O assunto ‘morte’ tem sido recorrente e eu prometo escrever pouco para dizer mais aos atentos leitores do MHM. Nos últimos anos fomos assolados pela saudade dos nossos ídolos, a obra fica, mas nos sentimos um pouco órfãos da presença genial de vários deles, cada um segundo o gosto e história pessoal. Quem são e quanto ‘valem’, pouco interessa. A informação que fica é que não estão mais entre nós.
Por isso, recorrentemente, aconselhamos, da idade metal da nossa experiência com a arte, que não nos cansemos de aproveitar todas as oportunidades para estarmos juntos a eles. Enquanto estiverem subindo no palco, estão próximos de nós. Mais gordinhos, mais magrinhos, mais fanhosos, menos competentes, mas vivos.
Recentemente o músico Paulo Schroeber do alto dos seus 40 anos deixou seu talento e legado para seus fãs. O músico sofria de um mal cardíaco que deveria ser corrigido mediante intervenção cirúrgica, interferência médica esta que não foi bem sucedida para tristeza de centenas e centenas de pessoas que curtiam o trabalho e a pessoa de Schroeber; músico que ultimamente estava emprestando sua pesada mão direita às bandas Almah e Astafix.
O som que o cara fazia, na sua ausência, é o que menos e o que mais importa. É o que ‘menos’ porque deixa sua ausência presente no coração de familiares e pessoas próximas. ‘Mais’ importa porque marcará para sempre sua existência entre os que admiram ou hão de conhecer seu trabalho. Eis uma faixa do músico com a banda Almah intitulada “Fragile Equality“, título do álbum de 2008
Na data do seu velório, fãs, familiares, músicos e conhecidos de Paulo Schroeber fizeram uma bonita homenagem ao músico que faleceu no dia 24 de março em decorrência de problemas cardíacos crônicos. Durante a cerimônia, entoaram a canção “Mama, coming home” (Ozzy Osbourne, “No More Tears” – 1991) em uma espécie de despedida ‘à altura’, para o músico que fez do metal sua vida e profissão. A cena é tocante, tal qual Ozzy em uma das suas melhores interpretações canta:
“Times have changed and times are strange
Here I come, but I ain’t the sameMama, I’m coming home“
O sentido literal da canção pode ser abraçado por cada um da maneira como sua própria história de vida lhe impõe e uma só leitura de qualquer música feita sob o argumento da arte é delimitar as vozes que sempre falam conosco em qualquer ocasião. Portanto, é bem possível que o sr. Ozzy estivesse em outra vibe mas à circunstância de óbito, encaixou-se como uma luva.
Recomendo o uso não moderado de rock por toda a vida. Lá eles ainda estão presentes. De Elvis a Lennon. De Dio a Morrison. De Joplin a Cobain. Atentos a isto, sigamos.
Categorias:AC/DC, Artistas, Black Sabbath, DIO, Off-topic / Misc, Rumores
Daniel, realmente é um assunto recorrente por aqui e fico feliz em fazer parte de um grupo que valoriza algo assim, pois eu sempre tive isso comigo, de aproveitar o máximo daquilo que posso fazer – e as vezes me “sacrificando” em termos de tempo, dinheiro (na maioria das vezes, em ambos) para poder ver os gigantes por perto.
Essa é a verdade, nua e crua: não dá para saber se aquilo que por exemplo estamos vivendo em um show, por mais difícil que pareça, vai se transformar no nosso último “contato”. Não é questão de ser pessimista, mas sim que infelizmente não temos como saber mesmo…
O vídeo no final do post é tão pesado quanto emocionante, é uma situação realmente que mexe com qualquer um, e que realmente chega a ser inexplicável em palavras. Mas assisti-lo também passa (reforça) a mensagem do post, e de tantos e tantos outros posts, comentários e papos (podcasts, principalmente) que já tivemos sobre tal tema.
Que o Paulo descanse em paz… e que a gente valorize sempre, e cada vez mais, enquanto podemos.
Muita saúde e metal a todos…
[ ]’ s,
Eduardo.
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Olá,
sempre difícil dizer mais alguma coisa além do que já foi dito e complementado pelo amigo.
Parafraseando um amigo nosso: “keep rockin”
Graça e Paz,
Daniel
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Daniel,
Obrigado por mais um texto fantástico, que nos lembra o quão tênue é nossa existência e o quanto importante é curtimos a vida (e, pleonasticamente, no nosso caso, o Rock and Roll) ao seu máximo… E também agradeço me parafrasear de forma tão oportuna…
E acabei de ler que faleceu o ex-guitarrista do Korn – Shane Gibson: http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/15/ex–guitarrista-do-korn-shane-gibson-morre-aos-35-anos-diz-site.htm
E fora isso, também rolaram rumores na data de hoje sobre uma suposta doença do guitarrista Malcolm Young do AC/DC, que poderá selar o destino da banda precocemente… http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/15/com-suposta-doenca-de-guitarrista-acdc-pode-anunciar-seu-fim-em-breve.htm
keep livin’
Abilio Abreu
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Abílio,
fico sempre comovido pelo seu carinho com minhas parcas letras e devo-lhe (de verdade) comentar seus maravilhosos posts, mas os leio tão lentamente, que me perco nas inúmeras observações que tenho a fazer.
Mas farei.
Graça e Paz,
Daniel Junior
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Mais sobre AC/DC, sendo que as notícias são relacionadas ao Malcolm… desta vez, um amigo falando que ele está doente e que não tem condições de tocar: http://www.blabbermouth.net/news/friend-says-acdcs-malcolm-young-is-unable-to-perform-anymore/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+blabbermouth+%28Blabbermouth.net%27s+Daily+Headlines%29
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Minuteiros,
Um texto bem legal abordando o tema das doenças, aposentadorias e desistências no mundo do Rock, falando do Malcom Young, Clapton, Dio e até Black Sabbath: http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2014/04/17/terremoto-no-acdc-e-um-tremendo-choque-de-realidade-para-todos-nos/
keep rockin’
Abilio Abreu
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Abilio, o cara deve ter lido o Minuto HM, hehehe… o texto é mesmo excelente e vai em linha total com o que sempre abordamos aqui.
Adicionaria na lista dele Check Berry, que veio ao Brasil 2 vezes nos últimos 4 anos, e pude vê-lo antes do anúncio da aposentadoria (https://minutohm.com/2009/06/16/chuck-berry-e-seus-82-anos-em-sao-paulo/). Não fiz a cobertura por aqui, mas foi na linha do B.B. King… ele mal conseguia ficar em pé, tocou umas 4 músicas (os hits abolutos) e tive o privilégio de ouvir o riff de Johnny B. Goode, que salvou tudo ali e me emocionou. Ele arriscou uma ou outra dancinha, mas a banda de suporte tinha que fazer todo o som.
Enfim, o tempo urge e sim, está acabando… e este blog terá sim artigos que lembrarão esta era clássica onde os gigantes pisavam em nossas terras…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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excelente ler posts de assuntos dificilimos de serem abordados
muito bom
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Muito bonita a homenagem dos amigos , parabéns pelo post .
O Rolf definiu bem, o assunto é difícil de abordar, ficou muito bom nas suas talentosas linhas acima .
Alexandre
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Gostei da expressão usada no texto da Combate Rock: “choque de realidade”. Por mais que saibamos e falemos disso aqui no minuto hm é sempre dolorido ouvir notícias como estas do Malcolm Young, BB King ou Eric Clapton. Nossos heróis vão passo a passo, pouco a pouco deixando a nossa convivência nos palcos e álbuns. É duro, viu? E o caso deste jovem Paulo. Isto já é quase antinatural. Muito precoce a morte dele. E o vídeo, verdadeiramente tocante. Nos resta continuar aproveitando cada chance que tivermos de estarmos perto de nossos ídolos. E depois, lembrar, ver e escutar o legado que eles nos deixarem.
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Xará, excelente comentário. É por aí mesmo. Por mais que nos preparemos, na hora do “vamos ver”, é aquela sensação de perda de um amigo, de alguém próximo… é estranho até de falar disso, tentar explicar…
Esses casos de surpresa, então, machucam ainda mais…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Lombardo falando de Jeff: http://www.wikimetal.com.br/jeff-hanneman-dave-lombardo/
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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