Cobertura Minuto HM – Black Sabbath e Megadeth no RJ – parte 3 – resenha Megadeth

Após um fim de semana intenso e de grandes encontros com os amigos Rolf e Eduardo, aqueles que são os verdadeiros responsáveis por esse blog ser o que é, a “cereja” do bolo seria sem dúvida o show que traria de volta ao Rio de Janeiro, e dessa vez reunidos aqui no mesmo palco pela primeira e talvez última vez, simplesmente os mestres Tony Iommi, Geezer Butler e o lendário Ozzy Osbourne para essa provável última reunião do Black Sabbath quase original. A entrada via pista VIP transcorreu de forma tranquila, após o necessário credenciamento sob forma de pulseira em forma em guitarrinha. O detalhe é que a guitarra é uma utilizada por guitarristas canhotos, como o herói dessa noite, seria mera coincidência ?

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Já reunidos no local da pista vip, a sensação era de assistir os shows do Megadeth (uma senhora e super luxuosa banda de abertura) e do próprio Sabbath com excelente visão e sem muito esforço. O calor no Rio era o costumeiro e após devidos abastecimentos com líquidos diversos, esperávamos pelo início do Megadeth, previsto para 18hs. A abertura atrasa um pouco, mas por volta de 18.30hs os sons em playback de Prince of Darkness começam para um set list recheado de clássicos da banda do Sr. Mustaine.

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A banda ataca com a excelente Hangar 18, do Rust in Peace, e desde esse início, a qualidade dos telões impressiona, não só pelo seus tamanhos e distribuição, mas pela irrepreensível nitidez.

O som na pista vip está bem legal, embora não esteja perfeito. Como na maioria das bandas de um som mais voltado para o Trash que surgiu nos anos 80, o baixo é o que mais sofre, principalmente ao vivo, e ouvimos pouco da competência do outro membro original da banda, Dave Ellefson. O show segue com pancadas como Wake Up Dead e a preferida do Rolf, In my Darkest Hour, que Mustaine fez para Cliff Burton, por ocasião de sua morte. O tempo de show é reduzido pela metade na tour com o Sabbath, mas eles ainda conseguem colocar a faixa de abertura do novo álbum, Super Collider, chamada Kingmaker, que funciona bem ao vivo. A banda toca então She-Wolf, com aquele final que lembra demais Transylvania, do Iron Maiden:

Mustaine e Ellefson tem nesta atual formação dois companheiros de extrema habilidade, tanto Shawn Drover quanto Chris Broderick, já há mais de 5 anos na banda, exibem invejável categoria, este último fazendo os solos memoráveis de Marty Friedman com incrível precisão. A impressionante nitidez dos telões desvenda um dos segredos do virtuoso Broderick, que tem uma forma diferente de segurar suas palhetas, utilizando um apetrecho chamado pick clip, conforme se vê abaixo:

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O show vai chegando ao fim com os clássicos dos clássicos, e a sequência traz a mais famosa delas para a platéia carioca, Symphony of Destruction. A primeira dúvida vocal da noite até que passa no teste, considerando o que podemos esperar da voz de Mustaine, acho que ele manteve-se dentro do esperado, muito melhor que em outros shows que já pudemos presenciar em nossas terras.

Dave Ellefson troca seu baixo Jackson de 5 cordas por outro da mesma marca , desta vez um bonito baixo azul de 4 cordas para o fim do show, com Peace Sells…But Who’s Buying.  Ainda há tempo para um bis, e Mustaine pede a participação da platéia para então fechar o show com outra paulada do álbum Rust in Peace, Holy Wars… The Punishment Due. Novamente Broderick impressiona nos solos originais de Friedman, assim como um efeito muito interessante faz os telões do palco transformarem-se em paredes de amplificadores Marshalls.

O show termina sob ovação da platéia e fica a sensação clara de como se fazer um show ideal para um tempo não tão longo. A espera agora é pelo Black Sabbath quase original, cuja resenha virá no próximo capítulo desta série.

Saudações,

Alexandre Bside

Setlist:

Prince of Darkness ( em playback )
Hangar 18
Wake Up Dead
In My Darkest Hour
Kingmaker
Sweating Bullets
Tornado of Souls
She-Wolf
Symphony of Destruction
Peace Sells
BIS:
Holy Wars… The Punishment Due

Silent Scorn e My Way ( em playback)



Categorias:Cada show é um show..., Curiosidades, Músicas, Megadeth, Resenhas, Setlists

8 respostas

  1. Ótima resenha!

    Minha impressão sobre o show do Megadave fica prejudicada… Não sou fã de Mustaine, opiniões muito absurdas, apesar de ser um músico sensacional.

    Achei a apresentação do Megadeth mediana, o som estava embolado nas guitarras e o baixo inaudível. Acreditava que pelo Ellefson ser um dos pilares da banda o som do baixo ficaria muito bom, mas isso não ocorreu.

    E se eu tivesse uma banda a minha música abertura seria uma pedrada curta pra animar ou alguma com refrão muito forte. Hangar 18 é muito longa, com 40 solos. Isso de certo modo esfria o público. Já o final do show foi muito bom.

    Abraços!

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    • Glaysson, desculpe a demora em responder:

      Aqui também não escreve um fã incondicional do Sr Mustaine, mas passei a admirar suas composições e também a forma que ele conseguiu colocar a sua voz ( em estúdio) que é tão peculiar e talvez muito pouco indicada para cantar a partir da entrada do Nick Menza e do Marty Friedmann na banda. Ali, eu acho que a banda ” encaixou” . Tenho algumas reservas em relação ao Rust in Peace ( agora vai chover pedras em mim..) , mas uma admiração muito grande aos dois álbuns seguintes, o Countdown e o Youthanasia ( esse, o que mais gosto).
      Quanto ao baixo do Ellefson, eu não lembro de ter visto algum show dele com um som melhor no Brasil. E já foram muitos. Aliás, no Trash eu não consigo ouvir muito o baixo, a não ser quando ele está sozinho. Me parece ser uma característica do estilo, acentuada ao vivo. Já esperava não ouvir o baixo, e ouvimos pouco mesmo, foi mais audível quando ficava sozinho em alguma introdução ou em determinado trecho de canção.
      Cara, apesar de eu não ser o maior fã do Rust in Peace, acho Hangar 18 sensacional e uma das mostras de como o Friedmann fez bem a banda. E o som das guitarras onde estávamos estava bem razoável.
      Eu já foi de pista comum para ver um show do Maiden e tive a impressão de um som baixo. O Eduardo, o Marcus e o Rolf estavam de vip e gostaram do som neste dia .Pode ter algo relacionado à distribuição do som da Apoteose.
      Muito obrigado pelos seus comentários, que são sempre excelentes! Falta falar do Sabbath, estou aguardando!

      Alexandre Bside

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      • Bside,

        O som do show estava bom, estava na pista comum mas bem próximo da divisão das 2 pistas. O baixo realmente fica de patinho feio em shows de metal, as guitarras o abafam… Acho que só no Maiden que fica algo mais audível (menos o desse RiR haha..).

        Hangar 18 é ótima, mas se eu fosse o “dono” do setlist não a colocaria como primeira. Symphony of Destruction seria a minha escolha para o Mega.

        Abraços e meu comentário sobre Black está lá!

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        • Glaysson:

          Eles já abriram outros shows com Symphony e realmente é sensacional . Lembro do de 1997, no atual Citybank Hall. Agitou todo mundo que estava quieto. Em shows de metal até ouvimos baixo ( o Iron é uma referência., o Sabbath certamente é outra, seja com qualquer formação), mas quando falamos de Trash, realmente não lembro de um show que tenha ouvido o instrumento. Acho que é mais peculiar do Trash do que do Metal.

          Quanto ao Iron e este último RIR , excelente comentário!

          Saudações!

          Alexandre Bside

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  2. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Demorei, mas cheguei.

    B-Side e amigos, foi um verdadeiro prazer estar com vocês neste nosso primeiro show do Megadeth juntos, em uma noite tão especial que a banda era apenas um mega (sem trocadilhos) aperitivo para o prato principal da noite…

    Realmente foi um dia bem quente e uma noite quente, mas foi interessante ver o show da onde vimos, bem centralizados, e o som, em comparação com o show paulista 2 dias antes, estava melhor nesta oportunidade. O vocal de Mustaine não teve surpresas, não excedeu e não comprometeu – tudo dentro do esperado.

    O setlist, reduzido, foi um verdadeiro caminhão de hits emendados, todos eles executados com a maestria da liderança de Mustaine, a precisão do baixo de Ellefson, a fidelidade do Chris na guitarra solo (tipo o Tommy do Kiss na banda?) e a boa performance do bom baterista Shawn. Eu achei legal a abertura com Hangar 18, ainda que prefira outras faixas como a ausente Trust para o papel. In My Darkest Hour deve ser minha predileta da banda, sempre tão excelente, junto com a que fechou o set.

    Sweating Bullet, She-Wolf, Symphony of Destruction e Peace Sells é de se perder o fôlego, e foi o que aconteceu, ainda mais com o cansaço já batendo. Percebi, neste show, que o público não estava muito “conectado” à banda, esperando pelo Sabbath – pelo menos o público mais para o fim da pista VIP.

    O palco do Megadeth, desde a tour anterior, apresenta grandes ganhos em termos audiovisuais, um bom upgrade mesmo, com os telões dando um show à parte, além de letras de músicas as vezes sincronizadas. Bem interessante. A lamentar, a ausência ainda de A Tout Le Monde, ainda que não dê para reclamar de um set tão forte como este.

    O Megadeth é uma banda que vem marcando presença frequentemente por aqui – e que assim continue. Nunca é demais.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  4. Eduardo, perfeito o comentário. Realmente faltou A tout le monde ( justificável pelo tempo reduzido) e também percebi o público relativamente disperso, como esperando pela atração principal.
    Mas o show foi muito competente e a parte visual impressionou.

    Saudações

    Alexandre

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