Cobertura Minuto HM – Paul McCartney em Recife (show 1) – parte 6 (resenha)

Como é difícil começar uma resenha sobre um show como este. É difícil porque dá vontade de resumir tudo em poucas palavras, como maravilhoso, espetacular, perfeito, emocionante, mágico… mágico como a música de abertura do show, que já-já falaremos sobre…

Já falamos um pouco do clima pré-show aqui e também vimos como foi a passagem de som com este lindo post. O que vimos depois que entramos foi o estádio enchendo cada segundo mais, até ficar completamente lotado em todos os seus setores. A pista VIP, com exceção da lateral esquerda de quem olhava o palco de frente, mais vazia, ficou completamente lotada também.

A espera pelo show se deu da mesma forma que os shows anteriores de Macca no Brasil desde 2010: faltando meia hora para o início do show, os grandes telões laterais de alta resolução foram abertos verticalmente e ligados e, ao som de versões remixadas do Fab Four, fotos, recortes de revistas, jornais e pequenos vídeos dos Beatles começaram a ser exibidos. Mais uma vez, isso é muito legal para já deixar o público na expectativa para o show. Entretanto, já que entrei no assunto “público”, vou aproveitar para falar disso logo de início…

Uma das coisas mais legais em se presenciar em um show do Macca é justamente as diferentes gerações. Hoje em dia, é muito comum ver o avô, o filho e até mesmo o neto presente nos shows. Em algumas situações, se dê até mesmo 4 gerações. Mas, neste show em Recife – e falo ESPECIFICAMENTE da pista VIP, onde eu estava – não foi bem assim…

Claro que havia sim muito disso que comentei acima. Mas a maioria do público presente era jovem. Até aí, nenhuma grande novidade – esse fato também foi observado nos outros shows de Macca. Mas muito do que vi no melhor setor do show foi um monte de gente que estava lá “por estar” – pessoas que, por exemplo, foram ao show “para falarem que foi” – aquilo que já abordamos aqui – sem contar outras que nitidamente estavam ali por terem ganhado ingresso, seja qual for a “fonte”. E por que estou falando isso? Porque, além das pessoas ficarem conversando, as vezes DE COSTAS para o palco, ainda atrapalhavam os verdadeiros fãs. Nós mesmos tivemos que nos mudar de lugar uma hora por conta de um grupinho de, desculpem a franqueza, imbecis. Claro que por ter sido o maior artista que já pisou na linda Recife, é até óbvio que muita gente estaria ali pela curiosidade, mas outra coisa é incomodar os verdadeiros fãs.

Isso posto, vamos para o que realmente interessa. A expectativa era enorme quando o playback chegou em “And in the end, the love you take, is equal to the love you make”, uma das coisas mais lindas que se pode encontrar em qualquer letra de música por aí – e como os últimos shows de Macca terminam. Com o público em êxtase, fiz uma força absurda para controlar meu choro já neste momento, sabendo que em segundos veria Sir ali, muito próximo – neste momento, eu estava bem centralizado no palco, mas tão bem posicionado que dava para ver realmente muito bem os detalhes do palco. A única dúvida naquele exato momento por qual música de 1966 dos Beatles abriria o show, se Hello, Goodbye ou a homônima do mesmo disco desta, Magical Mystery Tour.

O apagar das luzes é sempre um dos grandes momentos de um show – é neste instante que qualquer sacrifício para estar presente em um show vale a pena. E este apagar foi muito emocionante, pois o palco voltou a ficar iluminado logo depois para a triunfal entrada da lenda. Cada segundo ali foi “degustado” com muita emoção, ansiedade, alegria, enfim, um caldeirão de emoções especiais.

Os telões se acenderam já com a imagem de Paul e seu lendário baixo acenando para o público, em seu terninho e com uma já-molhada-de-suor camisa branca. A música escolhida foi Magical Mystery Tour, para delírio dos presentes e já me fazendo pular de alegria…

A sequência veio com a esperada Junior’s Farms, da fase Wings. Apesar de ainda estarmos abordando o início do show, quero aproveitar para compartilhar uma outra opinião sobre o setlist: além dele trazer um interessante “resumo” da carreira de Paul, seja nos Beatles, no Wings, com o projeto The Fireman, solo ou até mesmo tocando um divertido cover, para mim, o repertório é cuidadosamente “costurado” para mesclar aquelas músicas que trazem uma emoção grande, sejam por ser hits, por ser emocionantes / lindas / chorosas (ou tudo isso, claro), com músicas que não são “hits absolutos” para quem não acompanha Paul – ou ainda aquelas músicas mais, digamos, “pulantes”, animadas.

Falo isso pois Junior’s Farm é uma música que não é um daqueles “hits absolutos” para quem não acompanha a carreira de Macca, mas é bem divertida mesmo aos que não conhecem e está ali, estrategicamente colocada entre uma emocionante abertura de show e um hit absoluto que viria.

E foi justamente ao final de Junior’s Farm que meus olhos viraram rios de lágrimas na expectativa pela música que ano que vem completará 50 anos (!). Juro que desta vez, tentei me segurar e não chorar. Mas não deu.

Paul, que sempre se esforça para falar um pouquinho da língua do país que está com o bônus de tentar trazer alguns termos locais, se dirige ao público: “Oi, Recife! Boa noite, pernambucanos!” e me comove mais uma vez com All My Loving. A alegria de estar ali naquele momento, de pensar sempre nas milhares de vezes que ouvi esta música com meu pai, é demais para se manter íntegro. Além do calor, o processo de “derretimento emocional” também se se intensificou a partir deste ponto.

Após a choradeira da música do With The Beatles, Paul, como sempre, aproveita para tirar o blazer (e mais do que merecidamente neste noite – a camisa dele parecia que tinha acabado de ser mergulhada em um balde cheio). Paul novamente se dirige ao público, com seu script sempre legal do “esta noite vou tentar falar um pouco de Português, mas vou falar mais Inglês”, e a banda inicia a divertida Jet, do Wings, seguida pela música do álbum Revolver do Fab Four, Got To Get You Into My Life, uma daquelas que podem até ser consideradas como “surpresa”, visto que, neste “spot” do setlist, Paul costuma variar a escolha noite após noite no meio das quase 40 músicas que são tocadas.

Paul aproveita para tocar Sing The Changes, uma música bastante recente, de 2008, do terceiro álbum de estúdio do The Fireman, o Electronic Arguments, ao qual o africano Martin Glover (Youth) faz parte tanto da gravação quanto produção.

Ainda com o público gritando “oh, oh, oh, oh”, Paul anuncia em nossa língua que a próxima música seria tocada pela primeira vez em nosso país. Hora de viajar de volta para 1965 com a agradável surpresa The Night Before, que foi lindamente executada e arrepiou cada pelinho dos braços e pernas:

Paul mais uma vez retorna ao seu brilhante trabalho setentista com o Wings com a cantante Let Me Roll It. Eu, particularmente, adoro esta música e toda a emoção que ela passa “on the palm of my hand”. Ao final, como de costume, Paul e banda executam um trecho de Foxy Lady, de Hendrix e, depois, solta um “povo arretado” para nós 🙂 .

Com a guitarra original da época, apesar de Paul desta vez não ter comentado (ele sempre comenta a história da guitarra, mas desta vez, deve ter se esquecido), é hora de Paperback Writer, dos Beatles, que sempre funciona muito bem ao-vivo. Depois dela, Paul aproveita para se dirigir pela primeira vez na noite ao piano Yamaha para me fazer chorar mais um pouco com uma das coisas mais lindas já gravadas na história da música: The Long And Winding Road, música de uma época que os Beatles já não se suportavam mais, não conseguiam mais conviver. Eu sempre olho o álbum Let It Be como um grande exemplo de que é sim possível se criar lindas coisas mesmo nas piores adversidades. Tudo lindo e perfeito:

Mantendo a alternância “Beatles-Wings” e também aquilo que comentei de música “chorosa” com “animada”, Paul permanece no piano e faz o sinal do Wings para os fãs, com a empolgante Nineteen Hundred and Eighty-Five preenchendo nossos ouvidos.

A próxima música, “My Valentine”, era uma incógnita com relação ao seu funcionamento ao-vivo e em um show de grande porte. A música do mais recente trabalho de Paul, Kisses On The Bottom, tem uma característica mais intimista mesmo, então havia um certo “receio” de como seria ouvi-la em um estádio.

Mas a grande verdade é que tudo funcionou maravilhosamente. Em Português, Paul aproveita para dedicar a música ao seu atual amor: “eu escrevi esta música para minha belíssima esposa Nancy”. Macca ainda diz para todos ficarem atentos às imagens do telão, onde o recente videoclip que conta com Natalie Portman e Johnny Depp seria mostrado. Não só a música funcionou maravilhosamente, como foi bem cantada e curtida por todos Alguns casais também aproveitam a ocasião para dançarem. Creio que virou mais uma ótima opção para Paul tocar em futuros shows!

Aí o que vem a cabeça é: “ah, então Paul finalmente dedicou a música para a Nancy e parou um pouco de falar da Linda”. Ledo engano. Ainda no seu Yamaha, apontando para o céu e em Português, Paul diz “eu escrevi esta para você, Linda” antes de iniciar, pela primeira vez também em nosso país, talvez o ponto mais alto da noite, mais emocionante para aqueles que já viram Sir Macca e provavelmente não tinham mais esperanças de revê-lo e ainda mais escolhendo Maybe I’m Amazed. Para mim, a música é sem dúvidas uma das melhores coisas que Paul já gravou, inclusive considerando seu catálogo nos Beatles. Creio que quem ainda não tinha chorado, aproveitou para lavar a alma ali mesmo – e creio que eu nem preciso falar nada sobre mim. Com lindas imagens do eterno casal ao fundo, Paul ainda mostrou aos 60.000 presentes que sua voz continua capaz de encantar mesmo os mais exigentes.

Agora com um violão, Paul aproveita para brincar com seu suspensório ao deixar o piano para a sequência com 3 músicas dos Beatles. Nas duas primeiras desta trinca, ele nos manda ao A Hard Day’s Night com Things We Said Today e And I Love Her.

Bom, agora que estava todo mundo animado com a sequência de 1964, por que não mais uma choradinha (no meu caso, mais para uma cachoeira saindo pelos olhos)? Blackbird faz o estádio inteiro cantar, gritar e bater palmas na Liverpool brasileira. É impressionante a capacidade que uma música tão curta pode causar em termos de emoção.

Paul agradece ao público e a choradeira continuaria com Here Today, música dedicada “ao meu parceiro John”. Não há muito o que ficar falando desse grande momento, apenas se emocionar com a “conversa” que ele queria poder ter com John hoje. Seja onde ele estiver, Lennon com certeza está vendo isso, Paul. Não só chorei muito na hora, como estou chorando neste exato momento, escrevendo este parágrafo.

Bom, depois da choradeira e justificando meu comentário sobre o “setlist costurado”, é hora de se recompor para a animada sequência de Dance Tonight, contanto com a tradicional dança do excelente baterista Abe Laboriel e emendando com a também dançante / cantante Mrs. Vandebilt, cujo som do teclado aparentemente falhou logo no início, mas nada que não fosse resolvido em poucos segundos.

Agora que eu tinha me recuperado um pouco, Paul resolve tocar Eleanor Rigby, claro. Lá vou eu ficar travado, meio assustado, com aquela cara de quem não entende o que está acontecendo. É muita emoção. A música foi maravilhosamente executada e fez o público cantar alto, principalmente no refrão.

Paul atacaria nossos corações com Something, dedicando como de costume a música ao incrível George Harrison. Mesmo tentando me conter, as lindas imagens nos telões do guitarrista dos Beatles e o solo da música me fazem ficar novamente em prantos. Aliás, creio que qualquer pessoa que goste de Beatles chore mesmo em um momento como estes (e escrevendo a resenha depois), não há como se segurar. Outra coisa que é sempre impressionante é esperar como o “I don’t know” vai ecoar no estádio, com as milhares de vozes juntos gritando a frase. E como foi alto nesta noite. George também deve estar vendo tudo.

Bom, com John e George homenageados, como de costume, o show seguiria normalmente, visto que Ringo não é “lembrado” nestas homenagens – até porque, ainda bem, ele ainda está conosco (inclusive acabou de passar pelo nosso país). Mas a galera gritou “Ringo! Ringo! Ringo!”… eu pensei que não daria em nada, mas aí Paul surpreendeu a todos e perguntou: “Ringo?”. Bom, aí o resultado foi este, que trago por 2 ângulos (o segundo vídeo já com a próxima música da noite):

É engraçado pensar da onde surgiu aquele submarino amarelo no telão (imagem que ficou apenas no telão do palco mesmo). Só pode ter sido do Google Images, em uma desesperada busca da produção por uma foto do mais famoso submarino musical do mundo 🙂 .

Com a surpresa da noite feita e o público com o sorriso de orelha a orelha, Macca foi logo soltando um dos seus maiores clássicos: Band On The Run, maravilhosa e tocada com a perfeição de sempre por Paul e com sua atual banda, que o acompanha há 10 anos agora, com direito ao também tradicional chute dele no vento.

Hora de uma sequência de 4 músicas da “terceira fase” dos Beatles. Paul repete as brincadeiras de sempre, interagindo com o público com risadas, sussurros e coisas do tipo, antes de começar a primeira desta sequência Fab Four, a sempre divertida e dançante, aquela que (quase) nada diz, aquela que é “puro ácido”, Ob-La-Di, Ob-La-Da. Quem ainda não tinha se entregado a dançar, nem que fosse sozinho mesmo, acaba finalmente se rendendo à diversão – realmente é sempre uma das mais “dançantes” e cantantes do show. É nesta música também que as máscaras que o “povo arretado” tinha preparado são mostradas ao Sir, dando um visual realmente especial. A banda estrategicamente dá a chance ao público para cantar alto quando a música chega à última repetição do refrão, e é onde a galera realmente delira com a cantoria, com este momento pedido por Paul no início da música. Paul, em sua infinita humildade, faz questão de sinalizar a todos ao final da música que adorou o carinho com as máscaras, algo que o povo brasileiro sempre se destaca mesmo, com toda a preparação de homenagens como esta. Destaque também para os backing vocals do batera, sempre muito bons.

A coisa ganha um peso um pouco maior com o voo que Recife pega “Back In The U.S.S.R.”, que traz, claro, imagens russas nos telões, muito bem executada por toda a banda, com ótimos backing vocals e uma sonoridade de guitarra e batera excelentes e, após Paul voltar à guitarra e soltar mais um “povo arretado”, ele traz uma das minhas prediletas de sempre, lá do Let It Be: I’ve Got A Feeling. É nessa música que, apesar de começar a dar aquela sensação de que o show se encaminha para o final, mesmo ainda faltando 1/3 das músicas, eu aproveito para curtir como nunca. É nela também que é possível ver como este senhor, depois de tantas músicas já tocadas, ainda consegue facilmente gritar com grande competência e a qualidade de sempre. Paul realmente impressiona nesta música.

Depois da sequência cantante e feliz, é hora de voltar a chorar no show. Confesso que depois de tantos shows, já até acostumei com Paul cantando a psicodélica A Day In The Life, música tão maravilhosamente marcante na sua versão original na voz de Lennon. Com Paul novamente em seu histórico baixo, ele agradece ao público e entrega esta linda versão da música de 1967 do igualmente histórico álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. E eu? Eu já saio chorando mesmo logo de cara, mesmo antes de chegar no “I reaaaaaaad the news today, oooooh boy”… há de se destacar o trabalho dessa ótima banda que acompanha o Sir, trazendo os diversos detalhes da música na versão ao-vivo, inclusive o esperado “Ah-ah-ahhh ah-ah-ahhh”.

Também como esperado e dando continuidade à choradeira, Paul volta à homenagear seu eterno parceiro John, com Give Peace A Chance. É impressionante como já acostumei também a “esperar” por este momento e como essa emenda funciona de maneira tão única e emocionante. É também hora de refletirmos nossas vidas, nosso dia-a-dia, e pensarmos um pouquinho como John Lennon, em sua infinita inteligência e sabedoria, muito falou ao mundo em toda sua brilhante carreira nos Beatles e depois solo nos anos 70, mas no final, o recado era um só: o amor. Saudades desse verdadeiro líder que teve seu imenso legado encurtado de uma das maneiras mais estúpidas, injustas e covardes que se pode ter. “You can give peace a chance right now in the mundo”, diz Paul, misturando as línguas, mesmo.

Paul retorna ao piano para a execução da emblemática faixa-título do álbum Let It Be. A choradeira continua, como não podia ser diferente, com todas as velas que vão aparecendo no telão do palco.

Ao final, limpando as lágrimas, já fui me preparando pois sabia que estava chegando a hora de Live And Let Die, música que adoro filmar enquanto assisto. Estava tão atrapalhado e emocionado na hora que acabei cortando o comecinho da música no vídeo abaixo e como não olhava para a tela do celular, nem sempre estou filmando “corretamente”, hehehe. Mas o vídeo desta música que virou até filme do 007, como já expliquei aqui e é o ponto mais alto de pirotecnia, efeitos e fogos de artifício do show, está abaixo, com direito a Paul, como sempre, “tapar os ouvidos” ao final depois de tanto “barulho”… 🙂

O show vai mesmo se encaminhando para o final (e, a patir de agora, somente músicas do Fab Four seriam tocadas por Macca) e a última antes dos encores é, claro, Hey Jude. Ahhhh, Hey Jude… mais uma vez, uma viagem à minha infância e aquele show de 1993 no Pacaembu. Que coisa mais linda. Paul está no piano colorido dessa vez, enquanto um filme passa pela minha cabeça. O “na-na-na” ecoou forte na capital pernambucana, com Paul elogiando o retorno das plaquinhas dos “na” (“ahhh, looks so good with your ‘na-nas'”), fazendo a também tradicional brincadeira de dividir os “homens” e as “mulheres”, para finalmente pedir para todos cantarem – e como todos cantaram alto… outro grande momento que ficará registrado em minha memória para sempre!

As bandeiras do Reino Unido e do estado de Pernambuco ganham o palco, sendo a última trazida pela atração da noite ao som de “Ahhh, é Pernambuco”, para o início do primeiro encore da noite com 3 músicas: Lady Madonna, com Paul de volta ao piano colorido, Day Tripper e seu incrível riff inicial e Get Back, sendo as duas últimas com ele de volta ao baixo.

O último encore fecha a maravilhosa noite ainda melhor. Paul está com o violão quando faz todos se emocionarem com Yesterday, mais uma daquelas músicas que são uma dádiva dos Beatles ao mundo.

Paul pergunta “you wanna rock?” e confirma que ele quer também. Com aquela que é apontada por alguns como um primeiro sinal do que depois veríamos com o nascimento do metal, Helter Skelter, com a alucinante montanha-russa no telão, deixa a atmosfera da noite mais pesada – e que ótimo – e me faz pular como um maluco na pista, com uma energia que vem provavelmente de uma algum lugar que nem eu entendo. Hora dos devil horns para Sir Macca! 🙂
Passada a euforia extrema, vem aquele choque que realmente o show está acabando e que mais lágrimas viriam. E na atual tour “On The Run”, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dá lugar a Golden Slumbers e Carry That Weight, além da esperada The End. A emoção fica ainda maior com esta última sequência pois, claro, é a emenda clássica da parte final do disco de estúdio Abbey Road – e, com Paul de volta ao Yamaha para a Golden Slumbers e Carry That Weight, a coisa foi realmente bem emocionante. O fim com The End contou com Paul saindo do piano para a guitarra pela última vez no show, fechando a sequência matadora de mais uma incrível e memorável apresentação de Macca. Na saída, muito papel picado para fechar de vez a noite.

Fotos do show podem ser vistas no link abaixo:

Peço até desculpas pela repetição de palavras como “emoção” e “choro”, mas é isso que um show de Macca é para mim. Uma alegria sem fim, um turbilhão de coisas que passam pela cabeça.

Obs.: o show ainda contou com a tal promoção da Rede Globo, onde 4 mulheres tiveram a honra, mesmo com duvidosos critérios (parece que houve uma bela confusão da emissora ao não seguir suas próprias regras, mas não vale nem a pena se estender neste assunto – quem quiser se aprofundar, basta ver este link), de subir ao palco e abraçar a lenda. Uma delas, a última, era de São Paulo e foi vaiada por parte do público – uma senhora babaquice das pessoas que fizeram isso, diga-se de passagem.

Já se diz por aí que Paul voltará ao Brasil ainda em 2012 e/ou 2013. Eu duvidei que ele voltaria para o país depois de 1993 e ele voltou em 2010. Duvidei de 2011. Duvidei de 2012. Não, não duvido de mais nada… 🙂 .

Que o “até a próxima” que ele novamente falou nos 3 shows deste ano pelo país aconteça logo! 🙂

Então, “até a próxima”!!!

[ ] ‘ s,

Eduardo.



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12 respostas

  1. Ótima resenha!

    Para resumir em poucas palavras: levei meu pai para ir ao show do Paul no RJ. E ele diz até hoje que foi uma das melhores coisas que já vivenciou na vida.

    Isso é Paul!

    Abraços!

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    • Olá Glaysson, muito obrigado pelo elogio. Também já pude estar com meu pai em shows do Macca (você pode conferir pelos links no próprio texto, se quiser) – a emoção realmente é indescritível.

      Neste, tentei por muitas vezes telefonar para ele, mas a rede de celular estava congestionada, infelizmente. Mas estava com ele na cabeça, claro.

      Valeu!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Pouco mais de um mês do show de Recife e 1 ano dos show do Rio… Mesmo o de Recife ja parece tão distante… Show do Paulzinho sempre tão inesquecível, mesmo as brincadeiras sendo sempre as mesmas para quem já viu mais de um show, tudo é sempre tão lindo e emocionante como na primeira vez. Que o digam aqueles que sempre choram na mesma música, mesmo já tendo visto zilhões de shows 😉

    E este, apesar de não ser o melhor que já vi (olha a que ponto chegamos: poder escolher qual o melhor show do Sir já vimos!!), até por conta do público que às vezes parecia não dar muita importância para o que acontecia no palco, teve momentos que ficarão marcados para sempre! Maybe I’m Amazed, sem dúvidas, foi um dos momentos mais lindos e emocionantes de toda a minha vida. Arrepia só em lembrar. E a trinca final de Abbey Road… tão surreal agora pensar que eu vi isso ao vivo… Que momento incrível! Obrigada, Paul e banda! Não podemos esquecer da banda que acompanha o Paul, alguns mais tempos ao lado do Macca do que os próprios Beatles, sempre tão perfeitos!

    E obrigada, Eduardo, pelo lindo texto, pela companhia em mais um show do Paulzinho e mais um vídeo de Live And Let Die. Ano que vem tem mais!

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    • Ótimo comentário, Su. Não sei do que você está falando sobre chorar… 🙂

      Isso que você disse realmente é bem maluco e legal de se pensar: pode escolher na cabeça QUAL shows pudemos ver de Paul. Quem diria? Aliás, se pararmos para analisarmos os últimos 5 anos, pudemos praticamente conferir toda a discografia da nossa vida, não? Sim, falta o Van Halen… 🙂

      May I’m Amazed – que nesta noite foi OF COURSE I’m Amazed – foi realmente um dos momentos mais lindos de todos os shows do Paul que já pude ter a honra de conferir. A trinca, idem.

      Agradeço pelas palavras, Su, e vamos torcer para que tenhamos mais, mesmo. NUNCA, eu disse, NUNCA é demais termos a chance de celebrarmos a alegria de ver Sir Paul McCartney de perto. E olha, pelo que se fala por aí, pode ser que tenhamos AINDA ESTE ANO…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  3. Mais uma coisinha legal que saiu hoje. Um infográfico com os números do show do Paul este ano em Recife e Floripa:

    http://www.paulinbrazil.com.br/a-emocao-dos-tres-shows-em-numeros/

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  4. Post publicado no Whiplash:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  5. Eu preciso pedir, antes de tudo, imensas desculpas por não ter comentado acerca deste post, que já havia visto há bastante tempo com todos os maravilhosos detalhes e vídeos que tão bem trouxeram ao menos uma parte da emoção que deve ter sido vivido por grande parte do público brasileiro em recife. É mais um exemplo de qualidade aqui do Minuto HM, sem sombra de dúvida! Algo aconteceu , não lembro bem, por não ter comentado, mas antes tarde do que nunca…
    Em relação ao show, o repertório é irretocável, já que Paul tem umas dez milhões de músicas maravilhosas que poderiam participar de seus shows. Assim, a partida já começa ganha, e de goleada! Vou apenas ressaltar uma das canções que me tocou um pouco mais e já que é até indelicado não citar as outras, peço considerações por apenas citar Maybe I’m amazed, uma das minhas preferidas de todos os tempos,,pois a versão é linda de doer e muito legal ver que o público próximo às imagens conhece a letra ipsi-literis.. A faixa, junto com várias outras, mostra como Paul é um grande compositor, mesmo fora dos Beatles . E apesar de temer pelo alcance de Paul à essa altura do campeonato, ele se saiu muito bem, numa música bastante difícil de cantar.

    Eduardo, parabéns por compartilhar um pouco dessa maestria de espetáculo conosco !

    Alexandre

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    • B-Side, não há motivos aqui para pedir desculpas. Como disse, você tem dias e dias de cheque especial… 🙂

      Olha, fico feliz que de alguma forma eu tenha conseguido passar um pouco da emoção em ver Paul novamente. Por mais que eu tente, é impossível não vincular emoção com palavras escrevendo sobre os shows do Sir. Por mais “sério” que eu tente, é uma missão que eu não consigo mesmo.

      E meu amigo, Maybe I’m Amazed foi de outro mundo. OUTRO MUNDO! E sim, falando apenas desta noite, tendo em visto o calor “ensurdecedor” (como se diz por aí) que fez no dia e fazia na noite, com Paul molhado de suor mesmo (ele e as outras 70.000 e poucas pessoas), tendo em visto ele ter chegado de tão longe, ter feito um hot sound na tarde e ainda nos brincando com um show de 3 horas, sem sair do palco, sem beber e com 70 anos, é de se elogiar com todas as forças do mundo a performance muito boa não só dessa, mas de todas as músicas do show.

      Que Paul mantenha essa incrível disposição (pois talento é algo que ele poderia vender para o resto da vida, se fosse possível) e que ele retorne hoje mesmo! 🙂

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  6. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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