Judas Priest: o simples é o melhor?

Senhores, acho que trarei uma dose de polêmica para o MHM. Estarei comentando brevemente uma parte da história e discografia de uma das maiores bandas de HM de todos os tempos, o Judas Priest, indicando sua fase de maior sucesso e direcionamento para tal. Traçarei algumas das diferenças entre as consideradas duas primeiras fases da banda – os anos 70 e os anos 80 até a consolidação como banda bem sucedida. Não trarei a sua pré-história fonográfica, tampouco a continuação dos anos 80, quando a banda já estava consagrada, isto é para especialistas da banda. O objetivo aqui não é montar uma discografia da banda, é trazer pontos para reflexão dos leitores do blog.

Estamos nos anos 70, o Judas Priest inicia sua carreira fonográfica com uma gravadora pequena, a Gull Records, e com ela grava dois álbuns: em 1974 o debut com Rocka Rolla e dois anos depois, Sad Wings of Destiny. Com uma produção limitada, os dois discos servem para mostrar o potencial do grupo, principalmente pelo segundo que já traz clássicos que se manteriam vivos no setlist da banda até hoje, como Victim Of Changes e Ripper. É importante notar que apesar de ser considerado um álbum coeso, a banda ainda não encontrava o som desejado, basta comparar as versões de Tyrant, Genocide, Victim Of Changes e Ripper deste disco com o ao-vivo de 1979 – há um abismo de força e qualidade. Considero que além do som (timbre) da dupla de guitarras estar aquém do desejado pela banda, a execução da bateria atua quase como um retrocesso à força do grupo e das canções.

Victim Of Changes – Versão Original (Álbum: Sad Wings Of Destiny – 1976)

Victim Of Changes – Versão Ao-Vivo (Álbum: Unleashed In The East – 1979)

Apesar de trazer clara evolução em relação ao primeiro e atingir boa receptividade de crítica, é preciso mudanças em busca do sucesso. O primeiro passo é a saída da pequena gravadora, que não conseguia dar suporte necessário a banda. Para o próximo disco, o Judas assina com a então consagrada Columbia Records que indica o baixista e produtor Roger Glover (ex Deep Purple na época) para a produção do álbum. Há uma nova mudança com a saída do baterista Alan Moore e o então novato Simon Phillips (19 anos) participa como convidado no novo álbum e com maestria, trazendo uma nova dinâmica para o som da banda, que acerta em cheio em Sin After Sin (1977). Além da dupla sempre em sintonia dos guitarristas, e o vocal poderoso de Halford, há uma base muito bem montada na cozinha do baixo Ian Hill com a performance habilidosa e criativa de Simon Phillips. Como exemplo temos a canção final do álbum, cujos destaques são o vocal quase sobrenatural de Halford e a atuação antológica de Simon: Dissident Agressor.

Dissident Agressor – Versão Original (Álbum: Sin After Sin – 1977)

Simon Phillips apenas participa do álbum, saindo logo a seguir para a Jack Bruce Band em turnê, compromisso que já havia sido montado previamente à participação com o Judas. A banda recruta Les Binks (James Leslie Binks) para realizar os shows de Sin After Sin, e ele permance nos dois álbuns seguintes: Stained Class e Killing Machine (Ou Hell Bent For Leather), Les Binks já tinha participado do projeto de Glover (The Butterfly Ball And The Grasshopper’s Feast), juntamente com nada menos do que Dio e Coverdale é considerado pelos fãs como o grande baterista da banda até a entrada dos anos 90. Com Les Binks há a manutenção criativa e poderosa da cozinha da banda.

Exciter – Versão Original (Álbum: Stained Class – 1978)

Rock Forever – Versão Original (Álbum: Killing Machine – 1978)

Apesar de bons resultados de venda dos álbuns com Les Binks, o grupo ainda não se estabelece como mainstream do Heavy Metal, mas vai aos poucos consolidando-se como banda de peso no estilo. No último álbum de Les Binks, Killing Machine, há uma faixa que já apontaria para o estilo que a banda estava procurando para estourar comercialmente. Em Take On The World já se vêem elementos percussivos, acompanhados em boa parte por um acorde simples e do vocal poderoso de Halford, em coro no refrão – a procura de criar um hino de HM.

Take On The World (Top Of The Pops – 1979)

A direção de criar hits de HM traria a simplificação musical, afetando particularmente a seção ritmica, e discordando da ideia da banda, Les Binks deixa o grupo antes do fim dos anos 70, e embora esteja creditado no primeiro álbum do produtor Tom Allom da banda (o ao-vivo Unleashed In The East em 1979), ele não aparece em nenhuma foto na capa ou contracapa do álbum, indicando que já que não era mais membro do Judas Priest.

Para o próximo disco em estúdio, já nos anos 80 e em direção de consolidar o lado mais comercial do som da banda, o Judas Priest mantém o produtor Tom Allom (que entre outros havia produzido o recém-lançado On Through The Night do Def Leppard) e procura simplificar o som da bateria ao máximo, trazendo o baterista Dave Holland (ex Trapeze). O som mais direto combina com o estilo de marcação simples, sem maneirismos técnicos e o resultado é que British Steel catapulta a banda pela primeira vez a uma vendagem milionária, com singles como Breaking The Law, Living After Midnight e United, que segue o mesmo estilo de Take On The World.

United (Judas Priest – United BBC 1980)

Os álbuns dos anos 80 mantém a fórmula simplificada musical em direção de criação de Hits, e embora o seguinte Point Of Entry não tenha obtido o mesmo sucesso de British Steel, em 1982 com Screaming For Vengeance a banda estoura definitivamente nos EUA, vendendo mais de 2 milhões de cópias. Defender Of The Faith (1984) mantém o sucesso da banda, até a virada radical de Turbo (1986) num visual inusitadamente colorido para uma banda como Judas Priest. A saída de Dave Holland se dá após Ram It Down (1988), o último álbum da banda nos anos 80. Dave estava enfrentando problemas de saúde e a banda chega a utilizar bateria eletrônica neste álbum. O resgate de um baterista mais técnico se daria no início dos anos 90, em um novo redirecionamento da banda, com o pesado e aclamado álbum Painkiller e a entrada de Scott Travis.

Bom ao fim deste post, cabe a pergunta, o que é melhor? -> ter um baterista técnico que dá nuances e possibilidades musicais maiores a banda (anos 70) ou um baterista firme, mais direto e limitado que reduzia o apuro musical da banda em direção ao sucesso dos hits dos anos 80? Deixo a vocês a resposta….

Até o próximo post.

Flavio Remote.



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54 respostas

  1. Bom, Remote, primeiramente, aceite minhas desculpas pela demora em responder aqui. O post é bem legal e marca seu “retorno” no sentido de “posts individuais”, como faz falta você escrever mais por aqui…

    Não é fácil responder sua pergunta. Você traçou uma linha de análise muito interessante da carreira da banda entre o meio dos anos 70 e os anos 80. É INEGÁVEL que a banda direcionou seus esforços para um lado mais comercial e, com isso, a simplificação quase que sempre é necessária. Fazendo um paralelo, é mais ou menos o que o MetallicA fez com o Black Album: músicas tecnicamente mais simples EM COMPARAÇÃO COM O MATERIAL ANTERIOR (ou seja, não é que as músicas eram simples SIMPLES). Além da simplificação, a tendência a entregar refrões mais fáceis e “grudentos”, fato tão marcante no British Steel como bem colocado por você.

    A banda então consolidaria seu lugar bem perto do nascimento da NWoBHM, concordo. Em Take On The World, é primeira vez que a banda figuraria nos “charts”, atingindo a 14a posição, ainda em 1979. E como é engraçado ver esse Top Of The Pops, pois as bandas não tocam e isso é muito esquisito… tem aquele clássico acontecimento da participação do Iron Maiden no programa, onde todos invertem seus instrumentos, fica uma verdadeira bagunça… ver o público ali, parece meio “Domingão do Faustão”, guardada todas as proporções do mundo, hehehehe…

    E que surpresa deve ter sido quando do lançamento do Turbo… ele já seguia a tendência que já se observava no glam / hair / farofa metal… ele continua dividindo fãs com suas experimentações tecnológicas, ainda que eu ache que há coisa bacana por ali. Mas ele vendeu relativamente bem, conseguindo status Gold no RIAA em 1986 e Platinum 1987, atingindo também a posição número 33 no Reino Unido e 17 na Billboard 200.

    Mas o post faz mesmo a gente refletir como a coisa ficou simplificado no British Steel que, tirando as guitarras, são raros mesmo os momentos mais técnicos da cozinha. E os refrões que vem mesmo grudentos. Mais 2 exemplos cássicos, com Rapid Fire trazendo viradas menos convencionais do que observaríamos no período:

    A guinada para o Painkiller em diante é gritante, sendo este um precursor do chamado speed metal por aí. Temos a entrada do Scott Travis e o retorno do material agressivo e mais técnico… a banda volta a “evoluir” neste quesito, já consolidada como grande nome da história do heavy metal e continua criando refrões grudentos…

    O gap é enorme até sair o Jugulator, já com Tim Tipper, e a agressividade neste e no Demolition é elevada a última potência…

    Mas e a pergunta do post? Se é melhor? Não sei se tenho uma resposta agora, não sei se terei um dia… vamos ao gosto pessoal: eu gosto demais do British Steel, mesmo com algumas chatices que ele tem, como United.

    Eu particularmente curto muito a parte técnica também, sem contar os 2 discos com Tim Ripper, extremamente agressivos e extremamente minha cara. Os anos 70 também são um espetáculo, como nas músicas que você trouxe no post, muito encaixadas tecnicamente. Então, não dá para responder não… acho que você já esperava isso de mim, não? Hehehehe…

    Viva o Judas Priest…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. É Eduardo, eu devia fazer uma contagem dos “em cima do muro” multiplicando por dois no seu caso, mas eu também não respondi à pergunta, então….
    Sobre o seu comentário, muito pertinente, vão as réplicas e adendos:
    1) Desculpas aceitas pela demora plenamente justificada e meu tempo mais escasso para escrever por aqui está causando esta diminuição de criação dos posts, consideremos que seja uma fase temporária, já estou com idéia para mais um post na linha questionamentos e influências – se é que posso escrever assim.
    2) O Top of the pops – o famoso inspirador do Globo de Ouro brasileiro era realmente ridiculo – os playbacks destruiam qualquer credibilidade, mas pensemos que era a chance de ver a banda, em tempos onde o fluxo da informação engatinhava…
    3) As duas ótimas escolhas do British Steel, onde Rapid fire é uma música rápida e Metal Gods tem os famosos garfos e facas criando o clima percursivo complementar (uma idéia da produção – acho que nada tem a ver com o Holland), indispensável para a temática da que considero a melhor faixa do disco. Uma ressalva que faço é nenhuma das duas traz um apuro técnico na bateria – talvez com Scott Travis ou Les Binks, seriam no mínimo mais criativa, a virada de Rapid Fire que você se refere é apenas interessante. Aliás a formula de Rapid Fire se repete em Freewheel Burning (Defenders of the faith), não é?
    4) A guinada para o Painkiller é gritante mesmo, mas a banda vinha caindo, inclusive em receptividade desde o colorido turbo. Digamos que a saida do Holland, juntamente com a guinada de estilo veio a calhar e os anos 90 são outra coisa, inclusive com mudança do vocal, que comercialmente também não deu certo, não é? Dá para imaginar Painkiller tocada pelo Dave Holland?
    E no final do comentário vou para o muro também e sigo o lider – Viva o Judas Priest!

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  3. Vamos lá, o assunto é polêmico, mas eu não vou ficar em cima do muro, não…
    Acho sim que o Judas se mexeu no sentido de buscar uma fórmulas de músicas mais diretas a partir do Bristish Steel e teve um merecido reconhecimento que infelizmente não veio antes com o material dos anos 70. A coisa é mais ou menos parecida com o que aconteceu com o Scorpions , que buscou faixas mais diretas a partir da saida do otimo Ulrich Roth, tambem no fim dos anos 70 . E com mais ou menos o mesmo resultado, não ?

    Se o Scorpions optou por buscar um guitarrista no aproach mais moderno da época , calcado nos estilos de Eddie VH e Randy Rhoads ( Mathias Jabb) , o Judas não precisou de mexer na sua ótima dupla de guitarristas e acabou tendo de não poder mais dispor do excelente Les Binks na bateria.
    Não sei se a saida de Les Binks teve como motivo o fato da banda buscar esse caminho mais comercial, pois outros ótimos bateristas meio que ” sobreviveram” fazendo música de igual apelo ( o saudoso Eric Carr, por exemplo, no KISS), mas que a banda buscou a fórmula dos ” hinos “, isso não há dúvida.

    Hoje em dia , sempre que pensamos numa substituição , entendemos que o novo integrante de uma banda já com alguma reputação provavelmente será alguém que tecnicamente apresentará um talento igual ou acima do substituído. A coisa só complica quando se tem a tarefa ingrata de achar um outro músico para substituir por exemplo, Randy Rhoads, no Ozzy. Pra lá de ingrata, Ozzy ainda achou grandes músicos , mas talvez nunca mais encontre alguém como Randy.

    No caso de ocupar o posto de Les Binks, e independente do reconhecimento musical merecidíssimo dos musicos do Judas Priest , a banda no meu entender escolheu talvez o mais fraco baterista do gênero na ocasião . E se deu bem por Halford, Tipton e KK são sensacionais e se adaptaram com maestria aos novos rumos do NWOBHM. No meu entender, Dave Holland só atrapalhou a vida do Judas e demorou demais para sair, ficando na banda quase 10 anos …

    E a música ? A música nos anos 80 foi meu entender muito bem , obrigado, para o Judas . Há diversas faixas sensacionais, como Eletric Eye, Metal Gods ( tão bem exemplificada acima pelo Eduardo), Freewheel Burning, Heavy Duty, a lista é , graças à seção de cordas e o gogó de Halford, bem generosa, e a isso todos nós agradecemos , sem duvida.

    Mas fica a sensação de com um baterista de verdade a coisa teria outros contornos . Como na própria Painkiller, onde o Judas se redimiu da escolha pouco inspirada anterior, e trouxe um excelente baterista para suas fileiras . Scott está lá até hoje e espero que nunca saia. Eu acho que a banda só não teve um maior reconhecimento nos anos 70 por que os EUA são muito estranhos quando se trata de reconhecer alguma banda. A prova é que o Turbo fez sucesso, mesmo com o visual mais estranho que alguém poderia supor que uma banda como o Judas resolvesse adotar . Voltando ao foco da questão , o material antigo é sensacional e na minha opinião, ligeiramente superior ao dos anos 80, e talvez essa ligeira superioridade encontre na bateria um dos fatores para desempatar essa parada tão indigesta.

    Então a minha resposta à pergunta final desse excelente post é : Letra A, é melhor “ter um baterista técnico que dá nuances e possibilidades musicais maiores a banda”.

    Mas se o dono dessa banda fosse o Gene SImmons……

    Sendo ou não o SImmons, o que importa é que nesse momento esse post em formato de enquete está com 1 voto para a Letra A e nenhum para a B, já que os outros votos ficaram em cima do muro …

    É difícil, mas que fique assim…

    Saudações

    Alexandre

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    • B-side, os seus comentários são excelentes, e a comparação com o Scorpions bem adequada no direcionamento comercial – mas e a seçao ritmica? E o baterista do Scorpions – o Herman Rarebell – onde estão as nuances para as possibilidades maiores no Scorpions? Cabe então uma consideração – se o Scorpions tinha mais apuro técnico nos anos Roth (Ulrich), então este não se devia ao baterista que era o mesmo… ou então o Herman Rarebell resolveu tocar um cha-cum-bum básico dali para frente.
      Em relação ao Randy Rhoads, como o tempo passa e outro dia conheci um cara que gosta é do Zakk e não sabia (sabe) da importância do Randy – será que este vai cair no esquecimento?
      Já o Eric Carr – ah que diferença para o Dave Holand ! O Creatures é comercial, mas a bateria, mesmo não sendo um primor técnico é um dos destaques e com merecimento.
      Por outro lado, pensar em freewheel burning com o Les Binks, basta ouvir Exciter (outra rápida dos anos 70) – que diferença….
      Concordo com o material dos anos 70 ser sensacional e também com as destacadas por você nos anos 80.
      Se o formato enquete está valendo e está 1 X 0 para a Letra A e duas respostas em cima do muro (Eu e Eduardo), digo que é por enquanto, pois eu tenho a minha resposta pronta, mas não quero me manifestar por agora, aguardo inclusive o Eduardo sair do muro, coisa dificil…

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    • Concordo plenamente. Acho uma lástima o Les Binks ter deixado o Judas Priest (ou despedido?), essa é uma questão nunca esclarecida e que me deixa inquieto por muitos anos, e algum dia gostaria de saber da própria banda o que realmente houve. Esses tempos estava no Youtube e me deparei com um bootleg do Judas Priest Live In NYC 1979 mais precisamente gravado em novembro de 79, onde para minha surpresa já é com o Dave Holland na bateria, e fiquei descepcionado com a performance da bateria. Simples demais, pouco criativa e sólida ao extremo, se compararmos com os takes de Fevereiro e Março deste mesmo ano onde eles gravaram o grande Unleashed n The East com o Les Binks na bateria na turnê japonesa. Eu desconfio que Les Binks se destacava demais em detrimento da voz e das guitarras da banda e por isso a banda já com sérios planos “velados” de fazer um material mais comercial juntou isso e dispensou Les Binks! Mas isso é apenas desconfiança, pelo menos é o que me parece. A banda estava encaixada demais, e Les nos takes entre 77 e 79 estava perfeito e todo músico sabe (eu sou baterista), que rola esse lance de ciúme dentro de bandas. Não sei! Posso estar errado e tomara que esteja!!! Fico imaginando como seria o British Steel ou o Defenders Of The Faith com ele comandando as baquetas na cozinha da banda, que pena, mas, sem dúvida é um dos meus ídolos bateristicos que ficaram restritos registros somente em três albuns da banda, mas três primorosos clássicos que figuram entre meus preferidos e de muitos fãs da banda no mundo todo, tenho certeza! Fico sempre com Les Binks como o primeiro grande baterista do Judas Priest depois o Scott Travis. Minha opinião e parabéns por vces levantarem essa discução, é sinal que muita gente tem esta dúvida.

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  4. A diferença entre o Scorpions e o Judas é que o Scorpions não precisou mudar de baterista, o Herman cha-cum-bum nunca quis sair da banda alemã até meados da decada de 90. E aí, quem entrou ? James Kottak, anos-luz mais baterista que Rarebell. As tais nuances, se é que houveram, só poderiam ser consideradas a partir de então, mas considero que o melhor de Kottak está ao vivo. Em estúdio, ele faz parte do bojo. Ao vivo, coitado do Herman…
    Quanto ao incidente envolvendo o Zakk, só posso lamentar … E entre o Randy e o Zakk, ainda tem o Jake E Lee, para mim quase tão bom quanto o primeiro e consideravelmente mais criativo e melhor que o segundo.
    Freewheel Burning com o Les Binks ou com o Scott ficaria milhões de vezes melhor , aí a música que já é muito legal seria pra lá de espetacular..
    Eu não pretendia comparar o Dave Holland com o Eric, mas ta aí um bom exemplo de um baterista que precisava ficar preso aos hinos dos anos 80, mas ao mesmo tempo conseguiu seu espaço ( principalmente ao vivo) . Não dá pra comparar o Dave Holland ao Eric Carr, aliás é difícil compará-lo a qualquer baterista da mesma época, fica muito ruim pra ele..
    Quanto ao Eduardo, deixa ele em cima do muro, pois acho que se ele pender pra um dos lados, não vai ser o meu….

    Alexandre

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  5. Remote, não consigo responder sua pergunta mas lendo seu post é curioso notar que o direcionamento comercial da época era o heavy metal. Quem diria? Surreal pensar nisso nos dias de hoje. Outros tempos mesmo…

    Gosto de ambas as fases do Judas Priest mas só vejo diferença dos anos 70 para os 80 nos dois primeiros discos, que embora soem diferentes do Judas que conheci e aprendi a gostar, me agradam bastante. Nos dois primeiros o som era mais rock n’ roll e a partir de Sin After Sin, a coisa vira heavy metal mesmo. Pelo menos aos meus ouvidos… O que faz a banda explodir com British Steel é que este é mais direto ao ponto, cheio de refrões pegajosos e cantantes.
    Mas agora com todos estas observações que você apontou, ouvirei novamente a discografia prestando atenção e quem sabe um dia eu consiga ter uma resposta para o seu questionamento. Ou não… rs

    Abraços,

    Su

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    • Suelen acompanhou o Presidente e foi para em cima do muro também, que coisa…
      Sobre os dois primeiros, acho que a produção e falta de estrutura da gravadora ajudaram a um som mais fraco – daí o tom mais rock ´n´roll,
      Um exemplo desta fase (inclusive no visual mais hippie) ta na apresentação no programa Old Grey Whistle Test 1975, com um Halford esbanjando na cabeleira..

      Mas mesmo assim, os clássicos estáo lá, principalmente no segundo (Sad Wings) como Ripper, Victim of Changes, Genocide e até Tyrant que ganharam novas e metálicas roupagens no ao vivo (com Les Binks) unleashed de 1979 (acredito que aí se encaixam ao estilo HM)

      Genocide:

      Ripper

      Concordamos plenamente no direcionamento comercial do HM nesse início dos anos 80, realmente quase inacreditável – o exemplo foi o clip de united – mas podemos botar no bolo outras – como Living After Midnight e Breaking the Law ( no melhor estilo rebelde sem causa)

      Sobre ouvir a discografia, eu admiro pela vontade e dou maior força, aliás tenho feito o mesmo recentemente

      Ficamos no 1 X 0 + dois em cima do muro e eu declaro meu voto mais para frente…

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    • Suelen,
      Aproveitando o gancho sugerido no podcast eu ouvi a versão Dissident Agressor do Slayer – (boto um comparativo do youtube abaixo)

      Se é para comparar, fico como a grande maioria dos que comentou no youtube – prefiro a do Judas por très fatores (pelo menos0:
      – O Vocal “sobrenatural” do Halford
      – A versão é tão ou mais pesada quanto a de 11 anos de pois da pesadissima banda Slayer
      – A originalidade.

      Mas o que destaco não é a comparação, que acho (apesar de mecionar acima) desnecessária, e sim a excelente escolha do Slayer – o resgate de uma música fantastica, devidamente homenageada, mostra o quanto importante é.

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  6. Bom, acabamos discutindo muito no nosso podcast (https://minutohm.com/2013/02/16/11o-podcast-minuto-hm-15fevereiro2012/), mas volto aqui para confirmar que há as duas linhas de pensamento:

    – o que é “melhor” ou
    – o que eu acabo gostando mais…

    Melhor, é claro que é melhor ter um batera melhor, sempre, em qualquer banda…

    O ponto é que nem sempre isso se reflete em músicas melhores que possíveis coisas mais simples. Os anos 80 do Judas e o direcionamento ainda que mais simples, mas mais metal, me agrada mais, eu acho, ainda que com os limites baterísticos, os refrões grudentos e tudo mais.

    Bom, mas é melhor ficar no “Viva o Judas Priest” mesmo… hahahaha…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  7. Creio que grande parte dos grupos que surgiram no inicio dos anos 70 e conseguiram sobreviver as décadas posteriores sofreram grandes mudanças, não apenas de formação, mas principalmente de orientação musical, de sonoridade. Podemos citar como primeiro exemplo uma banda que foi muito comentada no ultimo Podcast, o Uriah Heep, assim como existem outros nomes clássicos como o Sabbath, Purple, UFO, Scorpions… Judas Priest
    Conheci o Judas, acho que por volta de 84/85 com o Unleashed in the East, e coincidentemente por ordem cronológica fui comprando os outros discos ate chegar ao Defenders of the Faith , vinis que felizmente possuo ate hoje! Creio que por volta de 86, um amigo de um amigo meu veio de São Paulo passar as férias de Julho aqui no MS e trouxe uma fita K7 dizendo ser uma coletânea dos primeiros discos do Judas chamada Hero,Hero. Quando ouvi não acreditei, afinal aquelas musicas maravilhosamente pesadas do Live Unleashed, não tinham nada haver com aquilo que estava tocando. Pensei: “isso não pode ser Judas Priest… deve ser alguma bandinha tentando imitar…” Como Tyrant, Victim of changes, Genocide poderiam soar tão diferentes?
    Hoje olhando para trás penso que o Unleashed foi um divisor de aguas para a banda e em minha opinião um dos melhores Live de todos os tempos, estando no mesmo nível apenas On Stage do Rainbow e Live and Dangerous do Thin Lizzy!!!! Diz à lenda que este Live foi gravado ao vivo no estúdio, de tão perfeito que e’. Bem, prefiro acreditar que ele foi gravado mesmo no Japão em um show de verdade.
    Ate ler esta matéria nunca tinha parado para pensar qual seria a ligação que levou Dave Holland ao Judas. Não creio que tenha sido uma tendência (algo proposital) de deixar o som mais simples, “americanizado” para atender um novo tipo de publico. Nesses últimos dias andei procurando na internet algo que pudesse me dar uma luz. Acabei encontrando em um site… no inicio da carreira o Judas abriu alguns shows do Trapeze, bem, isso não prova nada… mas quem sabe. Também me lembro de que nos anos 80 era comum criticarmos a cozinha do Priest, realmente Holland era o ponto fraco da banda, sempre comentávamos: “porque os caras não se livram deste baterista e para o seu lugar não chamam o Clive Burr?” Mas ai sempre tinha um que dizia: “com essa dupla de guitarrista e esse vocal, quem vali ligar pra cozinha?”
    Les Binks por sua vez acabou investindo em alguns projetos furados que não vingaram, mas que teoricamente poderiam funcionar, como o Lionheart, grupo que contava com o Dennis Stratton recém saído do Maiden, Jess Cox do Tygers of Pan Tang, Steve Mann e Rocky Newton que depois foram para o MSG, mas a qualidade do material lançado e’ contestável. Depois entrou no Tytan (banda que contou com Kevin Riddles ex-Angel Witch e Samson, Kal Swan – Lion e Bad Moon Rising) substituindo Dave Dufort também ex-Angel Witch e depois sendo substituido por Simon Wright (Dio, ac/dc, etc). Tytan esse sim uma banda maravilhosa!!!!
    Enfim, essa enrolação toda ai de cima e’ só para ser direto agora no final e responder as perguntas Flavio:
    1 – Não creio que o grupo tenha mudado seu som pensando apenas no mercado americano, pelo menos ate o Turbo. Foi tão-somente uma evolução natural, não só apenas do Priest, mas do Heavy Metal tradicional em geral da época.
    2 – Um musico (assim como um centroavante) mais técnico e habilidoso, e’ sempre melhor que um “trombador” e oportunista, mas limitado!
    Abraço a todos!

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    • Excelente comentário mesmo, J.P.. Assim como o B-Side, o ponto do mercado americano também me parece ter sido sim uma tendência que influenciou no som, pois a conquista deste mercado era (e continua sendo) fundamental para uma banda atingir o sucesso.

      Realmente uma aula seu texto e humildemente adicionaria o Live After Death, do Iron Maiden, nesta lista de melhores ao-vivos da história do metal. Também quero ouvir o Thin Lizzy ao-vivo, quem sabe se o B-Side e eu não trazermos mais comentários, já seja uma sugestão par ao próximo podcast?

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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      • Vou cometer uma heresia aqui e não vou incluir o Live After Death entre os melhores ao vivo, me desculpe Eduardo – a fase é extraordinária, mas a performance da banda nas turnês do Piece e do Number estava melhor – principalmente pelo vocal. Não quero dizer que o Bruce não está cantando bem, mas digo que já cantou melhor. Eu tenho que incluir o Led (The Songs) , o Rush (Exit), o (por alguns) detestado Live Evil (Sabbath), Kiss (Alive !), Scorpions (Tokyo Tapes), Rainbow (On stage – concordo em GNG) e mais alguns que eu não lembro – ah esse Judas é excelente e está na lista…

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        • Remote, então vou cometer aqui a heresia de me atrever a discordar de você… não pelo fato de Bruce não estar cantando melhor nas tours dos 2 anteriores, como você bem disse, ou ainda cantar tão bem hoje em dia (talvez com mais segurança – vimos um Bruce bastante atrapalhado no RiR 1, como falamos no post lá), mas não colocar o Live After Death entre os top álbuns ao-vivo de heavy metal é uma heresia para mim sim…

          Qual o melhor ao-vivo do Iron Maiden para você (oficial)? E se adicionarmos de qualquer fase, mesmo não oficial?

          Suas outras escolhas de top discos são excepcionais, não há o que comentar, apenas aplaudir, talvez há a polêmica apenas do Live Evil. Me parece que o Rainbow é unânime no blog, como deveria ser mesmo…

          [ ] ‘ s,

          Eduardo.

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          • Eduardo, vou te responder em breve. Eu vou inclusive ouvir o Live After Death (vinis) neste fim de semana, para ver se me retrato ou se mantenho o que disse. Aguarde ai…
            Abraços
            Remote

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            • Remote, vou aguardar sua resposta e já imagino aqui feliz da forma que ela virá para este blog. Quanto ao LAD, creio que não será qualquer sacrifício ouvi-lo… também aguardo seu comentário…

              [ ] ‘ s,

              Eduardo.

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              • Eduardo, não sei se vai deixá-o feliz, mas lá vai o comentário no estilo Eduardo´s Wall:

                Primeiro concordo que é o melhor ao vivo do Iron e ponto final. Agora vamos para o Muro:

                Prós para o Live After Death
                1) Momento da Banda – não podia ser melhor, apos a trinca Number, Piece, Powerslave , isto é na famosa World Slavery Tour
                2) Repertório – espetacular: Flight of Icarus, Revelations, Ace´s High, Two minutes, Number, Rime, The trooper, Run to the hills, precisa mais? E tem: 22 Acacia, Die with your boots, Iron Maiden, e por aí vai..
                3) Ao vivo mesmo, ou me enganou direitinho – se tem overdubs, eu desconheço – deixo para a Discografia do Eduardo responder…

                Contras:
                1) Bruce já esteve em fase vocal melhor (já esteve também em pior – ex: Somewhere tour), na Piece tour e na Number tour, afinal os shows são da maior tourne da banda – o Lado 4 (do vinil) é dos shows no Hammersmith Odeon (40o show da banda na tour) e os do Lado 1 a 3 são a partir do 133o (Long Beach). Se a tourne foi a maior de todas, com quase 200 shows é perfeitamente compreensível que o vocal já estivesse sofrendo pela quantidade seguida de datas, principalmente quando os gravados são depois da metade da turnê. Percebe-se que os pontos mais altos na vocalização são substituídos por algo de mais fácil execução, isso é apenas um detalhe – O Bruce canta bem, mas não é capturado em sua melhor fase.
                2) A banda é precisa na execução das músicas, mas há poucos espaços para improvisos ou modificações que acrescentem musicalmente nas versões originais. Não há espaço para solos, apenas um ping pong com a platéia em Running Free. Cabe lembrar que nessa turnê havia um espaço para o Dave Murray (acompanhado em parte pelo Nicko) – um solo bem legal – dá para ver no Rock in Rio. Os discos que listei como prediletos ao vivo tem modificação com ganhos nas versões originais, tais como o já dito Unleashed (com Les Binks), The Songs (e os improvisos do Led), On Stage (versões mais extensas e melhores – talvez a melhor versão que conheça de de Mistreated e Catch the Rainbow), ou trazem aquela sensação de ao vivo vide item abaixo (3)
                3) A sensação do ao vivo. O live after death traz a sensação do ao vivo, mas isso não é um diferencial, como o Kiss Alive ! (embora refeito em algumas partes) que parece trazer você para o concerto. O que me parece aqui é que falta algo para trazer esse feeling, o que é trazido é uma plateia que aparece interativa apenas em Running Free e no mais as versões em estúdio me parecem superiores.

                Escrevi mais nos contras dos que nos prós, mas é mais difícil justificar os contras e então:
                Temos 3 prós e 3 contras – e se coloco entre os melhores ao vivo de todos os tempos? Depende do dia, as vezes acho que os contras valem mais ou não – aí depende…. e aí: truco!

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                • Eu gosto muito do flight 666, mas não tem como negar que esse tem o “cheiro” da “golden era” do Iron Maiden, e por ser um testemunho daquele momento, ganha também a minha predileção. As músicas são fantásticas, e sabemos que outras poderiam estar perfeitamente incluidas no ” live “, como por exemplo Sanctuary , que era tocada na turnê ou mesmo Losfer Words, que também foi executada durante a WOrld Slavery Tour.
                  Sinto falta também de ter o solo do Murray, daria ao álbum uma ” novidade” em relação ao mesmo conter estritamente músicas em seu conteúdo. E além do mais, o solo é maravilhoso….
                  Acho que o Flávio foi muito coerente na sua análise e não cheguei a uma conclusão de qual são os meus “lives ” definitivos ( agora sou eu a estar em cima do muro ), mas considero que não há um álbum ao vivo que mereça nota 10. O On Stage, o meu predileto, por exemplo, não tem Stargazer .. EU dou nota 9,9 pra ele , pois as interpretações ali contidas não tem paradoxo com qualquer outra versão que tenha ouvido de alguma delas . Mas dá pra atribuir nota dez à um live álbum que não tenha Stargazer? È duro, mas não dá…

                  Comparar os live álbuns ? Isso é assunto para três horas mínimas de podcast…

                  Saudações

                  Alexandre

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                  • Alexandre “Eduardo’s Wall 2” B-Side, o Flight 666 registra realmente uma banda mais madura, o que pudemos presenciar em 2008 e 2009 em nosso país foi como uma recompensa a mim, por exemplo, mais novo de idadade, mas a energia dos anos 80 era diferente…

                    Sobre as músicas, vale ressaltar que em 1995 saiu um CD bônus com Murders, Losfer Words e Sanctuary, sendo que apenas esta última é da trinca de shows na Long Beach Arena (1985):

                    1. “Losfer Words (Big ‘Orra)” (Recorded At Hammersmith Odeon, London – October 1984)
                    2. “Sanctuary” (Recorded At Long Beach Arena, Los Angeles – 17 March 1985)
                    3. “Murders in the Rue Morgue” (Recorded At Hammersmith Odeon, London – 12 October 1984)

                    Sobre o On Stage não ter Stargazer, é uma grande pena mesmo… mas não podemos dar nota pelo que não temos, não é mesmo? Se tivesse Stargazer, que tal dar nota 11 ao disco, e 10 pelas outras? 🙂

                    [ ] ‘ s,

                    Eduardo.

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                    • ….não podemos dar nota pelo que não temos….

                      Sensacional….digno de um defensor público defendendo um assassino confesso..

                      Mais ou menos assim : ” Excelência, não há mais o cádaver, ele foi cremado, não podemos acusar o réu pelo que não temos…”

                      Voltando ao LAD, é verdade, ainda tem a maravilhosa versão de Murders in the Rue Morgue ( será que cremaram o cádaver..)

                      Acho que o Iron falhou duas vezes : Primeiro em não gravar o digamos ” show principal ” no início da tour, pela Europa . Basta ver o Behind the Iron Curtain , Bruce está fantástico nesse início de turnê ( aliás, se tivesse ” aquela” versão de Powerslave com o solo errado/certo de Dave , aí então talvez nem o On Stage fosse páreo.)

                      Como vê-se acima, apesar de não considerar o álbum entre os 3 melhores ( eu ainda não consegui fazer um top 5) lives, é difícil não dizer que o álbum é sensacional…Mas poderia ser melhor..

                      Ah…a outra falha…. O álbum tinha de ser triplo :

                      O lado b comecaria com Flight of Icarus e teria apenas Rime e Powerslave ( com solo do Dave)

                      O lado C iniciaria com The Number e terminaria com Iron Maiden

                      O lado D e E teria as músicas do Hammersmith ( incluindo aqui a Murders e a Losfer )

                      E o último, Run to the Hills, Running Free e Sanctuary

                      Que tal ? Não há nenhuma fantasia aqui, tudo foi tocada na tour …

                      Francamente, Rod Smallwood……

                      Alexandre

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                    • B-Side, antes de tudo, ri demais com sua analogia… hahahahaha…

                      Mas cara, a gente pode criticar de duas formas: uma delas é pela não-inclusão no LAD do solo e das outras músicas, ou Stargazer no On Stage. A crítica é válida, mas para aqui, não para? Se a gente for criticar tudo que falta, aí danou-se de vez… imagine se a gente entrar no mérito de comentar a ausência de músicas em setlists de shows? A gente sempre menciona, lamenta (eu sempre, pelo menos, e sei que a gente por aqui também), mas vamos tirar o mérito do show por isso, abaixando a “nota” dele?

                      Pegue a última tour do Maiden. Eles tiraram Hallowed Be Thy Name pela primeira vez desde o lançamento da música! Eu ABOMINO isso, acho um ABSURDO, ainda mais se tratando desta música e com tantas que podiam sair – Fear, nem se fala.

                      Já sua sugestão – e do Remote – dele ser triplo seria mesmo o melhor dos mundos. Sua divisão está perfeita.

                      Assino embaixo: FRANCAMENTE, Rod… FRANCAMENTE…

                      [ ] ‘ s,

                      Eduardo.

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                • Flavio “Eduardo’s Wall” Remote, excelente…

                  PRÓ-3) se tiver overdubs, somos 2 enganados. Eu nunca vi nada a respeito disso, pelo contrário, a banda sempre fez questão de ressaltar que o o que se ouve é o que a banda realmente fez, e isso me parece claro também agora que temos a opção de ver o Live After Death em vídeo. Eu tenho o famoso DVD que saiu nas bancas de jornal do Brasil por poucos dias e depois a banda ficou sabendo e mandou suspender imediatamente a circulação. Mas eu cheguei a comprar, está bem feito, tem até legenda, coisa que o oficial, que foi lançado oficialmente (e finalmente) anos depois não possui, apesar da melhor qualidade de imagem apenas.

                  CONTRAS-1) Aqui você praticamente fez uma pequena resenha sobre a tour – só este blog mesmo para ter algo assim em comentário e ainda num post de outra banda. Concordo que o desgaste de uma tour deste tamanho possa ter influenciado, apesar de querer acreditar que Bruce ganhou essa maturidade vocal plena mais à frente mesmo, passando por alguns momentos mais complicados inclusive depois da Somewhere In Time. Talvez ela só tenha vindo mesmo com seus discos solos. Já o começo dos anos 80, é aquela rasgação e abuso vocal absurdo, não? Me lembrei do vídeo de Love Gun do Paul Stanley. Eu gosto demais, pois mostra ali o que a garganta era capaz de dar… esse pontos mais altos que são substituídos, dê uns exemplos para a gente… opinião de músico é outra coisa, cara… ajuda o leigo aqui…

                  CONTRAS-2 e 3) Concordo que o solo que se observa inclusive no show do RiR 1 do Murray é maravilhoso, mas a banda deve ter “enxugado” essas coisas devido ao espaço físico na bolacha mesmo, não acha? Estou falando de limitações técnicas… seria isso cabível? Mas o lance da sensação do ao-vivo realmente é verdade em comparação aos outros…

                  Esse seu final ficou mesmo a minha cara… “depende do dia”.. hahahaha. Bom, para mim, o LAD não depende do dia, não.

                  [ ] ‘ s,

                  Eduardo.

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                  • Eduardo,
                    Concordo que talvez faltasse mídia (vinil) e o disco chega a realmente estar no limite – A sua capacidade normal era de cerca de 20 minutos por lado – e no LAD os lados estão com 23, 24 minutos – O Iron usava realmente o limite – vide Powerslave (quase 51 minutos) e aí para inclur o solo do Murray precisava cortar algo, ou fazer um triplo – que tal?
                    Quanto aos pontos mais agudos (altos) serem substituidos, facilmente cita-se os gritos – no final de Flight of Icarus e no fim da intro de Number, onde ele troca um agudo limpo, por um grito rasgado que não atinge a nota do agudo original da música.
                    Há vários outros exemplos que não são nos gritos – vamos a Aces Hgh:
                    2a estrofe
                    Jump in the cockpit and start up the engines,
                    Remove all the wheelblocks there’s no time to waste.
                    Gathering speed as we head down the runway,
                    Got to get airborne before it’s too late.

                    Ele não atinge os tons (pelo menos) nas partes mais agudas (marquei em Itálico)
                    (cockpit) (wheelblocks) (speed) (airbone) (late)
                    que estão nos minutos e segundos (0:56, 1:00, 1:03,1:07, 1:09)
                    Versão Original

                    Versão LAD:

                    E por aí vai no resto da bolacha, mas não dá para comparar nem de longe com o Paul Stanley atual que está em muito pior nível do que o Bruce jamais esteve. Como disse o Bruce canta bem, mas não está em sua melhor forma (pelos motivos já expostos) e não atinge todas as notas da gravação original.

                    E viva o The Wall e o LAD também…
                    Remote

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                    • Remote, entendi toda sua explicação quanto aos agudos e é algo realmente perceptível, você tem razão, eu não tinha entendido o que você citava exatamente, agora não só está claro como já tinha percebido isso, ainda que entenda que isso deve mesmo ter a ver com a enorme sequência de datas da tour.

                      Será que um lançamento maior que duplo seria interessante para a banda, considerando a época? Hoje temos os relançamentos do LAD, com vários extras, mas não sei como seria na época, ainda mais considerando que as mídias já estavam lotadas com o “básico”, digamos assim.

                      Viva…

                      [ ] ‘ s,

                      Eduardo.

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    • Valeu a pena esperar pelo seu comentário JP (alias JP = Judas Priest????)
      Vou também, como o Ale (aí embaixo) discordar que o JP (dessa vez Judas Priest) investiu desde antes do British em acertar o mercado americano, dá para ver a tournê do Screaming for Vengence que é maciço o ataque aos EUA – por volta de 100 shows em 6 meses nos territórios americanos – afinal lá estava o dindin. No youtube tem o show do US Festival junto com Ozzy, Quiet Riot , Scopions – em excelentes fases

      Alem do oficial VHS (na época) em Memphis

      Acho que o Judas se “modernizou” com a entrada do Hair Metal dos idos de 85/86 – e atacou com fortes doses de cor e laquê no famigerado Turbo – que deu o que falar e pelo menos (que eu lembro) no Brasil deu uma afugentada até nos fãs mais tradicionais da banda. Eu considero um álbum fraco e um som bem descaracterizado do que se esperava da banda na época.

      Achei interessante você lembrar do sua primeira bolacha que acredito ter sido a minha também. Hoje eu estou comprando um monte de vinis e fechando a coleção desde o início Rocka Rolla até o Defenders. Então fica claro que gosto das duas fases, apesar da cozinha do Holand nos anos 80.

      Faltou esperar o Daniel colocar aqui seu comentário, mas já vou definir o meu:
      1) Prefiro os anos 70, então o simples no Judas Priest, no meu gosto ficou pior, apesar de fantásticas musicas, como Metal Gods, Eletric Eye, Heavy Duty, Defenders, Some heads, entre outras – gosto mais dos anos 70 com Les Binks e Simon Phillips (pelo menos)
      2) Prefiro um baterista mais técnico que permita a banda, mesmo escolhendo a simplificação, detalhes que fazem a diferença e nesse caso o Holand foi uma escolha que não me agradou.

      Poderia ter proposto um confronto entre os melhores discos das duas decadas, mas acho que o Eduardo iria fica em cima do muro – eu defino os meus:
      Sin After Sin (1977) X Defenders of The Faithr (1984) – com vitoria apertada para o Sin After Sin.

      Abraços
      Remote

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    • Ah, e vou ouvir o Thin Lizzy também. Enquanto isso – se é para ouvir um Judas real ao vivo, sugiro um show pirata (audio apenas) na Sin After Sin Tour:

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  8. Sensacional o comentário , brilhante mesmo, JP !! Apesar de eu não concordar com alguma coisa ( o lance da busca do mercado americano – pelo menos o mainstream de rock da época- eu acho que foi intencional), talvez realmente o Dave Holand tenha entrado na banda menos por isso e mais por qualquer outro motivo ( que não fosse a qualidade técnica, diga-se de passagem..) .
    O restante do comentário é uma aula de conhecimento ao passar por bandas que pouquíssimo ou quase nada conheço, mas algo no corpo do texto me chamou demais à atenção:
    Sua predileção pelo On Stage, pra mim também o melhor ao vivo de todos os tempos !
    E daí partiu a vontade de ouvir o Live and Dangerous, do Thin Lizzy, que nunca passou por minhas mãos ( ou ouvidos) .

    Parabéns pelo excelente conteúdo, e bem vindo ao grupo que defende os anos 70 do Judas!

    Alexandre

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  9. Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer as palavras de todos, realmente e’ um grande prazer escrever e trocar ideias no Minuto HM, mas sem duvida nenhuma quero afirmar que apendo muito por aqui e com todos vocês, aprendemos demais uns com os outros!!! Também não posso deixar de destacar o respeito mutuo em relação a gostos musicais e pensamentos, algo que e’ um grande diferencial no site, creio que já falei isso antes, mas gostaria de frisar mais uma vez.
    Mas voltando ao assunto, penso que Live After Death e’ sem duvida nenhuma o melhor Live do Maiden, principalmente pra mim que sou um grande fã da banda!!!! Porem não o coloco no mesmo nível dos que citei anteriormente por um simples motivo, as musicas do Uleashed, On Stage e Live and Dangerous crescem absurdamente, ganham uma força fenomenal nos respectivos Lives, não dá pra comparar sixteenth century ou still i’m sad, Diamond and rust ou running wild, massacre ou cowboy song das versões originais com os respectivos Lives,diferença e’ gritante!
    Alexandre, fico extremamente feliz que compartilhemos do mesmo gosto, conheci o Rainbow com o On Stage e ate hoje(mais de 25 anos depois) fico impressionado quando o ouço. Além do mais ainda não tinha colocado na balança a questão do improviso, Flavio: Catch the Rainbow e Mistreated realmente “matam a pau”, fantástico, magnifico, extraordinário!!!
    Quanto ao Thin Lizzy o Live que mais gosto e’ o da tour de despedida LiveLife, juntar em um mesmo palco todos os guitarrista que passaram pela banda foi algo maravilhoso. Poder ouvir no mesmo show Gary (God) Moore, Brian Robertson (Motorhead, Wild Horses), John Sykes, Snowy White (Pink Floyd e família), Scott Gorhan (Phenomena, Psycho Motel) e o velho Eric Bell juntos e’ admirável ate para que não aprecia o grupo.
    Eduardo só pra citar, você não esta sozinho: Live After Death talvez seja o Live que eu mais ouvi na vida!

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    • J.P. “No Eduardo’s Wall”, mais uma aula sua de conhecimento. E obrigado ainda pelas palavras quanto ao blog, realmente você capturou o espírito deste espaço e falo por todos aqui que é um grande privilégio ter alguém como você compartilhando conosco.

      Fico feliz ainda em me equiparar com uma pessoa como você na audição de um ao-vivo, o que mais ouvimos. Para mim, sem dúvidas foi o LAD. Adicionaria também em uma outra escala, bem menor, o Alive 3 do Kiss e, no meio deles, o Live Shit, do MetallicA.

      Não há o que adicionar da parte sobre o crescimento absurdo das músicas dos discos que vocês estão citando, realmente isso faz uma diferença, e neste ponto e talvez em proporção menor, o Live Shit também tem isso. Lá para 2035, quando eu acabar a discografia do MetallicA, saberemos mais :-).

      Obs.: preciso ouvir este Thin Lizzy, confesso que tenho este gap.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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    • JP, mais uma aula seu comentário e concordo com tudo e devo (mas não nego) o Thin Lizzy – pode ser sua sugestão no próximo podcast, que tal?

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      • Tenho me convencido que as bandas, de uma maneira geral, sim, SEMPRE foram orientadas pelo mercado. Não estou falando de bandas que tocam para si mesmas nas garagens virtuais. Estou falando daquelas que tocaram em Arenas, dominaram o mundo, fizeram turnês planetárias e viraram referências. Exceção: AC/DC.

        Enquanto o peso foi um elemento secundário na carreira do JP a técnica andou com tranquilidade junto das canções. Sinto falta do Judas “assobiável” dos primeiros discos, mesmo não sendo eu um fã (quem ouviu o podcast sabe) do estilo Halford de cantar. Mesmo reconhecendo que ele está no Top 10 dos melhores entre os melhores quando o assunto é heavy metal.

        O Judas não teve medo de arriscar. O Iron não arrisca. O Def Leppard correu o risco e se transformou em uma versão do Bon Jovi britânico. Seu post é MUITO completo e fico até em dúvida se o conceito de simplicidade que você se refere é o mesmo que tenho na cabeça, já que acho que o Judas continua simples mas com mais agressividade, pois preferiu adequar o seu som às timbragens do século XXI. Eu aplaudo de pé.

        Algumas bandas como o Thin Lizzy, Uriah Heep, preferiram manter o som mais primário, agudo e com menos punch, mas acredito que isso seja mais uma decisão estilística do que propriamente comercial, como cito no primeiro parágrafo.

        Sem ficar em cima do muro: o simples do Judas (tão somente dele) é melhor.

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        • Excelente, até que enfim saiu o seu comentário – e faz falta mesmo hein?
          Concordo em boa parte: O Judas não teve medo de arriscar entre varias fases, nem sempre com bons resultados – funcionou financeiramente bem a guinada comercial do início dos 80s, apesar de uma subtituição para um baterisita limitado – estava bem enquadrado no que se propunha, calcado na força vocal e das guitarras, o direcionamento escolhido a busca de um hit. Talvez tenha afugentado um ou outro fã dos anos 70, fase um pouco mais elaborada (menos direta) até ritmicamente, mas ainda não eram tantos os fãs assim, o risco era calculado, não é?
          Já no meio dos anos 80 a coisa deu uma descambada para o estilo Hair Metal – quem imaginara o Judas alinhado nesta fase também? Talvez tenha funcionado pelo menos de início, pois a “moda” americana era aquela. Acho que dessa vez houve uma debandada maior – No Brasil, eu me lembro bem do questionamento da traição do Judas – virando farofa?
          Vem o Grunge acaba com modismo Hair/Glam, juntamente com as bandas fixadas neste estilo – Poisons e Cinderelas. O Bon Jovi se adequou e sobreviveu, o Kiss retornou ao estilo mais pesado (Revenge) – o Judas trocou de baterista e veio com o pesado Painkiller – se salvou…. Arriscou muito? Dessa vez acho que evitou arriscar…
          Depois vem a fase Ripper – um risco? Acho que não tinha jeito – afinal o Halford saiu da banda, eles procuraram o mais parecido, e modernizaram o estilo e as composições (in)felizmente não deu certo, pelo menos financeiramente.
          Halford retorna, a banda se adequa ao som mais pesado, tenta manter um pouco do estilo consagrado dos anos 80 e volta em grande estilo, resgatando sua reputação antiga – para alegria de muitos e tristeza de alguns.
          Então concordo que a banda arriscou mais ou menos em vários momentos da carreira – acertando ou errando (em todos os sentidos), enquanto outras bandas (Iron, AC/DC), como você bem cita mantem-se fiéis ao estilo. Quanto ao Thin Lizzy, preciso conhecer mais – comentário novamente aberto ao JP. E ao Uriah – acho que podemos desafiar num próximo podcast, as sugestões para audição estão aí para isso mesmo….
          Abraços
          Remote

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          • O Thin Lizzy teve muitas fazes, desde estilo mais Rocker do inicio com Eric Bell na guitarra, passando pela fase mais clássica com os ótimos Brian Robertson (Motorhead, Wildhorses), Scott Gorham (Phenomena, Asia, Supertramp) e Gary Moore, chegando à fase mais Heavy com John Sykes e Snowy White (Pink Floyd e família).

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  10. Fala!

    Eu não conheço nada de Judas Priest… Talvez por não ser um fã de vocais agudos para rock/heavy metal.

    Mas lendo o post, vou pegar essas indicações e ouvir com atenção!

    Ah, e também ouvirei este ao vivo do Thin Lizzy. O Live and Dangerous é ótimo, muito bom show.

    Abraços!

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  11. realmente é uma catarse isso aqui
    Remote, muito legal esse processo

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    • E voltando ao tempo do post aqui, resolvi relê-lo e principalmente os comentários e:
      1) Já andei ouvindo o Live & Dangerous, mas não com a devida atenção. Vou sugerir no podcast.
      2) Que pretensão minha tentar caracterizar ou ainda “predilezar (sic?)” alguma fase da banda, mas os comentários estão sensacionais, uma aula isso aqui.

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  12. Muito boa resenha, Judas Priest pra mim é a melhor e a maior banda de HM da história. Meus 5 discos preferidos deles são, em ordem decrescente: em quinto lugar, Stained Class (1978); em quarto, Killing Machine ou Hell Bent for Leather (1979); em terceiro, British Steel (1980); em segundo, Screaming for Vengeance (1982), disco que eu considero superior e menos tedioso do que “Love at First Sting” dos Scorpions; e em primeirão, Defenders of the Faith (1984) que foi o disco que me iniciou na obra deles, após assistir o clipe de “Freewheel Burning” pela TV.

    Defenders of the Faith é o disco que eu mais venero do JP, pra mim foi o último disco realmente bom deles antes de Painkiller (1990), e que infelizmente não deu as caras na lista de 1984 da Consultoria do Rock (quadro “Melhores de Todos os Tempos”). Uma pena!

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    • Legal Igor, todos sensacionais, aliás dificil ter algum ruim até 1984. Normalmente o Point Of Entry é acusado de ser leve e desfocado, e mesmo tendo altos e baixos é um ótimo disco. Como disse aí em cima o Defender é um dos Favoritos, mas o Sin After Sin vem me ganhando muito ultimamente. E é muito dificil me posicionar em relação aos outros, mas talvez o fizesse assim (os dois primeiros já havia comentado antes)
      1) Sin After Sin
      2) Defenders Of The Faith
      3) Sad Wings Of Destiny
      4) Killing Machine (ou Hell Bent For Leather)
      5) Stained Class
      6) Screaming For Veangence
      7) British Steel
      8) Rocka Rolla
      9) Point Of Entry.

      Acho que é o por hoje, mas amanha já pode ser outra ordem….
      Abraços
      Flavio

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  13. DEEP PURPLE KEYBOARDIST DON AIREY REVEALS HE PLAYED BASS ON JUDAS PRIEST’S PAINKILLER ALBUM – “I’VE NEVER SAID A WORD ABOUT IT BEFORE; IT WAS AN EXCITING ALBUM TO DO”: https://bravewords.com/news/deep-purple-keyboardist-don-airey-reveals-he-played-bass-on-judas-priest-s-painkiller-album-i-ve-never-said-a-word-about-it-before-it-was-an-exciting-album-to-do?s=03

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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