Discografia HM – Spirits Of Fire – novo trabalho de Tim Ripper Owens

Aproveitando a passagem de Tim Ripper Owens pelo Brasil na semana passada, achei que seria uma boa postar algo sobre o novo projeto dele.

Trata-se da banda Spirits of Fire que lançou seu debut no dia 22 de março de 2019 intitulado como homônimo da banda. Eu coincidentemente estava  ouvindo o trabalho deles quando vi que haveria um show de Tim Ripper no Manifesto Bar por acaso. Spirits of Fire entrega um trabalho honesto com todos os elementos de um bom heavy metal: timbres, bons solos, boa cozinha, boas composições pesadas, performance vocal impecável e lembrando um pouco a sonoridade do Judas da era Tim Ripper. Se numa análise “fria e técnica” posso afirmar que a banda entrega um bom trabalho no álbum, eu particularmente achei a banda “reta” demais, sem maiores variações melódicas e com pouca criatividade no formato das composições. Por isso, a comparação com Judas precisa ser feita com uma certa ressalva. No geral, o resultado é bom mas ainda estou ouvindo pra buscar aquele som. It’s Everywhere é uma boa música “de entrada” e merece ser conferida.
O mundo do heavy não é mais  surpreendido com o anúncio de formações de projetos com nomes já tarimbados de outras bandas de maior projeção e Spirits of Fire reúne um quarteto de músicos competentes encabeçado pelo vocalista Tim Ripper Owens (ex-Judas PriestWinter’s Bane, Malmsteen e Iced Earth) e contando também com o guitarrista Chris Caffery (Savatage, Big MouthTrans-Siberian Orchestra), o baixista Steve DiGiorgio (Iced Earth, Death, Sadus, entre muitas outras bandas) e o baterista Mark Zonder (WarlordFates Warning). O trabalho é produzido por Roy Z, que possui um bom cartel de vitórias produzindo entre outros nosso grande Bruce Dickinson. 
Spirits of Fire já está disponível nas plataformas digitais. Nas palavras de Owens, em entrevista à Ultimate Guitar, o novo álbum “tem muita luz e sombra, é um pouco da vibe que queríamos. Pensamos em fazer um disco com a nossa personalidade, nossas influências e nosso estilo. Acho que as pessoas vão gostar porque não é a mesma música de novo, no mesmo estilo”.
Vale a pena conferir o álbum banda, principalmente pelo talento de Ripper Owens, um dos vocalistas de metal que mais me agradam, além de ter uma história muito interessante. Aquem chega agora, é bom lembrar que TRO era um  grande fã do Judas Priest e do gigante Rob Halford quando montou, no início dos anos 1990, a British Steel, banda tributo ao Priest e cujo nome é o mesmo de um dos álbuns dos britânicos. Anos depois, com a saída de Halford, o ‘Estripador’ foi convidado para assumir os vocais da banda, reunindo-se aos seus antigos heróis numa história de novela. Ou melhor, de cinema. Em 2001, o caso serviu de inspiração para Rock Star, com Mark Wahlberg e Jeniffer Aniston. O filme terminou em disputa da banda com os produtores, mas isso já é assunto para outro post.
Ripper Owens gravou dois álbuns de estúdio os quais são fabulosos e se não me engano mais dois ao vivo devido ao fracasso comercial dos álbuns de estúdio, em uma tentativa desesperada da gravadora de recuperar terreno para o Judas Priest até o retorno de Halford. Depois disso, ele foi bem no Iced Earth e algumas outras bandas. Com Spirits of Fire e sua formação espero que ele volte com maior intensidade para os holofotes do heavy metal muito embora eu acredite que TRO sofra do mesmo problema que artistas como Tony Martin que muito embora tenham participado de bandas históricas, não souberam conduzir suas carreiras levando-os a ficar relegados a uma terceira categoria de artistas, tocando em bares em países de terceiro mundo, sem muita repercussão. 
Grande abraço a todos.
Long live rock and roll
Rolf.
Editou: Eduardo.


Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Judas Priest, Músicas, Resenhas

5 respostas

  1. Rolf, mais uma vez, nosso amigo tema do post gostou da matéria no Twitter:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Antes de tudo, bacana o feedback do alvo do post. Aliás, incrível. Eu continuo a me surpreender com isso.
    Em relação a ouvir, sei lá….. Mesmo com um músico de extremo talento como Steve Giorgio no baixo. O cara é fenomenal, não sei se tem o espaço que merece aqui. Se tiver, ponto para Tim.
    Até penso em ouvir esse álbum, mas tem tantos antes que sabe-se quando vou dar essa chance. Eu particularmente curto demais o Meltdown live do Judas, mas não tanto os álbuns autorais.
    O post é muito bom e indicado àqueles que conhecem e curtem o som de Tim e companhia.
    Por enquanto vou nas palavras de quem entende bastante do assunto, nosso Rolfístico personagem.

    Alexandre

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  3. Acabei conseguindo ouvir o álbum neste fim de semana e veja lá, me surpreendi até. É Um disco que pra mim supera os álbuns que Tim fez no Judas Priest.rReconheço que não sou dos maiores apreciadores desta fase sem o Halford. Voltando ao álbum, o começo, até a faixa-título, é na linha do que o próprio Judas faria e faz atualmente, com a voz de Ripper na medida certa e muito parecida com a de Halford atual. Da faixa titulo em diante a banda que já mostrava qualidade passa a ter mais espaço e entrega um instrumental incrível, com passagens intricadas, ótimos solos de Caffery e boas intervenções de bateria, embora não haja momentos de time signature pouco usuais. O fim do álbum cansa um pouco e aponta sutilmente um certo desgate na voz de RIpper. O saldo é muito positivo, principalmente para quem curte o vocal de Tim e gosta de um instrumental apurado.

    Alexandre

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