na verdade, dá sim algumas dores de cabeça… sem contar sua organização com todo o pessoal que, como eu, veio de São Paulo… sei que houve horas gastas (além de dinheiro) e uma dose de confiança para que tudo desse certo, e você se saiu perfeitamente bem…

      Além disso, te agradeço pelo ótimo final de semana onde você foi praticamente uma guia turística para mim na cidade. Valeu pela paciência de ir aos pontos turísticos e tudo mais.

      E fico feliz de ter visto este show com você, que é uma ótima companhia e conhece DEMAIS de música.

      Obrigado por tudo mesmo e pelo comentário / elogio por aqui.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. E o Eduardo sempre me fazendo ir as lágrimas!!!
    chuinf!

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  3. Filhão,

    você chorar assistindo o show foi emocionante, tenho certeza, mas confesso que também chorei ao ler esta resenha tão bem escrita por você.

    Pena não ter ido ver este espetáculo, mas tenho certeza que ainda verei….

    “O sonho não vai acabar nunca”.

    Beijo do pai.

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    • Filhão,

      falando assim, que foi uma pena eu não ter visto este espetáculo, pode parecer que eu nunca vi um show do Paul….

      Quero deixar claro que vi sim, o show de 1993 (com vc que só tinha onze anos, mas já gostava dos Beatles) e o de 2010 (com a Bá)….ambos maravilhosos…

      Beijo do pai.

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  4. Finalzinho de Live and Let Die gravado de fora do estádio (dica da Suellen).

    Obs.: a cachorrada latindo é sensacional…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  5. O pleonasmo de excelente resenha ainda ta valendo?
    Falar o que? O Review está perfeito e com os mínimos detalhes e O cara é um gÊnio mesmo – aliás os baixistas que cantam – não adianta falar que o cara não era baixista, o tal 5o beatle não dava conta do instrumento – o Paul foi para o lugar dele – mas o instrumento de vocação do Paul sempre foi o baixo mesmo e.
    Sim, os baixistas que cantam, tirando algumas exceções, são geniais – o Paul talvez seja o maior deles, além da dupla baixo/vocal, toca mais 1 dúzia de instrumentos com extrema competência e o vocal que já não é mais o mesmo, continua, mesmo sem atingir todos os tons, bem afinado.
    As minhas preferidas o Eduardo bem destacou, mas haja clássico! É muita musica boa para um show só.
    Gostei tb de saber que a vinda às terras cariocas desta vez funcionou perfeitamente, tanto no show, como fora dele. Ainda cabem bons eventos no Rio de Janeiro e vamos torcer para que no ROck in Rio a organização não nos decepcione.
    Sobre o 007, vamos perdoar o Sean Connery no melhor filme da série – vamos dar um desconto até pq a sequencia talvez seja uma das mais clássicas de todas. Para lembrar é no momento que depois de um estupendo abate a mais linda de todas as bondgirls. A champagne Dom Perignon fica abaixo da temperatura e ele compara com ouvir os Beatles sem protetores auriculares. Mas era a fase mais rock dos Beatles (alias YeYeYe) e afinal o 007, o personagem não era tão moderno em 1964 para aceitar a Revolução sonora dos Beatles.
    Segue abaixo o que foi dito no filme:
    James Bond: My dear girl, there are some things that just aren’t done, such as drinking Dom Perignon ’53 above the temperature of 38 degrees Fahrenheit. That’s just as bad as listening to the Beatles without earmuffs!
    O final da cena traria a bondgirl morrendo asfixiada (pele) em pintura dourada, enquanto James Bond havia desmaiado, atingido pelo Vilão Oddjob, para quem se lembra dos filmes, aquele do chapeu assassino no clássico 007 contra Goldfinger.
    Abraços e Parabens ao Eduardo!
    FR

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    • Remote, agradeço os elogios… obrigado mesmo.

      Sobre o filme do 007, hahahaha… acho que foi estafa mental escrevendo o post não lembrar da frase exata e do filme pois sou fã de 007 também (acho que já falamos sobre isso em algum momento – tenho todos os DVDs da série e costumo assisti-los com relativa frequência). Mas aí vem você com a costumeira perfeição que lhe identifica e coloca tudo aí, “shaken, not stirred”… enfim… perfeito.

      Obrigado novamente pelo elogio e pelo complemento que fecha o post!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

      Curtir

  6. Um espetáculo de review, os detalhes são tantos e tão bem elaborados que a única coisa que eu vou cobrar daqui em diante é que todos os posts pré-show que você sempre traz aqui como ótimos aperitivos tenham obrigatoriamente o fecho de ouro , o, por assim dizer, prato principal….
    Em relação ao show, o que me fez mais pensar foi a versão da minha música favorita dos Beatles, que era dividida entre os dois (John e Macca) em estúdio e que aqui evidentemente só traz a voz de Paul. Será que A Day in Life ficou ainda melhor ?
    Digo isso por que gosto muito da banda, mas sou fã incondicional do tal ” baixista que canta”.. E sempre achei Paul um gênio acima dos demais da banda, independente da qualidade inquestionável e sobretudo pelo legado histórico que Ringo, George e Lennon nos deixaram.
    É certo que o três contribuiram muito também para Paul ser o Paul que nós conhecemos hoje e admiramos , sem os três nada seria como maravilhosamente foi…
    Mas é pra Paul McCartney ( o baixista que canta…e toca mais uma tonelada de outros instrumentos , sempre de forma magistral) que eu presto uma maior reverência..

    O cara é um gênio, como muito poucos.

    Eduardo, o pedido foi feito, peço que considere, seu texto acima é maravilhoso, tenho certeza que os demais também o serão , certamente!

    Alexandre Bside

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    • B-Side, olha, no meio beatlemaníaco em geral, o que se vê é uma preferência maior por Lennon, outro gênio, sem dúvida – mas estamos juntos: eu também tenho minhas preferências por Paul – sempre tive.

      Quanto A Day In The Life, deixo para sua análise o vídeo da música nesta mesma fantástica noite deste review, com o medley de outra fantástica música original na voz de John (Give Peace A Chance):

      Sobre seu pedido, é aquele negócio… me considero um cara que conhece para falar assim, com mais “profundidade”, de poucas bandas… Beatles, Iron Maiden e MetallicA figuram esta lista. Mas eu entendo o seu pedido e sempre que possível, farei sim o prato principal…

      Obrigado pelo comentário / elogio! Me sinto honrado.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

      Curtir

  7. Bem…Vi e revi o video acima….
    E aí tenho dois comentários para fazer : Um de teor lógico e o outro puramente emocional :
    Vai o lógico : Nâo dá para comparar a versão live com a original, pois primeiro esta live não vai até o final, já que emenda na homenagem ao John Lennon e também por que o vocal do Paul não rendeu tão bem quanto o gravado pelo Lennon no início da canção . Isso se dá certamente por dois fatores : O primeiro é que aquele primeiro trecho “casa” mais com o timbre do Lennon e ficou talvez um pouco desconfortável para o Paul cantar . O segundo, é que a voz do McCartney, ainda que esteja em boa forma, não é mais a de mais de 40 anos atrás, quando a música foi gravada, o que é perfeitamente compreensível.
    Vai o emocional : Não sobrou deitado um pelo do meu corpo quando ouvi a primeira nota desta versão (um simples sol maior). Isso não tem a mínima explicação: È uma nota básica, um sol maior executado ao violão… A versão é linda , magnífica mesmo!

    Bside

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  8. Linda resenha, Eduardo. Está à altura de um cara como o Paul, que, de fato, não precisa tocar nada (nenhum instrumento) logo que entra no palco – afinal, naquele momento, o que ele toca são os nossos corações.

    Não sabia que você também tinha ido a esse show (mas é claro que você não ia perder, né?). Fico impressionado, porque em diversos trechos você escreveu exatamente o que eu teria escrito – e nós nem estávamos juntos.

    Também não sei se para mim foi o último show (do Paul), mas como parece que ele gosta de fãs “chorões” como você (só você…rsrsrs…), não custa acreditar que irá voltar. Afinal, ele adorou as homenagens, gosta de tocar aqui e a turnê “On The Run” está rolando…

    Um abração!

    Charles

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    • Olá, Charles… sem dúvida alguma, toca mesmo… e o que você disse foi exatamente o que aconteceu, principalmente nos 2 primeiros shows de 2010 por aqui no Brasil, onde ele apenas “entrava” no palco e a magia era de outro planeta…

      Sim, fui neste primeiro show e INFELIZMENTE, com muita dor no coração, não deu para curtir o segundo show em solo carioca. Muito legal seu comentário, significa que realmente o show foi muito especial – obrigado.

      Creio que ainda teremos o Sir por aqui, sim. Eu acredito nisso. Não sei se nesta tour de novo, já que o surpreendente “repeteco” em nossas terras já aconteceu com estes 2 shows do Rio este ano mas, por mim, ele poderia continuar mantendo a periodicidade que ele quiser por aqui, hehehe.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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