Iron Maiden no Rock in Rio 1 (1985): o histórico (e atrapalhado) show

Galera,

faz tempo que estou para falar desta histórica apresentação da banda aqui no blog, dívida esta que tenho comigo e falei no post que fiz especificamente sobre o Rock in Rio 1 (que recomendo a leitura antes mesmo da deste post, caso ainda o caro leitor ainda não a tenha feito). Sei também que devo muitas coisas por aqui, mas vamos pagando com calma… 🙂 .

Steve e Dave visitando o ponto turístico mais famoso da América do Sul

Steve e Dave visitando o ponto turístico mais famoso da América do Sul

Portanto, o foco aqui será falar um pouco do que temos disponível no segundo DVD oficial do Live After Death (oficial = oficial mesmo, não aquele que foi lançado aqui no Brasil e ficou por um tempo nas bancas de jornais, fato este que chegou ao conhecimento da banda que, por sua vez, acionou os responsáveis aqui no Brasil para interromperem imediatamente as vendas – e pedindo aos que compraram para efetuar a devolução do item não-autorizado. Aliás, tem até legenda das letras das músicas naquele DVD, hoje item de colecionador).

Com base nas imagens feitas na época pela Rede Globo, o show disponibilizado neste DVD não traz o setlist completo da noite executado pela banda que pela primeira vez aterrissava em nosso país (na verdade, na América do Sul). A qualidade da imagem é também compatível com o quem viveu a era dos VHS – e, para tentar me fazer bastante claro, a gravação em “EP”. A qualidade do som segue a mesma linha, é irregular em termos de volume. Em resumo, o material é bastante precário mas obviamente é um registro de suma importância para a banda, fãs e até mesmo para o nosso país em termos musicais.

De qualquer forma, temos sempre o YouTube, não? E, assim, vou também trazer um pouco das outras músicas do show, para felicidade geral da nação que curte um “rock pauleira do satânico Iron Maiden”. Calma, leia o texto para entender este comentário…

O Iron Maiden, que foi a única banda internacional que se apresentou apenas uma vez no evento, teve a honra de abrir para um dos shows mais marcantes da história de todas as edições do Rock in Rio e, por que não dizer, do Brasil: o Queen. Mas isso é papo para uma outra oportunidade (nem podemos considerar como uma pendência minha, hein? Hehehe).

Wikipedia gringa informa que o show do Maiden começou exatamente “2 Minutes To Midnight”, ou, como me refiro sempre carinhosamente à música, “23:58”. A banda estava simplesmente na World Slavery Tour 84/85, do disco Powerslave (1984), em uma tour que foi gigantesca em todos os sentidos  ajudou a banda a se consolidar (ainda mais) não só na cena heavy metal, mas na música como um todo.

Os fatos que apresentarei abaixo (não posso aqui falar de algo que ocorreu quando eu tinha 3 anos de idade, então o que será apresentado são apenas fatos que podem ser vistos no vídeo em questão – claro que quem viveu esta época e quiser contribuir comentando neste post, é sempre muito bem-vind0) estarão mais focados em um dos membros da banda: o Bruce.

Explico: os pontos que falarei abaixo envolvem diretamente o Air Raid Siren e podem, talvez, serem “justificados”, “explicados” de várias maneiras, que tentarei fazer mais ao final do post. Antes que voem tomates e afins em mim, para quem não me conhece, saiba que o texto não tem qualquer objetivo de CRITICAR o homem que admiro e considero até mesmo uma grande inspiração de vida para mim. Mas os fatos estão lá e hoje chegam a ser engraçados…

Sem mais delongas, vamos lá: o Iron Maiden ganha o palco com a primeira faixa do seu lançamento da época, Aces High. A banda estava vestida como se vestiu durante toda esta tour (as clássicas roupas dos anos 80, que praticamente todas as bandas usavam): Bruce com sua calça amarela, com meias por cima, correntes em um cinto de caveira, aparentando ansiedade. Seu vocal está ainda contido (em relação ao que se ouve na sequência do show) e até mesmo um pouco tímido nestes primeiros minutos no palco (comparando-se com o Bruce que conhecemos), coisa que praticamente some durante esta própria primeira música da noite.

Depois do segundo solo da música, Bruce não está tão perto assim do microfone, pois foi interagir com o enorme público que recebia muito bem a banda… ele calcula o tempo e corre para buscá-lo e continuar, claro, cantando. Ele volta, fica perto do Nicko e, quando vai pegar seu microfone, apesar de não ter chegado tão em cima da hora, ele vê Adrian bem colado ao pedestal, atrapalhando-o. Bruce dá um cutucão no guitarrista, que trocam olhares do tipo “que foi?” (Adrian) e “sai daí” (Bruce). Era um sinal da noite atrapalhada que ainda viria…

Minuto Hora de 2 Minutes To Midnight. Bruce bate palmas e suas palmas são respondidas por um empolgado público. Ele parece estar bem mais solto e aquela ansiedade inicial parece ter ficado para trás. “Cantem comigo”, grita Bruce para abrir o refrão…

No solo de Murray, Bruce aproveita para soar o nariz… estaria Bruce resfriado / gripado na noite? A verdade é que Bruce parece estar um pouco fanho neste show – em alguns momentos dá para notar isso – o que não compromete seu alcance vocal. O solo de Adrian chega e Nicko toca a música em um estilo bem diferente do de hoje, levantando a mão esquerda para marcar na caixa. Muito interessante.

As guitarras, que estão excelentes como no disco de estúdio, começam a se destacar, algo que se notou por todo o show.

Bruce diz “boa noite” e mexe com o público, sua marca característica. Anuncia a próxima música, desta vez do “Piece of Mind album for ya”…

A música é The Trooper: Bruce diz algo talvez em Português (“louco todo”?) e a banda incendeia o público e entrega uma linda versão da música, com a banda dando uma verdadeira aula em suas atribuições. Mas é no meio do solo de Adrian que vem a curiosidade: Bruce começa a chamar alguém (JT?), no microfone aberto mesmo, em tom de reclamação. A reclamação continua e invade o solo de Murray. “Turn up my mic, I’m talking to you, you stupid (?)…”.

Bruce pede que algo seja ligado, mexido, em seu microfone, aparentemente, culminando em um xingamento final de Bruce. Alguém se candidata a comentar o acontecimento e as falas de Bruce por ali? Algum problema mesmo em seu microfone, visto que Bruce praticamente engole o “cabeção” nos gritos finais…

Ele brinca rapidamente com uma pequenina bandeirinha do Reino Unido (fãs atuais nem imaginam esta cena, talvez) e nitidamente se “embanana” com seu pedestal na hora de pegá-lo para o movimento final da música. Mas cabe ressaltar como Bruce cantou esta música, em uma palavra: espetacular!

Já na (outra) obra-prima da noite, Revelations, que já falamos tanto por aqui no blog, Bruce chega pulando o retorno com uma guitarra em mãos. Sim, uma guitarra. Na época da clássica formação da banda, com “apenas” 2 guitarristas, ele fazia uma simples base da música enquanto os guitarristas dobram o maravilhoso início desta maravilhosa música deste maravilhoso disco.

Mas convenhamos: Bruce mostra que como guitarrista é mesmo uma das maiores vozes do heavy metal (entre inúmeros outros talentos). Até ajeitar a palheta ele ajeita, de maneira meio desengonçada, o que é muito engraçado. Ao término desta introdução, Bruce agita o público para gritar nas pausas da música… aquela parte do “tan, tan, tan… YEAH… tan, tan, tan, YEAH”. Ele faz isso levantando sua guitarra para indicar ao público o momento exato para participação. Bruce sempre foi brilhante nesta conexão com o público. Mas nesta noite, em uma dessas levantadas, Bruce bate a cabeça da guitarra em seu rosto, fazendo sangrar imediatamente. Ele sai correndo e volta ainda meio tonto, com sangue escorrendo, para continuar cantando a música. Engraçado e METAL ao mesmo tempo, hehehe.

Ele bota primeiro a mão direita perto do olho e nota que está sangrando… ele grita seu “Hey” e olha para a outra mão, com sangue, e neste momento é possível ver o corte entre o olho esquerdo e o nariz, enquanto o sangue continua escorrendo até quase a boca e ele cantando a sua música de maneira espetacular… um grande momento do show, sem dúvida. O cinegrafista global deve ter percebido isso, pois a câmera fica em close nele por bastante tempo. Em tempo: coitado do Bruce!

As duas fotos abaixo foram tiradas da minha TV mesmo, para tentar mostrar o resultado da “guitarrada”. Graças ao bom Deus Metal que não foi no olho dele…

O público parece ter aprendido o momento de gritar e responde muito bem a Bruce, desta vez sem guitarra… a imagem da Globo filma Murray ao invés de Adrian, durante o solo deste último.

Com a maravilha do YouTube, hoje temos acesso inclusive ao material que não foi colocado no DVD, como Flight Of Icarus. Esta música eu particularmente já tive a chance de ouvir Bruce cantando na última tour solo dele no nosso país (com Adrian Smith na banda), tour esta do disco Chemical Wedding, no Via Funchal, em São Paulo, em 1999).

Ainda, eu adoraria ver o Maiden voltar a incluir em um setlist atual – que tal no lugar de Fear Of The Dark, principalmente em cidades onde a banda se apresenta com mais frequência? Enfim, muito bom ter acesso a este material, já que a música foi outro ponto alto do show. E lá está Bruce de novo, de frente para a bateria, olhando para sua direita e falando “Hello?” no microfone, enquanto os maravilhosos solos de guitarra se iniciam. Nitidamente, ele não está feliz o técnico de som e seu microfone…

… coisa que se confirma na épica e mais longa música da banda (até hoje): Rime Of The Ancient Mariner. Bruce continua inconformado com o volume de seu microfone e, logo no início da música, ele pede por 3 vezes um “up” em seu mic.

Pouco se ouve o baixo de Harris na parte que temos a narração. Ouve-se alguns sons metálicos meio estranhos. A lembrança, de qualquer forma, é de emocionar, bem como a boa resposta do público. As explosões nitidamente surpreendem o público brasileiro e a performance geral da banda é magnífica. Grande momento. Bruce dá um show a parte com seu vocal em excelente forma, mas as guitarras gêmeas e a cozinha mostram a coesão desta fantástica banda.

Bruce já se posiciona estrategicamente para descer a escadinha para a abertura de outra obra-prima, a faixa-título do então álbum de trabalho lançado. Na época, inclusive conferindo a versão da música na Long Beach Arena, do Live After Death, a característica explosão / fogo ao lado direito do palco (esquerdo do público) não acontecia logo que Bruce começa a cantar a música, como a banda fez nos shows da Somewhere Back in Time Tour, mas sim quando chegava o refrão. Na dúvida, confiram a versão em vídeo no Live After Death.

E o que deveria ter acontecido não ocorre nos instantes que antecedem o refrão. Bruce canta “Tell me why I had to be a Powerslave… I don’t wanna die, I’m a God, why can’t I live on?” e ainda não aparece na parte elevada do palco. Ele solta um “come on” como se fosse dando o sinal (“vai agora, pô”) e finalmente a explosão acontece para ele surgir com a também tradicional máscara.

O público responde bem, gritando, mas ainda é tempo para mais duas surpresas / trapalhadas do nosso amado vocalista: Bruce deixa o microfone cair ao ficar brincando de passá-lo de uma mão para outra, e perde o tempo da música…ele pega o microfone, ainda com um pouco de fogo no chão…

… fogo? Mas AINDA? Ainda. Aquelas chamas, que já deveriam ter sumido há um certo tempo, não se apagaram por completo e Bruce, cantando o refrão da música, olha para baixo, como se não conseguisse acreditar naquilo dando errado, e começa a pisar para apagar o foguinho que ainda estava por ali, com seu pé direito… ele se estica para apagar um que estava mais longe bem na parte do “and he will die toooo – se estica e demora a cantar – OOOOHHH”. A cena é, no mínimo, hilária.

Mas Bruce ainda iria se embananar um pouquinho mais em Powerslave. A música se desenvolve, os solos, o milagre da volta / do retorno, tudo… Bruce volta e… ele erra a parte da música, voltando a cantar “When I was living this lie” ao invés de “Now I am cold but a ghost”. Ele se liga nesse erro muito rapidamente e emenda um “Now I’m in my veins”, sem perder o tempo da música, e volta a cantar corretamente… “Silent the terror”… hehehe!

Mais para o final, Bruce acena para provavelmente o mesmo que reclamara em The Trooper, mas acena positivamente, como indicando que seu problema com o microfone estava resolvido. Nem moral ele teria mais para reclamar naquele momento, né? Hahaha.

O show também possui um raro solo de guitarra (o Maiden não inclui mais solos há muito anos) de Murray – solo este excepcionalmente técnico, com Nicko jogando baquetas a um público em êxtase – e depois fazendo um acompanhamento na bateria meio, sei lá, escola de samba? Não entendo até hoje o que Nicko tentou fazer / preencher ali com Murray. Outro momento no mínimo estranho…

Hora do satanismo, da música do diabo (calma, já está chegando a hora disso ficar esclarecido no texto): 666. A introdução da música é respondida de maneira empolgante pelo público, que vibra com a chegada do clássico, seguindo a euforia com a chegada do fantástico riff e da perna esquerda de Bruce que não para de se mexer. Falando no Bruce, após o primeiro refrão com uma resposta muito alta do público, Bruce deve estar realmente exausto, com muito calor, pois dá aquela respirada / assoprada no microfone, nitidamente recuperando o fôlego. O que se ouve é um belo “assoprão” no microfone, hehehe. Depois, enquanto os riffs que antecedem os solos tomam conta do palco, ele ajeita seu microfone no pedestal, fazendo com que o barulho dessa “ajeitada” seja ouvido muito claramente.

Outro grande momento do show é o Bruce indo buscar o Murray para colocá-lo em seus ombros, logo após o solo dele, para delírio do público, enquanto Adrian abre o segundo solo e a banda se reúne no centro do palco. Uma cena espetacular!

A música vai chegando ao final.. “666, the one for you and me…”. Mas ainda é tempo para mais um probleminha envolvendo Bruce. Ele até conseguiu cumprir o que cantaria – “I will return…” – mas somente após o fio do microfone ser devidamente encaixado de volta, fazendo-o perder mais uma vez o tempo da música e o “I’m coming back”. O microfone ainda dá uma falhada em “possess your body”, talvez com ele novamente mexendo no fio (a imagem não está nele neste momento).

A banda emenda Hallowed Be Thy Name, aquela música que ponho a mão no peito sempre que começa – um hino do heavy metal. Bruce senta estilo “indiozinho” e despeja sua potente e contagiante voz nesta música incrível. Mas, mais uma vez, Bruce pede “up”, “up” em seu microfone. Ele vai ao microfone, fala algo e não sai nada. Ele volta a cantar e manda, mais uma vez, um “up”, abaixa a cabeça e faz um “mini-discurso”, mostrando todo seu descontentamento… “otherwise”, “somebody else” e “all right?” são as únicas coisas que consigo ouvir, pois as guitarras estão muito altas. Alguém se arrisca a comentar o que ele discursou ali?

Ele grita um “yeah” que a música não tem e continua lá balbuciando, reclamando. Simplesmente ele não para de falar e falar, reclamar e reclamar, enquanto a banda continua tocando a música de maneira impecável. Bruce aparenta estar morto de cansaço no momento que volta a cantar.

Ele volta a abaixar a cabeça e falar (!!!). Desta vez, um “don’t worry, don’t apologize, it’s all right” e mais alguma coisa- estaria ele, então, com um ponto? O papo, de qualquer forma, continua… Bruce solta aquele famoso “scream for me, Rio… scream for me, scream for me…” e, depois, comanda a reação / gritos do público, como ele faz de maneira ímpar.

Em Iron Maiden, não encontrei nada “gritante”. E como é legal ver o Bruce ainda cantando bem perto do chefe Steve, acompanhado da entrada da histórica encarnação do Eddie múmia pulando pelo palco. Grande momento!

Agora, bom mesmo é o vídeo global que achei, que segue a mesma linha da entrevista histórica com Freddie Mercury, em que a Globo faz uma “entrevista” com um tal “Brian” Dickinson, o vocalista do Iron Maiden. Certo, Globo? Mais uma? A reportagem é aberta com o famoso “e agora, rock pauleira – para os metaleiros, um pouco mais do satânico Iron Maiden, com a participação especial e muito bem humorada de Eddie, o monstro”.

A banda volta para o bis. “Eu quero todo mundo louco este noite”, grita Bruce para introduzir Run To The Hills. A resposta do público nesta música é incrível, com todos com os braços para os lados, girando camisetas, camisas e tudo que está por perto. E cantando a música também, claro, com Bruce incentivando com seu “cantem comigo” em duas oportunidades.

Reparem na velocidade que Harris imprime com sua mão direita alucinada durante o solo de Murray. É de dar gosto… apenas o final da música é um pouco diferente…

“Todo mundo, hey”… Running Free é talvez a melhor música para se ter idéia da quantidade de gente que estava naquela mágica noite. Bruce separa o público para gritarem com ele… o público canta “Ruuuun”, ao invés de gritarem mesmo. Bruce tenta pronunciar algumas palavras em nossa língua que simplesmente não é possível entender. Imaginem nesta época, ao-vivo, para um público ainda não acostumado. Mas a coisa vai bem, principalmente para gritarem o nome da música.

A última música da banda foi Sanctuary, com a tradicional parada para Bruce mostrar toda sua potência vocal. Ele aproveita para ganhar de vez o público, provocando-o para cantar com ele o “yeah” (coisa que Freddie Mercury fez de monte na noite também) – de novo: já pararam mesmo para pensar que, em uma noite neste país, Bruce Dickinson e Freddie Mercury dividiram um palco, ambos em grandíssima fase? Bruce continuou interagindo com o público de maneira singular, com seu “cantem comigo”.

O show termina com Bruce e os “boys” agradecendo a banda. Bruce está visivelmente esgotado. O público grita “Iron, Iron, Iron” e as imagens que se seguem são de um tradicional festival de heavy metal, com muito empurra-empurra e pessoas indo de um lado para o outro, além de muita gente desmontando o palco da Donzela e preparando o terreno para a seguinte magistral apresentação da noite, que seria comandada pelo genial Freddie Mercury e Cia. Ltda.

E assim chegava ao fim a brilhante primeira apresentação do Iron Maiden em solo nacional. Os apontamentos que fiz acima, hoje engraçados, mostram, para mim, que havia sim muita ansiedade, nervosismo e pressão atrás da banda. A banda estava estranhando o clima brasileiro, não há como negar. Os ingleses não estavam acostumados com nada parecido com o que viram por aqui, inclusive considerando as questões climáticas.

Bruce e seu técnico de som não tiveram a noite mais brilhante da vida deles, coisa que acontece com todo mundo. Somam-se aí outros fatos, como o cansaço acumulado da extensa World Slavery Tour. Alguns pontos também podem ser considerados, hoje em dia, meio amadores.

Mas é muito importante dizer que, apesar de “trapalhadas” da noite, este registro da banda é, até hoje, um dos mais importantes do heavy metal em nosso país, não apenas em termos de Rock in Rio, mas em termos de música em geral, além de ser considerado pela própria banda como um dos shows mais importantes e marcantes de toda a carreira, até hoje.

O Rock in Rio 1 teve uma importância direta e indireta muito grande na sociedade da época e abriu caminho para grandes festivais que passaríamos a ter por aqui.

E, graças a ele, a banda conheceu e gostou do nosso país, local que hoje considera fundamental para suas tours. Ainda bem!

Up The Irons!

Setlist:

Intro – Churchill’s Speech

Aces High

2 Minutes To Midnight

The Trooper

Revelations

Flight Of Icarus

Rime Of The Ancient Mariner

Powerslave

Guitar Solo (Dave Murray) + Nicko McBrain

The Number Of The Beast

Hallowed Be Thy Name

Iron Maiden

Encore:

Run To The Hills

Running Free

Sanctuary

iron maiden revista rock in rio 1985

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Eduardo.



Categorias:Cada show é um show..., Curiosidades, Entrevistas, Iron Maiden, Queen, Resenhas, Setlists, Tá de Sacanagem!

62 respostas

  1. Agradecimentos aos amigos do @IMBNoticias e do @BlogFlight666 por publicarem e incentivarem o post!

    No Blog Flight 666, foram adicionadas ainda mais fotos relacionadas, muito boas, por sinal:

    E agradecendo também alguns elogios e outras coisas que começam a chegar pelo artigo!

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Grande postagem sobre o show histórico do Iron Maiden no Rock in Rio I. Sem dúvida a melhor edição do festival, que contou com AC/DC, Queen, James Taylor, Ozzy Osbourne, Whitesnake, Scorpions, George Benson, entre outros. Compartilhei no facebook do meu blog (http://www.jazzerock.com)

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  3. Ainda não terminei de ler, mas achei muito bom até onde li.
    Devia ter dividido em partes pra ganhar mais visitas. hehe

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    • Olá Rubens, primeiramente, seja bem-vindo ao Minuto HM. Obrigado pelo elogio.

      A estratégia de publicar em partes realmente faria o blog ganhar mais visitas ou ainda deixar as pessoas com aquele “ar” de suspense, você tem toda a razão. Mas trabalhei neste post por 3 dias e preferi publicá-lo na íntegra, mesmo, pois além de já ter algumas outras “dívidas” aqui no Minuto HM, o objetivo final nosso não é ter milhares de acessos, etc., e sim apenas curtir o espaço da maneira forma, através dos posts e dos comentários que possuem sempre excelente qualidade.

      Mesmo assim, agradeço seu elogio, peço que continue a leitura até o final e comente sempre que quiser por aqui.

      Continue conosco, aproveitando nosso espaço!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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      • ….” além de já ter outras “dividas” aqui “…
        Excelente Eduardo e pra mm um indício que se já são assumidas, serão cumpridas, não é?
        O Post eu não vou falar nada agora, volto para comentar….
        FR

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        • Remote, claro que pretendo cumprir, mas só de pensar que de um show eu já escrevo um livro e demoro 3 dias para fazer um post, imagine a discografia? Hehehehe.

          Eu consigo ter o “poder da síntese” quando quero mas, para esse caso, tenho uma dificuldade adicional, pois quero falar tudo que conhecer e acabar aprendendo no caminho…

          Bom, pelo menos, quando chegar na World Slavery Tour, eu já tenho algo a aproveitar por aqui… 🙂

          [ ] ‘ s,

          Eduardo.

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        • Eduardo
          Li com mais “detalhamento os detalhes” e é incrivel o que se passou neste show, que a banda considera com um dos mais importantes da carreira. Pelo que sei o Iron interrompeu a tournê para dar um pulo no RJ e nos trazer um show da World Slavery Tour – quanta honra! E eu não fui , que lástima…..
          Muito do que foi dito eu já tinha percebido – como o sangue na malfadada Revelations ou o Bruce apagando as chamas com os pés e os notorios problemas de som – que devem ter sido espalhados para as outras bandas tb Eu lembro do show do Whitesnake, o Coverdale em algumas dificuldades tb.
          O Rock in Rio I parece ter um pouco de improviso, e ter saido meio na marra e talvez por isso a coisa tenha sido tão espetacular e até hoje traz performances inigualáveis, com o Iron, Whitesnake , Scorpions e Queen, todas bandas consideram como marcos na carreira.
          Sobre o post – é incrível o trabalho do Eduardo em resgatar e dissecar todos os detalhes que apareceram no show: um post sensacional para um show igualmente antólógico.
          FR

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  4. Ao ler isso tudo passou um filminho na minha cabeça… Primeiro show do Iron que assisti e realmente inesquecível! Parabéns!

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    • Olá Silvia, seja primeiramente bem-vinda ao Minuto HM. Obrigado pelo elogio e por ter compartilhado um pouco da sua emoção.

      Fique a vontade para comentar qualquer coisa que ache legal deste dia, já que você esteve presente. Tenho certeza que acrescentaria ainda mais ao post.

      Continue conosco, aproveitando nosso espaço!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  5. Lembro de dois comentários “brilhantes” da Rede Globo a respeito do show do Iron Maiden na época. Um foi antes do show onde eles destacavam a velocidade que o Steve Harris tocava contra baixo onde eles “suspeitavam que existisse um outro baixaista atrás do palco. A segunda “pérola” foi quando se levantou a suspeita de uma suposta encenação do Bruce quando se feriu com a guitarra.
    Junto com isso, pode se ver no Youtube a entrevista que a Glória Maria fez com o Queen para o Fantástico, onde o Freddie Mercury só falta chamá-la de idiota….realmente cômico….

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  6. Post publicado como artigo “especial” e em destaque no Whiplash:

    Queria aproveitar e registrar um (mais um) agradecimento a todos que estão curtindo e espalhando este post na internet. Obrigado.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  7. O post é um dos mais completos , senão o mais completo, que já li por aqui. Realmente problemas de som aconteceram no primeiro Rock in Rio, mas não tinha lembrança que Bruce tinha sofrido tanto. Alguns detalhes do show o fizeram ser único, como o incidente com a guitarra que fez um talho no rosto de DIckinson e o excelente solo de Murray , calcado na linha melódica de Powerslave , considero um dos mais bonitos solos de guitarra que ouvi . Na época, o de Sykes , no Whitesnake também chamou muito a minha atenção, mas considero este de Murray o melhor momento solo do instrumento do Rock in Rio.
    Eduardo, depois desta aula minuciosa não podemos esperar nada que não seja uma discografia completa do Iron. O Minuto HM não pode ficar com esta lacuna , considerando o seu vasto conhecimento da banda.
    Enquanto isso, atribuo um 11 a este post, numa escala de zero a 10.

    Alexandre Bside

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    • B-Side, só tenho que lhe agradecer por estas palavras… de verdade, muito obrigado.

      Também gostei bastante do solo de Murray, aliás, não é segredo que, diferente de muitos, eu tenho minha predileção por ele. Só achei que o Nicko não deveria ter entrado no final, fazendo aquela “graça”…

      Muito obrigado novamente e… calma, calma… hahahaha.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  8. Olá! Muito boa a postagem!

    Quem não deveria estar nada contente com o som, era o Adrian. Nos solos dele quase nada se escuta.
    Mas sem dúvida, esse foi o show mais marcante da donzela e pena que eu não tinha nascido ainda.

    UP THE IRONS!

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  9. Eduardo, sensacional o post. Como o B-side citou, muito completo e detalhado. Excelente. Eu ainda estou terminando de ler algumas partes, mas já é visível a qualidade dos detalhes e a riqueza de informações. Eu assisti esse show na época pela televisão (preto e branco) e curioso que não fazia a menor idéia desse show de horror de trapalhadas. A reporter do início da matéria da Globo é a Sandra Passarinho que esta até hoje na Globo na equipe que cobre o RJ

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  10. Eduardo, como você bem sabe, eu ja li o texto há um certo tempo mas precisava de calma e tempo disponível pra escrever minhas impressões sobre este fantástico post.

    O que você trouxe é lindo demais. Coisa que só um verdadeiro fã poderia fazer.
    Todos sabemos que em se tratando de Iron Maiden o que mais existe é fanboy cego que trata a banda como divindade máxima, incapaz de errar (não é à toa que os fãs do Iron são considerados uns dos mais chatos do mundo) e você, com este texto, veio provar o contrário! Provou que podemos ser fãs sim, curtir e seguir a banda quando eles vêm ao nosso país mas ao mesmo tempo sabemos reconhecer e apontar os erros quando eles aparecem.
    E justamente por você ser muito fã que consegue apontar as falhas de forma detalhada e precisa (inclusive com as falas do Bruce pro seu técnico de som hehehe)

    Nunca assisti este show com toda esta atenção – talvez nunca nem tenha assistido na íntegra – e agora, com este seu textinho, vou ver os vídeos prestando atenção em todas as coisas mencionadas aqui 🙂

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    • Su, desculpe a demora para responder, mas queria aqui registrar meu agradecimento pela suas palavras. Muito obrigado também por ter divulgado este post por aí como fez.

      Fico feliz em ter visto que a repercussão deste artigo foi muito boa – todos entenderam que não se tratava de uma crítica a banda (algo que pensei que pudesse ser confundido) e sim um apanhado / detalhamento de coisas que ocorreram neste “noite atrapalhada”.

      Obrigado mesmo, de novo, pelas palavras – de uma fã como você, só me dá mais satisfação.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  11. GALERA EU FUI A ESTE SHOW EM 85.FANTÁSTICO .QUE PERFORMACE DO BRUCE E DEMAIS MEMBROS ,E ,POR INCRÍVEL QUE PAREÇA,TENHO ESSE POSTER DA SON TRêS.NUNCA MAIS TEREMOS UM ROCK’N’ RIO COMO AQUELE….
    WHITESNAKE,QUEEN.MAIDEN,SCORPIONS,ACDC….QUE TEMPOS BONS…
    ABRAÇOS.

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  12. Hoje, pelo Twitter, bati um papo com o pessoal do Rock in Rio, que estava vendo com a galera quem tinha algum coisa legal deste show, dado o mês de aniversário do festival.

    O pessoal foi muito legal e, após algumas mensagens trocadas, eles leram e gostaram bastante deste post e me pediram para indicar uma música. Indiquei Revelations.

    Eles publicaram, tanto pelo Twitter quanto pelo Facebook, o vídeo indicado e o nosso post:

    Legal, não?

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  13. Primeiro..parabens pela leitura do show. Eu estava bem na frente do palco, em lembro bem da cena do corte na testa do Bruce (tinha dezenove anos na época e ainda não bebia..hehehe). Um detalhe importante é que a guitarra que ele estava tocando no inicio de “Revelation” não saia som, ouvia-se somente a base das guitarras do Adriam e do Dave, então ele olha de um lado par o outro e não ouve nada, dai ele aponta pra técnica, leva a mão na orelha como que se quizesse dizar “cadê” e em seguida vai para o público, ele não de machuca ao movimentar a guitarra para frente e para trás, depois que ele mexe com a platéia ele reclamou de novo do som, com socos no ar e então bete com a guitarra na testa para mostrar seu descontentamento. Na minha opinião a lesão foi real, ele não queria se machucar, mas pela adrenalina acho que não mediu a força e deu no que deu. Depois ele abandona a guitarra e quem continua o solo “tipo dedilhado” é o Adriam até o final da música.

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    • Olá Carlos, primeiramente, seja bem-vindo ao Minuto HM. Aproveite o espaço.

      Muito legal ter um depoimento registrado de quem efetivamente estava lá no dia, de frente. Não sei se Bruce se “machucaria” de maneira proposital, mas com certeza com tudo meio atrapalhado na noite, o nervosismo, os problemas técnicos, o calor e, por que não dizer, Bruce ainda chegando no estágio de maturidade, ah sim, estes fatores contribuiram com certeza…

      Obrigado novamente por comentar e continue conosco.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  14. O “JT” que o Bruce fala é referente a John Thompson, técnico do P.A. da banda durante a turnê World Slavery Tour.

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  15. “EU FUI, EU FUI” é isso mesmo eu fui 2 vezes no R’n’Rio 85, na abertura e na noite do Heavy Metal. Eduardo parabéns pelo trabalho coisa de fã, vou contar o que lembro dessa noite.
    Eu e mais dois amigos já estavámos no R’n’Rio desde as 12 hs, quando abriram-se os portões, assistimos a tudo que veio antes do Iron, inclusive o Whitesnake (Sensacional, Coverdale, Cozzy Powel e Cia), portanto a + – 12 hs no local do Show, não sei que horas eram pois não tinha relógio e esquecido meu celular em casa (Hahahaha), o Iron começou a demorar para entrar e a platéia ensaiou uma vaia, mas os caras começaram e do alto do palco de + – 4 m de altura, dominaram o público, foi rock na veia, percorrendo o corpo, acelerando o coração e explodindo na cabeça olhos arregalados, não vi nada disso que me mostrou, nem tinha como mas te digo uma coisa nada foi como antes depois desse festival, não vi nem o show do Queen, pois já tinha visto no Morumbi – SP (1º Grande Show de Rock no Brasil), ficamos só andando pelo evento enquanto o Queen tocava, cara guardo até hoje num quadro 2 ingressos do show, com folders e figurinhas lançadas num album da época.
    It’s Only R’n’Roll, Long Live R’n’Roll
    DJ Old Wilson – 53 anos
    Tiête – SP

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  16. Li a autobiografia do Bruce Dickinson e ele fala dos problemas de som, fala do corte, mas tb fala que jogou os monitores pra fora do palco… será que isso não foi registrado?

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  17. Eu estava lá….mas o que me movia era uma paixão louca pelo Queen….só então passei a conhecer o Iron e admiro muito o Bruce….voltei no tempo legal!!! Muito obrigada por este resgate

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