O desabafo de Peter Criss – o gato conta sua parte na história do Kiss

petercriss

Eu nasci em 28 de novembro de 1974. Filho do sr. Daniel (músico multi-instrumentista do Exército) e da d. Iraildes (dona de casa). Precisamente dei meus primeiros gritos de vida no Hospital Central do Exército, no subúrbio do bairro de Benfica, na cidade do Rio de Janeiro. Tive uma educação dentro dos parâmetros a que nos acostumamos chamar de “normal”. Cresci mudando de bairros no RJ (não me lembro ao certo quantos foram mas passaram de dez) e em 1984 tive o primeiro desafio fora do Rio: iríamos morar em Brasília. Mas deixe-me voltar para o ano de 1982.

Até então musicalmente eu me expressava pouco. Não sabia tocar nenhum instrumento embora gostasse muito de cantar, porém os exemplos discográficos que eu tinha em casa, todos herdados do meu pai, não eram um lá as maiores influências para o canto: as Valkírias de Richard Vagner (compositor favorito de Hitler), um disco com Filarmônica de Londres executando alguns clássicos do rock, como Whole Lotta Love (Led Zeppelin) e Bohemian Rapsody (Queen), eu sabia que se tratava de bandas famosas, mas não lia nada e nem entendia nada sobre elas. O que predominava nas centenas de disco que meu pai tinha era música erudita, música instrumental (alguma coisa meio lounge) e música para coral. Naquela época a música pop estava em alta. Todas as canções que tocavam nas (boas) rádios FMs da época me encantavam. Desde as baladas da Cindy Lauper (Time After Time) ou mesmo os clássicos de um músico que iria influenciar minha maneira de compor/escrever/tocar (em 1986 comecei a estudar teoria musical e em 1993 comecei a experimentar teclado), Guilherme Arantes. Isto porém é assunto para um post menos pessoal e passional.

Porém um evento mudaria minha vida para sempre. 1983.

Minha tia Iraci era gerente de banquetes de um famoso hotel no Rio de Janeiro. Hotel este que recepcionaria o Kiss para os shows que a banda faria pela primeira vez no Brasil. Ela chegou em casa contando o quanto eles eram “arrogantes e malucos” e como estavam interessados nas mulheres brasileiras. É engraçado como isso jamais saiu da minha cabeça, mas não fora isso em momento algum que me cativara na banda, uma vez que até então eu não ouvira nada sobre a banda de Nova Iorque.

A Rede Globo de Televisão em um sábado qualquer daquele ano passou um “resumo” do show deles em um Maracanã lotado. As tardes da Globo costumavam ser emolduradas por episódios de Magnum (catapultou Tom Selleck à estrela de TV e posteriormente de cinema), Tiro na Queda (o projeto de Lee Majors pós O Homem de Seis Milhões de Dólares) e a Ilha da Fantasia (quem da minha idade não lembra do personagem Tattoo, do ator francês Hervé Villechaize?), daí vem minha paixão por TV e especialmente por séries feitas para TV. Naquela tarde porém não havia aventuras mas quatro mascarados na minha TV preto e branco Telefunken Ford (não há nada de errado nesta descrição), pulando de um lado para outro.

Semanas antes um namorado da minha tia conhecido por nós apenas e simplesmente por Junior já havia levado alguns discos “diferentes” para eu escutar. Na minha lembrança Sabbath Bloody Sabbath (Black Sabbath) e Razmanaz (Nazareth), mas ainda era cedo para o batismo.

O show me bateu como nenhum outro. Daí descobri que um amigo de 13 anos (eu tinha 9 na época) tinha alguns discos de rock entre eles Kiss. Pronto. O desenrolar desta história faria ser quem eu sou hoje e graças àquele resumão sem vergonha da Globo eu me tornei apaixonado por rock e todas as suas derivações.

Em 1984 fomos para Brasília. O Kiss já havia lançado Animalize mas tudo ainda era bastante recente pra mim. Pedi ao meu pai que fosse ao supermercado pegar o Lick It Up pra mim. Óbvio que meu pai, um cara mega antenado com quatro caras com fantasias estranhas, me trouxe tudo, menos o que eu pedi. Meus souveniers foram um compacto do Thriller (Michael Jackson) e outro da Gang 90 (uma banda de rock cujo seu fundador é aclamado até hoje, o jornalista Julio Barroso). Fui obrigado a pedir ao meu amigo Vladimir (citado no parágrafo anterior) a fazer uma cópia do primeiro disco em que o Kiss aparecia sem maquiagem.

Em Brasília sofri uma espécie de exorcismo mental. Filho de cristãos, fui a um congresso onde um missionário japonês condenava o rock e falava dos malefícios que ele trazia à juventude. Papai e mamãe me convenceram que “gostar” do Kiss não era uma coisa boa para meu presente e meu futuro. Passei pela idade das Trevas sem os Cavaleiros das Trevas. Conheci Beatles, Genesis, Madonna, Peter Frampton e mergulhei no rock brasileiro. Nos anos de 1984 à 1987, o rock nacional estava em ebulição, especialmente porque seus filhos despontavam como o que melhor acontecera no rock cantado em português nos últimos anos. O rock americano só parava nos meus satélites através das baladas que eu ouvia no rádio.

Desculpe se você estiver lendo esse diário apenas interessado no que eu achei de Makeup to Breakup (Editora Lafonte, 381 páginas) do ex-baterista do Kiss, Peter Criss, mas não teria como passar toda interpretação desta leitura se este não fizesse essa introdução de “túnel do tempo” e assim você entender minha perspectiva sobre o livro.

Chelsea_(American_band_album)

Primeiro disco que tem registro da bateria de Peter Criss. Chelsea é nome de um bairro que fica no uptown novaiorquino.

Em bom e sonoro idioma sempre ficou claro para mim que Peter fora sacaneado pelo Kiss. Ou melhor, por Gene e Paul. O músico, segundo seus depoimentos, diferente de Ace, jamais fora irresponsável com seus contratos e seu compromisso com a banda. Pelo contrário. Segundo Breakup and Makeup, desde os primórdios, a dupla sempre deixou claro que as questões decisivas passariam pelo crivo de ambos. Musicalmente as questões pareciam irreconciliáveis uma vez que os “produtos” apresentados pelo menino do Brooklyn eram bastante diferentes das composições que surgiam na banda. Podemos até encarar isso como um fato; baseado nas canções que o Peter fez para seu disco solo e na mais famosa das canções, Beth, pouca coisa do Catman se encaixaria no repertório dos outros três que formavam a banda.

… Mas o livro fala MUITO mais do que as questões musicais. As idiossincrasias financeiras não foram deixadas de lado em momento algum. Óbvio que estamos observando a história de uma banda famosíssima a partir do olhar de alguém altamente frustrado com a relevância da sua vida nos dias de hoje e, mesmo nas últimas páginas, o que temos é um senhor de 67 anos ainda tentando se curar das feridas que impôs a si mesmo (com o uso de drogas por quase 35 anos) ou os cabrestros criativos enquanto esteve na banda. E não foram poucas as vezes.

petercriss_1

Durante a leitura que conta a vida de George Peter John Criscuola não dá para se surpreender como uma certa depressão. Veja bem: o cara teve câncer, foi traído pelo melhor amigo (Ace), teve que passar por três casamentos para se achar sentimentalmente, foi sacaneado “a torto e a direito” (alô editora Lafonte, como usar uma expressão idiomática e traduzí-la em um livro cujo o original é em inglês?) por todo o staff do Kiss, incluindo Doc McGhee, Tommy Thayer, Bob Ezrin

O livro elucida questões que mesmo eu, um fã que já vira todos os docs da banda, não tinha qualquer conhecimento. Uma delas é que o Kiss teve problemas sérios com a Receita Federal e que Gene e Paul não se falavam durante a produção de Animalize. Aliás, falar deste período que inclui os discos produzidos entre 1984 e 1989 foi uma experiência bastante interessante, já que segundo o discurso do dono do Kiss (Gene) a banda nunca passara por uma crise financeira e nem tivera problemas mais sérios com relação à venda de ingressos para suas glamourosas turnês. O livro diz em um determinado momento que o Kiss chegara a tocar para um público de quinhentas pessoas! Uau! É bom sempre salientar ao leitor do Minuto HM que o Kiss adotara como estética sonora e visual o glam e impregnou seus fãs com discos com características muito diferentes das que consagraram banda. Tudo bem que se analisarmos a partir do quarto disco da banda (Destroyer) a banda faria discos diferentes entre si, mas sempre apresentando DNA, que eu costumo dizer que é a identidade da banda. Com Animalize, Asylum, Crazy Nights e Hot in The Shade, o Kiss tenta seguir a decisão que fizera em Dynasty: dançar conforme a música. Pelos relatos de Peter, isso trouxe prejuízos à banda.

petecriss4

Agora a informação que eu achei mais sensacional foi a de que Peter ao sair do Kiss ficara com 25% dos percentuais da banda, incluindo a maquiagem. Negócio que seria desfeito enquanto ele estava internado no rehab. Tudo bem que o grupo já estava patinando, mas para quem não havia gravado o Unmasked era uma baita grana. Tanto que Peter trocou de mansão como você troca de marca de analgésico. Teve relacionamentos carnais em todas as instâncias e com quem quis. “Digeriu” uma coelhinha da Playboy, ficou alguns anos sem fazer nada para ninguém e mesmo assim milionário. Junto com a grana veio também a insanidade, a loucura de achar que estava sendo perseguido, com o “bônus” de ter sido vítima de um impostor, que se passara por ele e estaria pedindo esmolas nas ruas de Los Angeles. Deem uma olhada neste vídeo:

Nota do Editor: aqui no Brasil essa notícia saíra em uma dessas revistas de fofoca e eu meus amigos fãs de Kiss fomos impactados com o fato de um cara tão rico tenha se transformado em um mendigo. Lendas do rock!

O maior de desafio de Makeup to Breakup é parar de ler. Durante um tempo fiquei “torcendo” para que ao chegar ao final do livro, Peter estivesse mais maduro e pudesse encarar sua vida com mais sobriedade e fineza. Durante as quase 400 páginas vemos um menino em que a (falta) de educação pesara muito na forma como fora aliciado e enganado. Sua simplicidade (meu eufemismo) foi seu maior inimigo. Assim eu enxergo. Até com mafiosos o baterista fundador do Kiss se envolvera! E digo, sem medo de errar: sem necessidade.

No entanto, quem mais fora salvo de afogamento por Paul McCartney? Você sabia que Peter Criss passou a lua de mel de seu primeiro casamento no Rio de Janeiro? E que o encarte de Hotter Than Hell representa exatamente o que acontecera ali, uma orgia?

Os desafios de se levantar e se transformar em um artista em que a notoriedade fosse tão grande quanto o Kiss foi um jugo que lhe pesou muito às costas. A reconstrução a partir de uma carreira em que ele tinha pouquíssimos conselheiros com boas dicas de ressurreição, por assim dizer. Peter foi errante muito tempo. Quando ele culpa as drogas por inibir suas condições de julgamento, em parte ele está certo, mas durante todo o livro, ele ERRA muito. A vida do baterista vai passar por uma fase menos rude quando ele mesmo decide ser internado em função do seu vício. Desde cedo manteve uma retórica insistente do tipo: “se eu não gravar Hard Luck Woman estou fora da banda”, “Se eu não fizer os vocais de Strange Ways não contem comigo”, multiplique isso pelo tanto que reclamou durante todo o tempo em que esteve como parte fundamental da banda. Muita gente não suporta… e muita gente não suportou. Aqui Criss soa muito mais “moderno”, com Mike Stone nos vocais (músico que depois de um tempo integraria o Queensrÿche). Essa faixa é do disco Cat#1, uma tentativa do músico de dar norte a sua carreira.

Alguns aspectos negativos: em um determinado momento Peter (ou a narrativa, ou o “escriba”) começa a se repetir muito como querendo emprestar dramaticidade ou ser extremamente detalhista. A questão em volta dos problemas da Receita Federal era revisada a cada parágrafo em que Criss falava dos seus dramas. Não havia necessidade nenhuma. Qualquer leitor não disléxico conseguiria acompanhar a linearidade dos fatos sem que fosse lembrado que ele caíra na malha fina. Um outro fator nada positivo é como a editora tratou algumas questões na hora de traduzir algumas falas. Expressões mais próximas do nosso idioma podem tirar a essência daquela “verdade” dita. Quando a questão não foi do tradutor, fica muito na “cara” que Peter se utilizou de muito video-tape para lembrar de falas inteiras, especialmente entre integrantes do Kiss. Isso tira um pouco da naturalidade do relato.

Fora tantos e tantos outros detalhes que já sabíamos graças ao trabalho dedicado de Alex BSide e Flávio Remote, revisando a discografia do Kiss de cabo à rabo, Criss confirma que não tocou no engodo Psycho Circus. Aliás, desde a primeira vez que escutei o disco sabia que aqueles arranjos pesados (e até o jeito como Peter gostava de mixar seu som de caixa) não tinha nada a ver com o Catman. Kevin Valentine foi o titular das baquetas enquanto Thayer toca em todas as faixas, exceção Into The Void, gravada apenas por Ace, sem a participação de Criss, Stanley e Simmons. Abaixo um dos momentos “históricos” de Peter na banda, a famosa entrevista concedida ao Tom Snyder em que Ace rouba a cena. Esse interview é citado no livro.

Fiquei com uma imensa vontade de rever todos os shows que assisti: Largo 77, turnê do Hotter Than Hell (em preto e branco, 1975), o documentário Konfidential, Kiss My Ass, as gravações dos clipes, o filme-mico Kiss Meets the Phantom of the Park e todas as entrevistas concedidas pelo quarteto especialmente entre 1974-1980, período em que o “romance” vinha se desgringolado. Óbvio que fiquei curioso com a versão dos outros três cavalheiros sobre a história da banda, já que estes mesmos documentários (alguns assisti dezenas de vezes) mostram discursos maquiados (sem trocadilho) de união, força, talento e superação e, todos nós sabemos, que não foi bem assim.

Se você achava Ozzy um sobrevivente deste negócio chamado “vida de exageros”, coloque Peter Criss na sua lista. Sem orgulho algum.

Abaixo um vídeo que faz parte da campanha que Peter faz todo o mês de outubro, anualmente, como forma de conscientização do câncer de mama em pessoas do sexo masculino.

See U

Daniel Junior



Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Entrevistas, Kiss, Off-topic / Misc, Queensrÿche, Resenhas

29 respostas

  1. Daniel, só de ver a capa me deu vontade de entrar na primeira livraria onde poderia encontrar o livro,comprar e começar de imediato a devorá-lo.

    O teor principal do livro me parece muito próximo ao que Ace lançou também recentemente, intitulado ” No Regrets “. Eu não tenho conhecimento se esse lançado por Ace foi publicado no Brasil,mas para você , que é um dos ilustres ” correspondentes internacionais ” do nosso blog isso certamente não seria problema.
    E ambos devem ir pelo mesmo caminho: Usuários de substâncias ilícitas, maiores parceiros quando falamos de amizade dentro da banda, tolhidos de forma artística por Paul e Gene, tanto Ace quanto Peter não quiseram mais o aprisionamento dentro do negócio KISS.

    Alguns dos detalhes que você aqui traz deste Make Up to Break Up não eram do meu conhecimento, o que faz obrigatória a compra do livro. Alias, cada vez mais os astros das bandas de rock vêm lançando livros, me parece um novo “nicho” comercial que vem ganhando mais e mais consumidores. Eu particularmente adoro lançamentos desse tipo. Já li biografia de Tim Maia, Roberto Carlos, além do que seria mais usual como Metallica ou o próprio KISS,em suma,o que tiver na frente ,eu ” traço” .

    Por fim, gostaria de aproveitar o espaço e dizer que não somos da mesma faixa etária, tenho alguns anos mais que você, mas aprendemos a conhecer o KISS pelo mesma forma e na mesma época. Não sabia disso,foi muito legal perceber pelo texto acima.

    Voltando ao livro, a parte envolvendo as finanças, que o livro de Ace mal fala, é o que me chama mais a atenção nesse momento, e tenho certeza que as 381 páginas não durarão muito nas minhas mãos.

    Saudações

    Alexandre

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    • Fala Alê!

      Pois é. Como o “preju” foi uma das coisas que mais doeram no coração (e no bolso) do Catman, ele ganha detalhes especiais em cada capítulo. Sim, tô sabendo do No Regrets, mas acho (não fiz uma pesquisa sobre) que ele não existe (ainda) em português.

      Quanto ao fato do próprio Ace não falar muito sobre finanças acredito que seja pelo fato de o alto nível etílico que viveu nos últimos anos não deixou que o mesmo se lembrasse de detalhes.

      See U!

      Daniel Junior

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  2. Ao mesmo tempo que ler este post me fez conhecer um pouco mais da “bio” do autor, pude fazer uma nova e agradável nova viagem à minha discografia predileta por aqui, a do Kiss, como se fosse um resumo de luxo e com direito a novos fatos que eu não tinha qualquer conhecimento.

    Sobre a questão do livro, eu sinceramente acho que mesmo se tiver uma dificuldade maior com o idioma, sempre vale ler o “original”. É como em filmes: sempre se perde algo e pior: as vezes, a coisa até muda o sentido real de uma determinada sentença, ou aquela palavra-chave… eu não sou um cara de muita leitura em livros, apesar de estar lendo o dia inteiro.

    Já vi este livro tão bem explorado pelo Daniel em alguma livraria e como o B-Side disse, só pela capa já dá vontade de comprar – e B-Side, ao-vivo é ainda mais bonito.

    Achei um pouco estranha essa parte do livro que cita que a banda teve certos problemas financeiros, pois realmente não é nunca algo que eu tinha considerado ou visto em lugar algum. Por isso, é importante sempre termos todas as visões de uma certa história as vezes – mesmo talvez, neste caso específico, possa ter tido um certo exagero do Catman.

    A escolha dos vídeos também foi ótima e realmente Ace rouba a cena no início da entrevista.

    Obrigado, Daniel, pelo apanhado tão bem relatado de curiosidades compartilhado por aqui e que incrementa o blog que já é tao risco quando o assunto é Kiss.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Dudu, mais uma vez, obrigado por dar a oportunidade de habitar nesta casa. Me sinto bastante confortável. Aqui tem cheiro de casa. Onde a gente escuta os nossos discos, lê nossos livros, recebe os amigos.

      Com relação aos “originais”, você tem toda a razão. A editora Lafonte (que ficou até de mandar umas cópias para o PipocaTV) pisou na bola em várias sentenças e frases. Qualquer um que conhece um pouquinho do idioma bretão percebeu que Peter disse algo próximo “aquilo” e não necessariamente “aquilo”. Uma tremenda pisada de bola.

      Estou curioso pelo livro do Ace. Se é que ele lembra de mais detalhes que o Peter…

      See U

      Daniel Jr

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      • Daniel, é verdade, muito boa sua analogia…

        Espero que você ainda receba a cópia do livro…

        Obrigado novamente.

        [ ] ‘ s,

        Eduardo.

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      • Daniel:

        A respeito do No Regrets, eu tenho o original, e achei tão legal que fui lendo os capítulos fora de ordem, quando vi,já tinha lido tudo. Acho que devo uma leitura na ordem em que ele se dispõe.

        Em relação ao conteúdo, imagino que seja próximo ao de Peter, pela proximidade entre os dois e principalmente pelo papel que ambos representavam na banda, notoriamente mais coadjuvantes.

        O livro do Ace traz a vida do cara desde a infância, e alguns detalhes sobre sua audição para o KISS, entre os momentos na banda. Ele explica em detalhes o porquê do uso da cocaina e alcool ( cerveja, basicamente) e em alguns trechos mostra claramente como isso quase o matou, em especial pelos acidentes de automóvel.

        Acho que o mais polemico assunto é o relacionamento de Gene Simmons com os demais,mesmo com Paul Stanley. Ace afirma que Gene não tem amigos e sua preocupação em tournês era mesmo contabilizar a quantidade de mulheres com quem se envolveu. Com Paul, percebe-se que o guitarrista é mais econômico, mas que a questão envolvendo o fato dos dois donos da banda serem abstemios dificultou em muito o relacionamento com os esses dois coadjuvantes ” bêbados”

        Em suma, para quem conhece a carreira da banda vale sem dúvida a leitura. E eu já estou atrás desse do Peter

        Saudaçóes

        Alexandre

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  3. O texto é bom, mas tenho que discordar da sua tia. Estive no Sheraton conversei com todos os integrantes da banda na época e uma coisa eu garanto eles não tinham NADA de arrogantes e muito menos malucos!! O único que eu vi com mulher foi o Gene( uma prostituta negra). Vinnie veio com esposa. Eric e Paul saiam a noite mas sempre voltavam sozinhos

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  4. é oq ue eu sempre digo dos posts do Daniel: profissional
    a leitura é rápida e excelente

    obrigado por compartilhar um pouco da sua vida. tudo muito parecido comigo também

    eu tive o privilegio de conhecer o Fla´vio e o Alexandre que me ensinaram – e ainda me ensinam – sobre musica em geral, mas eu dei a grande sorte na vida de pegá-los talvez na fase mais Kiss da vida deles. Ai eu aprendi a amar a banda.

    ler algo dessa qualidade aqui é muito bom…….os comentários, o post em si

    muito obrigado

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    • Meu amigo, Rolf.

      Saudade d´ocê.

      Que bom vê-lo novamente no “campo de comentários”!

      O que fomentou sua visita por aqui? Algum empurrãozinho?

      Amigo, um dia escrevo um (e não resenho) sobre como descobri as coisas que eu gostei ou mesmo as que eu odiei e lá terá uma dedicatória à toda família MHM.

      Apesar de eu ter dado um tempo em Kiss, a leitura do livro foi muito legal e então aproveitei para falar um pouco sobre mim e deixar o leitor à vontade para falar sobre ele também.

      Abraço,

      Daniel

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      • Com certeza foi um dos meus e-mails de “esporro” a ele, com a URL do blog, ele clicou, viu o post em destaque e comentou… grande Rolf, sempre atrasado, mas sempre presente da forma dele – isso que vale!

        E o e-mail virou isso… uma forma de dar “esporro” para ganharmos por aqui – acho que valeu a pena, hehehe…

        [ ] ‘ s,

        Eduardo.

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    • Rolf, já eu sou mais que grato em ter respondido “claro” quando eles me perguntaram, ainda por e-mail: “Eduardo, estávamos pensando em fazer uma Discografia Kiss lá no blog, o que acha?”.

      O blog estava apenas engatinhando e olha onde estamos hoje… e o que eu aprendi e aprendo de Kiss com ela, é inigualável… bom, de Kiss, de A até Z, na verdade… e eles (bom, e você também) devem saber de outras bandas fora do A a Z, creio eu…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  5. Olá Daniel. Tudo bem? Brother, moro em Alagoinhas-BA e descobri, após ler o seu texto, que nós temos uma história parecida! Eu também comecei a curtir rock depois de assistir ao show do KISS no Brasil em 18/06/1983 – um sábado. Também em uma tv preto e branco mono (Philips). Cara, aquilo foi muito forte para um guri de 13 anos, super tímido e que não sabia de nada do mundo além do portão da minha casa. LONG LIVE ROCK AND ROLL!!! Abração meu brother.

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  6. Eu aqui já vou começando e pedindo desculpas e até agora ainda não me entendendo como eu não tinha lido isso aqui antes….
    Independente do livro, que realmente deve ser muito interessante, o artigo do Daniel é coisa de maestro. A linkagem com sua vida e a gente quando começa a se perguntar, aonde vai parar isso tudo, é sensacional.
    E sim, já vi todos esses “especiais” do Kiss, os shows, os documentários e acabo por concordar que Gene e Paul foram impiedosos, ditatoriais e injustos, mas alguém tinha que segurar a barra, se não provavelmente Peter não teria seus momentos de trocar mansões…
    Pois é, eu lembro disso tudo, das TVs P&B, (eu e Ale tínhamos uma Philco Safari que tinha uma base giratória) dos seriados de TV e também do show do Kiss que vimos numa outra Philco Colorida, que um dia ilustro aqui. É claro que o seletor de canais era giratório (também), fazendo os tais clec, clecs, que a gente tinha medo de quebrar, aliás tinha uma portinha para proteger o tais seletor de canais.. ok, depois eu ilustro aqui.
    Um super parabens para o Mestre Daniel, e eu não me surpreendo com mais nada aqui com vocês no MHM.
    Abraços
    Remote

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    • Fala Remote,

      nem se preocupe com o timing do seu comentário. Essa é uma casa que está sempre aberta e a presença de todos é sempre bem-vinda. Creio que falo isso pelo Eduardo e por todos nós.

      Realmente, aquele ano, aquele mês, aquele dia e aquela tarde, teria um efeito sobre uma série de meninos (e por que não dizer meninas?) que mudaria suas vidas para sempre. Engraçado que inclusive eu acho que foi uma atitude de vanguarda. Hoje em dia a Globo (ou qualquer outra emissora aberta), não vai passar reprise de show de uma banda em um sábado à tarde. Nem do Kiss, nem de ninguém.

      Relendo o texto eu vejo que cometi uma série de falhas que eu não gosto de cometer (nada em relação ao conteúdo, mas a técnica), mas fica valendo pelo ineditismo e o desejo de identificação com o leitor. Acho que deu certo.

      Por relembrar havia um pouco de emoção no que estava sendo escrito.

      De qualquer forma eu sou muito grato a você e a todos que apoiam estes desabafos em forma de review aqui no MHM. Isso torna o material muito mais legítimo do que em qualquer outro espaço.

      Olhando para o presente nada lembra o que eu vivi neste início de 80. Tudo ficou pra trás, só a paixão permaneceu, com algumas rusgas, digo isso em relação à banda nova-iorquina. Não espero – infelizmente – que o Kiss faça mais nada interessante. Acho que Monster foi o canto dos cisnes. Qualquer coisa daqui pra frente renderá aquele discurso de “magic is back”, mas nada como antes. Repito: infelizmente.

      Um grande abraço,

      Daniel

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  7. Saudações aqui do além!!! Obrigado à todos que me deram boas vindas. Valeu mesmo.
    Sempre que possível estarei em contato com vocês.
    Daniel, o KISS não é a minha banda nº 1, mas gosto bastante. Até mesmo dos discos mais fraquinhos. No presente momento falto apenas 06 discos para ficar com a coleção oficial completa.
    Acabei de ler a autobiografia do PAUL e comecei NOTHNI`TO LOSE (há tempos li POR TRÁS DA MÁSCARA). Comprei e estou esperando chegar a do PETER e EU S.A. do GENE (espero que a do ACE saia logo por aqui). Algo que eu percebi é que eles detonam uns aos outros constantemente. Li uma matéria na net sobre uma biografia da LYDIA CRISS, ex do PETER e ela fala que o livro do PETER tá recheado de mentiras. São muitas mágoas, muita roupa suja ou mal lavada.
    Mas enquanto eles brigam e esses livros vão surgindo, nós vamos degustando-os e nos deleitando com a enxurrada de informações (verdadeiras ou falsas).
    Apesar de não ser minha banda nº 1, continuo amando-a como no primeiro dia em que a vi (18/06/1983 – um sábado – em uma tv P&B Philips mono)!!.
    Daniel, você sabe me dizer se a biografia da LYDIA saiu por aqui?
    Grato mais uma vez.
    Abraços Frathernos…
    Fabrício S.

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    • Olá Fabrício,

      dei uma pequena pesquisada e não achei nada do livro da ex-sra Criss pelo Brasil.

      E nem sei se lá fora a circulação chamou muito a atenção do público, senão dos fãs do Catman e do Kiss. Pode ter virado raridade.

      Vale uma conferida no original (em inglês) e ver as versões contadas por Lydia.

      Abraço,

      Daniel

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    • Fabricio, Daniel, excelente papo por aqui.

      O livro da Lydia Criss já está em sua segunda edição – ela tem um site oficial: http://www.lydiacriss.com/ . Se ajudar, há agora opção de compra digital, ou seja, por download.

      “Interessante” é que pelo que vi no site, ela vende materiais da época que estava com Peter e ganha dinheiro em cima da fama dele, é isso? Realmente, “não tem mais bobo no futebol”. O site dela é horroroso, cheio de links furados, fora o livro, não considero nem agradável para se navegar…

      [ ]’ s,

      Eduardo.

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  8. Olá. Valeu Daniel, valeu Eduardo pelo retorno. Eu ainda não assisti/vi todos os shows/vídeos do KISS, portanto queria abusar um pouco mais de vocês. No dvd KISSOLOGY VOL. II tem o show do Brasil de 1983? Tenho vontade de rever aquele show que diz muito pra mim. Grato, abraços e até breve…

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  9. Valeu mesmo BSIDE/EDUARDO. CARALH* a resenha do CREATURES…! Com o tempo irei vendo as resenhas dos outros discos. Sou cúmplice de vocês em relação ao CREATURES…. É o melhor disco do KISS e um dos melhores do hard rock/heavy metal. Um álbum atemporal. Comprei o meu no final de 1988 e até hoje sinto o mesmo prazer de ouví-lo.
    Abraços e até breve…

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    • Fabrício, excelente… e tendo em vista seu gosto pelo Kiss, realmente é mais do que recomendável que você navegue e comente no restante da discografia da banda publicada por aqui, tenho certeza que você vai gostar bastante, é um trabalho feito com muito cuidado e atenção pelo B-Side e Remote, que são duas verdadeiras autoridades em tudo que permeia a carreira da banda e seus (diversos) membros.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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