Solos dobrados – uma interessante variação

Solos dobrados

Solos dobrados

Caros do Minuto HM, todos nós conhecemos os famosos solos dobrados, tipicos de bandas de HM, mas trago uma interessante variação deste assunto: nos abaixo, nosso mestre Iommi mostra solos que são tocados com pouca intenção de casar perfeitamente um com o outro, como num estudo treinado de encaixe harmônico.

Iommi faz simplesmente uma brincadeira interessante: toca duas vezes o solo, um no canal direito e outro no canal esquerdo (no famoso modo estéreo), não necessariamente montando a mesma estrutura e sequência melódica em cada um deles.  Na prática são dois solos diferentes tocados, cada um no seu canal e o resultado para nós é ouvir os dois solos ao mesmo tempo.

O resultado (talvez não tão bem planejado assim) é genial, como quase todos os momentos do nosso mestre. Deixo os links abaixo onde:

  • Killing Yourself to Live – é o solo quase todo com dois solos bem diferentes ao mesmo tempo em cada canal.
  • N.I.B – no meio do solo, há uma clara divisão de caminho, mostrando (novamente) dois solos diferentes ao mesmo tempo.

Como desafio, peço aos nossos ilustres participantes e também aos guitarristas de plantão do MHM encontrarem e postarem situações semelhantes.

ATUALIZAÇÃO DO POST:  Peço (se possível) aos doidos que propuserem a avaliação de um solo, que identifiquem o trecho – o período de tempo que há o solo e a dobra não coincidente.

Abraços

Flávio Remote.



Categorias:Artistas, Black Sabbath, Curiosidades, Instrumentos, Iron Maiden, Kiss, Músicas, MetallicA

78 respostas

  1. Remote, muito legal o post!

    De imediato, lembro do Iron Maiden ao vivo mesmo, na “The Trooper: , aonde Gers e Smith solam ao mesmo tempo a parte que originalmente era de Smith na gravação de estúdio.

    Vejamos este video do recente “En Vivo”:

    Vou tentar lembrar de outras situações e retorno aqui!

    UP THE MINUTOS!

    keep solin’

    Abilio Abreu

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    • Fantástico! e um dos especialistas já se manifestou aqui e com uma reedição de um clássico ao vivo do Maiden. Ótima lembrança. É muito provável que Titio Iommi tenha mais algumas dessas dobradas e então o desafio maior é procurar em outros guitarristas, como o Mestre Abílio já mostrou aqui.
      Vamos esperando novas contribuições.
      Abraços
      Flavio Remote

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      • Ao ouvir melhor e dividindo no headphones Gers e Smith, fiquei com a seguinte impressão: Um faz o solo mais proximo do original (Adrian) e o outro faz uma fotocópia meio mal tirada…. Sei lá – acho que escrevi demais…

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        • Remote, concordo com você…

          Pra mim, o Gers tirou o solo do “jeito dele” pra poder substituir o Smith após a saída deste nos anos 80, e com a volta do mal-humorado-porém-muito-competente guitarrista, o Gers acabou caindo para um segundo plano “velado”… Digo isso pois vi o Iron em SP em 92, ocasião na qual Gers foi o dono absoluto da noite, chegando até a escalar as estruturas metálicas do palco no melhor estilo “Guitar God”…

          Acho que pra daí não limarem muito as partes que Gers havia “herdado”, inventaram esse solo compartilhado, que virou uma baita bagunça…

          Profissionais como são, não dava pra bolarem um solo juntos totalmente, variando apenas algumas notas coerentemente?

          Acho que também escrevi demais…

          Keep writin’

          Abilio Abreu

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          • Abilio,
            Concordamos em tudo, inclusive na parte que achamos que escrevemos demais, apesar de não realmente acharmos, não é? Não custava nada fazer um solo dobrado com defasagem melodica ou mesmo fazer igual, mas acho que tentaram uma vez e acharam legal desse jeito. O resultado foi uma bagunça, ficou talvez pelo espírito do Rock and Roll.
            Eu preferia só o Adrian, e em seguida só o Gers, enfim não gostei deste resultado. E o que acha da bagunça do Iommi nos solos acima?

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            • Remote, concordamos em tudo mesmo, até em escrevermos o que nunca pensamos!

              Estou felizmente de férias essa semana e sem acesso à costumeira parafernália musical, portanto irei ainda estudar mais a fundo esses solos pra tentar descobrir se foi na base do “toca aí e vambora” ou se houve realmente algum planejamento por parte do Iommi, já que foi um ato pensado pela banda e seu produtor em ambas as ocasiões.

              De toda forma, acho válida a ideia para que surjam variações na produção de um trabalho, e te confesso que teu post me serviu pra resolver um beco sem saída em que me meti na minha nova música “The Shapeshifter”… A música estava parada a meses, aguardando que aparecesse uma luz no fim do túnel…

              Aguardem que irei logo repaginar esta ideia de uma forma totalmente Abiliônica…

              I’ll be back!

              Keep doublin’

              Abilio Abreu

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              • Ah faltou comentar aqui que a idéia de um post pode ajudar a finalizar uma composição do Abílio. Mesmo sem querer, me sinto lisonjeado ….

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                • Então Remote, não é que a idéia de gravar solos dobrados não deu certo na “The Shapeshifter”, mas por outro lado funcionou muito bem na minha mais nova composição, “The Zombie”?

                  A função dos solos dobrados, no âmbito cinematográfico que criei a faixa, é a metamorfose celular do indivíduo que é mordido por zumbis e acaba virando um deles, ou seja, uma baita confusão acontece na cabeça e no corpo do protagonista da faixa durante a sua transformação em monstro.

                  E daí resolvi abusar, e gravar não apenas um, mas dois solos dobrados diferentes durante a música!

                  Utilizando a minha “engenharia intuitiva musical”, improvisei nos dois canais, mas de uma forma que os solos acabam se entrelaçando e complementando-se mutualmente.

                  Os solos dobrados rolam de 0:41 a 0:57 e de 1:53 a 2:54, e espero que curtam a música como um todo, com vocês “The Zombie”:

                  Aprovados, Arnaldo?

                  keep doublin’

                  Abilio Abreu

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                  • Abilio, primeiramente, parabéns por mais uma produção de extrema qualidade all by yourself… você está ficando bom mesmo neste negócio…

                    O som é bem legal, e novamente a atenção aos detalhes e efeitos são sensacionais – e o destaque instrumental, como não podia ser diferente, fica mesmo para as guitarras, seguido pelo baixo…

                    Sobre os solos, eu acho que sim, mas só o “Arnaldo do post” pode dar o veredicto final!

                    [ ] ‘ s,

                    Eduardo.

                    Curtir

        • Caras, desde a tour do The Final Frontier, eu noto algumas coisas nos solos e divisões de guitarras em The Trooper:

          – uma certa (muita) “preguiça” de Murray, meu guitarrista predileto, fritando notas e alterando algumas estruturas que chegam a tirar um pouco da originalidade mas de uma forma que não me agrada – não é novidade que ele sempre foi mais “feeling” ao vivo, e o Adrian mais perto do original, mas agora não está legal…

          – Adrian perto do original, mas também mais econômico e, com o reforço das outras duas guitarras, não há vazios…

          – o Gers sempre foi mais ou menos isso aí. Concordo com o Abílio quando ele fala dos shows sem o Adrian, ou mesmo no Rock in Rio 3 – para mim, ele se destaca mais que seus 2 companheiros de instrumento.

          The Trooper ao vivo hoje é bem diferente do que eles vinham fazendo até a tour do AMoLaD, e aí dou razão para o B-Side… fica confuso…

          E antes que me atirem pedras, eu gosto dos 3 guitarristas, e aí o que vocês falaram demais, eu não posso concordar… eu gosto do Gers e procuro entender o papel dele tanto diretamente no som, como indiretamente na estrutura da banda… eu gosto de alguns solos “sujos” dele, ainda que, obviamente, não dá para comparar a técnica dele com os outros dois – é um complemento, é o molho da picanha…

          [ ] ‘ s,

          Eduardo.

          Curtir

          • Eu diria que o exemplo do Abílio é o mais inusitado. Um solo sendo feito próximo do original ao mesmo tempo que o outro (Gers) que tentou fazer????!!!. Aliás estou pensando se isso vale…
            Até agora o Evandro é que achou um mais verdadeiro exemplo além do Titio Iommi

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            • EU acho que no exemplo de The Trooper ao vivo vale. Agora , eu prefiro o original, lá do Piece of Mind, muito mais limpo. A idéia é interessante e criativa, mas o estilo dos dois guitarristas não bate e a execução ficou embolada. Ficaria melhor se a execução fosse feita por outra dupla, acho que vocês entendem que, se eu tivesse de botar a culpa em alguém, saberiam bem quem eu iria indicar….

              Alexandre

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    • Se realmente pegarmos Iron Maiden do Brave New World para frente, e consequentemente os shows com 3 guitarristas para frente, veremos isso com muita frequência…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Pô, maneiro! Vou conferir

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  3. Eu tenho uma certa dificuldade neste momento de lembrar outro guitarrista que não Iommi a fazer da tal técnica. E honestamente, podem me jogar pedras, eu não sou muito chegado à idéia, pois acho que fica tudo meio confuso por ali.
    Vou dar uma pesquisada e tento voltar aqui com algum outro exemplo , seja do Iommi ou não.

    Alexandre

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  4. Não é dos solos mais memoráveis, a música é impecável. Há grandes canções que não tem um solo memorável, esta é apenas mais uma delas…

    Alexandre

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  5. Desta vez terei que “disconcordar” de meu amigo bside.
    Gostei muito deste post sobre os solos dobrados mas não idênticos. Sempre achei interessantíssimo esta opção de gravação do Iommi em seus solos. Entendo que dá uma riqueza maior à música.
    Quanto ao solo de “The Trooper” penso que as opiniões do Flavio e Abilio devem estar corretas. Afinal, é uma versão ao vivo, sujeita a chuvas e trovoadas. Aliás, falando em não repetir ao vio, o solo feito em estúdio, a segunda parte do solo do Murray ficou bem “matadinha” com relação a versão de estúdio, não é mesmo?

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    • Obrigado Eduardo pelo comentário. Sobre sua pergunta (Murray) eu passo a bola para os experts, mas indico que já iria ficar diferente pela guitarra que ele usou nesta versão. Acho que na original era uma fender com alavanca, que era usado em parte do solo. A clássica Les Paul nem tem alavanca.
      Abraços
      Flavio Remote

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  6. se não me engano o solo de The Four Horsemen do Metallica também tem o solo dobrado.

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  7. Excelente a ideia do post – falar de solos dobrados é legal, mas falar de solos dobrados DIFERENTES, aí sim é algo Minuto HM mesmo…

    Eu acho que este post tem que ganhar comentários sempre que ouvirmos algo e nos depararmos com isso… os 2 exemplos do Remote são claríssimos, gritantes mesmo…

    Vou aqui me intrometer e tentar mostrar um possível outro caso, gostaria da avaliação dos músicos de plantão: Hotel California, dos Eagles, mais para o final, especialmente a partir dos 4:46:

    Confere, Arnaldo?

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Caro Casão, vou discordar, mas aceito defesas é claro. O que temos é um duelo, entra uma guitarra, entra outra e algumas vezes os dois fazem melodias junto. além disso é a guitarra base e algumas notas de guitarra que compõem a base. O solo é feito ou em duelo ou junto e aí não conta.
      1o solo até 04:44
      2o solo até 05:11 (aqui a base no fundo traz notas que acredito serem as que vc considerou como solo – eu não considero)
      3o solo 5:15
      4o solo 5:25
      5o solo (solos com melodias dobradas até o fim – e base com as tais notas complementares)

      Boto a versão ao vivo (ao vivaço, com erros inclusives no solo) – que mostra os dois guitarristas em ação.

      0:17 até 0:44 (Solo unico da telecaster). A base vem num dedilhado com Phase 90 (mxr) – Ale e Abilio podem confirmar
      1:11 – guitarras em melodias dobradas até 01:40.
      Refrão – O coro é sensacional (com licks de guitarra no fundo)
      02:33 – Novamente em melodias dobradas.
      Refrão – O coro é sensacional (com licks de guitarra no fundo)
      03:58 – Novamente em melodias dobradas.
      04:20 – Solo Gibson
      04:48 – Solo Telecaster
      05:17 – Solo Gibson
      05:22 – Solo Telecaster
      05:28 até o fim – Solos em melodias dobradas.

      Os guitarristas:
      Felder (Gibson DoubleNeck) e Walsh (Telecaster)

      Abilio e Ale, o que acham? e Eduardo, convenci ou não?
      Flavio Remote

      Ah – e uma coisa muito maior: A MÚSICA É ESPETACULAR – É SEMPRE ÓTIMO OUVIR/VER DE NOVO!

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  8. Uma pergunta: a brincadeira vale apenas para 2 guitarras ou podemos acrescentar músicas que tem (ou quase tem) solos de baixo durante solos de guitarra? 🙂

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  9. E estes? E dá-lhe “los 3 amigos”… acho que podemos pegar muita coisa deste álbum de 2000…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Indefiro todas. Tem que ser solo. Vou dar um exemplo: Em The thin line between love and hate (minha predileta do álbum): um solo está entre 06:33 e 06:43 e tb entre 06:54 e 07:06. Não encontrei exemplos de solos diferentes ao mesmo tempo – especifique (se houver) o intervalo.
      Novamente aceito tréplica.
      Flavio Remote.

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  10. Xiii… vai chover Iron Maiden aqui, Remote, não tem jeito… este, a partir dos 6:21, está mais claro:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  11. Remote, eu prefiro deixar a tréplica ou reanálise, se é que é preciso, para os guitarristas de plantão… eu vou aprendendo aqui…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  12. Então o negócio é o seguinte: antes de estudar mais profundamente sobre o assunto, resolvi dar uma revisada na minha própria discografia, e achei nada mais nada menos que 7 exemplos de solos dobrados, sobrepostos e alguns desdobramentos disso tudo.

    Eu, tradicionalmente, sempre criei solos fixos para minhas músicas, ou seja: sempre quero contar uma história, como se houvesse uma letra, através de minha guitarra.

    Ao vivo sempre procurei tocar o mais perfeito possível, e atribuo isso à minha formação Rush/Queensryche/Marillion/Pink Floyd (entre outros), cujos guitarristas tem esta característica de criar solos memoráveis em praticamente todas as suas músicas.

    E- no estúdio, as possibilidades são infinitas, e podemos testar várias coisas até que surja o melhor resultado possível.

    Então, criei 7 mini-vídeos exclusivos para o Minuto HM a fim de exemplificar as diversas formas que já usei isso em estúdio, sendo que 5 exemplos são extraídos do CD da banda Via Appia de 1994, e um deles do meu recente disco ultra-solo “OPEN WINDOWS TO NOTHINGNESS”. Espero que esclareça várias dúvidas aqui surgidas.

    Vejamos:

    1) Via Appia – 1994 – Heading for Hell:

    Aqui eu dobrei o solo de forma oitavada, ou seja, no canal direito, o solo é tocado no começo do braço da guitarra, e no canal esquerdo, o mesmo solo é tocado 12 casas acima, ambos com wha-wha, dando um efeito muito legal:

    2) Via Appia – 1994 – Word is War:

    Neste solo, eu dobrei o solo de forma idêntica, ambos os canais com wha-wha, apenas fazendo entre 0:30 e 0:32 uma inversão de notas de um canal para o outro, quase imperceptível, e o finalzinho também tem uma leve diferença (que para meu padrão já é bagunça até demais):

    3) Via Appia – 1994 – A Life Like This:

    Aqui eu inicio o solo com uma guitarra apenas, que é aos 0:09 é sobreposta por duas outras tocando em terças:

    4) Via Appia – 1994 – Pheremon:

    Nesta peça que foi gravada com 5 tracks de guitarra sobrepostos (sem banda), eu desenvolvi um efeito bem legal no primeiro solo da música ao fazer um duelo inicial em oitavas e depois, aos 0:18, um “efeito cascata”, com a aplicação de cânones em terças, sem contar que tem uma guitarra slide por trás de tudo isso fazendo um clima:

    5) Via Appia – 1994 – Deep Down Inside:

    Neste exemplo, eu fie um solo em três estágios, a primeira guitarra que inicia aos 0:03, fica soando até o final da segunda guitarra que entra aos 0:17 com um timbre mais agudo com bastante reverb e alavanca. Aos 0:29, entro com a terceira guitarra, mais agressiva e com wha-wha:

    6) Via Appia – 1994 – Hatred:

    Nesta música, que era apelidada da “Sabázinho” pela banda, eu fiz o seguinte no final, enquanto o vocalista ainda termina as últimas frases da letra: 2 canais de base em L+R, mais duas guitarras oitavado duplamente em L+R e ainda por cima repeti o solo que já havia feito anteriormente, criando a verdadeira “parede de guitarras”:

    7) Abilio Abreu – Open Windows to Nothingness – 2013 – The Lies we Believe In:

    Aqui eu fiz a dobra “artificial” ou seja, utilizando de um efeito chamado “harmonizer”, que cria intervalos automaticamente enquanto você toca (muito usado por Steve Vai por sinal), eu construí a parte 2 do solo, que se inicia aos 0:19:

    keep listening’

    Abilio Abreu

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    • Abilio, novamente aqui, parabéns por postar com a marca audivisual do blog… não sei se os exemplos acima entram na proposta específica do post, deixo isso para os especialistas, mas que os solos são excelentes, eles são! Parabéns.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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      • Eduardo, obrigado por ter apreciado os solos, que realmente foram criados na base do estudo, ou seja, “nota a nota”, no intuito de sempre serem executados igualzinhos ao vivo.

        E como bem notou, na verdade eles realmente não se encaixam na proposta do post (eu nunca na vida havia considerado a possibilidade de gravar 2 ou 3 solos diferentes ao mesmo tempo – até agora…) e, por serem todos variações destas infinitas possibilidades de dobras de guitarras em estúdio, os postei justamente para que sejam esclarecidas certas dúvidas que surgiram ao longo dos comentários.

        keep findin’

        Abilio Abreu

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  13. Então vejamos o que já achei quanto à origem destes solos dobrados diferentes:

    Pesquisando sobre o Tony Iommi, achei uma matéria de 2010 da Guitar Player (http://www.guitarplayer.com/article/10-things-you-gotta-do-to-play-like-tony-iommi/577) que, fora um monte de coisas legais sobre o equipamento e estilo do mestre sabático, no seu item 7 justamente trata desta característica de dobras diferentes de solos:

    “7. DOUBLE (OR TRIPLE) YOUR PLEASURE:
    Speaking of “War Pigs,” Iommi often created double- tracking effects in the studio using tape delay, but this solo was triple-tracked, sometimes in unison and sometimes not, much in the spirit of Clapton’s “Politician” solo (the studio version from Wheels of Fire) and most of Jeff Beck’s Beck-ola. Inspired by this threeguitar solo, Ex. 6 simulates how Iommi unleashes a controlled chaos of pre-Cream Clapton-isms first with two guitars in unison (Gtrs. 1 and 2, bar 1), and then by adding a third in bar 2, where each guitar does its own thing for the remaining three measures. Considering how all three guitars are playing in the same twelfth-position E pentatonic blues box, the result is pretty remarkable.”

    Então, partindo da premissa que os ex-guitarristas do Yardbirds Jeff Beck e Eric Clapton foram aparentemente os precurssores desta inusitada técnica, fiz mais 3 mini-videos “exclusivos Minuto HM” para que possamos apreciar três exemplos que estão em total conformidade com a proposta inicial do post do Remote:

    1) “Politician” – Cream (Eric Clapton) – álbum: Wheels of Fire – 1969:

    O produtor do clássico LP, Felix Pappalardi, comenta o seguinte sobre a faixa no site oficial do baterista do Cream, Ginger Baker (http://www.gingerbaker.com/albums/cream-wheels-of-fire.htm):

    “Like “Politician” has a rhythm guitar and two overdubbed floating guitars. They crisscross from right to left in stereo. Eric wanted that and it worked. He wanted it on “Sitting On Top Of The World, too, but it didn t work there, so I changed it. I found it was very annoying.”

    Então notamos que enquanto a técnica foi utilizada em “Politician”, ela foi rejeitada na “Sitting On Top Of The World”, mostrando que não é sempre que essa doidera funciona bem…

    2) “Rice Pudding” – The Jeff Beck Group (Jeff Beck) – álbum: Beck-ola – 1969

    Aqui a segunda guitarra é mais sutil, mas está ali, embolando o meio-de-campo a partir dos 0:14…

    Uma curiosidade que vale mencionar: o vocalista do “The Jeff Beck Group” era o Rod Stewart, e seu baixista, Ron Wood, que logo entraria como guitarrista no Rolling Stones (mas antes disso Wood e Stewart entrariam no “The Faces”).

    3) War Pigs – Black Sabbath – álbum: Paranoid – 1970:

    Aqui notamos que o mestre Iommi extrapola todos os limites já no segundo LP do Sabbath, fazendo um solo dobrado idêntico, que acaba sendo triplicado diferente a partir dos 0:14, e no final aos 0:27 retorna à dobra idêntica. Coisa de gênio mesmo!

    Agora irei ouvir todo o resto que foi postado aqui para comentar…

    keep triplicatin’

    Abilio Abreu

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    • Aqui sim no meu entender encontramos exemplos perfeitos do tema do post. Eu acho que o bate papo está sensacional e que acabamos por trazer solos que tem em comum a questão de não ser apenas uma linha de guitarra no track. No entanto a maioria dos exemplos não tem esta característica de solos diversos ao mesmo tempo nas canções . No caso de Exciter ( que sim tem um montão de delay) e Strange World notamos pequenas notas acrescidas a um solo principal,provavelmente para melhorar a execução do originalmente proposto. Em Exciter isto está no finalzinho. Em outros solos encontramos a dobra perfeita ou quase perfeita do solo composto, por vezes oitavas ou acrescido de terças. O solo de The Lies we believe in, que pra mim é uma das melhores músicas do álbum do Abílio tem o efeito Harmonizer , aliás também achei um dos melhores solos do trabalho, senão o melhor. Os demais solos do Via Appia são excelentes, e todos trazem entre si esta questão da dobra perfeita, oitavada, quase perfeita, acrescida de terças , etc…
      O que vai no meu entendimento um pouco além, mas não chega no quesito principal do tema do post são os solos do Metallica, do Ace Frehley e principalmente o de Black Hole Sun. Esses trazem, mesmo que por poucos momentos , trilhas diferentes solando ao mesmo tempo. Mas uma trilha que prima por ter sua totalidade ou quase totalidade do solo com mais de uma guitarra solando eu só encontrei em todos os exemplos de Iommi e nos dois exemplos que o Abílio trouxe aí em cima, Rice Puding e Politicians. Os demais são ” variações ” do tema.

      E agora me deu vontade de comer pudim de arroz……

      Vamos continuar a discussão que está ótima!

      Alexandre

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      • Mais um do incomparável Jeff Beck: “Cos’ We Ended As Lovers” (de Stevie Wonder) do LP “Blow by Blow” de 1975.

        Eu ia postar este solo no outro post (dos melhores e mais desconhecidos solos), quando me deparei com uma dobra diferente dos 3:00 aos 3:12:

        keep listenin’

        Abilio Abreu

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    • Abilio, e esta dedicação toda para os vídeos ganharem a marca visual e sonora do Minuto HM? Valeu por isso… sensacional…

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  14. Posso estar enganado, mas acredito que o solo principal de Let It Be dos Beatles exemplifica bem essa técnica.

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    • Ronaldo,
      Bem vindo a bordo do MHM.
      Sobre a sua proposição fiquei com dúvidas e deixo para os especialistas de solos do MHM (tem alguns)
      Me parece que sim, mas o tal solo dobrado diferente está tão baixo, bem por baixo, que nem sei se seria uma complementação de base ou se seria solo.
      O 1o solo aparece em 16:33 ai no video abaixo. No 2o solo não vi nada que pudesse ser apontado.

      Abraços
      Remote

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