Whitesnake lança “novo” disco homenageando Deep Purple

Whitesnake 2014

Depois de um fim de semana que São Paulo teve mais uma vez a honra de receber uma nova edição do Monsters of Rock, com convidados do calibre do Kiss, Motörhead (apesar dos pesares), Ozzy Osbourne, Judas Priest, entre outros, fico sabendo através de um amigo amante de metal, que Dave Coverdale cometeu o grande ‘mico’ (monkey business ficaria melhor?) de fazer um disco com Whitesnake “homenageando” o Deep Purple, grupo pela qual teve passagem substituindo Ian Gillan entre 1973 e 1976.

Uma das vozes mais respeitadas na década de 70, Coverdale teria maior espaço com o Whitesnake, onde não dividia o protagonismo com ninguém (no Purple, Hughes viveria à sua sombra) e construiria sua história não como um mero “substituidor” de peso, mas com identidade. Tanto que a banda inglesa, mesmo não estando na prateleira das que fizeram barulho em território britânico, tem seu público, história e discografia.

Por isso mesmo acho absolutamente DESNECESSÁRIO que, mesmo com uma passagem curta em discos interessantes (talvez “Burn” seja o melhor dos três, que conta ainda com “Stormbringer” e “Come Taste The Band”), este senhor de 63 anos + sua banda titular ainda queira perder investir tempo produzindo CD – não autoral – homenageando o Deep Purple.

O último disco de inéditas das ‘cobras brancas’ chama-se “Forevermore” e foi lançado em 2011. Custava se juntar ao inseparável Doug Aldrich (que deixou a banda em 2014) para fazer canções inéditas? A consolidação de uma carreira – mesmo de uma banda formada em 1978 – se dá com o material que ela produz através dos tempos. Daí virão as comparações, mas também o desenvolvimento do grupo através dos anos, mudando influências e até algumas características.

Infelizmente o Whitesnake, que conta com Reb Beach (guitarra), Joel Hoekstra (guitarra), Michael Devin (baixo), Tommy Aldridge (bateria) e Brian Ruedy (teclados), além do próprio Coverdale, não está sozinho nesta de se perder na sua própria biografia. Não são poucas as bandas que resolveram parar no tempo, quando não homenageando outras bandas, homenageando a si mesmos com coletâneas e DVDs ao vivo celebrando clássicos. Seus fãs, tenho certeza, por pior que seja seu material mais recente, deseja escutar novas canções e conferir o resultado ao vivo. E por falar nisso…

… Sim, o Whitesnake sairá mundo afora em turnê tocando o Purple e não são poucas as datas. Confira aqui por onde o velhinho e sua trupe irá passar.



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23 respostas

  1. Fala, Daniel. Pelo que li rapidamente pela internet, parece que ele (Coverdale) está mais que doido de juntar forças com o Deep Purple de novo, assumindo AO LADO de Gillan os vocais da banda novamente, nem que seja por uma última vez.

    Cara, isso me parece mais uma conclusão que o fim está chegando… a GRANDE verdade é que estas grandes duas vozes da história da MÚSICA – Gillan e Coverdale – praticamente acabaram, e já não é de hoje, e acho que Coverdale consegue estar até pior (até em estúdio)… dói dizer isso, pois sou um fã de ambas vozes… bom, é só ouvir o Coverdale de hoje…

    Neste momento, eu confesso que não tenho opinião sobre o tal álbum e a proposta… não acho mico, não acho algo necessário, não vai mudar o mundo nem para o bem, nem para o mal… me parece, talvez, uma alavanca para justificar uma nova tour, quem sabe com o Purple por perto, e trazer ainda mais gente para os shows, já que ambas bandas em termos de público, sozinhas, dificilmente lotam até mesmo locais de médio porte sozinhos, e também não é de hoje…

    Mais materiais do lançamento:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Pois é, Eduardo.

      Nem sei o que dizer e concordo: no atual momento, Coverdale está bem mal das pernas (ou melhor, da voz) em estúdio, vide que na canção que coloquei no post há bastante efeito no vocal.

      Acho que você foi pontual ao dizer que acabou: agora acabar fazendo homenagem à banda na qual fez 3 discos que nem são tão considerados clássicos… É como o deus afônico da voz sair em turnê tocando o “Forbidden” ou “Cross Purposes”, meio patético.

      Valeu por agregar ao post com mais vídeos sobre.

      Daniel

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      • Puxa Daniel, peço que me desculpe, mas vou ter que discordar.
        Primeiro: considero Burn e Stormbringer, da mesma cepa de Heaven and Hell e Mob Rules (ok, talves um pentelhímetro abaixo, mas não mais do que isto).
        Segundo: comparar David Coverdale ao Deus Afônico da Voz (perdoe-me também Rolf) é complicado, pra dizer o mínimo.

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        • Bem, eu não compararia o Burn ao Heaven and Hell e nem o Stormbringer ao Mob Rules, mas o Burn ficou para a posteridade reconhecidamente como um álbum ( e principalmente a canção) clássico. O Stormbringer se sustenta a nível de reconhecimento ( não de predileção pessoal ) pela faixa título.
          E sim, Coverdale tem muito mais reconhecimento que o Deus Afônico, somente o Rolf ( e olhe lá) não consideraria isso.
          Voz por voz , hoje há um empate técnico : Ninguém tem…
          Se eu tivesse de optar por um dos dois, eu chamaria o Coverdale e lhe falaria : Filho, usa o grave, esquece esse lance de Robert Plant paraguaio de subir o tom das vocalizações. Vai pelo grave, filho, que você ainda pode se dar bem…

          Alexandre

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        • Fala, Eduardo!

          Eu não comparei os cantores, tecnicamente falando. Comparei as situações, bro.

          E hoje, pra ser bem sincero, se entrarmos na discussão, Martin tem muito mais técnica e alcance do que o combalido Coverdale, que precisa recorrer a um disco de mais de 40 anos (faz 41 em novembro) para poder voltar à cena. Repito: desnecessário.

          Com relação a comparações de Black Sabbath e Deep Purple isso é bem pessoal e complexo… Mas no frigir dos ovos, SEMPRE serei Black Sabbath. Repito: é uma questão pessoal.

          Abraço,

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  2. Bem, eu já tinha ouvido falar desta idéia e visto alguns dos vídeos. A conclusão inicial que chego é que o projeto é uma forçação de barra, mas que segue algumas das estratégias que as bandas com grande tempo de carreira vem tentando. Álbuns ao vivo atrás de álbuns ao vivo, coletâneas, projetos acústicos, covers , sinfônicos, etc…
    A diferença é que Coverdale resolveu gravar com sua atual banda algo de sua antiga banda, algo que eu só lembro de ter visto quando Ozzy lançou um álbum ao vivo em represália ao Live Evil, do Sabbath, no caso o Speak of the Devil , só com músicas do Sabbath ( aliás, ótimo álbum ao vivo). Na época, no entanto, era algo ao vivo. Em estúdio, me parece que é a primeira vez.
    Daí acho que o problema maior, na contramão do que vocês ( Daniel e Eduardo) estão comentando, não é a voz de Coverdale, pois acho que em estúdio boa parte da encrenca se resolve. Usa-se truques aqui e ali, grava-se várias vezes um take, e no fim, um mínimo deve se conseguir. Pra mim o pior é a inevitável comparação entre as versões, que já sofrerão ( as atuais) pelo simples fato das clássicas já estarem aí por quase 40 anos e consideradas praticamente insuperáveis ( eu digo praticamente por que acho que Dio e o Rainbow fizeram muito bonito na versão live de Mistreated, no álbum ao vivo On Stage, ainda na década de 70), mas também por que as versões novas estão mais robustas , recheadas de graves e distorçoes anabolizadas em relação às originais, o que não necessariamente as farão melhor ( na minha humilde opinião, provavelmente não ficarão mesmo).
    Outro ponto contra do projeto é que Coverdale conseguiu colocar em suas fileiras um guitarrista tão bom ou melhor que o demissionário Doug Aldrich. Joel Hoekstra é fabuloso, possue técnica provavelmente superior a de Aldrich , sendo tão ou mais competente em todas as outras atribuições como guitarrista. Sua técnica no violão é incrível também. Eu gostaria de ver algo inédito do WS com o novo músico.
    Mas pelo jeito vou ter de esperar um bom punhado de anos por isso…
    É decepcionante, e neste ponto estamos de acordo, amigos …

    Alexandre

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  3. O tal “revival” já começa a dar frutos . Uma versão live da banda com Hughes dividindo ( e roubando a cena ) os vocais com Coverdale.

    Alexandre

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  4. Neste post saudoso do ainda mais saudoso Daniel, apenas um complemento sobre a tour desta iniciativa do Whitesnake, que vai virar mídia oficial: http://www.blabbermouth.net/news/whitesnake-second-video-trailer-for-the-purple-tour-live-cd-dvd-blu-ray/

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Nada mais previsível, diga-se de passagem. Coverdale se apossando do que ainda consegue tirar de sua voz cada vez menos presente. O disco já era algo meio sem razão, o que dizer desse live? Cheiro indisfarçável de busca das verdinhas sem cerimônia.

      Alexandre

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