Evento programado para as 22h00, o ótimo e recém estabelecido em novo endereço Gillan’s Inn English Rock Bar recebia ótimo público distribuído confortavelmente em mesas e cadeiras para a abertura da noite. Antes disso, Rolf e eu adquirimos pequenos “souvenirs”, que podem ser conferidos na galeria de fotos mais ao final deste post.
Tal abertura de luxo ficou a cargo de Dino Verdade (da franquia de escolas de bateria Bateras Beat – minha escola de bateria, por sinal) e Amílcar Christófaro, da paulistana Torture Squad (que também concilia seu tempo em aulas magna na unidade Vila Mariana da rede de escola).
Contando com playback, ambos fizeram demonstrações de seus estilos, sendo Amílcar variando seu set em uma pegada mais metal (principalmente nas vertentes death e thrash) e Dino com um som mais “groovado” e variando bastante entre jazz. Ambas apresentações tiveram precisão suíça foram extremamente técnicas, mas ao mesmo tempo muito agradáveis ao amante do instrumento. Eles alternavam músicas, sempre com excelente aceitação da galera.
Entre agradecimentos ao Dino do humilde e excepcional batera Amílcar, ambos terminam a abertura mostrando técnicas do “Mundo Double Bass”, em peça construída para a noite na qual eles demonstram (e fazem o lançamento) um pouco da metodologia de ensino / DVD que juntos escreveram para o uso dos 2 pés.
As 23h35, a atração da noite passa no corredor do bar rumo ao camarim. Pouco depois da meia noite, Vinny Appice entra no palco acompanhado pela banda Evil Eyes, muito conhecida para quem assiste DIO / Black Sabbath / Rainbow covers nas noites paulistanas. A banda é um tributo à carreira de Ronnie James Dio e teve a honra (com merecimento) em tocar com Vinny.
É necessário destacar logo de cara o trabalho de guitarra do Silvio, que por coincidência é conhecido do nosso amigo Marcus Batera. Conversei com ele antes do show (já havíamos nos conhecido no Minuto HM: Monsters Of Rock 2015) e foi muito legal ver a felicidade dele antes, durante (especialmente) e depois do show. Além dele, o potente e competente vocal de João Luiz – não é fácil cantar Dio, e ele se sai bem
A banda abriu com Stand Up And Shout com Appice já fazendo questão de mostrar sua eficiência e “agressividade” no seu hoje bem reduzido kit. Aquele bumbo tão marcante e característico, bem como seus preenchimentos já davam as caras logo neste início e assim foi durante as 9 músicas apresentadas (já que War Pigs foi apenas executada em sua intro com ele sozinho no palco). Logo na primeira música, a galera ficou de pé a pedido da banda, mas (em geral) respeitando seus lugares iniciais.
A alegria em ver um set calcado em Black Sabbath com Dio e da banda DIO é absurda por si só, mas ter Vinny ali, bem na nossa frente (já que Rolf e eu estávamos na primeira mesa e logo ficamos com os braços apoiados no palco) foi única. Tínhamos ali, 2,5 metros na frente, Vinny Appice tocando Holy Diver… need I say more?
As duas próximas foram praticamente presentes aos membros do blog presentes na noite: a dupla Children Of The Sea (predileta do Eduardo) e I (predileta do Rolf, quem não sabe?) justificaram e “pagaram” a noite. Vinny se mostrou em forma em ambas, ainda quem na faixa do Dehumanizer tenha dado uma ou duas escapadas perceptíveis àqueles que estavam mais atentos.
No vídeo abaixo de I, queria ainda pedir desculpas por ter perdido a intro e durante a música, na emoção com pulos, acabei apertando um botão no celular e parando o vídeo – a versão abaixo, então, é um “remendo”, mas vale e muito o registro:
Após a execução de I, a banda sai do palco e é aberta uma sessão de perguntas do público à Vinny Appice. Logo levanto meu braço olhando para o Rolf e passo o microfone que recebo a ele executar diretamente de Guayaquil a primeira pergunta a Vinny Appice!
Rolf agradece a visita de um de seus heróis no instrumento e manda a pergunta relacionada ao clima / ambiente quando da época do Live Evil – que dado aquela mais que esperada emoção, acaba saindo como “Evil Live” na pergunta :-). A resposta inicial é daquelas tipo técnico de futebol falando quando não está a fim, mas no final ele dá uma compensada:
Vinny começa a tocar a intro de War Pigs, perguntado a todos se conhecem aquilo. Um momento talvez para recuperar a atenção de um público em geral disperso, coisa que realmente não entendo. Vinny pede para a galera cantar a intro de War Pigs e, ao final, comenta da diferença entre tocar com Ozzy e como era tocar com Dio. Ozzy perdia a entrada da música e ficava batendo palmas, fazendo elogios a como a conexão e a preferência era para Dio mesmo. Por fim, ironicamente faz elogios a Ozzy.
Appice também aproveita para mostrar como segura as baquetas, como as alterna entre os dedos até para não se cansar e evitar desgastes. O detalhe que ele comenta aos que não sabiam é que ele segura as baquetas ao contrário, ou seja, com a ponta nas mãos. Ele diz que segura ao contrário porque “tocar do lado normal é para meninas”.
Mais uma ou outra pergunta acontecem até eu, Eduardo, também tentar vencer um pouco a timidez e estender o braço novamente. Minha pergunta acaba ficando incompleta, até pelo barulho que a galera fazia – infelizmente – mas foi no sentido de saber se Vinny havia sido convidado para a atual “versão” / lineup do Black Sabbath. Na segunda parte da pergunta, Vinny acaba se antecipando na resposta quando ia explicar que era entre o não-acordo de Sharon banda com Bill Ward, “before” da entrada de Tommy Clufetos. Mas ele deu a resposta bem direta logo depois do meu “before”:
O vídeo é interrompido, mas Vinny ainda finaliza a resposta da minha pergunta confirmando que há uma diferença entre “política e música”, e reitera que não, o convite nunca aconteceu.
Após mais um par de perguntas, Rolf levanta seu braço e faz a nossa terceira pergunta da noite (!), dessa vez como teria sido o encontro e a emoção de Vinny Appice, com 17 anos, ao conhecer e interagir em estúdio com John Lennon (*). A resposta é bem legal e está registrada no vídeo abaixo…
(*) A música em questão é Whatever Gets You Through The Night, de 1974, e gravada com ajuda de Elton John.
O Evil Eyes voltaria ao palco inicialmente para mais 3 músicas “fraquíssimas”: a dupla sabbathica The Mob Rules e Heaven And Hell (essa última, convenhamos, com um enorme desencontro e atrapalhadas do baixista com Vinny) e a mais que enérgica We Rock. Cabe ressaltar aqui o guitarrista Silvio, que aproveitaria seu momento para brincar com Vinny bastante no final da música, que por sua vez faria uma série de solos ao final da música de 1984:
A galera pedia por mais e a banda voltou com The Last In Line e, sob fortes pedidos, finalizou a noite com Rainbow In The Dark.
Vinny agradeceria o público, dando a mão para a galera que estava à frente do palco, iniciando por mim, finalizando seu “workshow” e este grande momento para os representantes do blog após quase duas horas.
A noite não acabaria ali, com o Evil Eyes retornando ao palco para tocar mas clássicos da fase Rainbow – Sabbath – DIO com Amílcar na bateria, tocando clássicos como a própria Evil Eyes, Straight Through The Heart, The Man Of The Silver Mountain, entre outras.
Enquanto o Evil Eyes voltava a tocar, uma pequena fila para conhecer Vinny se formaria, mas logo seríamos avisados que ele não receberia ninguém. Uma pena e nossos “merchans” valeram mais a pena ainda naquele momento.
Uma grande noite, com preço justo, uma casa muito acolhedora e organizada, e mais um grande momento para se registrar em nossas memórias e neste blog.
Peace, Love & Magica. Viva Ronnie James Dio!
Galeria de Fotos (clique para ampliá-las):
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Olá meninos!
É sempre bom estarmos próximos às nossas referências (sejam quais forem os ramos/campos) e eles se tornam dias inesquecíveis. Quando se tem um blog, máquina fotográfica (celular) e um bom inglês, mais inesquecíveis ainda. 😉
Parabéns pelo presente que ganharam e também fico feliz por um espaço adequadamente acolhedor para um momento tão especial.
Abraço,
Daniel
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Valeu, Daniel, pelo comentário. É sempre bom mesmo e é surreal pensar que aquele cara que tanto ouvimos e vemos em mídias ou ao vivo está, de repente, em um bar da sua cidade.
A oportunidade de fazer perguntas realmente foi muito legal. Até comentei com o Rolf que, claro, não havíamos nos preparado e foi tudo na hora. Agora, eu tinha umas 20 perguntas para ele, hehehe…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Nunca foi a um “work show” e tenho certeza que, só o fato de estar tão próximo de uma referência como o Vinnie Appice, já vale à pena, não importando algum detalhe desagradável.
Quanto a banda, Evil Eyes, gostei bastante do guitarrista e o vocalista não faz feio hein. Dos vídeos das músicas, talvez o único reparo que possa se fazer seja ao camera-man, hehehhe.
E vocês tavam ali, grudados no palco mesmo. Cada vez que o vocalista pisava na caixa de retorno periguava cair sobre a mesa de vocês.
Aliás, desagradável mesmo era a falta de respeito do público durante as resposta de Mr. Appice. Confesso que pouco entende da resposta dela à pergunta do rolfístico personagem quanto ao encontro com John Lennon.
Que desrespeito. Em determinado momento o artista tentou “dar uma puteada” nos chatos de plantão.
Nunca havia percebido que V. Appice tocava com a baqueta invertida. Quanta atençao a minha, hein?!?!?
Pergunto: Vinnie mencionou seus mais recentes projetos ou, quem sabe, o que vem pela frente?
Aliás fiquei em dúvida, o Amílcar faz parte da Evil Eyes, ou só esta apresentação pós-Vinnie?
É impressionante (ou talvez até não seja tendo em vista grandeza da figura) que depois de mais de 5 anos de seu falecimento, Dio, proporcione, de algum modo, momentos como este vivido por vocês.
Parabéns!
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Fala, xará!
Esse negócio de “workshow” é algo também que entrou em uma tendência mais recente e, convenhamos, normalmente é feito por músicos que estão “parados” – não são todos os casos assim, mas também não dá para negar que é a chance que eles aproveitam para voltar a ter contato com o público (o que não tem nada de errado, claro).
O Evil Eyes, aqui de SP, é uma das grandes bandas cover de Rainbow – Dio – Sabbath com Dio, talvez a mais conhecida e melhor mesmo. O vocal tem que se virar em cantar Dio, e nós sabemos bem que a tarefa beira o impossível – e como ele vai bem. Já o camera man se empolga, é empurrado, pula, coloca o dedo no microfone pois não está olhando para a tela, vai para frente, para trás, treme tudo, vira a câmera para ele e amigos presentes… uma lástima, hahaha.
Sobre a galera, realmente desagradável e diria, muita gente mal-educada mesmo. Uma baita oportunidade, surreal até, de ter Vinny Appice falando ali, só para a gente, e os idiotas – normalmente que estão bêbados e não falam nem “hello” em inglês – fazem isso. É uma lástima. Eu mesmo mal me escutava no microfone fazendo a minha pergunta e, além da natural ansiedade e nervosismo, me atrapalhei.
Sim, ele toca com as baquetas ao contrário. Recomendo você dar uma olhadinha nos vídeos agora, você vai perceber! 🙂
Mencionou sim, xará. Palavras dele em entrevista que foram repetidas na noite: “Eu deixei o KILL DEVIL HILL, não estava funcionando, estava difícil fazer funcionar. E atualmente eu acabei de gravar um álbum com a LAST IN LINE, a banda original do DIO, Vivian Campbell, do DEF LEPPARD na guitarra, Jimmy Brain no baixo, eu próprio e temos um novo vocalista chamado Andy Freeman que toca em um show em Las Vegas chamado “The Rock Vault”, é um grande cantor, eu toquei com eles antes algumas vezes com o George Lynch e outras pessoas. Nós acabamos de gravar um álbum com a Frontiers Records e nós vamos começar a turnê em janeiro que é quando o álbum vai sair. O primeiro show vai ser com o DEF LEPPARD no Rock Cruise, que parte da Florida em julho, eu acho que em 22 ou 23 de julho. Então este será nosso primeiro grande show de pontapé inicial e então vamos fazer uma grande turnê no ano que vem quando o álbum sair. Então, estamos fazendo isso. E estou trabalhando com meu irmão, Drum Wars. E também em muitos projetos pequenos estão gravando agora, um deles chama-se WAMI com um guitarrista polonês de 16 anos chamado Iggy que é inacreditável. E nós lançamos um álbum ano passado com Doogie White nos vocais, Marco Mendoza no baixo e agora estamos trabalhando em um novo álbum. Talvez façamos alguns shows. Um número de coisas como essa, e os workshops entre uma e outra coisa. As coisas estão bem agitadas.”. Fonte: http://whiplash.net/materias/entrevistas/224165-vinnyappice.html#ixzz3dbtjWk4d
Sobre o Amílcar, não, ele é o baterista do Torture Squad, mas é um cara que pode tocar o que você quiser, basicamente. Conhece DEMAIS de música na teoria e na prática e como é um verdadeiro fã, toca tudo que gosta. Eu acho que em um futuro teremos algumas novidades neste blog com Amílcar, aguarde :-).
E sim, é impressionante. A dedicação da galera em homenagear Dio é imensa – e ele mereceu pelo seu legado sem igual.
Valeu!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Bem, tô atrasado pra caramba neste comentário, mas o que me consola é que de dívida esse blog tá cheio de gente, eu tô longe de ser o único.
Bem, eu já vi e revi esses vídeos umas quinhentas vezes e chega a ser inimaginável que depois de cerca de 30 anos estaria o meu amigo de infância, com o qual eu troquei discos e informações sobre nossas bandas do coração, a menos de 3 metros desta autêntica lenda da bateria e conversando quase como se fosse Vinnie um reles mortal( até por que ele não é…)
E assim temos mais um capítulo surreal desta proximidade cada vez maior com nossos ídolos, eu daqui de longe, neste micro, me emociono como se fosse eu a estar neste momento histórico. E me traz uma imensa felicidade ver vocês dois, meus irmãos, passando por essa glória.
Além disso, preciso mencionar outros dois aspectos:
-A banda cover é excelente, me chamou demais a atenção do vocal , fazendo o que pra mim é quase impossível : Emular o mestre de todos!
-A casa me pareceu muito legal, fica desde já essa dica, quem sabe em uma próxima oportunidade que estiver em São Paulo, já vale conferir mesmo sem saber quem estará tocando na ocasião.
Amigos, fico muito feliz por vocês terem vivido e escrito mais esse maravilhoso capítulo do Minuto HM!
Alexandre
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B-Side, pelo menos você é dos atrasados que mais paga dívida por aqui (e com a maior velocidade). Então, seu crédito por aqui é infinito, hehehe.
Pois é, foi muito bom ver o Rolf ali, B-Side, “conversando” como se o Vinny fosse membro fixo do nosso podcast. O Rolf tem essa característica de liderança que é invejável e não tem “travas” para falar com quem for, sempre em alto nível e de forma educada (“UMA PIZZA DE CALABRESA, POR FAVOR!!!”). E se é surreal para mim, imagina para ele! Esses eventos valem muito a pena, pois possuem organização, preço justo e aos mais corajosos, proporcionam momentos inesquecíveis e históricos como este. É por isso que eu disse quando acabou: é mais um marco para a gente, e para este blog que reúne tantos apreciadores e conhecedores do gênero.
Sobre a banda, foi o que comentei ao xará, são muito bons, especialmente o vocal e o guitarrista. E já me tornei fã da casa, do seu ambiente e das pessoas que lá trabalham, pois me trataram de forma praticamente personalizada desde o sábado pela manhã que comprei os ingressos deste evento e do cancelado (adiado?) Uli Roth, passando pela organização em nos colocar na mesa pedida, na devolução do dinheiro tranquila do Uli Roth, enfim, primeira linha. Faço questão de lhe acompanhar, B-Side, na casa em uma situação futura.
Valeu!!!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Não relacionado ao show, mas ao projeto atual do “Last In Line”:
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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