Discografia Iron Maiden – Episódio 05: 1983 – Piece Of Mind

Iron Maiden – Discografia Comentada

Episódio 05: 1983 – Piece of Mind

Ahhhh manhêêê …. não quero brócolis! Queria cérebro!

No capítulo anterior (que você poder ler aqui), acompanhamos a entrada de Bruce Dickinson precedendo o álbum de estúdio The Number of the Beast, que levou a banda a um novo patamar musical, profissional e de popularidade. Ao final de 1982, a banda passaria por uma última troca de integrante, que levaria o Iron Maiden à formação mais conhecida e clássica de sua história.

Sai Clive Burr, entra Nicko McBrain

A saída de Clive é um dos muitos pontos de interrogação na história do Iron Maiden que não sei se um dia saberemos toda a verdade.

Quando você é moleque, faz besteira por natureza. Agora, quando você é moleque, aspirante a astro de rock, viajando com amigos em turnê, com a mulherada em cima e com um pouco de dinheiro, aí meu amigo, a besteira é de alta classe. Clive Burr, durante o turnê Beast on the Road, seguia esse script junto com seus companheiros de banda.

Em palavras do próprio Adrian Smith em entrevista sobre o assunto, “Clive chutava o balde”. E isso também não era um problema para Steve Harris, desde que a performance de sua banda não fosse afetada. No entanto, em alguns shows da turnê, as performances de Clive se mostravam em deteriorização. Segundo Steve, houve shows que Clive passava ao lado de um balde, vomitando durante grande parte das músicas. Já vimos esse filme antes: quando a confiança de Steve é abalada, não tem santo (nem empresário) que a mude.

Durante a turnê estadounidense, o pai de Clive faleceu de ataque cardíaco fulminante com apenas 57 anos de idade (ironia o filho morrer mais novo ainda, com 56 anos). Clive voltou para o Reino Unido, ficando lá por duas semanas. O Iron Maiden prosseguiu aquele período com Nicko McBrain nas baquetas, de maneira temporária.

Nicko já era conhecido no círculo do Iron Maiden e amigo dos membros da banda. Além de ter se vestido de diabo para o clipe de The Number of the Beast, Nicko também fazia as vezes do chifrudinho em alguns shows da Donzela. Na época, ele tocava na banda francesa Trust, que abriu shows para o Iron Maiden na Europa, durante a mesma turnê.

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Nicko McBrain (à direita) com a banda Trust, que abriu vários shows para o Maiden durante a turnê Beast on the Road

Durante as duas semanas de ausência, os shows ocorreram sem problemas, mas ao retornar aos Estados Unidos, Clive foi chamado para uma reunião e foi cortado. O baterista nunca se considerou uma pessoa que bebia exageros (mais do que os outros integrantes do Iron Maiden) ou que participasse de escândalos. Ainda abalado devido ao pai, a demissão não foi algo que “piorasse as coisas” para Clive e ele retomou seu caminho de volta para casa.

E com isso, o senhor Michael Henry McBrain assumiu as baquetas na Donzela. Tem muito lugar aí que coloca que “Nicko” é uma derivação do ursinho de pelúcia que ele tinha quando menino. Não está errado falar isso, mas também não está certo. O nome do tal ursinho é “Nicholas – The Bear” e o apelido de McBrain, dado pela sua própria família, era “Nicky”.

O nome “Nicko” veio lá pelas bandas de 197x (x variando entre 1 a 4), durante uma parceria com Billy Day, um vocalista e tecladista que fazia algumas bobagens quando bebia demais (quem não faz, certo?!). Certa vez, durante uma visita dos chefes da gravadora que suportava o selo de Billy, já meio mamado como de costume, McBrain fora apresentado como “o baterista italiano: Neecko!”. Desde então o nome artístico foi adotado, mas virando “Nicko”, para deixar mais próximo do inglês.

Organograma

Dec/1982 – Jan/1990: visualizando a espinha dorsal do Iron Maiden e suas ramificações.

Eu gostaria muito de resumir toda a história acima com aquilo que eu pessoalmente acredito: “Steve e o resto da banda consideravam Nicko McBrain muito melhor do que Clive e foi por isso que houve a troca de baterista”, mas não existe uma única fonte oficial que diga isso…

Singles de Piece of Mind

Flight of Icarus

Lançado em 11 de abril de 1983, esse single foi o primeiro a ser lançado nos Estados Unidos desde à assinatura com a EMI. Contém duas músicas:

  1. Flight of Icarus: mesma versão que aparece no álbum Piece of Mind.
  2. I’ve Got The Fire: cover do Montrose, que já apareceu no single Sanctuary, de 1980 (em versão ao vivo com Paul Di’Anno). Já nessa versão temos uma gravação em estúdio, com uma qualidade muito superior.

Essa é de longe a melhor capa de um single da Donzela. É fisicamente impossível Ícaro ter se queimado com o sol – dentro da atmosfera terrestre quanto mais alto você vai, mais frio fica; e fora da atmosfera não existe oxigênio. Por isso, nada melhor que o Professor Eddie nos dar uma aula de física e se intitular o real assassino de Ícaro, queimando-o com um lança-chamas. Sensacional!

E se Ícaro parece o anjo do selo do Led Zeppelin virado 180 graus, não sou eu quem vai levantar essa bola…

Capa do single Icarus

O single e a localização do símbolo de Derek Riggs (em azul, no meio do céu, caso sua atenção tenha sido atraída por outros pontos em evidência na imagem)

The Trooper

Segundo single, lançado após Piece of Mind, em 20 de junho de 1983, contendo duas músicas:

  1. The Trooper: mesma versão que aparece no álbum Piece of Mind.
  2. Cross-Eyed Mary: cover da banda Jethro Tull, do conhecido álbum Aqualung, de 1971. Uma curiosidade é que essa versão foi tocada nas rádios americanas, mesmo Rod Smallwood sendo contra, como ele mesmo disse no livreto que acompanha a coletânea de lados-B: “uma das poucas coisas que conseguimos tocar nas rádios dos Estados Unidos, e foi ‘só’ um lado B”.
Capa do single Trooper

O single e a localização do símbolo de Derek Riggs

Essa ilustração de Riggs também é outro marco importantíssimo ao Iron Maiden, pois muito do merchandising da banda girou sobre essa imagem. Sendo muito breve, você provavelmente tem uma camiseta da capa do single ou já tomou uma (deliciosa) Trooper. Apesar de Derek não mencionar sua inspiração, é muita coincidência que uma das bandeiras da batalha dos confederados (o Norte contra o Sul dos Estados Unidos) tenha uma imagem dessas:

Batalha dos confederados

 “Piece of Mind” (1983)

Coisas que ninguém presta atenção Ficha Técnica:

  • Produtor: Martin Birch
  • Engenheiro de som: Martin Birch
  • Engenheiros auxiliares: Denis Haliburton e Frank Gibson
  • Capa: Derek Riggs
  • Gravado no Compass Point, Nassau
  • Mixado no estúdio Electric Lady Sound Studios, Nova Iorque
  • Fotos para o álbum: Simon Fowler

Gostaria de pontuar aqui novamente algo que deixei claro em posts passados: a importância de um empresário com visão de futuro e pé no chão – coisa importantíssima para que uma banda consiga destaque e sobrevivência no longo prazo. A gravação do álbum foi feita em Nassau (fora da Inglaterra) propositalmente, com dedo direto de Andy Taylor e Rod Smallwood, para que os impostos ingleses, que eram altíssimos à época, não fossem considerados no orçamento reservado ao Maiden pela EMI. Mesmo com o boom de The Number of the Beast, o empresariado não saiu adotando uma postura de banda rock star, mantendo-se firme a um planejamento que havia sido desenhado (é por isso que eu, particularmente, não aceito a tal da frase “Iron Maiden se resume em Bruce Dickinson” que é dita aos quatro ventos).

E não posso deixar passar batido a citação de Nicko McBrain, onde ele atesta que “a banda tinha um bar só para ela. Tínhamos 5 semanas para trabalhar no álbum, mas tivemos que nos apressar um pouco, pois passamos 3 semanas só bebendo”. Mais detalhes, ouça o Listen with Nicko, Parte V.

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O lineup de Piece of Mind – esq. para dir.: Adrian Smith (guitarra), Nicko McBrain (bateria), Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo) e Dave Murray (guitarra)

Piece of Mind foi lançado em 16 de maio de 1983, contendo nove faixas. Nos Estados Unidos, a primeira versão do vinil veio com 10 faixas, tendo o cover “Cross-Eyed Mary” na quinta posição, entre Die With Your Boots On e The Trooper, além do disco vir impresso com imagens. Apesar de preferir textos, dessa vez precisarei ilustrar com mais imagens as evoluções e os acontecimentos com a capa desse álbum.

Durante as rodas de cerveja em Nassau, Steve comentou com Rod Smallwood a ideia de colocar Eddie preso em uma camisa de força. Após os primeiros esboços de Derek, Rod achara a imagem muito inocente e simples. Com isso, Rod sugeriu a lobotomia em Eddie, ideia aprovada pela banda.

Inicialmente batizado de “Food For Thought”, esse nome ridículo foi alterado para “Piece Of Mind” (que, além de fazer referência direta à lobotomia, é um trocadilho genial com “Peace of Mind”, cuja tradução é “Paz de Espírito”, uma metáfora mais ampla para a antítese representada pela camisa de força e as correntes em Eddie).

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A concepção inicial de Derek Riggs com uma ideia do que seria a imagem de Piece of Mind


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A arte final de Piece of Mind

Acredito que esse seja um dos poucos trabalhos de Derek (se não o único), cujo símbolo adotado pelo desenhista não está na parte frontal que define a capa. Para o caso dos CDs, a arte precisou ser cortada – junto com o símbolo, que ficava na ponta de um colar – dando brecha para muitos desavisados dizerem que o símbolo de Derek ficava no cadeado do pescoço de Eddie (sabe aquela fábula das roupas do rei, onde “só os inteligentes conseguem ver”?! Pois é…).

A localizacao do simbolo

A capa do álbum, a localização do símbolo de Derek Riggs e a parte de trás da versão do CD, que cortou o amuleto (compare mais acima com a arte completa do álbum)

A lobotomia feita em Eddie traz uma outra brincadeira que a banda fez com a Bíblia, do mesmo livro das Revelações que abre a introdução da música The Number of the Beast, só que agora no capítulo 21. O verso original é: And God shall wipe away all tears from their eyes; and there shall be no more death, neither sorrow, nor crying, neither shall there be any more pain: for the former things are passed away.

Dentro do encarte é possível ler o mesmo verso, só que ao invés da palavra pain, está brain, sem que a palavra alterada tenha algum tipo de destaque. Quem não conhece o verso acha que é a própria citação da Bíblia.

A capa de Piece of Mind não trazia polêmicas, mas houve um erro de impressão na última faixa que acabou criando uma versão rara para uma tiragem de LPs. A nona faixa, To Tame a Land, foi impressa como o nome Dune (nome do romance que inspirou a canção, que realmente era a intenção de Steve Harris originalmente como título da canção, mas que foi barrado pelo autor do romance). Vale lembrar que essa música já foi dissecada pelo Caio aqui no blog, na série “Desvendando”, e não tem o menor sentido eu ficar repetindo as coisas.

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Um dos erros de impressão com Dune encerrando o Lado B de Piece of Mind

Tracklist

Piece of Mind foi o primeiro álbum da Donzela cujo título não tinha uma música homônima.

  1. Where Eagles Dare (Harris) – 6:10
  2. Revelations (Dickinson) – 6:48
  3. Flight of Icarus (Smith / Dickinson) – 3:50
  4. Die with Your Boots On (Smith / Dickinson / Harris) – 5:25
  5. The Trooper (Harris) – 4:11
  6. Still Life (Murray / Harris) – 4:41
  7. Quest for Fire (Smith) – 3:41
  8. Sun and Steel (Dickinson / Harris) – 3:26
  9. To Tame a Land (Harris) – 7:25

Faixa a faixa

A faixa que abre o Piece of Mind tem, em seus 6 segundos iniciais, uma história bem legal. À propósito, quem nunca fez um “air drums” junto da introdução de Where Eagles Dareo conhecido cartão de visitas do estreante Nicko McBrain – que atire a primeira pedra.

Steve Harris deu ao novo baterista a missão de criar uma introdução que abrisse a faixa (e consequentemente, o álbum). Nicko ficou o dia inteiro criando uma levada que usasse todas as peças de seu kit de bateria e que fosse possível encaixar em poucos segundos. No dia seguinte, Steve foi chamado para ouvir o resultado e, após Nicko tocar sua criação, de cara ouviu um “nã-nã-nã-não, nada disso!”. Steve queria algo muito mais simples do que aquilo que ouvira e, assim, ele mesmo sentou à frente da bateria. Obviamente que Steve tocou tão bem quanto a minha filha de 4 anos, mas Nicko, acompanhando a linha de pensamento de Steve, soltou um “ahh, você quer algo assim ó …?!”. O som que se seguiu é a introdução que conhecemos.

Where Eagles Dare é uma faixa baseada em um romance homônimo de Alistair Maclean, publicado em 1967 (tendo também filme lançado na sequência, em 1968). Só para variar um pouco, o tema escolhido por Steve tem relação com uma guerra (nesse caso, a Segunda Guerra Mundial) e, para ambientalizar melhor o ouvinte com relação ao pano de fundo da história, o som de uma metralhadora foi colocado durante os solos da música.

Where Eagles Dare

Where Eagles Dare: o romance e o cartaz do filme, ambos do final da década de 1960. O bondinho que aparece nas duas imagens ganhou destaque na letra: The cable car’s the only way in / it’s really impossible to climb.

Na segunda posição temos a primeira faixa oficialmente escrita e composta por Bruce Dickinson (agora com as pendências contratuais com sua primeira banda, o Samson, extintas). Revelations é de longe a música mais complexa do álbum, sendo escrita com um pé em religiões como o Cristianismo e o Hinduísmo, e o outro pé no Ateísmo, por influência direta de um filósofo que Dickinson estuda até os dias de hoje: Aleister Crowley.

Revelations usa de referências complexas para passar uma mensagem de transcendência espiritual, onde tal transcendência é atingível através da própria mente humana (e isso é algo que Crowley pregava: a mente humana alcança os meios espirituais – você não precisa de um Deus para isso). É impossível você entender a letra sem que você estude as religiões (e agora você entende porque foi fichinha Bruce conseguir seu Bacharelado em História – você sabia que ele tem um, né?!). Antes de continuar, abra uma cerveja…

O primeiro verso da música é o mais simples, porque Bruce copiou, na cara dura, um trecho de um hinário (salmo cantado em Igreja), que ele estudou na escola, escrito por G. K. Chesterton em 1906. Ouça aí o salmo completo:

Segundo o próprio Bruce, esse excerto na introdução da canção foi usado por ser ainda muito atual: a ganância por dinheiro causou a autodestruição do ser humano; e se de um lado essa ganância só aumenta naqueles que já tem dinheiro, do outro lado as pessoas sofrem, morrem e clamam pela única coisa que tem: salvação divina.

Os próximos versos e o refrão interpretam os passos que a mente deve seguir para alcançar a transcendência, com muitas metáforas e simbolismos (excertos da letra da canção em itálico), até chegar ao verso final, que demonstra os benefícios e recompensas da transcendência. Me arrisco em poucas citações:

  • The Hanged man: na Cartomancia, uma das cartas do Tarô que simboliza “ter boa sorte”. Mesmo um homem pendurado de cabeça para baixo conhece a verdadeira felicidade (A clever path for the fools who know the secret of the Hanged Man: the smile on his lips).
  • Kundalini e Samadhi: no Hinduísmo, o ser humano tem uma serpente que vive na base na nossa espinha dorsal (Kundalini). Durante um ponto de excitação mental (como em meditação extrema ou orgasmo) uma entidade espiritual é formada (Samadhi). Quando essa excitação é máxima, a serpente sobe pela nossa espinha até nosso cérebro e solta um veneno nessa entidade, simbolizando a união máxima com Deus (The light of the blind, you will see / The venom that tears my spine).

Com o “conhecimento básico” de Revelations apresentado, temos agora condições para o Caio escrever o próximo “desvendando” seguir para a próxima faixa.

Na terceira posição, temos mitologia grega. Uma interpretação de Bruce Dickinson para o conto original de Ícaro, cujo resumo é: presos no labirinto do semideus Minos, Dédalo e seu filho, Ícaro, usam de asas construídas com plumas e graxa para sorrateiramente fugir. Na fuga, Ícaro voa muito próximo ao sol, derretendo a graxa que colava as plumas e, com isso, acaba morrendo, caindo no mar da ilha de Creta.

As modificações na letra, por parte de Bruce Dickinson, foram realizadas propositalmente. Não existe ninguém observando pai e filho escaparem do labirinto (Now the crowd breaks and a young boy appears), muito menos algum tipo de traição por parte do pai (Now he knows his father betrayed / Now his wings turn to ashes to ashes his grave).

No videoclipe da canção, temos Nicko no papel de Ícaro, que se voluntariou, já que era o novato:

Com um riff introdutório matador, Die With Your Boots On é a quarta faixa do álbum. O título é uma expressão inglesa de difícil tradução ao pé da letra, sendo melhor adaptado para “morra fazendo o seu dever”. A letra é simples e direta: futuras previsões catastróficas são feitas ao planeta que vivemos e, não importa quando isso realmente ocorrer ou de quem é a culpa, morra lutando pelo lugar que você vive. À propósito, o Francês mencionado na letra (The Frenchman did surmise) é uma alusão a Nostradamus, cujas profecias eram baseadas em grandes catástrofes.

E falando em introdução matadora, a quinta posição é The Trooper. Hoje um dos maiores sucessos da Donzela, é presença praticamente constante nos shows da banda e dispensa apresentações. Foi escrita por Steve Harris para retratar a Guerra da Criméia, protagonizada entre ingleses e russos, mais especificamente na batalha de Bataclava, em 25 de outubro de 1854. A letra retrata, na visão de um dos soldados ingleses, o momento em que a cavalaria inglesa recebeu ordens para atacar o batalhão russo sem o apoio da infantaria, o que resultou em um completo massacre.

O derramamento de sangue, o absurdo erro estratégico inglês e uma homenagem póstuma aos soldados ingleses, foram imortalizados posteriormente em um poema de Alfred Tennyson, cujo título é The Charge of the Light Brigade e que você pode ler aqui.  Inclusive, durante alguns dos shows, Bruce Dickinson recita alguns versos soltos para introduzir The Trooper ao público (e imortalizado no show do Rock in Rio de 2001) :

Into the Valley of Death / Rode the six hundred
Cannon to right of them / Cannon to left of them / Volleyed and thundered
THE TROOOOPEEEER !!!

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Nas performances de The Trooper, o uniforme que o vocalista usa, enquanto carrega uma bandeira da Inglaterra, é uma réplica do uniforme inglês da batalha de Bataclava.

O poema deu origem a um filme, de nome homônimo, em 1936. O videoclipe da música apresenta trechos tanto desse filme quanto versos do poema:

E não pode deixar passado aqui a dissecação dos solos de The Trooper que esse blog já deu o bel-prazer de apresentar.

A sexta faixa, Still Life, possui uma ideia que eu particularmente não compraria para fazer uma canção. Não estou falando que a música é ruim – é uma das minhas preferidas do álbum – mas se coloque na posição de alguém da banda quando Steve falou algo do tipo “vamos fazer uma música sobre um rapaz que está obcecado com uma piscina, pois dentro da água ele vê rostos; e de tantos pesadelos que ele acaba tendo com a situação, o rapaz de atira na água, levando junto sua mulher, e os dois morrem afogados”. A letra também faz brincadeira com o título do álbum, dessa vez usando a expressão correta para “paz de espírito” (Nightmares … Will give me peace of mind).

O mais intrigante de Still Life, entretanto, é a introdução – uma mensagem subliminar colocada de trás para frente, com Nicko McBrain bêbado imitando Idi Amin Dada, um dos presidentes ditadores de Uganda (personagem central do filme O Último Rei da Escócia). A banda resolveu dar uma alfinetada novamente no pessoal que os acusava de satanismo (e vale lembrar que as novas brincadeiras com a Bíblia nesse álbum renderam mais protestos nos Estados Unidos).

Como não dá para colocar áudio no post, o vídeo abaixo possui a transcrição original e ao contrário. A tradução para o português é algo como: O quê disse o monstro de três cabeças? Não mexa com coisas que você não compreende.

Quest for fire, sétima faixa, foi escrita baseada no filme homônimo de 1981 (por sua vez, inspirado no romance homônimo de Joseph Henri Honoré Boex, de 1909). A história – do filme e do romance – relata uma tribo pré-histórica que teve seu fogo roubado e que, a partir daí, precisa retomá-lo. Steve menciona na letra uma citação de que a história se passa na era dos dinossauros (In a time when dinosaurs walked the earth), coisa que não ocorre no romance, nem no filme – e nem na vida real (não há estudos que comprovam que homens habitaram tal período da história).

Sun and Steel, oitava faixa, é baseada em Miyamoto Musashi, o mais conhecido samurai japonês, com letra novamente do historiador Bruce Dickinson. De acordo com fatos históricos, diz-se que Musashi realmente fez sua primeira vítima aos 13 anos de idade (You killed your first man at 13, killer instinct, animal supreme), falecendo de causas naturais. Na letra, Bruce sugere que o samurai terminasse sua vida com um hara-kiri (take you and your blade and break you both in two, break you both in two).

Até o momento desse post, tanto Quest for Fire quanto Sun and Steel nunca foram tocadas ao vivo pela banda. Se eu estiver errado, me corrijam nos comentários (não vale montagem de YouTube, hein!).

Fechando o álbum, To Tame a Land você lê aqui: uma total dissecação da música já feita pelo Caio no Minuto HM. Enjoy!

E se por acaso você nuuunca tenha ouvido Piece of Mind, nunca é tarde:

Piece of Mind aumentou ainda mais a projeção do Maiden ao redor do mundo e foi com esse álbum que, pela primeira vez, a banda vendeu mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos. E mais uma vez, o resultado dessa conta vai para Rod Smallwood: o cara foi pessoalmente apresentar a banda que ele gerenciava em absolutamente todos os escritórios parceiros da EMI nos Estados Unidos.

A versão da edição remasterizada de 1998 não trazia alterações na capa e o tracklist não sofreu alterações.

A turnê World Piece (atenção ao trocadilho de novo – não é “paz mundial”) durou de maio a dezembro de 1983, trazendo as mesmas propostas de espetáculo que deram certo na turnê anterior. O Eddie gigante no palco continuou e, dessa vez, seu caractere foi mais fiel à capa do álbum, sendo possível arrancar seu cérebro (o que Bruce chegou a fazer no show de encerramento da turnê, quando Eddie foi massacrado pela banda).

World Piece Tour

As imagens usadas nos cartazes da turnê World Piece e o novo Eddie gigante

Apesar da turnê ser curta para os padrões donzelísticos (8 meses), foi tempo suficiente para o senhor Bruce Dickinson ser preso. Em agosto, em um show em Indianapolis, Estados Unidos, alguma mente brilhante teve a ideia de colocar a modelo Suzette Kolaga (que tinha ganhado um concurso local como Miss Metal) com pouquíssima roupa no palco durante 22 Acacia Avenue. Bruce arrancou o (pequeno) top na moça, rendendo-lhe uma visita na cadeira após o final do show e um pedido de indenização de US$ 150.000,00 pela modelo.

Miss Metal

Bruce Dickinson e a Miss Metal – a indenização foi acertada fora dos tribunais e Bruce liberado poucas horas depois de preso.

Video Pieces VHS

Em julho de 1983, o Iron Maiden pegou carona na popularização que os videoclipes estavam tomando nos televisores. Video Pieces contém só 18 minutos de música, retratando 4 clipes da banda: Run To The Hills, The Number of the Beast, Flight of Icarus e The Trooper.

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O segundo VHS oficial da banda – o primeiro só com videoclipes

Setlist tocado na World Piece Tour

  1. Where Eagles Dare Movie Theme + Entrance
  2. Where Eagles Dare
  3. Wrathchild
  4. The Trooper
  5. Revelations
  6. Flight of Icarus
  7. Die With Your Boots On
  8. 22 Acacia Avenue
  9. The Number of the Beast
  10. Still Life
  11. To Tame a Land
  12. Phantom of the Opera
  13. Hallowed Be Thy Name
  14. Iron Maiden
  15. Run to the Hills
  16. Sanctuary
  17. Drifter
  18. Prowler

Não tire a mão do peito – chegaremos em 1984!

Até mais! Beijo nas crianças!

Kelsei Biral

Revisou / contribuiu: Eduardo.



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23 respostas

  1. Para tudo hein! Mão no peito!
    Vou começar a ler ………..o segundo melhor disco do Iron Maiden……seguindo uma das maiores obras primas do metal……..Powerslave!!!!!

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  2. Excelente!!! Apesar adorar curtir R’n’R desde a infância sempre fui meio preguiçoso em me aprofundar na história das bandas. Admiro muito os amigos que curtem pesquisar, ler as biografias e destrinchar o universo das bandas. Então quando nos chegam essas pérolas acho incrível, já que consigo apreciar a leitura sem me entediar. Alias, os textos que temos aqui no MinutoHM tem a singularidade de serem escritos (e muito bem escritos) por fãns, o que para mim faz toda a diferença.
    Parabéns Kelsei por nos trazer mais esse capitulo com tantas informações interessantes. Piece of Mind é um album excelente!
    Valeu!
    Claudio

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  3. É sempre muito difícil comentar os discos clássicos do Maiden, mas em especial gostaria de ressaltar que foi com Piece of Mind que a minha mãe finalmente passou a gostar da banda, que antes era vista por ela com outros olhos.

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  4. Kelsei, primeiro,meus sinceros pedidos de desculpas por ter demorado tanto a escrever aqui. É o maldito tempo, cada vez mais curto. Mas antes tarde….
    E segundo, e principal, após ler este post magnífico cheguei à simples conclusão que não sei nada de Iron Maiden…. Aqui , foi aprendizado atrás de aprendizado, desde o contexto da letras, todas bem legais, diga-se de passagem, a até conhecimentos mais específicos, como de ciências como a física ou astronomia. Precisei quase chegar aos 50 anos para entender que Ícaro jamais pode ser queimado pelo sol. A capa do single, alem de espetacular , é educativa, vejam bem isso…..Incrível….. E o selo realmente parece o anjo do Led Zepp, muito bem lembrado, será que foi proposital ?
    Outra curiosidade é o nome Dune, que eu já sabia que seria o nome inicial da To Tame a Land ( pelo menos isso eu sabia…) que acabou impresso em algumas versões. Imagino se isso acaba na mão de algum colecionador, quanto não valeria ….
    Outra história conhecida pela metade é a da introdução de Where Eagles Dare. Eu não sabia que Steve Harris teve de ” ensinar” Nicko o que ele tinha de fazer…. Aliás, quando a sua filha crescer um pouco, quem sabe ela também não vai saber tocar isso melhor que Harris…..
    Kelsei, o post está, como sempre, padrão Minuto HM de qualidade. Assim como o álbum em si, diga-se de passagem. É um período iluminado para a banda, todas as faixas transbordam em maestria, poderiam estar em qualquer dos álbuns do Maiden ( não no lugar de outras, pelo menos num tal de Powerslave….).
    Também é fantástica a versão de Cross Eyed Mary, pra mim supera a original.
    Só me permito a ousadia de discordar do post quando você atesta que Revelations é a música mais complexa do álbum. A letra, eu não ouso discordar, principalmente depois de tudo que você escreveu explicando como ela foi feita. A música, além da “revelação ” ( trocadilho infame) de que o primeiro parágrafo é um plágio ( sim, musicalmente ele é um plágio!!!), é bastante trabalhada , mas acho inferior tecnicamente ao que a banda desenvolve em To Tame a Land.
    Ouvi o álbum todo de novo para tecer esses comentários e foi inevitável a volta no tempo e a lembrança dos clips que passavam na tv. Eu ainda não conhecia os trabalhos da banda em detalhes, não tinha algum álbum, mas já admirava a banda. Alguns pouquíssimos meses à frente eles teriam me conquistado e dali em diante eu os seguiria e por um bom tempo mantendo a admiração.

    Estou aqui com a mão no peito aguardando o próximo capítulo!

    Up the Irons !

    Alexandre

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    • Cacildis viu B-Side …. depois que eu escrevo um post eu leio, releio, releio, até ter certeza que o texto está claro e sem pontos de dupla interpretação. E ai, lendo o seu comentário, eu volto na parte do texto que fala de Revelations e lá está a dupla interpretação …. %$#@*&!

      Quando quis dizer que Revelations é a música mais complexa do álbum não foi no sentido melódico / harmônico, mas sim no quesito “Letra + passar uma mensagem”. A interpretação da letra de revelations é muito mais complexa que qualquer outra no álbum, pois as demais tem histórias diretas e bem definidas (Por exemplo, to tame a land é baseada em um livro, por mais estranho que sejam algumas palavras lá colocadas, enquanto que Revelations, quando você lê a letra, boia totalmente).

      Me fiz claro ou compliquei mais?

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      • Eu até consigo entender do que se trata a letra de “Revelations”: se baseia nos escritos do Mr. Crowley (como Ozzy Osbourne chama-o em sua canção mais emblemática), sendo que a primeira estrofe (“Oh God of Heart and Altar…”) é parte de um hinário inglês muito conhecido. E digo o mais: se a letra de “Revelations” não fosse escrita pelo Dickinson em 1983, ela seria escrita nos anos atuais por, digamos, Marília Mendonça (hehehehehehehehe). Musicalmente, a música varia entre momentos mais cadenciados (chegando a lembrar um ritmo de balada em alguns pontos) e outros mais rápidos, com riffs e solos primorosos de Adrian e Dave, que durante todo o Piece of Mind dão um verdadeiro show de bom gosto e técnica – uma das razões pelas quais minha mãe finalmente passou a venerar o Iron Maiden através de seu quarto disco (apesar de odiar a capa com o Eddie careca) – além do baixo do chefão Harris e do então estreante McBrain, que está na banda até hoje.

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      • Claro feito água cristalina. Sobre aspectos líricos tanto você quanto o Caio e também o Eduardo estão em outro patamar. Eu, é claro, vou sempre concordar !
        Up the Irons!

        Alexandre

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  5. Caro Kelsei, estou em divida contigo, afinal de contas só agora resolvo postar este comentário, e’ um pecado um post como este ser tão pouco comentado, com toda a sua dedicação em pesquisar e escrever sobre o Maiden eu deveria ter comentado muito antes, por este motivo, me desculpe pelo lapso em não postar! Pois já tinha esboçado esse texto há algum tempo atrás. Então segue na integra abaixo.
    “Domingão de tempo emburrado e temperatura bastante agradável, depois de uma esperada e bem-vinda chuva. Acabo de colocar fogo no carvão para aquele churrasco de domingo enquanto tento registrar mentalmente o que devo escrever neste fantástico post.
    Muito legal todos os detalhes que estão no post!!! Principalmente aqueles que são citados sobre a Revelations. Kelsei, como você consegue tantos detalhes?!?! Revi o vídeo que você postou com o referido hinário varias vezes, que agradável surpresa!!!!
    Bom, acredito que não há mais nada a ser acrescentado neste post, de tão bom que e’, penso que todos nós frequentadores do blog temos muito a agradecer-lhe pela dedicação e qualidade de tudo que você posta aqui no Minuto HM!!!
    Quanto ao disco em si, o Kelsei já escreveu tudo. O restante são interpretações que cada um pode ter… como no caso de Sun And Steel, que para mim tem uma letra simplória demais, já que o tema poderia ser muito melhor explorado por Dickinson, porem acredito que parte de tudo que foi dito sobre Miyamoto Musashi seja apenas lenda, o que há de certo e’ que ele foi muito mais um Ronin do que Samurai. Quanto à parte sobre “Hara-Kiri”, ou melhor, “Seppuku” que na verdade e’ o ritual suicida, penso um pouco diferente, pois acho que seja uma forma subjetiva e de duplo sentido, ou seja, o fato de escolher ser um samurai ou um Ronin e também por outro lado dizer que Musashi foi o criador de um estilo de luta onde se usava duas espadas, a longa e a curta ao mesmo tempo em seus duelos, pois na época a espada longa era usada em campo aberto enquanto a curta era mais usada em espaços restritos e que necessitavam rapidez para o ataque. Já a escola Musashi (escola dos dois céus) se usava as duas ao mesmo tempo. Bem, mas isso e’ apenas uma opinião pessoal.
    Mas voltando a musica, apenas para ciar alguns detalhes e tentar complementar algo que já e’ mais que perfeito, li em algum lugar que os caras do Trust já estavam reclamando com Nicko McBrain, pois achavam que ele estava cobrando muito caro para tocar, já que ele era um musico contratado e não um membro efetivo da banda.
    Clive Burr ligou para o Nicko dos EUA antes de ser mandado embora do Maiden, dizendo que estava ouvindo rumores de que ele seria substituído por McBrain. Nicko disse que isso não aconteceria se ele “começasse a levar o grupo a serio”. Mas acho que Harris já tinha tomado à decisão de substitui-lo.
    O registro mais antigo que tenho do Nicko McBrain e’ de um disco do guitarrista canadense Pat Travers, trabalho de 1977 chamado Makin’Magic. Nele o baterista atende pelo nome de NICO McBRAIN. E conta com a participação especial de Glenn Hughes e Brian Robertson (ex-thin lizzy, Motorhead, etc).”
    Voltando ao presente:
    Bem, apenas para justificar o injustificável, creio que o caso do Daniel teve grande influencia, na minha participação, pois ainda e’ difícil de escrever alguma coisa por aqui sem se lembrar dele, acho que ainda não sei lidar muito bem com a morte.
    Para terminar, quanto à parte musical deste clássico, acredito que não há mais nada a comentar, pois o Alexandre e o Kelsei já escreveram tudo. Porem com esse disco chega ao fim as constantes mudanças de formação, refletindo sobre isso, acho que o Maiden foi diferente de grupos como o Deep Purple e Black Sabbath, afinal de contas nenhum ex-membro da Donzela conseguiu se firmar em uma carreira de expressão fora da banda. Salvo apenas Bruce Dickinson.
    Gostaria mais uma vez de me desculpar com o Kelsei, dizer que tudo que ele tem feito aqui e’ magnifico! Realmente tenho orgulho de poder conviver, mesmo que de forma “virtual” e esporádica nos podcasts, com todos que participam de alguma forma do minuto HM!!!
    Um abraço a todos.

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  6. A versão que eu tenho e ouço deste Piece of Mind não tem aquela idiotice/bobagem que é a mensagem subliminar que introduz “Still Life”, o que por sinal já é um ponto puramente positivo pra mim. Baixei o álbum todo do YouTube e foi esta a versão que mostrei para a minha mãe.

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  7. Vou discordar de todos que até agora comentaram e decretar que o Piece of Mind é o melhor disco do Iron Maiden, perfeito em todos os sentidos, com interpretações impecáveis da banda e músicas sem falhas. Dificil dizer qual é a melhor das músicas do disco e graças a Deus não existe nenhum pool sacrificante que me faça escolher. As duas que nunca foram tocadas ao vivo (não ouso discordar de uma vírgula deste maravilhoso texto) talvez estejam entre as minhas preferidas. Quest for fire tem um falsete muito dificil de fazer – será que o Bruce abendou de faze-la ao vivo? Seria esse um motivo? E tal frase “you killed your first man at 13, killer instinct, animal supreme” é sensacional, que interpretação vocal de Mr. Dickinson. Aliás a entrada de Where Eagles Dare (outra pouco tocada ao vivo) talvez seja minha parte predileta de tudo o que McBrain fez no Iron. Por fim To Tame A Land talvez seja uma das músicas mais difíceis de tocar da Donzela, uma aula da banda que estava realmente inspirada.
    E por falar em aula, que dádiva este post que me trouxe várias informações que nunca soube, além de me fazer pensar na atmosfera e sua queda de temperatura na Terra, so o Kelsei….
    E por fim, Cross Eyed Mary poderia entrar no disco, afinal também considero a melhor cover do Iron, novamente com Dickinson cantando o seu melhor. Mas com ou sem ela, o disco é perfeito “anyway”.
    O Presidente que se manifeste, se eu não tenho o tal “poder de decreto” acima, que ele faça o decreto e consagre o melhor da banda: Piece of Mind.
    Tenho dito.
    Remote

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    • Quando você fala que Piece of Mind é seu favorito disco do Maiden, você está falando pela minha mãe, que também é fã do álbum e foi com este que ela finalmente passou a gostar da banda, por minha causa! O único lado negativo que ela observou no álbum é a capa que mostra o Eddie careca… Mas é como dizem por aí: “nunca se deve julgar um livro pela capa, o importante é seu conteúdo apresentado, no caso, as músicas e as letras”. E foi o que aconteceu. Valeu muito a pena esta experiência!

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