Para incauto leitor que agora passa as vistas nessas parcas linhas desse que vos escreve, saiba que a nossa amada banda alemã ACCEPT nos trouxe novidades para os fãs neste último mês de abril.
Em primeiro lugar, o grupo divulgou o single Life’s a Bitch, que integrará o próximo álbum da banda. A música, lançada em em formato de vinil, ainda traz uma versão ao vivo de Restless and Wild, gravada durante apresentação da ACCEPT no Festival de Wacken, na Alemanha. Eu não ouvi a faixa ao vivo mas ouvi o single, e, sinceramente , achei como primeira impressão que ficou bem abaixo de todas as minhas expectativas. Cheguei até a pensar que estava ouvindo o material errado. Não me agradou nem um pouco. Espero que eu esteja errado e a resposta do público seja melhor pra esse início do novo trabalho. Fiquei realmente decepcionado com o resultado. Para uma banda que já compôs Too High To Get it Right, Metal Heart, Fall of the Empire e Shades of Death, convenhamos que a barra está muito lá em cima.
Talvez a notícia mais relevante, no entanto, diz respeito às mudanças realizadas na formação da banda. Foram meses de testes após a confirmação do desligamento do baixista Peter Baltes, um dos fundadores da ACCEPT, até o anúncio da chegada de Martin Motnik para a função. Entre outros trabalhos, Motnik já realizou turnês ao lado de ninguém menos do que Uli Jon Roth, lendário guitarrista dos Scorpions, que nossos amigos aqui Flávio e Alexandre são grandes fãs.
A saída de Baltes foi um grande revés pra banda. É interessante que na última apresentação da banda aqui no Brasil, eu havia comentado que aquela energia que a banda usualmente entregava em suas apresentações ao vivo não havia sido a mesma. Provavelmente já deveria ser algum reflexo do desgaste de Baltes com seus companheiros, o que agora com a saída do baixista, essa teoria talvez faça todo sentido.
Além dele, a banda também anunciou a adição de Ava Rebekah Rahman. A violinista, nascida na Inglaterra, é considerada um dos maiores nomes do instrumento na atualidade, tendo feito seu primeiro show solo com apenas 10 anos. Ela tem passagens pela Filarmônica de Londres e de Praga. Deve ser algo supreendentemente vê-la tocando ainda mais num contexto de metal.
Pelo que entendi buscando em sites especializados, a entrada de Rahman na banda é temporária. A violinista estará presente durante a turnê do ACCEPT, que já está na estrada e está intitulada como Symphonic Terror no velho mundo.
Com a já citada saída de Baltes, o ACCEPT atualmente conta com apenas um integrante da formação original: o guitarrista Wolf Hoffmann. Junto a ele, estão ainda o americano Mark Tornillo, que chegou em 2009 para substituir Udo Dirkscheinder, o guitarrista Uwe Lulis e o baterista Christopher Williams.
Mais uma vez estamos em compasso de espera para aguardar mais uma passagem da banda aqui pelo Brasil e lá estaremos mais uma vez.
Vamos aguardar.
P.S.: na Foto do post, eu emoldurei foto da banda na passagem do Monsters of Rock (ainda com Baltes na formação) em que eles autografaram merchandising para os fãs numa tarde excelente.
Categorias:Accept, Curiosidades, Discografias, Músicas, Scorpions
Rolf, obrigado por nos deixar atualizado acerca da banda. Aqui você é uma referência quando o assunto é Accept , ninguém tem tanta propriedade de trazer os atuais rumos da banda.
É uma pena que um integrante de tão longa data tenha deixado o conjunto. Lembrei-me da saída de KK Downing tantos anos junto aos Priests. Não me recordo da passagem do novo baixista junto a Uli, mas a posição é meio ingrata e sujeita a menos holofotes.
Em relação à adição da bonita violinista, imagino que seja para um projeto com cunho orquestral. Daí talvez a questão do temporário.
Fui conferir a música nova e achei-a com cara do AC/DC fase dos anos 90 . Não achei ruim, mas de uma forma geral não sou muito chegado aos singles e entendo a música meio deslocada do metal mais tradicional do Accept. Pra mim tem certa polidez demais, mas não é algo que me desagrade totalmente.
Acho que a boa é esperar pelo álbum.
Alexandre
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Hoje o Accept pra mim perdeu a graça depois que o Peter Baltes saiu… A banda estava tão boa antes dele sair, mas agora… Lamentável! Não vou nem comentar sobre o novo baixista e a entrada da moça violinista (qual será a opinião dos outros membros antigos incluindo o próprio Udo a respeito disso, não saberemos), mas estou triste pelo fato de que não só o Accept, mas também o Judas Priest (não acho que eles conseguirão sobreviver sem o Glenn Tipton) e outras grandes lendas do metal, devido a questão da idade, estão mesmo se aproximando do fim da linha, ao contrário do Iron Maiden, que está até hoje na ativa. Aliás, era para a Donzela de Steve Harris ter acabado de uma vez por todas depois da fase do The Final Frontier!
Em relação ao Accept, pela primeira vez afirmando aqui em primeira mão, o último disco realmente bom deles pra mim foi o Blind Rage, já que antes eu sempre afirmava que a banda acabou de vez depois do Russian Roulette (talvez pela saída de Udo), mas não chegava ainda a conhecer e ouvir atentamente os discos com Mark Tornillo ao microfone. Mas quando escutei o Blind Rage pela primeira vez, o primeiro que ouvi da fase recente dos caras – aquela capa do touro bravo me impactou bastante e hoje continua sendo meu preferido disco do Accept em todos os tempos, superando a minha preferência pelos discos clássicos com Udo – seguido pelos anteriores Blood of the Nations e Stalingrad, tive que aceitar essa mudança e esse retorno do Accept de forma positiva.
E sobre o último álbum de estúdio – o mediano The Rise of Chaos (melhor um disco mediano do que nada), os sinais de que a banda estava querendo parar já estavam evidentes em minha mente durante a audição. Não acho que os substitutos de Herman Frank (Uwe Lullis) e Stefan Schwarzmann (Christopher Williams), dois caras que formaram com Tornillo, Baltes, o guitarrista Wolf Hoffmann e o produtor Andy Sneap a melhor formação do Accept em todos os tempos na minha concepção, foram boas escolhas para tais postos em 2017. Não era mais a mesma banda que gravou Blood of the Nations, Stalingrad e Blind Rage (sem contar os clássicos oitentistas Restless and Wild, Balls to the Wall, Metal Heart e Russian Roulette). Depois veio a notícia da saída de Baltes, que só concretizou o que eu sempre venho pensando em relação ao Accept, que é o presságio do fim da banda (pela terceira vez!). É uma pena que esse vai-e-vem de integrantes dentro do grupo alemão está mesmo fazendo o Accept perder pra mim toda aquela força e imponência características dos anos anteriores… Simplesmente lamentável e inACCEPTável!
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Correção: Uwe Lullis e Christopher Williams entraram na banda em 2016, já que Herman Frank e Stefan Schwarzmann saíram em dezembro de 2015, após a turnê monumental do Blind Rage, que rodou o mundo inteiro (incluindo o Brasil).
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