Cobertura Minuto HM – Van Halen em Chicago (EUA) – parte 4: a ida, o Soundcheck e o pré-show

24/julho/2015: o dia em quem vi – e falei com – Eddie Van Halen

Fala, galera.

Já vimos um pouco desta aventura classificada aqui como maluquice – e foi mesmo – nas partes 1, 2 e 3. O que antecedeu o pré-show foi bem corrido, por sorte o “corrido” foi para encaixar coisas para se fazer na lindíssima terceira maior cidade dos Estados Unidos, Chicago. Entretanto, a minha ida em particular não foi lá mais mais agradáveis…

Voando com milhas, as opções eram poucas. Para conseguir chegar em Chicago, a única opção que eu tinha era com conexão em Miami. Quando comprei, logo pensei na combinação “Miami, brasileiros, férias, julho, Disney, Orlando, compras, outlets, crianças…”. Mas dada a situação do país, achei até que não seria tão ruim. Mas foi.

O voo GRU-MIA foi algo que não desejo para ninguém. Apesar de ter saído com pouco atraso, lá estava eu no fundo da cabine econômica da econômica em um verdadeiro mar – ou céu – de crianças de todos os tipos, mas nenhuma quieta! Ou choravam, ou tocavam o terror, parecia que nenhuma ia ficar quieta nunca mais! E para minha surpresa, eis que entra uma moça com um cachorro em seu colo. Olha, o cachorro me assustou, mas o pobre bichinho ficou mais quieto que muitos humanos ali – talvez todos.

Com o voo saindo em torno das 21h30, apenas lá pelas 3h00 da manhã que as crianças foram sendo derrotadas. Mas aí eu também já estava chegando. Arranquei um cochilo aqui e ali, entre crianças batendo na minha perna, gritando ou chorando (eu estava no corredor) enquanto os pais nada faziam. Viajar com brasileiro rumo a qualquer lugar Miami é uma lástima mesmo.

O avião pousou e até sair, já era como 5h40 da manhã. Tendo a conexão as 7h50, com embarque até 10 minutos antes, sai calmamente do avião. Foi quando cheguei na famosa fila de imigração e rapaz… até os funcionários pareciam desesperados com a situação. Os 14 caracóis de fila estavam ocupados e a fila já estava em um corredor onde mal as fitas de separação existiam. Eram brasileiros, argentinos, mexicanos, peruanos, colombianos, tinha de tudo ali. Era gente demais, eu nunca vi tanta gente assim para entrar no país. E para piorar, um calor como se eu tivesse acabo de chegar no centro da terra. Um show de horror.

Começou o desespero. Muita gente naquela fila tinha conexão a fazer, especialmente para Orlando, mas muitos para outras cidades também. A fila parecia não andar, e olha que eram 75 guichês. Me lembrei até do Poderoso Chefão, as pessoas chegando de barco na “América” e parecia que faríamos triagem também. Atrás de mim, duas senhoras argentinas com conexão as 7h30 desesperadas. Pudera, não daria tempo. Elas pediram permissão para me passarem e eu disse: “ok, mas vou com vocês”.

A zona estava completa. A fila era apenas uma formalidade. Todo mundo estava tentando passar a todos. Lá fui eu atrás das senhoras gritando “connection” e aquele desespero. Vou repetir: conexão em Miami nas férias é isso aí mesmo. Passamos algumas fileiras no desespero, até chegarmos em um ponto que ninguém deixava mais passar pois estavam todos na mesma situação.

Eis que surge um guarda e tenta começar a organizar aquela verdadeira baderna. Uma gritaria para cá e lá e a fila começa a andar um pouco. Educadamente, peço a um dos guardas uma prioridade pois minha conexão seria em 20 minutos. Ele me desloca para uma fila de “special needs”, que basicamente eram os últimos 2 guichês à direita para cadeirantes. Acabo passando as senhoras argentinas nesta, que ficaram ali gritando com um guarda, sem sucesso. Ao chegar, o officer era bem o coordenador, que saia frequentemente de seu posto para orientar aos outros. Quando finalmente chegou minha vez (são 7h25), ele pega meu passaporte e some por longos 5 minutos, até retornar. Eu arrisco e peço não mais tão gentilmente assim para acelerar o processo pois minha conexão era em minutos.

Liberado, saio correndo rumo ao portão. Para minha surpresa, fila para entrar no setor do meu portão! Muita gente reagendando passagem e eu tentando ver ali o que fazer. Haviam mais uns 5 caracóis de fila à frente para novamente passar por toda a questão de segurança. Insisto com uma officer que minha conexão saia em 10, máximo 15 minutos, e ela me responde que nada poderia fazer. Então, lá vou eu gritando “connection” de novo meio com o “f” ligado para tudo. Ali eu deveria estar suado como se tivesse corrido uma maratona do deserto. Passo pela segurança e lá vou eu para o portão correndo.

Ao chegar no portão, a primeira reação da pessoa que checaria minha passagem foi comentar que os procedimentos estavam sendo encerrados. Perguntei se não dava para eu embarcar – eram 7h47, 7h48 – e com um rádio passado, meu embarque é liberado. Entro no avião com sensação de alívio, mas também de humilhação. Mal virei no corretor e já ouvi que as portas estavam em automático. Foi me sentar e o avião saiu.

Encontrar o xará já na loja de aluguel de carros em Chicago foi outro alívio, afinal, era hora de comemorar que mesmo com o perrengue passado, estávamos os 2 ali pontuais, pois problemas com voos poderiam melar a brincadeira. Ele teve os voos tranquilos e a conexão em Detroit (cidade nada turística perto de Miami e outras) igualmente tranquila. Carro alugado – e praticamente com um “free upgrade” por uma atendente excelente – saímos, xará e eu, de Mercedes-Benz! Finalmente a sensação de estar nos EUA havia chegado! Ah, o melhor carro que nós já dirigimos em termos de conforto ainda nos causaria uma certa “emoção” ao final do show, que trarei na parte 5 e última desta cobertura.

As fotos acima já são no estacionamento do Adler Planetarium, local que escolhemos para dar uma volta e já conferir a beleza da cidade. Tinha um sol para mim e outro para ele. O almoço foi no Shake Shack, por insistência minha, e o xará se deliciou também o melhor hambúrguer que eu conheço neste mundo. Almoço finalizado, hora de ir para a estrada rumo à Tinley Park, mais precisamente para a entrada VIP #1 do Hollywood Casino Amphitheatre, venue que agora ganhou o patrocínio do First Middlewest Bank. No caminho, a promessa cumprida: ouvimos Bad Company, o primeirão, indicado pelo xará. Na sequência, uma brincadeira ouvindo Mercedes-Benz da rainha do rock ‘n roll, Janis Joplin – que momento melhor para se fazer isso? Finalmente, o final do Powerslave, com a homônima e Rime Of The Ancient Mariner. Que mais querer da vida? Apenas uma passagem de som e show do Van Halen, claro!

Chegamos as 15h15 em nosso portão, exatamente 1 hora antes do horário solicitado, onde fomos informados que o portão só seria aberto mesmo as 16h15. Fomos então indicados a ir ao bar do campo de golf ao lado, algo aceito prontamente, como já contado na parte três desta cobertura. As 16h10, os primeiros carros já entravam e lá fomos nós também. A conferência foi com nome na lista, e o dois Eduardos entraram rapidamente rumo ao “infinito” estacionamento do local, sendo devidamente direcionados à primeira fileira da entrada por alguns treinados funcionários. Ao entrar, fiquei com dó do carro, pois era muita pedra. Essa dó acabaria provavelmente gerando uma consequência real…

Uma pequena fila já se formava na entrada VIP enquanto a gente se ajeitava para sair do carro e tirava as primeiras fotos. Para registro, aqui está o e-mail recebido e comentado na segunda parte desta cobertura, que trouxe as instruções iniciais para o evento, além do PDF com uma apresentação do pacote VIP:

Dear Van Halen VIP Guest,

Congratulations! You are On The List! Attached is your VIP Itinerary and waiver. The information is very important, so please read everything carefully! You do not need to print out this waiver. When you check in, your host will have the waiver for you and anyone in your party to sign.

PARKING:

Please enter the venue at Entrance 1 located off of Oak Park Avenue and Harlem Avenue. There will be an Odyssey Fun World on your right hand side. When you enter the parking lot please follow the instructions of the parking staff.

The attendee name on the order will be the name on the parking list. This individual will also be responsible for showing their photo ID to the parking staff. The parking staff will verify your name on the guest list. 

Please remember there is one parking space per order.

REMINDER:

* Please note, most venues do not allow re-entry. Please plan accordingly.

* You will receive your ticket to the show at the VIP check in.

* As the tour has a strict no camera policy during the soundcheck, please keep any cameras and/or cell phones tucked away during that time.

* All events will take place out doors. Please be prepared for weather.

Thank you, and see you at the show!

On The List Presents.

E chegamos:

Pegamos nosso kit “VIP2” (o “VIP1” vinha tudo mais um moletom VH e acesso à primeira fila no show), composto por uma “eco bag” VH, o ingresso “normal” em um envelope branco com lugar marcado, um poster da Tour 2015, um ingresso comemorativo laminado “on the list”, uma credencial VIP, um anel do Van Halen dentro de um saquinho preto com as inscrições do ano nas laterais, uma bandana VH e uma caixinha de metal da tour com 6 palhetas de guitarra – os itens estão abaixo, o ingresso estará no próximo post :-).

Logo que recebemos nossos kits, fomos até o carro para guardá-los e aproveitamos para rapidamente registrarmos este momento único:

No retorno, já entramos para o briefing. Haviam 3 pessoas coordenando e juntando as pessoas que já se espalhavam pela área externa àquela onde o show é realizado, basicamente uma entrada cheia de opções de bebidas, restaurantes, banheiros, etc. Com todos reunidos, logo vi a liderança da host, a Ann, que inicialmente já estava dando uma irônica risada, já que não era a hora de ter sido liberada as vendas de cerveja, mas quase todos ali já estavam se aliviando do calor com uma.

Ann rapidamente explicou como seria o esquema da passagem de som (soundcheck), explicando naquele momento que “the boys are running a little bit late today”. Isso, aliado ao que e-mail acima onde é dito que a passagem de som seria com “membros do Van Halen” (ué, significa que poderíamos não ter, por exemplo, o Eddie?), já me deixou um pouco preocupado, afinal, atrasos significam cortes de alguma forma – ou de forma total. No briefing, Ann repassou as proibições, especialmente de filmagem e fotografia, sendo absolutamente clara para não pegar o celular na mão nem para “to do a thing”. Explicou também que os músicos estariam ali trabalhando e, portanto, não era para interagirmos com eles, gritando, atrapalhando-os, ou procurando puxar conversa, já que estaríamos “soltos”, na grade do palco. Eu não consegui contar exatamente quantas pessoas estavam ali, nosso palpite é de ~ 60 pessoas.

Enquanto aguardávamos a liberação e ouvíamos os instrumentos serem testados – afinal, hoje um soundcheck não é bem um “soundcheck”, já que a banda entra com tudo pronto, do jeito que ela gosta, tudo certinho e configurado… assim, hoje é sim mais uma fonte de dinheiro para banda, e o fã tem neste trade-off o privilégio de ter algo exclusivo em sua frente. Como a coisa demorou mais do que provavelmente era o esperado, aproveitamos para já passar na lojinha sem fila e garantirmos mais souvernis – eu saí com duas camisetas e o xará uma:

IMG_1437

As escolhidas:

Camisetas garantidas (sem sacolas, tivemos que ficar segurando-as), logo seríamos “liberados” para entrarmos. Xará e eu aguardamos alguns entrarem e já nos posicionamos próximos à grade bem em frente ao local que Eddie Van Halen fica no palco, pois quem entrou primeiro foi mais para o lado do Wolf. Estamos falando de uma grade baixa, com palco também não alto, sem qualquer segurança à frente para atrapalhar a visão. E com mais um pouco de atraso, eis que Alex rapidamente acena ao público e já se senta em seu kit já completo, com 4 bumbos, tudo realmente já arrumado. Seu irmão e sobrinho seriam os próximos, com Wolf rapidamente já se dirigindo ao outro lado do palco.

Os olhares e atenção, claro, foram para EVH. A emoção do momento é simplesmente indescritível, nem adianta eu tentar por aqui. Ele entrou bastante – mas bastante mesmo – sorridente e acenando para o público. Por mais que o briefing tivesse sido claro e a maioria das pessoas realmente nada fizeram, muitos – nós, inclusive – pularam e gritaram.

Eis então que EVH se aproxima, vindo para a frente do palco, fala qualquer coisa para uma pessoa próxima da gente e eu resolvo “arriscar” total chamando-o, dizendo algo em inglês como “Eddie, vim do Brasil, já que vocês não vão para lá, eu estou aqui, eu vim apenas para te ver”. Arrisquei total.

Para minha total surpresa e enorme alegria / satisfação, o simpático (quem diria!) Eddie Van Halen pergunta: “who said that?”. Confesso: a quase parada cardíaca que estava tendo no aeroporto antes do embarque para Chicago quase se confirmou naquele momento. Eu respondi levantando o braço, dizendo que era eu, e alguns dos mais próximos apontaram para mim, mas não em tom de “dedurar”, e sim de igual espanto. Eddie então olhou para mim e tivemos o tal rápido papo, algo assim:

EBR: “Heyyy Eddieeeee… vim do Brasil apenas para o show, do Brasil, do Brasil!!!”

EVH: “É sério? Você realmente veio apenas para o show?”

EBR: “Sim, pelo show, especialmente para ver você, para ver você tocando, para ouvir você.”

EVH: “Wow (Eddie olha para o lado do filho e para o restante da galera também)… para que você está fazendo isso, vindo me ver?”

EBR: “Viajei 12 horas apenas para isso. Eu realmente vim aqui para te ver.”

EVH: “Isso é surpreendente. Uffff.”

EVH então fez um sinal de positivo e a galera vibrou, muitos comentários da galera depois disso, alguns cumprimentos das pessoas mais próximas comigo, uma felicidade geral, enquanto Eddie e CIA já se preparavam para iniciarem a passagem de som. Minha vibração foi enorme, do xará idem, e ali a viagem já estava paga…

Depois deste momento singular, só aí que fui me dar conta que Diamond Dave não estava no palco. Imaginei que ele faria alguma “entrada triunfal” quando começasse…

E então começou. Uma exclusividade na essência da palavra, “crua”, sem luzes no palco, sem efeitos, apenas a luz natural de um quente dia de verão. A música de abertura seria Light Up The Sky (que também seria a primeira do show poucas horas depois). O instrumental entrou perfeito, parecia um playback. A emoção era contagiante. Eu estava mole, a voz já começou a ficar trêmula, esganiçada. Os Van Halen estavam tocando ali, cerca de 2 metros da gente. A guitarra de Eddie estava perfeita, ainda que eu tenha sentido o som “embolar”, pelo menos ali, de tão perto, e de tão alta que estava a guitarra – portanto, problema ZERO. Era o sonho sendo realizado. Era Eddie Van Halen dando palhetadas e usando de seu imensurável talento. Me faltam adjetivos que não acompanhem os palavrões. O som que sai daquela guitarra é algo sem igual ao vivo. Em apenas segundos, eu já conclui que eu nunca tinha visto um som de guitarra como aquele ao vivo. E eu já concluí “certo” naquele momento.

Mas nada de DLR. Não só ele não entrou naquele momento, como não apareceu durante todo o soundcheck. Dessa forma, ficou para  o público cantar, mas Eddie e Wolf faziam os backing vocals – aliás, backings excelentes. Michael Anthony é referência no assunto, mas olhem bem, Eddie e seu filho, nascido em 1991, fazem isso ficar para trás, de verdade. Eu, que não tinha ouvido nada da tour atual até então, me surpreendi demais quando eles cantaram. Lá trás, o som de bateria de Alex também bastante encorpado, com ele praticamente “escondido” atrás de seu kit, que continua grande. A “marcação” de Alex é realmente uma “marcação”, ele comanda tudo mesmo com enorme precisão. Os bumbos estavam altos, assim como a caixa.

Aí veio o solo. Meu amigo, um solo de Eddie Van Halen, de novo, de forma praticamente exclusiva e tão próximo. Dava para conferir cada detalhe. Eddie então fez o solo da música de forma magistral, característica, usando e abusando de suas marcas tão características. Ver um solo de EVH ao vivo faz a vida musical ficar separada, bota um marca em sua vida. A experiência é surreal. O choro foi inevitável, era algo que jamais imaginei de verdade que conseguiria ver – a minha última BANDA no meu currículo de shows. Os gritos e aplausos ao final do solo eram tão fortes como um título de futebol. Para o xará, comentei: “cara, ele está aqui”.

Ao final do primeiro show, a conversa foi verificando as caixas com as iniciais “EVH” atrás da lenda e o xará achando marcações “5150” pelos equipamentos do palco. Um americano ao lado aproveitou o momento para gritar para Eddie: “play solo while we wait”, arrancando boas risadas da pequena e sortuda plateia.

Quando o playback do início início de Runnin’ With The Devil entrou, aí acabou tudo. Não dava mais para conter a emoção, a alegria. Novamente, é impossível descrever. Quando Wolf fez a simples mas emblemática e poderosa entrada no baixo, o delírio foi total, com eu dizendo “que isso? Que isso?” para meu xará, seguido de alguns palavrões mais do que característicos. Com a entrada de EVH na música, ressalta-se que acabou a sensação que o som estava embolado e foi iniciado um “playback ao vivo”, pois a única palavra que define o som que saia daquele palco era perfeição. Foi interessante este momento pois não tínhamos Diamond Dave, então todos cantaram a plenos pulmões. Antes de entrar no refrão, Eddie fez então aquele característico uso de alavanca e bend e novamente era possível enxergar a vida dividida entre “antes” e “depois”… os backing vocals entraram novamente, espetaculares, e o sorridente EVH não deixava de olhar para os presentes e curtir o momento. Vale realmente destacar isso, especialmente Eddie não parecia estar fazendo nada ali por obrigação, ele genuinamente estava contente e curtindo.

A chegada do solo fez Eddie levantar a guitarra e foi engraçado notar a reação do xará igual a minha: os 2 rindo, eu lembro que até doía a região do rosto de tanto que o sorriso devia estar aberto. Eddie não está economizando nada, em nenhuma nota, em usar todas as suas técnicas com sua guitarra linha Wolfgang USA Custom, cheia de marcas de batidas em todos seus lados, mas gritando do jeito que qualquer fã sonha. EVH veio para o segundo solo e fez ela gritar ainda mais, e a cada grito, era um grito, uma risada de satisfação de volta do nosso lado. Comentei com um americano ao lado sobre a espera daquilo, era o sonho sendo realizado – e ele com um baita sorrisão também, coisa rara em um show nos EUA.

Brinquei com o xará que Dave Lee Roth nem falta estava fazendo, depois, claro, disse que estava. Elogiamos os backing vocals de Wolf. Foi o tempo para começar Drop Dead Legs, do clássico álbum 1984. A reação do público foi grande, especialmente dos fãs “mais experientes”. O som estava mais pesado, mais grave, com o baixo aparecendo bastante. Os backing vocals executados pelo pai e filho foram novamente excelentes. Wolf toca sério, sem muitos sorrisos, faz realmente sua parte, enquanto EVH vai comandando tudo com muito carisma (pois é, acredite). E o solo? Outro espetáculo. Repito: incomparável.

Sem qualquer parada, continuamos no mesmo álbum do polêmico anjinho fumante, dessa vez com a sétima faixa, com o teclado-playback de I’ll Wait entrando e Eddie compensando uma parte do teclado ao vivo com a mesma Wolfgang USA Custom, deixando-a também mais pesada e grave. Novamente com o público cantando e a dupla pai-filho fazendo o refrão, mas cantando apenas o nome da música, o som empolgou demais, como nem tinha como ser diferente. Não havia qualquer sensação de “passagem de som” por nenhum lado, não senti ninguém economizando em nada, inclusive nas precisas viradas, aberturas de chimbal e tudo mais de Alex.

Alex e Eddie então agradeceram o público por terem vindo assisti-los, e eu não acredito que eles tocariam “cinco” músicas (na verdade, foram apenas quatro). O tal atraso matou tudo. Eu não sabia quantas músicas esperar, mas quatro realmente eu tinha certeza que não poderia ser – e não era mesmo, pois já no meu retorno chequei e eles tocam normalmente 8 músicas (o dobro, portanto), como On Fire, Dirty Movies, Romeo Delight e Chinatown. Uma enorme pena. O trio VH deixou o palco tão rápido quanto a passagem de som, que durou menos de 18 minutos…

Confesso que houve sim uma mistura de lamentação pela duração – minha e do xará – misturada, claro, com a satisfação. Não dá para negar que o preço da brincadeira foi salgado (sem contar a viagem, apenas o ingresso) e quatro músicas foram realmente MUITO pouco. A lamentar ainda que EVH não usou seu ícone, a Frankenstrat, em nenhum momento…

SETLIST SOUNDCHECK – Eddie, Alex e Wolfgang – a família Van Halen.

  • Light Up The Sky
  • Runnin’ With The Devil
  • Drop Dead Legs
  • I’ll Wait

A tal “lamentação”, pelo menos para mim, durou pouco, pois além de pensar no show que viria, confesso que ter visto Runnin’ With The Devil pela primeira vez (na vida e na noite) já justifica tudo. Bom, era isso mesmo, hora de sair e voltar para a área externa, mas não sem antes de tentar pegar algo do palco com um roadie japa – sem sucesso, de qualquer forma.

Saímos conversando sobre a curtíssima passagem, mas como havia valido a pena, especialmente pela exclusividade e pelo local / proximidade que vimos tudo. Ainda puxei o papo de que mesmo tendo assistido Steve Vai, Joe Satriani, Malmsteen e outros guitar heros, eu jamais tinha ouvido um som de guitarra ao vivo como este – realmente.

Com as camisetas em mãos, a ideia foi tentar sair do local para guardá-las na Mercedes, enquanto o público  “geral” já começava a entrar para o show. Não deixaram de primeira (uma menina e um cara), mas após um pouco de insistência, contando que tínhamos vindo do Brasil apenas para o show, que queríamos proteger as camisetas, que seríamos rápidos, que o carro estava logo ali, eles balançaram. Primeiro, o cara me deu a dica de conversar com algum supervisor de cor de camisa azul, que tinha mais autoridade que eles.

Mais uma insistência aqui e ali, o cara comentou que o motivo da proibição pela saída e reingresso não era pelo ingresso em si, mas sim porque muitos aproveitam para trazer coisas como drogas para dentro (e logo ele reforçou “not saying that you are”). Naquela situação, eu comentei que nunca tinha pensado nisso e que era verdade, mas também reforcei que apenas um era necessário ir guardar as coisas e que eu não me importaria de passar novamente por revista, o que acabou quebrando um pouco o próprio argumento deles.

A menina, então, passou um rádio para o líder dela, que logo chegou e gentilmente me autorizou, desde que “rapidinho”. Ahhh, foi aquela correria para o carro, mas deu certo. No retorno, uma revista mais do que rigorosa em mim, muito maior que na entrada. Acabou dando tudo certo.

O calor continuava enorme e tinha um sol para cada um ali. Hora de se refrescar, comprando água com refil: você comprava um copo e podia recarregar a água em qualquer posto quantas vezes quisesse na noite.

Encostamos em uma mesa na sombra e fomos abordados por um americano, falando um português arrastado, e ele me perguntou se “eu era o brasileiro que tinha falado com EVH”. Começamos um papo ali com o cara, de Seattle, que era casado com uma brasileira, havia morado em Brasília alguns anos e voltou para os EUA pelo trabalho. Nisso, chega um amigo dele, inglês, e se junta a nós para um papo geral de música e porcarias em geral sobre a vida. Esse inglês, basicamente, estava fazendo o mesmo esquema: viajando para ver o VH, já que a banda também não vai para a Europa e ele havia se cansado de esperá-los. O cara era um hard fan mesmo, conhecia tudo da banda e doente pelo Dave Lee Roth. Para surpreender ainda mais, o americano estava na Índia e veio apenas no final de semana de volta para os EUA para acompanhá-lo para o show. Dois caras muito gente boa!

O papo foi evoluindo entre nós 4 e entre histórias e risadas, ouvimos de longe a abertura começando, a cargo da Kenny Wayne Shepherd Band. Nós 4 não tínhamos qualquer interesse, por desconhecimento, então ficamos por ali mais um pouco.

No meio do papo, o som que saia do palco, meio de longe, começava a me interessar (Voodoo Child, do Hendrix, estava sendo executada). Incentivei a todos irmos conferir – o xará se interessou e os caras nem tanto. Fomos os 4, mas notamos que eles queriam ficar fora bebendo, então seguimos nosso caminho, já direto para nossas fileiras e cadeiras. O xará estava na fileira “H” (oitava fila) e eu na “E” (Eduardo – quinta fileira). Era MUITO perto, já que o espaço da primeira para o palco era realmente mínimo. O xará estava mais centralizado e eu mais em frente à lenda da guitarra, enquanto a venue enchia (notem na foto o grande gramado no final – são os ingressos mais baratos, obviamente não numerados).

2015-07-24_19-49-04_Chicago e Green Bay

Foto panorâmica – notem o mezanino, que também ficou cheio depois:

IMG_1442

Mais:

Antes de realmente começar a prestar mais atenção na abertura, era impossível não olhar para as guitarras de EVH já devidamente alinhadas e posicionadas:

IMG_1441

E o que se ouviu no palco foi uma banda muito bem recepcionada pelo público – para minha total surpresa, já que simplesmente era uma abertura para o Van Halen  – e o show foi para lá de competente e interessante. Um som calcado em blues, com destaque total e absoluto para o guitarrista dono da banda com sua Fender Stratocaster, que é protagonista por natureza e por merecimento. Kenny fez parte do G3 em 1996 e 1997, então fica desnecessário jogar aqui outro cartão de visita, mas é de se destacar realmente a presença de palco, que ele mostrou ter de sobra:

O som da banda é similar, como bem observado pelo xará, em Stevie Ray Vaughan. Deu vontade, que continua, em conhecer melhor o trabalho da banda e talvez solo do guitarrista.

Com um show de cerca de 45 minutos e muitos e muitos solos muito bem executados, contando ainda com uma banda com vocal bom e um baixista que também se destaca, fica apenas uma percepção inicial de um baterista sem carisma, com cara de emburrado e nada de diferente a apresentar, ainda que tocando o básico ali. Assim, como disse, creio que vale a pena explorar um pouco mais da carreira dessa agradável surpresa, pelo menos para mim.

Com o final da abertura, era a hora de ir ao banheiro e aguardar, pois logo o Van Halen entraria no palco. Antes de terminar esta parte, vamos a mais uma das coincidências que parece serem marcas registradas mesmo deste blog: adivinhem quem eram as duas pessoas que estavam nas duas cadeiras numeradas ao meu lado esquerdo? Sim, o americano e o inglês. É muita coincidência! Mas o show fica para a quinta e última parte desta cobertura especial.

[ ] ‘ s,

Eduardo.

Agradecimentos também ao xará pela excepcional companhia, pelo vídeo da banda de abertura e algumas das fotos por aqui!



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9 respostas

  1. Pois é…

    e nem chegamos à quinta parte da aventura de vocês e eu só fico emocionado com esta história.

    Qualquer um que ame a vida e a oportunidade de ver pessoas que amamos (admiramos, curtimos e todos os outros sinônimos) em ocasiões especialíssimas, fica com o coração na mão só de acompanhar essa insana felicidade de nos descrever, tim tim por tim tim, como é estar ali perto dos caras e ainda bater um papo com o “homi”.

    Quando a gente se presta ao serviço de dizer com o coração o que a mente reservou a outras gerações, a gente planta uma semente de divindade e beleza, que fica mais latente entre os intervalos do que nas próprias frases e orações, por isso eu me sinto um privilegiado (mesmo distante) de conhece-los e ter ciência que nada aqui tem a ver com vaidade, mas com ALEGRIA.

    Só quem não teve medo de pular, sabe como é alcançar o alvo… E vocês conseguiram

    Vamos às observações das menções do texto:

    Voos ruins com brasileiros. Plenasmo né, mano…? rsrsrs No podcast desdobre o que a gente já sabe. rsrsr

    Que bom que o encontro entre os Eduardos foi dentro do planejado. Aliás queria ver um mirror text do Schmit, dando o ponto de vista dele dessa grande viagem.

    A organização dos gringos é algo que – sem paga-pau – me fascina. Porque, com um risco aqui e ali, funciona e você que a tantos shows já esteve presente, pode falar isso melhor do que eu, torcedor de radinho.

    O soundcheck é o aquecimento dos jogadores, né? Olhar as condições do campo (som), torcida (público), comprimento do gramado e distâncias das traves (timbres, convenções, arranjos e etc) e realmente não me surpreende o profissionalismo à quinta potência destes macacos-velhos de estrada. Ainda mais de EVH, um dos maiores guitar-heroes vivos da história da música, sem qq tipo de exagero.

    Quando você falou de um cara que era casado com uma brasileira, imaginei: será que é o mesmo cara que encontrei no show do Adrenaline Mob. Se não lembra, aqui o texto:

    https://minutohm.com/2013/06/15/aventuras-em-manhattan-especial-minuto-hm-parte-final/

    Ainda bem que não era…. 🙂

    Aguardando a quinta parte… E sei que não será pouco.

    Abraço,

    Daniel

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  2. Sensacional é pouco o que tenho pra escrever depois de tanta informação. Isso aqui é uma delícia, já li umas quatro vezes. Mesmo sendo essa ” delícia”, acabei eu mesmo sofrendo ao ver alguns dos contratempos que a viagem acabou por inadvertidamente proporcionar. O vôo é realmente o ponto mais baixo, em especial por que quase não rolou a conexão. Imagina perder o show pela autêntica zona que foi descrita acima.

    Mas foi chegar em terra, e daí pra frente foi só alegria, pelo visto. Certamente e especialmente pela companhia do Eduardo xará , ou seja, isso aqui é um testemunho histórico. A vida vai passar e isso aqui vai ficar pra sempre. É o que guardamos dela. Amigos, as palavras vão vindo na cabeça e eu estou aqui escrevendo, sem filtro nenhum… Fico muito feliz por vocês. Vocês realmente merecem…que beleza!!!

    Se alguma espécie de “cereja do bolo 2″ nessa história(já que a cereja 1 não pode ser nada diferente da banda em si), essa cereja parte 2 fica pelo diálogo surreal com Eddie VH. Aqui, pára tudo, vamos pros comerciais…..
    Não tenho adjetivos para escrever agora…fica pelo sentimento particular de cada um…

    Quanto à banda : Se eu tivesse de apostar que alguém deles não estaria no sound-check, eu teria acertado, fácil. Aliás, Dave não deve ser nada fácil mesmo. Que o diga o Sammy Hagar quando excursionaram em conjunto…

    Sobre o som, é chover no molhado…. A potência e som único de Alex, a competência de Wolfie, os backings que eu achava que eram base pré-gravadas de tão perfeitos que estão nos áudios que eu ouvi desta nova formação. Então não são, certo ? E aí vem Eddie,vou até mudar de parágrafo….

    A reflexão que trago aqui, baseado nas palavras de vocês é algo próximo do que vi em 2002, quando o Rush tocou no Rio. Eu, antes daquele show, tinha firme o propósito de entender que tanto Neil Peart quanto Geddy Lee eram únicos nos seus instrumentos principais . EU pensava, e às vezes, motivado pela genialidade de outros tantos gênios, até cogitava a possibilidade de haver outros tão formidáveis quanto a cozinha do Rush. Bem, bastou vê-los ao vivo, e a dúvida se foi, e fácil. Há o antes e depois do Rush em 2002, quando o assunto é baixo e bateria. Simplesmente isso.
    Imagino que com Eddie é a mesma coisa. Uma pena eu não poder constatar isso ” in loco” . Mas fico feliz e ao mesmo tempo me parece tão natural que seja isso o que aconteceu com você, Eduardo. Simplesmente isso.

    Por fim, venho eu escrever sobre uma dúvida acerca das guitarras de Eddie. O músico desenvolveu uma linha própria de guitarras para esta fase com Dave Lee, as guitarras todas tem uma marca própria, elas são as Wolfgangs. Ainda que não tenha uma foto da passagem de som com a tal guitarra branca, é difícil não considerar que a mesma era uma dessas, e não uma das Epiphones

    Eu chutaria algo parecido com essa aí :

    Mas aqui pra nós: Seja qual for a tal guitarra que esse chato do lado de cá coloca em questão,vamos pensar: Eddie tocaria com qualquer uma, certo ? Se dermos um berimbau na mão dele, a gente sabe o que vai acontecer…passados alguns segundos de interação, ele vai tocar Eruption nele…

    Fica a chatice para você elucidar …ou não, sei lá…..

    Sensacional tudo isso….vocês merecem!!!

    Alexandre

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  3. Presidente,

    Mais uma vez você nos arrebata com um texto magistral; mas também pudera, a inspiração de estar ali na cara do gol, acompanhado pelo xará do MHM numa das cidades mais civilizadas da civilizada América do Norte, e ainda trocar umas palavras com o carismático EVH justifica tudo!

    Como eu havia já comentado, ouvir o som original da guitarra de EVH é um marco na vida, pois apesar dela estar “fritando” de tanta distorção, o som é claro, definido: dá pra ouvir as palhetadas e os dedos dele na madeira do braço, algo realmente orgânico que parece ser de uma outra dimensão, ou seja, incomparável…

    O post me emocionou do começo ao fim, pois mais uma vez você nos colocou “lá”!

    Também gostei de seu feedback no Kenny Wayne Shepherd, me interessei e vou atrás do trabalho dele.

    Aguardo ansiosamente o derradeiro post do show!

    keep em’ comin’

    Abilio Abreu

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  4. Antes de mais nada, quero expressar minha reclamação aqui, querer fazer um relato de uma série de fatos ocorridos, em comparação com um clássico instantâneo de nosso estimado presidente Rolim é complicado. Tá de sacanagem, não é mesmo?!?! O meu xará consegue lembrar detalhes que já me haviam fugido momentos após de ocorrerem… fora da realidade este rapaz.
    De qualquer modo não poderia me furtar de apresentar algumas impressões que tive desta jornada, de modo geral inesquecível.

    Meus voos de chegada ao destino final, foram um total de três, tiveram forte presença infantil. Fica o aprendizado: viajar no mês de julho traz consigo este detalhe. E com ele, algazarra, choradeira e etc… Como geralmente encontro alguma dificuldade para dormir mesmo nestas viagens internacionais, o efeito infantil não foi tão nefasto assim.

    Já em Chicago, uma adicional cereja no bolo foi acrescentada ao “bolo” que estávamos “assando”. Ao contrário de alugar a costumeira categoria econômica, fizemos um upgrade de última hora para esta fantástica pickup Mercedes-Benz. Para vocês terem uma ideia, o computador de bordo informava até a pressão de cada um dos pneus. Pra mim, parecia cena de ficção científica…

    Depois do rápido passeio no qual busquei um ponto de vista estratégico da fantástica skyline da “wind city”, fomos almoçar neste tal de Shake Shack. Não me conto entre os apreciadores de burgers (me situo mais num estilo “turista gastronômico” – havia sugerido um restaurante armênio ao presidente, o que foi rechaçado, hehehe), mas este lugar realmente é de um nível superior. Longe de porcarias insossas como Big Macs e assemelhados.

    Nestes deslocamentos, entre aeroporto e centro, e ao local do show, uns 40 km do centro de Chicago, nos deparamos com vários trechos de lentidão, mesmo em supostas “highways”. Pois é, mesmo o fantástico “grande irmão do norte”, tem seus problemas com a superpopulação de veículos. É impressionante a quantida de caminhonetes gigantescas, ou sedãs compriiiidos com uma pessoa dentro. Mas as estradas estão me muito bom estados e principalmente, extremamente bem sinalizadas.

    O Kit VIP2 realmente é muito legal, como demonstrado nas fotos e certamente, numa combinação de algum de seus elementos vai parar na parede da minha casa em poucas semanas, com certeza.

    Logo depois alguma espera, e algum atraso por parte do VH, fomos ver a passagem d som deles. Para mim foi uma experiência única e pra lá de especial. Foi minha primeira vez que assisti a um soundcheck e é muito curioso: a luz do dia, a falta de iluminação de show, a proximidade, a simplicidade dos músicos afinal são – business as usual, o público que tenta se equilibrar entre uma postura mais recatada, pra não atrapalhar aquele “ensaio” e que precisa mostrar a veneração pelos seus ídolos, afinal os preços pagos pela chance de assistir ao soundcheck denota isto… No entanto a qualidade do que foi apresentado na passagem, é impressionante. Esperava que houvesse algumas interrupções, alguns testes e alterações em equalização de som, mas não: as músicas foram tocadas a perfeição desde a primeira nota até a última. Se não fosse pela ausência de Dave Lee Roth – que acho que não participou menos por estrelismo e mais, avalio para poupar suas desgastada voz – poderia dizer que as músicas estavam tão perfeitas quanto foram no show. Ah, quanto aos backings, já na passagem eles se mostraram nada menos que perfeitos, harmonias no lugar e tudo mais. Em nenhum momento pude notar nada pré-gravado quanto a parte vocal. E não foi sentida falta de Michael Anthony mesmo, devo admitir também. Não tendo a arroubos emocionais como os de nosso estimado presidente (confesso que só lembro de ter me emocionado à beira das lágrimas em três shows: Deep Purple em Porto Alegre (1997), Iron Maiden em Porto Alegre (1998) e Black Sabbath em Porto Alegre (2013)), devo dizer que fiquei MUITO impressionado com a qualidade do som que o Van Halen, e principalmente que Eddie Van Halen apresentou, já na passagem. Não há o que dizer: tudo perfeito!!! E Eddie estava numa vibe muito boa, de bem com a vida sorridente e até trocando algumas poucas palavras com um maluco fã brasileiro. Esta conversa, descrita pelo presidente, não estava nos nossos planos (ao menos eu não sabia de nada). As recomendações da equipe do VH insistiram em pedir pra gente que respeitássemos os músicos, que era um momento de trabalho pra eles e que não deveríamos atrapalhar. Quando Eddie entra no palco, vejo, ao meu lado, nosso presidente quebrando o protocolo desavisadamente e tendo aquela breve e inesquecível conversa com o surpreendentemente simpático mestre das seis cordas. Foi curto, só 4 músicas, mas muito legal. Ter o primeiro contato com VH de maneira tão próxima e tão perfeita com Running With The Devil e tudo… não consigo reclamar.

    E sim, xará e companheiro de jornada, que me perdoem Richie Blackmore, Tony Iommi e outros menos votados, mas este desempenho nas guitarras é o melhor que já vi na minha vida!!!

    A pequena maluquice de nosso presidente Rolim o transformou (e a mim, por osmose) em pequenas subcelebridades dentre o grupo de fãs que assistia a passagem de som. Isso, posteriormente resultou na aproximação de dois outros fãs que vieram conversar com a gente. Podemos ver que não éramos os únicos insanos do local. O cara de Seattle, que já havia morado em São Paulo e parecia conhecer todas casas noturnas da cidade havia saído da Nova Délhi direto para o show, sem ter nem passado em casa. E o outro, escocês, tinha vindo da Grã-Bretanha somente para o espetáculo. Que poder tem um grande banda de rock, hein…

    A estrutura do local do show, efetivamente chama a atenção. São mais de uma dezena de lojas de comes e bebes, diversas opções de comida e bebida, e um lugar agradável pra ficar, e curtir (ou afogar) a ansiedade enquanto espera o show de seu ídolo. Desde sempre mantive um padrão de comportamento que não sobrepõe assistir a um show e tomar bebidas alcoólicas. Quero estar com todos meus sentido bem afiados para poder aproveitar 100% do que um show, tão esperado, e tão caro às vezes, tem para oferecer. Bem, nos Estados Unidos, bem como no Brasil, parece estar em reduzida minoria neste conceito. Em sua maioria o público consumia, enquanto esperava o show largas quantidades de cerveja e outras bebidas pesadas que iriam causar algumas incomodações mais tarde, como vocês verão. Nossos novos amigos não fugiam a regra, consumindo quantidades industriais de cerveja e vodca com energético. Doideira…

    Nisto, começa o show de Kenny Wayne Shepherd e como ninguém se manifestava, pedi licença e fui. Efetivamente o líder da banda tem uma tremenda habilidade com a guitarra apesar de lembrar muito de Stevie Ray Vaughan. Mas como sempre digo, se tu vais imitar alguém, que seja um mestre indiscutível como SRV. Eles tocaram até Voodoo Chile também era tocada por Stevie em sua banda e apareceu em seu segundo e maravilhoso álbum chamada “Couldn’t Stand The Weather”. Chamou minha atenção a qualidade do vocalista que caucasiano, pode ser confundido com um daquelas graves e profundas vozes negras de blues. Muito legal. O baterista da banda, caro presidente, é Chris Layton que tocou com Stevie Ray no seu “Double Trouble”. O estilo dele sempre foi assim, meio minimalista e relaxado. Eu não me decepcionei. Pelo contrário. Foi mais uma cerejinha neste bolo sensacional, já que foi uma chance de ver e ouvir, ao vivo, uma parte de uma banda que significou e ainda significa muito pra mim. Devo mencionar ainda como me chamou a atenção o fato de tanta gente na platéia acompanhou de perto o show de abertura, muitos deles cantando as músicas que, com exceção dos covers

    Fiquei meio decepcionado comigo de ter demorado pra ir para a plateia, perdendo um par de músicas do show, mas faz parte.

    Terminado o show de abertura, restava acumular ansiedade para o grande momento da noite, da viagem e, talvez, do ano. Mas isso é papo pro próximo post. Já quero aproveitar e agradecer ao meu xará, Eduardo Rolim que com sua energia, disposição e animação sem par conseguiu a façanha de deixar esta experiência única de curtir um show do Van Halen, das primeiras filas e na grande Chicago e algo ainda mais inesquecível. Precismos repetir algo do gênero, meu chapa.

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  5. Xará, galera, olhem a situação e o acerto em ter escolhido rapidamente uma data e em uma grande cidade:

    Já imaginaram a frustração? O VH é a banda mais “perigosa” do mundo!!!

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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