Cobertura Minuto HM – Eduardo Falaschi – Temple of Shadows in Concert – São Paulo – resenha

Cobertura Minuto HM – Eduardo Falaschi – Temple of Shadows in Concert

Tom Brasil – 04/Maio/2019

Galera, essa noite tá demais! Como é gravação de DVD a gente tem a desculpa pra repetir tudo … se bem que o maestro me mata!

Edu Falaschi

Não foi só pela música, mas pela superação!

Se você teve em sua família alguém que já tenha passado por depressão e a superou, então você entenderá isso melhor do que ninguém.

Eduardo Falaschi esteve no fundo do poço alguns anos atrás e, por isso, eu inicio esse post agradecendo cada uma das pessoas que não desistiram dele. Cada familiar, cada amigo, cada fã que, de alguma forma, tenha feito algo direta ou indiretamente. A recompensa veio!

O recomeço começou cerca de dois anos atrás, com a The Angra Years Rebirth of Shadows Tour, que passou por São Paulo por mais de uma vez, e cuja cobertura passou por esse blog.

Mas o show do 04 de Maio de 2019 tinha outro significado. Era uma nova turnê! Era com o Temple of Shadows na íntegra (levando o nome da nova turnê)! Era com gravação de DVD! Era com a presença da orquestra Bachiana de São Paulo, conduzida por João Carlos Martins! Era com casa cheia, com muitos convidados! Era a consolidação do recomeço!

Cheguei 20:30. As lojinhas (uma do Edu e outra do Aquiles) estavam impossíveis. Como não queria pegar fila (mesmo vendo de esgueio atrativos preços em CDs do Almah). Fui com a minha esposa para a pista, ficando do lado esquerdo do palco (pois a tendência no Tom Brasil – casa da Zona Sul de São Paulo que hospedava o evento – é sempre abarrotar do lado direito, que é onde fica a única entrada). E apesar de contar cerca de 10 câmeras no local, a minha maior surpresa foi o tamanho da pista premium, que tomava fácil fácil mais de 60% de toda a pista. Abusivo!

Subir 2

O palco, tomado por um bandeirão da imagem da turnê – uma releitura da capa do Temple of Shadows – teve às 21:50 a entrada de dois responsáveis pelo DVD (sendo um deles o diretor). A plateia foi gravada batendo palmas, gritando pelos nomes dos músicos e com um coro. Foi insistido também que não gravássemos nada pelo celular.

As 22:00 em ponto o bandeirão é levantando, com toda a Bachiana já posicionada. Não me lembro se João Carlos Martins entrou depois ou se já estava no local. A introdução do espetáculo se deu com uma das sinfonias de Beethoven, emendada com a última faixa do Temple of Shadows, Gate XIII (para quem não conhece, é um instrumental orquestrado que repassa toda a história contada no álbum, com arranjos de todas as músicas).

Uma das coisas bem legais que notei, foi durante o meio da execução da sinfonia de Beethoven, onde um dos flautistas deu um sorrisinho quando a plateia aplaudiu no meio da música. Acho que ele não esperava ser ovacionado antes do término, o que é muito comum em execuções clássicas.

Subir

E não é que o Casagrande também é fã de Temple of Shadows!

Com o início de Deus Le Volt! o local pegou fogo. Logo podíamos ver Aquiles Priester já sentando em seu espetacular kit do polvo, seguindo da entrada de Fábio Laguna (teclados), Diogo Mafra (guitarra), Roberto Bastos (guitarra) e Raphael Dafras (baixo) para a execução de Spread Your Fire. Gostei muito do equilíbrio entre os volumes dos instrumentos elétricos com os metais e cordas da orquestra. Deixaram um cara na mesa só balanceando isso e achei ótimo. Por muitas vezes ao longo do show, os volumes das guitarras foram modificados para dar ou retirar ganho do volume da orquestra.

Edu Falaschi entrou sem correr, bem “duro”, claramente ansioso, mas fez bonito nos vocais. As três primeiras canções foram sem erros da parte do front man, com uma voz segura (e, convenhamos, uns efeitinhos de eco nos agudos mais oitavados, “para garantir” no DVD). Diogo pulava mais que todos, sempre com excelente presença de palco. Ah, corrigindo: Diogo só perdeu para o percursionista da Bachiana. O cara estava realizado! Claramente um fã de metal, com uma alegria no rosto por estar ao lado de Aquiles, cantando a plenos pulmões a maioria das músicas.

Detalhe que eu acho que poucos perceberam: bem no canto esquerdo da orquestra estava a Sabine Edelsbacher, uma das convidadas (a voz feminina oficial de No Pain for the Dead e que também canta o refrão dessa canção), que não foi anunciada. Ela cantou a parte feminina meio que escondida, mas o som falhou! Eu, pelo menos, não ouvi a voz dela. Uma pena!

A trinca inicial do Temple of Shadows já tinha me deixado rouco e totalmente suado. Eu me segurei em fazer vídeos, mas filmei algumas coisas (a maioria não vou postar em respeito ao registro que será feito em DVD), como Wishing Well, a balada do álbum. Edu claramente perde um pouco da concentração vocal para poder tocar o violão.

Uma das coisas que não gostei foi que deixaram o Fábio Laguna como único backing vocal (ouça a canção original e veja o vídeo acima). Pô, na época que lançou o álbum eu vi a turnê do Angra duas vezes: em São Paulo e em Bauru; e cantavam também o Kiko e o Rafael; e agora, mesmo acompanhados de uma orquestra inteira, só deixaram uma singela alma com o backing vocal, onde mais vozes poderiam cantar. Ponto negativo!

E aí entrou o cara que ajudou a inventar o Power Metal, Kai Hansen. Sem os característicos cabelos compridos, o fundador do Helloween acertou a maioria das partes de The Temple of Hate (ele cantou um pedaço que era do Edu – e aí saiu um dueto, pois o Edu não parou a parte dele), um dos pontos altos do álbum, que também tem doses cavalares de orquestração. Gosto do Kai Hansen ao vivo porque ele é um dos poucos caras que presenciei sempre estar com uma excelente energia positiva. Esse realmente gosta do que faz e não faz questão de esconder isso!

The Shadow Hunter emendou outro ponto muito alto e Roberto Barros foi muito preciso no violão espanhol. E em No Pain for the Dead, aí sim houve a apresentação oficial de Sabine, dessa vez ficando até sozinha em sua parte solo (e com áudio!).

Wings of Destination, oficialmente cantada entre Edu e Hansi Kursch (do Blind Guadian), teve o lendário vocalista do Malmsteen, Michael Vescera, fazendo a parte do alemão. Os tons de voz são muito distintos, e o grave de Hansi foi trocado por um “rasgado” de Mike. Ficou interessante, mas achei que a alma sombria da música se perdeu. Acho que foi nessa hora que o Maestro João Carlos Martins deixou o palco (a apresentação contou com três maestros ao total).

Sprouts of time também teve convidado, Tiago Mineiro, pianista que gravou o álbum Moonlight com Edu. Já em Morning Star, estou lá eu cantando animadamente de olho fechado quando me vejo sendo filmado. Tinha uma câmera móvel focando em pessoas perto da grade da pista comum e eu fui um dos alvos. Se o pessoal da edição tiver bom gosto, acharão coisa (bem) melhor…

Finalizando o álbum, Guilherme Arantes fez às vezes de Milton Nascimento em Late Redemption. E cantou muito bem, com voz muito forte e de maneira muito segura. Ao término, Guilherme deu uma palhinha de Meu Mundo e Nada Mais, canção de sua carreira que, segundo ele, Edu “insistiu que ele tocasse”. E a minha mulher cantou ela inteira, para meu espanto (inclusive foi ela que me deu o título da música para esse post).

E com isso acabou a primeira parte do show. Foram cerca de 10 minutos de intervalo (se foi mais, não percebi o tempo passar). O início da próxima parte aguardava “surpresas” previamente anunciadas, que eu particularmente achava que eram releituras do Angra junto à orquestra. Não foi bem assim…

Subir 4

A produção também agradou bastante, com artes no telão representando pontos da história de Temple of Shadows (seguindo as canções) e muita luz!

Guilherme Arantes voltou ao palco para tocar o clássico Planeta Água. Achei um porre, apesar da iniciativa. Em seguida, houve um solo de Roberto Barros, bem na pegada Malmsteen / Marcos de Ros, tocando Vivaldi junto com a orquestra. Achei estranho ter solo de guitarra e não ter solo do Aquiles.

Edu tocou, na sequência, as duas novas canções criadas com esse seu novo time (que não deixa de ser a base do Almah): Streets of Florence e Glory of the Sacred Truth.

Em seguida, Kai Hansen voltou. Pensei que viria um cover do Helloween e na minha cabeça veio algo como “Putz, lá vamos nós de I Want Out de novo”. Foi quando Edu perguntou se o povo gostava de Gamma Ray. E eu pensei de novo “Bem que podiam tocar Rebellion in Dreamland”. E tocaram!!!! Muitos ficaram em silêncio, inclusive um casal do meu lado que, segundo minha esposa, o cara comentou ao final da música para sua par: “Caramba, o cara cantou a música inteira”; e a mulher retrucou: “e a mulher mexeu no WhatsApp a música inteira”.

Mike Vescera voltou também ao palco, para tocar Seventh Sign, clássico do Malmsteen. Mike está cantando muito bem e não falhou nos agudos. E depois disso voltamos para Angra junto da orquestra, não antes de Edu fazer um longo discurso, agradecendo muita gente, esclarecendo boatos e contando de dificuldades dessa volta.

Um ponto que não posso deixar de mencionar para as três últimas músicas: a orquestra parou de tocar, propositalmente, para deixar os arranjos de metal puros e sem modificações. Até aí, tudo bem, mas enquanto o metal comia solto, o time da Bachiana se dividia em 3: os sentados com cara de paisagem, os que ficavam mexendo no celular para passar o tempo (que infelicidade!) e os que ficaram mexendo no celular, mas filmando o espetáculo, tirando selfies e até cantando as músicas. Ver o pessoal mexendo no celular eu, pelo menos, não achei legal…

O show foi encerrado com Rebirth e Nova Era em versões orquestradas. Houve também a apresentação dos músicos e mais agradecimentos. Foram 3 horas (sim, 3 horas!) de show. Saindo do Tom Brasil tentei voltar à lojinha, que estava novamente tomada. Haveria Meet & Greet mas meu cansaço era demais, sem contar que minha mulher veio muito doente para o show (mas para quem foi comigo ver o Megadeth tocar o Countdown to Extinction em pós-operatório, aquilo foi fichinha, né, morzão!?!).

Foram 6 meses contando cada dia para chegada do 04 de Maio de 2019. Valeu a espera. Não é fácil juntar a turma que foi reunida naquele palco do Tom Brasil. Espero que manerem nos overdubs do DVD, o qual, é lógico, que eu vou comprar.

Foi épico. E repito: não foi só pela música, mas pela superação!

Subir 3

Beijo nas crianças!

Kelsei Biral

Eduardo Falaschi Setlist Tom Brasil, São Paulo, Brazil 2019, Temple of Shadows In Concert



Categorias:Angra, Artistas, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, Helloween, Músicas, Resenhas, Setlists, Yngwie Malmsteen

6 respostas

  1. Kelsei – e esposa: fantástica resenha, cheia de detalhes interessantíssimos. Uma noite pelo jeito mais que caprichada, com convidados ilustres.

    O registro é histórico em todos os aspectos, e valeu pelo Minuto HM ser novamente o espaço para também deixar suas excelentes impressões.

    Espero que logo vejamos por aqui algum vídeo por aqui com os olhos fechados cantando…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

    Curtir

  2. Nossa
    Impressionante o quanto você conhece do “ambiente “ do show
    Fantástico
    Excelente resenha
    Muitos detalhes
    Fã é outra historia
    Quantos convidados. Espero que isso traga mais celebrações como essas

    Curtir

  3. Muito boa a resenha. Nos transportou para o show, literalmente. O DVD promete e é bom ver Falaschi com um vocal recuperado. Estive no Rock in Rio presenciando aquele momento dificil pra ele ainda junto ao Angra. Não se deseja aquilo pra ninguém.
    Em relação ao repertório, teve bastante surpresas , hein? È claro que se esperava a execução na íntegra do Temple of Shadows, mas os bônus foram bem generosos.
    Kelsei, se eu estivesse lá talvez cantasse a Meu Mundo e Nada Mais toda. Aliás, o Guilherme Arantes era um grande ídolo do nosso saudoso Daniel. Vou sempre aproveitar a oportunidade para lembrar dele quando houver alguma referência. Pra mim, Guilherme é um gênio, toca piano como poucos e um grande compositor. Honestamente a faixa cantada por Milton é das que menos gosto do Temple of Shadows, fiquei curioso para saber como ficou com Guilherme.
    De resto,percebo que a noite foi super bem paga, com sobras. Kai Hansen, MIke Vescera, quem precisa de mais? É muito bom ver essas feras prestigiando um artista brasileiro.

    Vamos aguardar o DVD com ansiedade!.
    Parabéns por mais um show de cobertura !

    Alexandre

    Curtir

  4. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

    Curtir

Trackbacks

  1. Cobertura Minuto HM – Eduardo Falaschi – Encerramento da Temple of Shadows Tour em São Paulo – 17-Ago-19 – Minuto HM
  2. Discografia HM – [Resenha] Eduardo Falaschi – Vera Cruz – Minuto HM

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.