“Ghost Rider: A Estrada da Cura” faz diagnóstico dos dramas vividos por Neil Peart

Aproveitando a caprichada Discografia Rush que está sendo construída por nosso colega Abílio Abreu (também responsável pela vinheta de nosso podcast, música-tema do blog e dono dos textos mais detalhados do MHM) temos a notícia de que “Ghost Rider: A Estrada da Cura” (nome original: “Ghost Rider: Travels on a Healing Road“) finalmente será lançado em português pela editora Belas-Letras. Para quem não sabe o livro foi lançado em seu idioma (inglês) em 2002 mas finalmente ganha uma versão em português. O livro terá lançamento oficial em SP no dia 12 de março de 2014 na FNAC Paulista às 18:30h e contará com a presença da banda Rush Project, de Vitão Bonesso (Kiss FM) e do presidente do Rush Fã Clube Brasil, Vagner Cruz.

Segue o release oficial da editora recebido por este que vos escreve:

Ghost Rider: A Estrada da Cura, livro que se tornou best-seller internacional e um clássico da literatura on the road, lançado originalmente em 2002 mas ainda inédito no Brasil, vai chegar às livrarias do país no dia 7 de março pela editora Belas-Letras.
A obra se tornou referência depois de Neil Peart – considerado o melhor baterista do mundo pela revista Rolling Stone – ter sofrido uma dupla tragédia, com a morte da filha única, Selena, em um acidente de carro, e da mulher, Jackie, de câncer, menos de um ano depois.

Considerada pela crítica internacional como uma das melhores obras literárias já escritas por figuras do rock, nela o músico – apaixonado por motociclismo – descreve como decidiu pegar a estrada sem destino para rodar com sua BMW R1100GS por mais de 90 mil quilômetros, durante 14 meses, em uma jornada que o ajudou no seu processo de convivência com o luto em meio à solidão da estrada, a riqueza da paisagem e os lugares e personagens que descobriu ao longo dessa trajetória.

A história de Peart conquistou fãs no mundo inteiro, mesmo os que não eram admiradores da banda de rock. A viagem a bordo de sua moto o ajudou a lidar com a morte da mulher e da filha e a fazê-lo encontrar um novo sentido para continuar vivendo, já que a dupla tragédia também fez com que a banda parasse com as apresentações.

“O resto da bagagem que eu levaria comigo naquela manhã tinha menos volume, mas era mais pesado – eram os fardos invisíveis que me fizeram partir em uma jornada que já se assemelhava a uma espécie de exílio. (…) Eu partia com a minha motocicleta para tentar descobrir que tipo de pessoa eu me tornaria e em que tipo de mundo eu viveria”.

Antes de Ghost Rider: a Estrada da Cura, o músico já havia escrito outro livro, The Masked Rider (O ciclista mascarado), em que narra suas aventuras em duas rodas, mas desta vez de bicicleta, pedalando pela África. A Belas-Letras também já adquiriu os direitos para publicação no Brasil e a obra deve ser lançada em 2015.

Leitura essencial para admiradores de Neil Peart e da banda Rush, para motoqueiros e amantes de estrada, e para quem quer descobrir, assim como ele, mais sentidos para continuar vivendo mesmo depois de ter perdido alguém.

Trechos:

“Eu certamente não estava mais interessado em tocar bateria ou escrever letras para canções de rock. Antes daquela noite em que o mundo desabou ao meu redor, eu estava trabalhando num livro sobre as minhas aventuras sobre duas rodas com meu amigo Brutus durante a recém-encerrada turnê Test for Echo, e eu não conseguia me imaginar retomando aquele projeto”.

“Eu apenas permanecia em movimento, com medo de parar por tempo demais, com medo de me dar tempo para pensar”.

“Um pouco antes naquele verão, ao contemplar as ruínas da minha vida, eu tinha decidido que minha missão agora seria proteger certa essência que havia dentro de mim, uma força vital que brotava, um espírito frágil, como se eu envolvesse com as mãos uma vela bruxuleante. Nas cartas, passei a denominar essa chama remanescente de ‘minha alma de bebê’; decidi que, a partir daquele instante, a minha tarefa seria cuidar daquele espírito da melhor forma que eu pudesse”.

capa-GhostRider-FINAL

Ficha Técnica:
Tradução: Candice Soldatelli
ISBN: 9788581741536
Formato: 16x23cm
Páginas: 513
Preço de capa: R$ 39,90

Daniel.

Contribuiu: Eduardo.



Categorias:Agenda do Patrãozinho, Curiosidades, Rush

15 respostas

  1. Daniel,

    Obrigado duplamente! Primeiro pelo post, que é realmente uma ótima notícia termos este livro editado (e já prevendo o lançamento do outro), e que me faz lembrar que preciso muito ler este livro. Mas já que estou agora escrevendo a discografia aqui no blog, entendo que o momento melhor para isso será no post do “Different Stages”, que foi lançado no hiato cheio de incertezas que sucederam as tragédias pessoais de Peart, mas que sabemos que, felizmente, não levaram a banda a um fim prematuro.

    O segundo obrigado é pelas qualificações e a menção à discografia!

    keep ridin’

    Abilio Abreu

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  2. Daniel, a dica é, sem dúvidas, excelente. Primeiro, por toda a trajetória que Neil Peart possui, aliada a seu caráter único. Segundo, por se tratar de um baterista NO MÍNIMO top 5 em qualquer pensamento sobre quem são as lendas no instrumento. E terceiro, justamente por esta parte em sua jornada que realmente abalou as estruturas pessoais dele e da banda à época.

    Um pouco disso podemos ver no excepcional documentário abaixo Beyond The Lighted Stage, abaixo, mas sem dúvidas o livro deverá revelar detalhes fundamentais desta difícil época para todos.

    O interessante disso tudo é que não foi uma jogada de marketing, artifício tão usado as vezes no show business. O que aconteceu foi algo realmente verdadeiro de quem buscou, do seu jeito, consolo e descanso espiritual para seguir em frente.

    Pena que não estou tão perto da Av. Paulista pela semana mais, senão, com certeza eu daria uma passada na loja, que era meu ponto favorito antigamente na hora do almoço. Hoje, estou longe de conseguir chegar ali perto do horário que será o evento, infelizmente. A dica, entretanto, é ótima, pode ser uma boa oportunidade para autografar o livro e de quebra ainda conferir muito da banda pelas TVs e telões da loja, já que a FNAC sempre se prepara nestas ocasiões de lançamentos.

    E especialmente ao Abilio e cia, tenho certeza que o livro será devidamente devorado.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Daniel, é uma excelente pedida e vou procurar – Ainda estou com o Sabatico Popoff sendo lido no ritmo dos vinis. Em breve devo para um outro – e este está (com certeza) entre os meus favoritos
    Obrigado pela dica.
    Abraços
    Remote.

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  4. Considerando o inegável talento que Peart tem ao traçar as linhas que formam as letras do Rush, sem dúvida este livro é uma ótima pedida.
    Se pensarmos no momento que Neil vivia e a jornada que ele fez para ” curar-se”, mais ainda.

    Òtima dica, Daniel!

    Alexandre

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  5. me deu muita vontade comprar a versão em inglês
    gosto de arriscar literaturas em inglês para praticá-lo…..então eu vou atras desse depois de ler muitas parte do Iommi …….muito obrigado pela dica, Daniel

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  6. “Desligado” como fiquei durante muito tempo, soube do lançamento deste livro apenas recentemente. Vou atrás, sem dúvidas, tendo que dar um tempo na interminável série do Stephen King que estou lendo atualmente, rs.

    E lá vou eu compartilhar mais uma história particular. Em 2002 eu estava em êxtase por ter meu ingresso pro primeiro show do Rush no Brasil, mas tive problemas de saúde e tive que passar por uma cirurgia. No hospital minha companhia foi meu discman (!) com o provável set list gravado em dois CD-Rs, além do “Vapor Trails” original. Não sabia absolutamente nada sobre as faixas do novo trabalho ou da viagem espiritual de Neil Peart (sabia das tragédias apenas), mas “Ghost Rider” e “One Little Victory” me chamaram a atenção.

    (Lembro de ter dito ao médico: “Doutor, se eu morrer eu vou perder o show do Rush… por favor, faz uma forcinha aí, me deixa vivo só mais algumas semanas”… e assim foi, duas semanas após a cirurgia eu fui ao show, com o dreno ainda “instalado” no estômago, pontos e ataduras, mas fui…)

    Anos depois, em 2007, estive em Fort Wayne, Indiana, nos Estados Unidos, para uma conferência da empresa em que eu trabalhava. Para quebrar o gelo os organizadores pediram para que cada participante falasse uma pessoa pública a quem convidaria para um jantar, e o porquê. Eu disse Neil Peart, pela sua história de vida e pelo exemplo de superação. Um dos diretores sorriu, e contou a história de Neil Peart com a cidade.

    Existia na cidade o “Percussion Center”, uma loja de equipamentos para percussão e também conservatório musical. Lá Peart fez todas as customizações de seus kits, durante as décadas de 70 e 80. Por causa de Peart o Rush era gigante ali, e foi muita coincidência a única pessoa “de fora”, recém-contratado da empresa mencionar exatamente o Neil Peart em uma conferência naquela cidade. Mais aqui: http://www.fortwaynereader.com/story.php?uid=1828

    Cheguei a ir até onde ficava o Percussion Center, fiquei sabendo de muitas histórias e vi um set que supostamente pertenceu ao Neil Peart (embora eu não o tenha reconhecido de outras fotos da época). Tirei fotos, mas infelizmente elas se perderam quando roubaram meu laptop.

    Na verdade os parágrafos acima não se conectam, mas fazem muito sentido pra mim, em determinados e marcantes momentos da minha vida. Eu já contei a história de Neil diversas vezes pra muitas pessoas, demonstrando a admiração que tenho pelo músico e pela pessoa. Certamente um exemplo, em todos os sentidos.

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    • Olá Caio.

      Que belíssima história. Como é poderosa a forma como as pessoas podem mudar as nossas vidas através de seus testemunhos de vida, mesmo que estes tenham frutos amargos como os provados por Neil Peart.

      O livro está aqui em casa (lacrado) e por total falta de tempo não pude deliciá-lo, mas em 2015 com certeza vai rolar.

      Um grande abraço,

      Daniel

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  7. Não é de hoje que estamos vendo os problemas de saúde do trio do Rush. As notícias que chegam não são animadoras, então nos resta torcer que o power trio canadense tenham uma boa recuperação para, quem sabe, ainda termos o privilégio de ter algo deles vindo…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  8. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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