Rádios, o mundo evoluiu e há MUITAS outras opções – portanto, parem de cortar os finais das músicas!

O título deste post pode parecer para muitos como um desabafo… bom, e é mesmo.

Aqui o recado é simples mesmo: não dá para entender mais, hoje em dia, qual é a vantagem das rádios continuarem cortando finais das músicas. E, muitas vezes, são aqueles dois, três segundos que, dependendo da música, fazem TODA a diferença.

Tentando já eliminar algumas “defesas” da prática:

“Ahhh… mas é isso é uma prática desde sempre, mil novecentos e guaraná com rolha, bla-bla-bla”…

“Ahhh, isso é lendário, especialmente da guerra das rádios dos anos 1960, quem toca mais músicas por hora, faz parte até da estratégia de marketing…” ou… “Ahhh, isso faz toda a diferença no final do dia, semana, mês, ano, para mostrar como esta rádio consegue tocar MAIS músicas que outras e ainda mantendo sua estratégia de propagandas”…

“Ahhh, mas isso é assim mesmo, os Beatles lançaram Hey Jude e a música era TÃO grande que TODAS as rádios cortavam a música mesmo, bla-bla-bla”…

“Ahhhh, mas hoje em dia é pior ainda, ninguém tem mais paciência para nada, meio que vale a pena cortar ainda mais que o final”… (vide abaixo).

“Ahhhh, mas isso é algo até cultural das rádios, faz parte do DNA, é igual aos “radio edits” das músicas…” – OPA, não estou falando de versões editadas / especiais para rádio neste post – ainda que também não goste delas e não veja vantagens a não ser comerciais às partes envolvidas.

Bom, devem ter outras frases assim, aquelas “desculpas que contamos e ecoamos para nós mesmos”, imagino. Em um mundo onde o papel do rádio parece ser algo mais emergencial / “o que está instalado no carro e funcionaria em caso de uma crise na internet”, com países já desativando inclusive o FM, está na hora de, pelo menos, ouvirmos uma música até o fim.

Ou seja, quem ouve MÚSICA nas rádios (sem contar os programas ao vivo que, mesmo assim, estão todos por streaming hoje em dia, muitos com vídeo, inclusive), ouve mais por uma questão de comodidade – rádio instalado no carro preço (não “gastar” o plano de dados do celular ainda sendo o principal), ou ainda algo cada vez mais saudosista – e isso vem de um cara que se considera saudosista com quase tudo – tanto na hora de ouvir ou de usar o mesmo equipamento de geração em geração.

Bom, não sou especialista em rádio, mas não precisa ser lá muito esperto para entender que a tecnologia já engoliu tudo. Em se tratando de música apenas, não consigo ver NENHUMA vantagem das rádios tradicionais hoje em dia (ok, esse e os dois parágrafos anteriores foram desproporcionais ao tema, hehehe).

É difícil não misturar os temas e acabei caindo nessa escrevendo o texto. Talvez o desabafo seja mais simples, independente se das FMs ou das rádios e canais digitais, então vou voltar a ele: “rádios – DEIXEM A GENTE CURTIR DE VERDADE UMA MÚSICA ATÉ O FIM”.

E vale para todas as “técnicas” tradicionais das rádios: o corte, puro e simples; o irritante fade out quando não é da própria música, com ou sem gente falando por cima; e sim, o pior de todos, que é uma música terminando (ou mesmo começando) com o cara da rádio “falando por cima” ou já mesclando uma propaganda.

Eu aqui prefiro ouvir MENOS músicas em quantidade, mas conseguir ouvir… a música COMPLETA, do que ouvir MAIS MÚSICAS”. Se for uma versão ao vivo (que, infelizmente, também continuam sendo pouco explorada pelas rádios), tudo bem cortar um pouco os gritos ao final. Mas versões de estúdio, aí não. E vejam: nem estou falando do modelo financeiro, afinal, as rádios precisam sobreviver como qualquer negócio.

Seria minha voz solitária ou temos outros apreciadores de música que sofrem com os cortes dos finais das músicas? Ou vocês gostam do corte do solo ou fade out antes da hora em Hotel California, por exemplo?

Ah, ainda aqui no final, tenho algo a falar a todos: é fundamental que todos tenham claro que…

eu ainda ia falar que……………………………………………

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Músicas, Off-topic / Misc, The Beatles

6 respostas

  1. Eu também não gosto dos cortes dos finais das musicas na rádio, muito embora eu ouça cada vez menos rádio, e, ai, chovendo no molhado, isso deve ser pra todos. Acho que rádios vao se tornar como os ex-canais de clips: será um formato para inteiração social como já ocorre hoje. A pessoa quer “interagir” com a rádio, quer ligar pra rádio, quer ouvir seu nome associado à tal música, quer gravar uma áudio, participar das enquetes, quer fazer parte de algo………socializar…. acho que o rádio talvez tenha sido um dos primeiros canais de comunicação em que isso ocorreu e depois da explosão tecnológica, o rádio passou a ser relegado ao décimo plano, mas eu percebo que agora o rádio passa a fazer parte desse universo comportamental em que muitos querem fazer parte. Muitos querem socializar com o rádio também mandando mensagem, participando da programação de algum modo, logo, minha conclusão é que a música esta cada vez mais secundária no meio, assim como foi com os canais ligados a música que passaram a ser mais como veículos de comportamento social e menos música, o rádio esta indo pro mesmo caminho: mais social, menos música. Os cortes viraram secundários.

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  2. Assunto muito interessante, eu acabei voltando a ouvir rádio no carro, mas não música. Ouço reportagens e principalmente para saber se consigo adivinhar por onde posso ir em segurança e com menos trânsito. Ouvir música em rádio basicamente eu faço apenas em programas de flash back e aí tem de aturar não só os fades, mas as vinhetas por cima das canções ou as versões editadas. Acho que o Rolf tem razão na questão interação que as rádios vem trazendo para suas programações, como já aconteceu com a extinção ( praticamente) dos programas de videoclips e já não crio mais expectativa e aí não tem tanta irritação, mas o Eduardo tem toda a razão quando se mutila um solo como o de Bark At the Moon. É de querer quebrar o rádio. E exemplos não faltam,posso lembrar outros dois de súbito aqui :

    On the Rocks ( Rita Lee, com o auxílio luxuoso do Steve Lukater ,do Toto)

    e

    No More Lonely Nights ( Paul Macca e o ” guest” David Gilmour)

    Aliás, isso até daria um post em paralelo. Músicas que o solo não deveria terminar em fade ( editadas ou não ).

    Saudações

    Alexandre

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  3. Quando era adolescente, lembro-me uma vez que consegui ligar em um programa especifico que só tocava rock, lá de Bauru, tarde da noite, e pedi para eles tocarem algo do Kill’em all ….. e eu tomei uma “ow amigão, eu não posso tocar. Pode ser do black album?” …

    Rádios são empresas com fins lucrativos. Como agora não tem mais essa de colocar o K7 ou o CD, baixa o álbum no seu app e compartilha via “blufu” (como diria a minha mãe).

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  4. Aos que ainda escutam – ou tentam – as rádios, aqui vai MAIS uma crítica ferrenha a que ainda é uma boa rádio, mas que insistentemente está fazendo besteiras: a Kiss FM.

    Além do tema do post, a rádio, que do nada mudou de frequência em SP, agora adotou um “marca d’água” quando um locutor está falando algo em intervalo, dando notícias ou fazendo comentários em geral. IRRITANTEMENTE a cada 10 segundos, ouve-se no fundo um “Kiss”. É uma coisa INSUPORTÁVEL. Não dá para acreditar.

    Se acharem que “não é nada”, experimentem ouvir. Ou coloquem alguém para falar a cada 10 segundos algo no fundo de uma conversa.

    Sinceramente… não dá para entender. Ainda se fosse nos tempos que gravávamos FM… realmente uma lástima me afastando ainda mais das rádios.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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