Cobertura Minuto HM – BIG NOIZE em SP (aniversário de 12 anos da KISS FM) – parte 2 (resenha)

BIG NOIZE_ingresso_SP_13julho2013

Após a impressão de imaginar que a casa ficaria vazia, os 20 minutos finais antes do início da abertura do Dr.Sin fizeram a casa dar uma enchida – imagino que algo em torno de 3.000 pessoas no total (não mais que isso, também). Os irmãos Busic e Edu Ardanuy tocaram 11 músicas, sendo duas ótimos covers escolhidos.

A banda teve uma performance mais para a linha do metal, menos hard, e soaram muito bem no também ótimo som da casa, mesclando músicas do disco de 1995, Brutal e também apresentando composições do último de estúdio, Animal, de 2011. O trio mostrou estar muito satisfeito com o momento que vivem, e isso era claro ao longo da performance da banda.

Em The King, a banda aproveitou para fazer aquela que seria a primeira homenagem a Ronnie James Dio, fazendo inclusive no finalzinho da música um trecho de de Heaven And Hell. O cover do clássico do Rush foi apresentado como algo que dá tesão para eles fazerem, e ficou realmente muito bacana a versão, assim como o clássico do The Kinks, imortalizado pelo Van Halen, You Really Got Me. Para esta, a banda ainda chamou um garoto para a guitarra, que chamaram de “meníno prodígio”, e Samuel, da rádio aniversariante, nas baquetas.

Agradeceram o público, elogiaram a KISS FM e fizeram um show preciso, com destaque especial na noite para Ivan, que tocou com a vontade e com a “boa violência” de sempre nas panelas.

Durante o show, um amigo do Marcus conseguiu uma baqueta do Ivan, que caiu bem na minha frente. O “pior” foi ele conseguir depois uma segunda, fazendo um par:

DrSin_13julho2013_5_baquetas

Dr. Sin Setlist HSBC Brasil, São Paulo, Brazil 2013, Animal Tour

O pessoal da KISS FM voltou para o palco, interagiu com o público e entre camisetas, chaveiros e brindes, distribuiu algumas pulseiras para alguns fãs terem a oportunidade de ter um Meet & Greet com os músicos da banda headliner. Quem liderou as apresentações foi Rosângela Alves. Ao final, acabaria informando que os músicos atenderiam o público após o show no saguão principal da casa.

Equipe KISS FM: nas pontas, Rosângela Alves e Rodrigo Branco

Equipe KISS FM: nas pontas, Rosângela Alves e Rodrigo Branco

A saída dos integrantes da rádio se deu para que o playback de E5150, do segundo álbum de Dio no Sabbath, começasse para a esperada emenda com a faixa-título. Era um momento de expectativa ouvir Sebastian Bach cantando Dio, ainda que soubesse como ele admira o baixinho de grande voz, apresentando-o durante a noite como o melhor vocalista de todos os tempos e chamando por “Dio! Dio! Dio!” toda vez que algo do eterno legado de Ronnie viesse. Inicialmente estranha e soando até “fina”, a voz de Sebastian foi se ajustando durante Mob Rules, para depois encaixar um pouco melhor no cover de I Don’t Know, de Ozzy. Mas, acima de tudo, o que valeu foi ver Vinny Appice tocando, ainda que seu kit de bateria da noite nem pareça um kit…

Sebastian logo demonstrava que era – e queria ser a todo custo – a grande atração da noite. Demonstrando a tradicional inquietude no palco, correndo de um lado para o outro e praticamente nunca deixando o palco – até nos trechos em que não cantava e durante todos os solos (os 3 tiveram solos na noite) – ficava ao lado do palco, brincando com o público, dançando o curtindo o som. A próxima música viria da carreira dele, assim como George Lynch, o mais “quieto” da noite, teria seu primeiro momento mais direcionado com a música do Dokken.

Dio seria mais uma vez lembrado na noite para a performance de Bible Black – mais uma vez, o direcionamento do foco em Appice era total. A voz de Sebastian, na música, claramente não funciona na partes mais lentas e baixas, apesar de não comprometer. No final, uma justa homenagem a uma música que talvez pudesse ficar esquecida no meio do legado do Black Sabbath sob alcunha de Heaven & Hell e mais uma oportunidade de ver pelo menos um membro original daquela que considero a melhor formação que o Sabbath teve. Foi a música que filmei da noite, na grade lateral do palco, e o resultado é positivo:

Uma dobradinha de Ozzy viria na sequência com Crazy Train e Killer Of Giants, mostrando como o público é muito mais familiar com o material de Ozzy – não vi absolutamente ninguém cantando Bible Black na posição que estava – na frente do palco. Para esta segunda, o destaque fica com conta do ótimo solo de Lynch.

Assim como era esquisito pensar em Sebastian Bach cantando Dio, é muito mais estranho pensar em Vinnie Appice tocando Skid Row. É como uma ilusão. A versão do clássico 18 And Life fez o público cantar algo e as meninas gritarem mais pelo ainda ídolo “Tiãozinho”, mostrando um Sebastian ainda mais empolgado com seu material.

Mais uma do Dokken, a ótima The Hunter – talvez onde Lynch tenha mostrado toda sua categoria na noite – precedeu outro sucesso de Osbourne, Shot In The Dark, escrita pelo baixista que ali estava em 1986, Phil Soussan, cantando realmente com empolgação pelo público, assim como outro clássico do Skid Row, In A Darkened Room, trazida no vídeo abaixo juntamente com o solo de Appice:

O clima era bom e a última homenagem à dupla Appice/Dio viria com Heaven And Hell. Tudo muito bem, tudo muito bom, mas seria ainda melhor se nosso querido Sebastian não assassinasse a letra dela no final (o vídeo abaixo corta o finalzinho, mas dá tempo de conferir a, digamos, gafe). Novamente, fica o destaque em vermos Appice tendo contato com o clássico.

O show vai dando sinais de fim com a chegada da última do Dokken, Alone Again, com Lynch indo para o violão, e Sebastian anuncia I Remember You, para novo delírio dos fãs da banda de New Jersey.

O BIG NOIZE então anuncia uma despedida em tom de brincadeira do palco, dizendo que era isso, até com um descontraído Vinnie entrando na brincadeira. Sebastian então retorna e mostra sua tatuagem escrita “Youth Gone Wild” e, como esperado, o show se fecha com mais música do Skid Row – aliás, a provável melhor música em termos de performance de sua ex-banda na noite.

O show, para quem assistiu totalmente “descompromissado”, atingiu o objetivo, pois a banda mostrou que se ensaiou, ensaiou pouco. Sebastian, que está com o vocal em dia, não tem voz para alguns dos materiais escolhidos ; Lynch não parecia totalmente a vontade com materiais não-próprios e o baixista, apesar de preciso, pouco se destacava no meio dos outros. Já Vinny valeu por tudo que representa, ainda que, novamente, seu kit de bateria decepciona até aqueles que esperavam por algo “pequeno”.

Como última crítica, fica a questão do que foi feito com os ingressos: eu me sentiria muito injustiçado se tivesse pago os R$ 360,00 em uma pista VIP para, depois, saber que pessoas compraram exatamente o mesmo ingresso no modo “compre 1 leve 2” e pagando MEIA, ou seja, R$ 90,00 cada entrada. Não é porque isso aconteceu comigo que eu me sinto um “privilegiado” – pelo contrário. Dá para entender que é melhor vender do que encalhar com os ingressos, mas como a casa não lotou, não era melhor ter adotado uma política de preço mais acessível desde o começo, ou dando algo diferenciado àqueles que pagaram os lotes iniciais e “garantiram” o show acontecer?

Os outcomes são positivos, entretanto, em termos de qualidade da organização e, claro, de música.

KISS FM, vida longa.

Big Noize Setlist HSBC Brasil, São Paulo, Brazil, South American Tour 2013

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Artistas, Black Sabbath, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, DIO, Músicas, Resenhas, Rush, Setlists

14 respostas

  1. Excelente resenha Edu!!

    Altíssima qualidade como sempre temos aqui no MinutoHM!!

    Parabéns!!

    Abração

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  2. Comentários feitos via Facebook do Rodrigo Branco, da Rádio KISS FM, em conversa em conjunto com Edu Rox, do Lokaos Rock Show, sobre este post:

    “Belo trabalho, Eduardo, parabéns!”
    “Essa é a diferença, Edu Rox, entre quem faz por amor e quem faz apenas por obrigação.”.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. O que dizer? Aprendam a fazer com amor. Sem pieguismo, quando a gente gosta do que faz (e sabe do que fala), tudo flui. Congrats, one more time!

    See U!

    Daniel Junior

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  4. O repertório dispensa comentários, é chover no molhado mesmo. A banda, com as considerações de que um vocalista sempre pega a parte mais difícil, de emular outras vozes tão diferentes, também não precisa de qualquer adicional…
    Ou seja, deve ter sido uma grande celebração , já com a abertura do Dr Sin, que ainda por cima ousou em coverizar Limelight , do Rush.
    Vou precisar de mais um tempo e ver com atenção os vídeos para um comentário mais pertinente, assim eu volto alguns dias pra frente, ok?

    Alexandre Bside

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  5. Ensaio de luxo, ótima escolha de palavras, Eduardo.

    Independente da qualidade indiscutível de pelo menos Lynch e Appice, o que se ouve acima é algo pertencente ‘as partes iniciais de um ensaio das músicas selecionadas.

    Appice está bem mais ‘a vontade, e é impressionante perceber a marca do baterista seja lá em qual música esteja sendo tocada. Lynch é um monstro da guitarra, com alguns momentos de improvisos impressionantes, mas nitidamente precisou ser conduzido por Phill e Appice em alguns momentos .

    Sebastian esbanja simpatia e carisma, mas normalmente em situações de covers é o vocalista que sofre mais, talvez aqui não seja diferente, percebe-se inclusive várias notas semi-tonadas. Isso fora os tais errinhos,já citados no comentário acima.

    E o final da história é uma bagunça muito agradável,afinal essas canções são clássicos indiscutíveis e a formação é histórica por trazer figuras icônicas do metal e hard rock das décadas de 80 e 90.

    Ou seja, um ensaio de luxo, ótima definição . E que valeu sem dúvida a data, até pelo tom mais descompromissado da noite!

    E parabéns para a KISS FM!!!

    Alexandre Bside

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    • B-Side, você fez um “resumo de luxo” da noite neste seu comentário… é isso… valeu pelas figuras ali presentes, pelo ótimo set, pela diversão sem compromisso e, para mim principalmente, em ver Appice tendo contato com material dos discos clássicos de Sabbath com Dio.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  6. Gente, que engraçado Sebastian cantando Mob Rules. Ri bastante por aqui 🙂 Em I Dont Know a coisa melhora um pouco mas ainda sim tem os momentos que lembra amigos cantando em karaokê. Em Bible Black a coisa volta a complicar mas a banda que acompanha Sebastian compensa, e muito, seus deslizes no vocal. Além do que é bem legal ver que esta música foi lembrada e apareceu no set. Pareceu até uma homenagem a pesquisa aqui do Minuto das melhores do Sabbath, já que ela estava na final até algumas semanas atrás.Em Heaven And Hell, tive a impressão de que ele tinha uma colinha com a letra da música ali perto da bateria de Vinny Appice.

    Mas no geral, parece ter sido um show divertido, agradando desde os fãs do Skid Row e, mesmo com os deslizes nas músicas do Dio, talvez mais por uma questão de este tipo de música não ser o mais apropriado para o estilo “esganiçado” de Sebastian cantar, os demais de fãs de metal. E a empolgação do vocalista realmente é de se admirar e conquistar a simpatia de todos hehehe

    Por fim, parabéns ao Minuto por mais esta cobertura, desde o pré-show, fotos, vídeos, o clima do lugar, e a participação do público. Ou seja nenhuma novidade quando se trata de cobertura de shows feitas por aqui. Legal que o blog ja esteja sendo reconhecido tambem por isso, como vimos nos comentários acima.

    Abraços,

    Su

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    • Su, bom que você está assistindo / assistiu aos vídeos e compartilhou sua opinião aqui. Ao vivo, o resultado em termos de performance do vocal do “Tiãozinho” é melhor do que dos vídeos por aqui. Mas nada MUITO melhor. Realmente a voz dele não é para cantar Dio, soando as vezes fraca / fina, sem contar o erro em Heaven And Hell, meio vergonhoso até. Como disse, um ensaio de luxo… mas, no geral, a performance dele agradou e ele (ainda) canta fácil nas músicas que combinam melhor com seu estilo.

      A “colinha” da letra é real, haviam várias espalhadas.

      Os fãs de Skid Row realmente ficaram felizes, não tinha como não ouvir os gritos principalmente femininos. Na grade da pista normal, muitas meninas chorando nas músicas da banda.

      E muito obrigado pelos elogios finais, fico feliz. O blog realmente vem recebendo alguns elogios e reconhecimentos, é engraçado ainda ver algumas pessoas que me cumprimentando em shows (aconteceu neste, um cara do nada que apareceu, falou e saiu).

      Vamos em frente.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  7. nessa hora não consigo rodar os videos, mas o show foi muito bom pelo repertório e pelos seus intergrantes. excelente post. O B-side sempre consegue o impossível comentando as coisas!
    Que a rádio Kiss continue assim levando o gênero, pouco reconhecido pelas mídias brasileiras, em frente!

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    • Rolfístico, valeu. O B-Side (e o irmão) realmente possuem essa capacidade maluca de síntese que é brilhante, mas sempre agregando muito valor aos textos.

      Sinceramente, não sei se você iria gostar do que foi o show, especialmente a questão do vocal nas músicas do Sabbath com Dio. Depois, quando puder, dê uma olhada nos vídeos e veremos se é isso mesmo…

      Sim, a KISS FM está de parabéns por conseguir trazer esta tour por aqui para ser aniversário. Long Live KISS FM.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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