Discografia Queensrÿche – os novos rumos dos dois Queensrÿches – parte 1: Frequency Unknow

A presença de um dos dois Queensrÿches que hoje existem no Monsters of Rock e os consequentes lançamentos das duas versões da banda me fizeram trazer esse post, que pretende de uma forma inicial analisar que caminhos cada uma das versões seguiu.

Antes de tudo, uma pequena retrospectiva se faz necessária para aqueles menos afeitos ao conjunto original, que é oriundo de Seattle. O Queensrÿche original formou-se com Scott Rockenfield (bateria), Eddie Jackson (baixo), Michael Wilton (guitarras), Chris DeGarmo (guitarras) e Geoff Tate (vocais) no início dos anos 80, com influências iniciais de bandas como Iron Maiden e Judas Priest, que sedimentaram os dois excelentes primeiros álbuns da banda, o EP homônimo e o primeirão chamado Warning.

A partir de 86, com Rage For Order, o Queensrÿche começa a fazer álbuns bastante diversos e de extrema qualidade, sendo bastante conhecido principalmente por Operation: Mindcrime e Empire, este o maior sucesso comercial da banda, com a balada single Silent Lucidity. A banda lança mais dois álbuns com a formação original e depois de Hear In The Now Frontier sofre a primeira baixa, com a saída de Chris DeGarmo, talvez o principal compositor da banda. Esta saída muda consideravelmente o restante da carreira da banda, que lança uma sequência de álbuns que não agradam a grande maioria de seus fãs.

Entre diversos álbuns de estúdio e lançamentos ao vivo, a banda segue com outros  três guitarristas se revezando na posição originalmente ocupada por Chris, até que uma briga interna deixa Geoff Tate de um lado e os demais integrantes originais em outro.  Vários desses capítulos dessa briga foram trazidos por aqui no Minuto HM quando do exato momento da separação da banda. Ambos os lados brigavam e até hoje brigam pelo nome da banda e o que temos hoje são duas bandas chamadas de Queensrÿche.

Com o lançamento por cada lado de um álbum de músicas inéditas, tentarei atualizar em que ponto ambas as bandas se situam, deixando daqui para frente para facilitar o entendimento que o projeto que Geoff Tate está tocando sozinho será aqui chamado de TateRyche, que é uma das formas que a imprensa musical está adotando para evitar a confusão que a briga vem nos trazendo. O Queensrÿche de Wilton, Rockenfield e Jackson será aqui chamado simplesmente de Queensrÿche. O tema daqui pra frente traz essencialmente o meu ponto de vista sobre os dois lados da moeda e é de cunho estritamente pessoal.

Tate saiu na frente ao lançar o álbum Frequency Unknow em 23/04/2013, e muito provavelmente movido pelos dissabores que a separação causou, traz uma capa pouco elegante utilizando-se das iniciais do título do álbum (FU), em uma alusão à expressão “Fuck You”, cuja tradução certamente não precisa ser efetuada neste post.

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Faixas:

Cold
Dare
Give It To You
Slave
In The Hands Of God
Running Backwards
Life Without You
Everything
Fallen
The Weight Of The World
I Don’t Believe In Love
Empire
Jet City Woman
Silent Lucidity

O TateRyche é evidentemente um projeto solo do vocalista sob a alcunha de Queensrÿche, visto a quantidade de participantes no álbum. E seu lançamento é a prova inconteste que o antigo Queensrÿche é, desde a saída de Chris DeGarmo, muito mais um projeto comandado pelo vocalista que por seus antigos companheiros, pois a sonoridade desse álbum remete diretamente ao que a banda vinha fazendo desde o início dos anos 2000, com o lançamento do fraco álbum Q2k (de 1999), o primeiro sem DeGarmo. Antes que alguém aqui me marrete por não considerar os álbuns desde então como exemplos de qualidade, é preciso dizer que outros fãs da banda entendem que a banda “ acabou” após o álbum Promised Land (de 1995), ou até antes, após o platinado Empire (1990). Eu gosto bastante da banda até o último de DeGarmo, Hear In The Now Frontier, ainda que notoriamente esse não esteja no nível de seus 6 antecessores (considerando aqui desde o EP homônimo), esses sim, irretocáveis em minha opinião.

A partir de Q2k, o que eu observo nos álbuns é uma sucessão de fracas músicas permeadas de exceções honrosas. Assim posso citar as músicas The Right Side Of My Mind (do Q2k), Open (do Tribe, de 2003), Home Again (do American Soldier, de 2009) e Broken (faixa bônus de Dedicated do Chaos, de 2011, este, o último antes da cisão) como faixas que me agradam na fase que Tate assumiu as rédeas da banda, tendo inteiro controle artístico da mesma. A prova inconteste desta minha afirmação é que até a continuação Operation: Mindcrime 2 (de 2006) foi praticamente conduzida por Geoff, e recentes declarações do atual produtor do vocalista em seu Frequency Unknow, Jason Slater, atestam que os demais integrantes do então Queensrÿche mal estiveram presentes nesta continuação, em especial o baterista Scott Rockenfield, que nada gravou no trabalho de 2006. Este OM 2 é bem inferior ao primeiro, apesar de ser talvez o melhor trabalho desde a saída do Chris DeGarmo, e contar com a presença do saudoso Ronnie James Dio na faixa The Chase. Eu poderia citar a música The Hands como outra boa canção do álbum. O restante do álbum traz momentos interessantes entre outros não tão inspirados, mas nada sequer próximo da obra-prima de 1988.

Voltando ao irônico FU, eu o indicaria sem pestanejar para os fãs que gostam do Queensrÿche desde 1999. Aliás, o álbum é melhor do que pelo menos o Q2k e o American Soldier. Mas aqui pra nós, isso ainda é muito pouco para mim e para a maioria dos fãs do Queensrÿche. Recheado de músicos convidados (como a presença de ex-guitarrista KK Downing no solo da fraca faixa Running Backwards), o álbum traz poucos destaques, mas acerta na primeira faixa Cold:

O restante do álbum traz músicos conhecidos se revezando nos solos de várias canções, como Dave Meneketti (Y&T), Chris Poland (ex-Megadeth) e Brad Gillis (ex-Ozzy e fundador do Night Ranger), além de contar com a presença de Paul Bostaph (ex e atual Slayer) em 4 faixas e outros diversos músicos nas demais canções. A tal superbanda que Tate anunciou contar com Rudy Sarzo e Simon Wright, por exemplo, pode não ser a que virá com o vocalista no Monster of Rock deste ano. Sarzo toca em apenas três faixas do álbum, Simon em duas dessas. O anúncio de nomes de peso serve muito mais como forma de atrair a atenção para o álbum do que propriamente o entendimento de Tate estar acompanhado de músicos com histórico passado para nosso gênero musical de predileção.

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Geoff recentemente declarou que se encontra muito feliz com esse intenso revezamento de músicos em suas canções e turnês, e que nunca mais pretende montar uma banda fixa. Eu devo estar ficando maluco, pois isso para mim é sinônimo de carreira-solo… o vocalista tem primado por atitudes no palco que nada remetem à elegância que a banda sempre mostrou nos áureos tempos, como falar mal de seus espectadores no penúltimo show à frente de seus antigos companheiros em Oklahoma (2012) ou arrancar de um espectador um aparelho celular e jogá-lo para a plateia em um recente show de sua atual e sabe-se lá até quando banda, conforme podemos ver abaixo:

Ainda sobre Frequency Unknow, não obstante o bom trabalho dos diversos guitarristas que dividem o espaço dentro do álbum, eu poderia citar a faixa In the Hands Of God como outra que se salva do limbo, pois o restante do trabalho segue no que Tate e seus antigos companheiros vinham fazendo nos últimos 14 anos.

E como se não bastasse, Geoff incumbiu o músico Martín Irigoyen, co-autor de uma das faixas mais acessíveis deste FU, Everything, para gravar todos os instrumentos principais de quatro regravações de clássicos de um momento que não volta mais para o Queensrÿche.

Assim, como bônus deste TateRyche FU, há a regravação de I Don’t Believe in Love (do Operation: Mindcrime) e de Jet City Woman, Empire e Silent Lucidity (do Empire). E o resultado dessas regravações beira o ridículo, face ao som de gravação demo que as músicas trazem. E pior, em uma masterização que nada acompanha o restante do álbum, que já sofreu muitas críticas pela atual mixagem. O próprio Tate já sinalizou em remixar o áudio originalmente lançado em abril, o que demonstra que o vocalista se precipitou em correr à frente de seus ex-companheiros e entregou um trabalho sem um mínimo de cuidado com os detalhes que o fariam ter a qualidade mínima esperada. Frequency Unknow é um trabalho apressado e rancoroso, cujo resultado final não poderia ter da maioria dos fãs do Queensrÿche alguma aprovação.

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E abaixo, como “pá-de-cal” trago talvez a maior comprovação de quão apressado foi este lançamento. Até a voz de Geoff , a qual eu não havia efetuado qualquer crítica, recebe abaixo sob forma da nova interpretação de Silent Lucidity uma constatação: Geoff realmente perdeu o resto do juízo em concordar em lançá-la com essa interpretação, eu diria, “bêbada”!!! Quem quiser atestar, que compare as duas versões. A primeira abaixo é a original e a seguinte, o “primor” de regravação de Tate.

Bem, para saber como vai o Queensrÿche dos outros três integrantes, os “heróis” que aqui chegaram  depois de tão longo texto vão ter de aguardar a próxima e final parte dessa análise. Mas adianto, aqueles que são fãs do antigo Queensrÿche tem uma boa chance de ficarem mais felizes com o próximo capítulo, o jeito é aguardar um pouco!

Saudações

Alexandre Bside



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20 respostas

  1. No caso do Queensryche (e outros) o Ale sai sempre na frente e confio 100% na avaliação e análise do degringolar da banda, quando da saida de Degarmo. Ao ponto do baterista nem tocar no disco – a coisa foi feia mesmo e ficou feia também nos discos – pelo menos meu interesse despencou do mesmo jeito que a relação entre Tate e os outros membros.
    Vou esperar a próxima resenha do novo Queensryche, já que esse com Tate, já apreciei um pouco e nada parece me chamar à atenção a não ser o fato das sofríveis regravações.
    Abçs

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    • Flávio, na verdade o que podemos observar é uma lamentável sequência de decisões que de um forma quase total levaram à banda a chegar onde chegou. Esse novo cd de Geoff , o tal TateRyche, não tinha a mínima necessidade de ser lançado agora, pois seu intuito foi unicamente de buscar uma competição com o trabalho do outro lado da banda.
      Pra lembrar, Geoff lançou seu disco solo ( de fato, não esse novo , que pode ser considerado de ” direito” ) chamado Kings & Thieves em novembro de 2012. E cinco meses depois lançou o seu FU. Assim, entendo que tanto um quanto o outro trabalho sofreram, pois seu solo praticamente foi ” expelido”, com pouquíssimo espaço de divulgação e tour de lançamento. E o novo TateRyche foi feito às pressas, pelos anseios de Geoff de buscar sair na frente nesse novo capítulo da batalha.
      Ele explica um pouco como fez o novo álbum, utilizando-se de uma estratégia de trazer novos colaboradores para as composições no vídeo abaixo. Estratégia essa que na minha opinião se encaixa mais como um trabalho-solo do que propriamente com um trabalho de banda, mas que várias bandas também adotam ( KISS, Bon Jovi), com compositores que acabaram até se tornando conhecidos ( Desmond Child é o melhor exemplo). A entrevista também ressalta os motivos das regravações, eu percebi um Tate desconfortável em ter de fazê-las, por pressão da gravadora. O entendimento é que as regravações faziam parte doas cláusulas do novo contrato com essa nova gravadora.

      A tal sequência lamentável de decisões durante a carreira do Queensryche pode ser mais aprofundada, mas prefiro deixar isso para o próximo capítulo desse post.

      Alexandre

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  2. Fala Alê. Achei a versão de Silent apenas menos orgânica mas não tão ruim. Gosto de arranjo de cordas (aqui, de tão sintéticos, parecem strings by keyboards). Esses caras querem reviver atmosferas e acabam apenas fazendo apenas mais ‘uma’ versão. O que eu mexeria na mixagem, ao menos desta faixa, é um pouco mais de volume para bateria, contrabaixo mais pra trás e um pouquinho mais de volume para as trompas (que também acho que não são “reais”). Agora, vamos combinar, dois QrC é meio um retrato do mundo do rock hoje, não? Onde o dinheiro e as discussões viraram o maior mote das bandas. Infelizmente.

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  3. Daniel, antes , é muito bom vê-lo aqui comentando, sei que você conhece e se interessa pela banda.

    A nova versão de Silent Lucidity, como das outras três regravações, nada acrescenta à original, pois o intuito foi simplesmente ” imitar” todos os instrumentos, orquestrações e vocais que estão presentes nos álbuns de 1998 e 1990. Se esse é o caminho, ok, não cabe aqui uma crítica, mas fica é claro, a dúvida: Pra quê? A primeira hipótese desse esclarecimento de dúvida está no vídeo do comentário acima, onde Tate, de forma que me pareceu desconfortável, atesta que tratou-se de exigência da nova gravadora. Como se fosse : Ok, você pode gravar conosco, mas tem de embutir alguns clássicos no pacote para vender mais.

    Assim, Tate pegou o músico argentino Martín Irigoyen, que se encarregou de gravar baixos, guitarras e bateria das regravações e enfiou as tais orquestrações para emular os originais. Como tudo foi feito às pressas, um ou outro instrumento, como você muito bem citou, está mais alto na original, e convenhamos, regravar músicas que viraram clássicas da banda tem esse enorme problema. Sempre preferimos as mixagens originais, e aí eu fecho contigo, bateria pra frente, baixo pra trás e mais trompas fariam a música ficar melhor e mais parecida ainda com a gravada nos áureos tempos. Aliás, eu não sou um especialista na parte sintetizada das músicas , mas também acho que tudo que ali parece orgânico é feito por teclados.

    O que ficou muito ruim, precisa ser ouvido talvez com mais detalhes que os vídeos do youtube talvez prejudiquem, ou talvez o próprio som dos laptops e Itrecos ( desculpe a citação, mas definitivamente já incorporei essa sua sacada genial no meu dicionário) não nos permitem.

    Assim, o solo, que é uma busca do original ( e que não é difícil sob o ponto de vista técnico, mas não menos belo por isso ) ficou mal acabado, exatamente em 3:51 dessa nova versão . A nota final é outra, fora algumas notinhas durante o solo que não foram tocadas e um ou outro atraso no tempo, em um ou dois outros instantes. Isso pra mim é falta de tempo e correria, o álbum foi expelido pela questão de Tate querer ser o pole-position desse novo embate com seus antigos companheiros.

    Talvez pior no entanto é o vocal preguiçoso e que beira ser semitonado em alguns instantes. Ou então a voz chegou a tal nível de desgaste que nem o autotune salva…
    Eu coloquei alguns trechos iniciais da letra abaixo em caixa alta , pegue um fone de ouvido e veja se concorda comigo

    “Hush now, don’t you cry
    Wipe away the teardrop from your eye
    You’re lying safe in bed
    It was all a bad dream
    Spinning in your head
    Your mind tricked you to feel the pain
    Of someone close to you leaving the game of life
    So here it is, another chance
    Wide awake you face the day
    Your dream is over… or has it just begun?

    THERE’S A PLACE I LIKE TO HIDE
    A DOORWAY THAT I RUN THROUGH IN THE NIGHT
    Relax child, you were there
    But only didn’t realize it and you were scared
    It’s a place where you will learn
    TO FACE YOUR FEARS, RETRACE THE YEARS
    AND RIDE THE WHIMS OF YOUR MIND
    Commanding in another world
    Suddenly you hear and see
    This magic new dimension

    I…….WILL BE WATCHING OVER YOU
    I …….AM GONNA HELP YOU SEE IN THROUGH
    I……WILL PROTECT YOU IN THE NIGHT
    I am smiling next to you, in Silent Lucidity”…..

    Bem daí segue , e o que segue vai pela mesma linha…

    Quer algo pior ? Dá uma entrada nos atuais vídeos que envolvem os projetos de Geoff Tate no seu TateRyche e veja como está sendo a reação dos fãs com essa empreitada… Lendo o que está no youtube, dá pra pensar até que estou sendo generoso com o vocalista…

    Grande abraço e obrigado por comentar.

    Alexandre

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  4. Grande Alexandre, realmente e’ impressionante como muitas de nossas ideias e gostos musicais são parecidos. E’ realmente espantoso porque nos conhecemos há muito pouco tempo, ou seja, nem nos conhecemos pessoalmente e principalmente não tivemos nenhum contato quando nossas opiniões e gostos musicais começaram a ser formados e mesmo assim partilhamos de ideias e ponto de vista bastante parecidos.
    Particularmente o Queensryche e’ um grupo de extremos! Foi a banda mais injustiçada por mim e também uma enorme decepção!!! Ate hoje me sinto culpado por ter condenado o Rage for Order na época do seu lançamento, talvez esse tenha sido o disco mais injustiçado por mim em toda a minha vida! Por outro lado Promised Land, Operation: Mindcrime II e Take Cover tenham sido homéricos desapontamentos. Aliado a tudo isso acho Geoff Tate o melhor vocalista de todos os tempos e se algum dia tivesse a difícil e infeliz tarefa de escolher apenas um disco de Heavy Metal de todos que já ouvi na vida, este seria sem duvida alguma o Operation:Mindcrime!
    Porem continuo me surpreendendo com o Queensryche, quando achei que eles haviam chegado ao fundo do poço tentando se aproveitar de um clássico lançando a segunda parte do Operation , eles conseguem se superar com essa briga publica e esses dois pseudos Queensryche’s, penso que na verdade os envolvidos estão apenas usando a “marca” ($$$) Queensryche ao invés de respeitar todo um passado vivido pelo grupo, projetos solo e paralelos são muito mais dignos quando uma banda não tem mais nada a dizer.
    Alexandre, antes que lhe “taquem pedras”, permita-me dizer que sou um dos que crê que o Queensryche deveria acabar após o Promised Land, escrevo tudo isso escutando o Operation LIVE Crime e agora quando se inicia a Road to Madness fico imaginando: Como um grupo que grava um CLASSICO como esse pode ao mesmo tempo lançar um Q2K??!!

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  5. J.P.

    Seus comentários são sempre excelentes, e realmente o Q2k é ruim de doer, eu só salvo a última faixa, The Right SIde of my Mind.
    Interessante você considerar o Operation: Mindcrime como O álbum de heavy metal de todos os tempos, é sem dúvida uma bela escolha.
    Eu indicaria o Holy Diver do Dio, numa escolha por ” reflexo” , sem pensar muito.
    É legal que tenhamos várias concordâncias em relação a bandas menos cotadas, como o próprio Queensrÿche, mas eu preciso dizer que existem, sim, discordâncias. Saudáveis, de certo.
    Por exemplo, em relação às suas decepções com o Take Cover e principalmente com o Promised Land.
    Eu, que também gosto bastante de bandas progressivas, embora não as conheça tanto, associo este Promised Land à algumas boas influências que bandas seminais, em especial o Pink Floyd, trouxeram ao Queensrÿche. E até hoje adoro o álbum, inclusive pela diversidade de suas faixas. Em relação ao Take Cover, embora oportunista, considero suas versões bem decentes, e o simples fato de estarmos considerando que elas são cantadas por um grande vocalista facilita demais essa questão. Já o OM 2 é uma sombra do primeiro, feito para tentar salvar a banda comercialmente e sem a presença dos demais integrantes da banda que não o próprio Tate em quase cem por cento dele.
    Voltando ao post em si, acho que esta cisão fez bem principalmente para nós, os fãs. Expôs as feridas, trouxe a “luz” para vários episódios envolvendo a banda, em especial a queda vertiginosa de qualidade dos álbuns pós Chris DeGarmo e nos deixou com duas opções para seguir a banda.
    Sobre isso e um pouco mais eu prometo trazer no próximo post, ok?

    Obrigado por seus perfeitos comentários e em relação às proximidades no gosto musical, acredite, isso acontece de forma curiosa bastante no blog e certamente deve ter alguma explicação.

    Alexandre

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  6. Realmente o Promesed Land não e’ um disco ruim, mas para mim foi uma decepção, explico melhor, na época eu esperava ansioso pelo sucessor de Empire, pois todos os trabalhos lançados pelo Queensryche ate então, cada um a sua maneira, foram simplesmente maravilhosos. E dessa vez Promised havia ficado muito abaixo do que ansiava, do que pensava que a banda poderia fazer. Na época esse disco me pareceu uma sobra de tudo que havia sido lançado no Empire, com poucos momentos realmente brilhantes e em várias ocasiões se repetindo demasiadamente.
    Quanto ao Take Cover, nesse período da vida do Queensryche eu não esperava muita coisa da banda, porem quando vi as musicas que foram regravadas: Red Rain, Neon Knights, Welcame to the Machine, Synchronicity II, Bullet the Blue sky… e sabendo da qualidade dos músicos envolvidos voltei a me decepcionar com o resultado final do CD, uma vez há algum tempo atrás ouvi Tate cantando Comfortably Numb, meu Deus oque era aquilo!?! Era magnifico. Talvez eu sempre tenha esperado muito mais do Queensryche do que de qualquer outro grupo. Concordo que Promise possivelmente seja o disco com maior influencia progressiva da banda, bom, pelo menos na parte musical, porem acredito que ele tenha ficado “arrastado” demais, perdendo a veia Heavy Metal do EP, do The warning e do Operation, sem o brilhantismo do Rage e o bom gosto e eficiência do Empire.

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    • J.P., respeito demais a sua opinião, mas eu, como um fã xiita do QR até o Promised Land ( inclusive) não posso concordar em relação à esse album. Na verdade ele transita sempre entre os meus três primeiros, muitas das vezes é o que mais gosto. Mas algo que você acima escreveu eu realmente preciso concordar: Quase não há heavy metal no album,exceto talvez por Damaged. As demais canções transitam entre um hard rock e um hard progressivo, embora em algumas eu não consiga sequer imaginar um ” rótulo”, como Disconnected . Mas pensando no platinado Empire, também há pouca coisa de metal, o album tem muito mais forte um hard que beira até em alguns momentos ser bastante acessível, como em Another rainy night without you ou hand on heart.

      Em referência ao Take Cover, acho o trabalho decente, mas é obviamente uma busca de mercado, já que os álbuns de estudio da banda vinham de mal a pior. A versão que conheço de Confortably Numb está no DVD The Art of Live, e é uma versão dividida com o Dream Theater. Segue o video:

      Geoff está muito bem, a comparação entre os vocais é pouco linsonjeira para LaBrie, mas a parte do solo a cargo do John Petrucci é sensacional!

      Eu recomendo uma avaliação do novo album dos outros três remanescentes do QR original, cuja resenha logo logo chega por aqui na parte 2

      Saudações

      Alexandre BSide

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  7. B-Side, tem um pessoal de fora que parece que está curtindo o post. Estou tentando ajudá-los na questão do widget de tradução, vamos ver se eles conseguem. Dá uma olhada nos comentários: https://www.facebook.com/QueensrycheOfficial/posts/665879066759121

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  8. Confesso que, apesar de Geoff Tate estar na minha lista de melhores vocalistas, nunca acompanhei com a devida atenção a discografia da banda. Conheço muito bem o EP e também Empire. E são fantásticos. Compartilho com quem falou na decepção com os álbuns mais recentes, especialmente, Take Cover, pois com a brilhatura técnica dos componentes, prometia muito mais do que efetivamente entregou.
    A nova versão de Silent Lucidity fica um pouco abaixo do original (o que seria admissível para uma outra banda, mas lançado por este “TateRyche” não), e peca principalmente pela falta de inovação, de motivo (que não o comercial). parece mesmo que foi só uma exigência da gravadora.
    É sempre uma pena que um ídolo nosso faça esta quantidade de bobagem. Vamos torcer que ele acorde deste pesadelo existencial que parece estar passando.
    Não posso evitar participar deste momento “podcast minuto HM” e fazer a minha escolha quanto aoálbum de heavy metal de todos os tempos. Minha escolha recai no início de tudo. Paranoid!

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    • Outra ótima e clássica escolha ( no momento podcast deste post), Eduardo xará!
      Você também é bem coerente ao analisar o momento atual de Tate, que parece estar perdido..
      Basta olhar os vídeos relacionados ao novo trabalho do TateRyche no youtube e ver que os comentários são muito ruins, parece realmente que a grande maioria dos fãs pendeu para o outro lado da banda.
      Sobre isso e um pouco mais a segunda parte do post vai ser mais detalhada, é só aguardar mais um pouco !

      Alexandre

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  9. Bside, mais um post primoroso seu. Conheço muito pouco do Queensryche para acrescentar qualquer coisa ao debate mas a descrição de toda trajetória da banda até ela se transformar em duas mais a análise do disco lançado pelo Queensryche do Geoff Tate foram trazidas aqui de forma excelente. Sobre os dois Silent Lucidity, não achei a segunda versão tão ruim assim não. Embora a voz de Tate esteja um pouco melhor na original, a segunda não está assim tão mau, a meu ver. Seria o caso em que se a primeira não existisse, a segunda seria uma música muito boa! Mas como a primeira já é um clássico, a segunda torna-se totalmente desnecessária somente justificada por uma questão de ego e rancor com a antiga banda mesmo. Não imagino ninguém pensando em ouvir Silent Lucidity e colocando a versão atual.

    Aguardando a segunda parte.

    Abraços,

    Su

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  10. Suellen, obrigado por comentar!

    Eu talvez ( já que tanto você quanto o Daniel acham a nova versão muito parecida com a original) esteja sendo um pouco rigoroso, mas acho que o Flávio também ouviu essa versão e percebeu alguns momentos onde a voz soa , pra dizer o mínimo, preguiçosa.
    As demais regravações estão mais próximas, embora realmente não haja sentido ( a não ser a exigência da gravadora) em fazê-las. O próprio Tate parece desconfortável no vídeo gravado na emissora de rádio que está em um comentário mais acima.
    Quanto ao solo, que é relativamente fácil do ponto de visto técnico, se a idéia foi fazer algo próximo, acho que dava para caprichar um pouco mais.
    A segunda parte já está no forno, prontinha pra sair .

    Abçs

    Alexandre

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  11. Queria passar por aqui primeiramente para registrar o óbvio, que são os merecidos elogios a um post de tamanha qualidade e de informação, principalmente para mim, que não conheço bem a banda e sei que este é um gap que preciso resolver, pois o que leio muita me incentiva a entender para poder, pelo menos, dar uma opinião.

    O blog vem me proporcionando, entretanto, o despertar por várias coisas e o Queensrÿche, banda do hoje subúrbio de Seattle (ou a chamada cidade-satélite Bellevue) é um dos meus maiores interesses. Nos últimos anos, consegui sair apenas do Empire para o Operation: Mindcrime, que eu acho uma obra-prima, The Warning e Rage For Order (gostei de ambos). Ou seja, pude sair de Silent Lucidity “apenas” e explorar principalmente os bons arranjos que realmente tem certa sonoridade com Judas e Iron Maiden, bandas de minha predileção total. Mas melhor que isso, estou colocando Geoff Tate frequentemente em uma difícil lista de vocalistas que gosto, por toda a qualidade conhecida.

    Mas o que vemos aqui no post tão bem contextualizado pela autoridade B-Side e tão bem comentado por outros monstros J.P., Remote Daniel e a Su é que há realmente uma certa dúvida musicalmente deste novo trabalho. Eu, lendo aqui e ouvindo os vídeos, só tenho uma opinião formada sobre os acontecimentos: sem dúvida, o lançamento da forma que foi deste FU é sim uma forma de “marcação de território” e traz, sem dúvida, o lado de defesa comercial pelo nome, com as altíssimas doses de rancor e ódio que, musicalmente, mancham inclusive a história do nome de mais de 30 anos de vida. Apressado ou não, coisa que concordo com o B-Side, está claro que foi, a música mais uma vez deu lugar para a prioridade que é a disputa de royalties e de dinheiro em geral dos naming rights.

    Essa nova versão de Silent Lucidity é, em minha opinião, até desnecessária. B-Side, imaginando que a música existe, fica mesmo difícil apreciar esta nova no sentido de “puxa, vou ouvir a nova versão ao invés da original”. Acho que ninguém fará isso. Mas, assim como a Su, e isso falo apenas em meu gosto, a versão não me desagradou, apesar de estar pelo meno uma vida e meia de distância da clássica. Já as músicas do trabalho como um todo que estão aqui no post não me chamaram a atenção, mas não formei uma opinião e sinto que me falta “bagagem de banda” para falar alguma coisa. O fatídico 14/abril/2012 e as outras coisas que você colocou aqui, como os vídeos do celular e o “you guys suck” mostra um lado totalmente desequilibrado do cara, e é óbvio que isso influencia em outros aspectos da vida, mesmo que indiretamente.

    Bom, tudo isso para dizer que é uma pena ver tudo isso acontecendo e se arrastando agora há um ano. Pelo que lembro, teve a tour “Queensrÿche Starring Geoff Tate the Original Voice”, em uma clara tentativa marketeira e comercial de se fazer as coisas.

    B-Side, vou para a parte 2 e quero agradecer novamente pela oportunidade de ler algo tão caprichado por aqui, especialmente para os menos conhecedores, e também ao pessoal que está trazendo comentários que complementam e fazem a análise ficar mais rica.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo,

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    • Eduardo :
      Como sempre, comentários muito coerentes e bastante pertinentes, sem dúvida.

      A parte que envolve as infelizes e lamentáveis sucessões de acontecimentos tem de sua parte , eu entendo, uma perfeita análise. A questão comercial, aliada a bastante rancor, falou mais alto nesse FU, e na tal tour Queensrÿche Starring Geoff Tate the Original Voice. Eles estão tocando o Operation:MIndcrime na íntegra, mas os músicos que acompanham a banda estão em um constante revezamento. O que posso avaliar é que pelo menos Rudy Sarzo e Simon Wright só estão em companhia de Tate quando não há outro compromisso que lhes renda mais satisfação ( pelo menos financeira) . Rudy esteve no início da tour, já atualmente não está. Quem sempre está ao seu lado é no fraco guitarrista Kelly Gray que substituiu Chris DeGarmos no péssimo álbum Q2k, de 1999. E ajudou a Tate no seu novo TateRyche. Não são de forma alguma credenciais que animem muito os fãs mais tradicionais da banda . E a tal superbanda é uma tentativa de chamar mais a atenção, pois o entra e sai é tao constante que sabe-se lá com que Geoff virá para o MOnsters of Rock .

      Em relação ao seu vocal, evidentemente que já não é mais aquele que se ouvia nas décadas de 80 e 90, mas francamente pouquíssimos vocalistas conseguiram isso. Eu já disse e repito: Na atualidade, conheço dois que estão bem próximos disso: Hughes e Dickinson. Assim, o fato de Geoff não estar na plenitude vocal é o menor dos problemas, até por que seus vocais estão bem razoáveis . O ” conjunto da obra” é que joga mais contra, na verdade.

      Em relação ao seu conhecimento acerca da banda eu sugiro que você se mantenha nos álbuns que conhece e procure conhecê-los um pouco mais, se possível. E agrego mais um, de fácil digestão . o Ep de estréia, com cara de Judas Priest ( e um pouquinho de Iron Maiden) . Você estaria com esse Ep completando a unanimidade que qualquer fã que se preze não ousa contestar . São os 5 primeiros trabalhos ( EP, The Warning, Rage for Order, Operation:Mindcrime e Empire).
      EU sou um fã xiita do Promised Land, mas esse, como muito bem observado pela enciclopédia J,P. já vai em uma outra linha, mais progressiva e com pouco metal. Acho que é para ser ouvido daqui há algum tempo, depois dos demais trabalhos já terem sido completamente absorvidos.

      O novo álbum do “outro lado da moeda” / 2013 é pequeno e essa duração pode ajudar o seu entendimento. Como ele se encontra em uma linha entre o Operation e o Empire, pode certamente ser uma sugestão pré Promised Land.

      O resto fica para os fãs xiitas, eu recomendaria na verdade uma boa coletânea com as melhores faixas de cada, se for de seu interesse.

      Obrigado pelos seus comentários

      Alexandre Bside

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