Para o incauto leitor que agora passa as vistas nessas parcas linhas desse que vos escreve, saiba que, depois de oito anos sem lançar um álbum de inéditas, o Whitesnake está de volta com novidades na formação da banda e sangue novo na direção musical – incluindo o protagonismo nas composições.
Em comparação ao Forevermore, de 2011, a principal novidade é o guitarrista Joel Hoekstra, além do tecladista Michelle Luppi, que também não participou daquela gravação. No entanto, a grande mudança na banda é sobre quem auxilia David Coverdale para criar letra e melodia das músicas. Até Forevermore, o parceiro do vocalista era Doug Aldrich, que deixou a banda em 2014. Agora, essa função é dividida pelo duo de guitarras: Hoekstra e Reb Beach, que está no grupo desde 2002, mas não compunha.
As mudanças parecem ter dado certo. Depois da fraca (e negativa) repercussão de The Purple Album (2015), onde a banda presta homenagem ao Deep Purple, regravando canções dos ingleses dos tempos que Coverdale esteve ao lado deles, Flesh & Blood foi lançado no último dia 10 sob muitos aplausos da crítica e tem tudo para cativar os fãs. Aqui a Roadie Crew não deu uma boa avaliação mas minha percepção foi muito boa inicialmente. Requer mais uma ouvida.
Porém, nem tudo é novidade na banda e é bom que seja assim. Coverdale segue cantando oscilando sua parte. Além dele, quem merece ser sempre mencionado é o trabalho fantástico do baterista Tommy Aldridge, há mais de 30 fazendo parte da banda de algum jeito e com um talento que, a cada álbum do Whitesnake que ele participa, isso o apenas consolida cada vez mais entre as maiores lendas do instrumento.
Flesh & Blood já está disponível em todas as plataformas digitais e vale a pena ser ouvido o quanto antes. Para quem quer “ver” as músicas ao vivo, Coverdale e companhia já estão em turnê e chegam ao Brasil no final de setembro para shows em São Paulo e Rio de Janeiro. Estaremos lá, é claro…
Grande abraço a todos
Fotos abaixo do nosso grande mestre B-side Alexandre Pontes:
Categorias:Curiosidades, Discografias, Músicas, Resenhas, Whitesnake
Bom, quando veio a notícia do post do novo lançamento do Whitesnake, uma pergunta logo me veio a mente, quando e qual foi a última vez que ouvi um disco de inéditas do grupo de Coverdale?
Logo que comecei a ler veio a resposta: Forevermore. Nem me lembrava mais desse disco e tive que escuta-lo novamente. Já faz muito, muito tempo, pensei. Acho que não notamos muito, pois nesse meio tempo tivemos sempre lançamentos tipo “caça-níqueis”, Unzipped, The Purple álbum, The Purple tour, etc, etc…
Quanto ao novo álbum, infelizmente ainda não o escutei e consequentemente não posso opinar, mas inicialmente penso que pela primeira vez um novo lançamento do Whitesnake, foi gravado por uma formação praticamente de coadjuvantes, tirando o dono da banda e o veterano baterista. O que já é uma surpresa. Acredito que se tivéssemos músicos mais conceituados na cena talvez eu ficasse mais ansioso para ouvir esse Flesh & Blood, mas tudo ao seu tempo.
Porem ao ler o (como sempre) excelente post escrito pelo Rolf, alguma coisa me preocupou, desde Forevermore já são mais de 8 anos. Será que estamos vivendo o fim de uma era? Acho que sim! Não do Whitesnake apenas, mas da indústria musical como conhecemos. Acredito que hoje em dia esses artistas não veem mais a cor do dinheiro em se tratando de lançamentos inéditos, novos discos. Oque acaba inviabilizando tempo te estúdio, composição, músicos, etc… Então para que perder todo esse tempo e investimento, se é possível lançar um “caça-níquel” qualquer e sair em turnê?
O Rainbow vem soltando singles via internet a 2 anos e nada de um trabalho original tradicional. Será esse o futuro da musica?
Pra terminar, gostaria de agradecer ao Rolf (campeão de posts) a chance de ler alguma coisa nova do Whitesnake e o momento de distração que continuamente nos oferece.
CurtirCurtir
JP primeiramente muito obrigado pelas suas palavras aqui. Eu só lhe agradeço muito pela parte que me diz respeito e sem a ajuda de todos vocês não teríamos todos chegado aqui
Muito obrigado
Sobre o aspecto da crítica, não sei se caberia uma amigável discussão no sentido de que artistas dessa categoria estejam atrás de dinheiro nessa altura do campeonato. Me parece desconexo com a realidade dele. DC é um artista consagrado e que acredita que tem lenha para queimar. Ao fazer seu dever de casa de composições e buscar manter seu legado – que acho bastante coerente – ele busca inspiração naquilo que ele acredita: baladas, hard açucarado uma tendência blues ali e sempre uma forte banda técnica no apoio instrumento. E o Whitesnake sendo Whistesnake.
Sobre o fim de uma era, talvez seja sim. Me parece que após a aposentadoria de DC será difícil vermos algum outro artista tão bem sucedido nesse “nicho” quanto ele foi.
Isso explica o hiato de 08 anos entre um autoral e outro mas esperar algo diferente do que ele fez nos últimos 20 anos seria algo descabido
CurtirCurtir
JP, acho que vale a audição, conforme comentei abaixo. E em relação à formação, Reb Beach tem seu nome escrito no Winger e já está no Whitesnake tem um bom tempo. Já Joel é um virtuoso, mas concordo que tem dedicado muito do seu tempo para ser um músico contratado de vários artistas, ele recentemente estará também tocando , veja bem isso, com a Cher….. O currículo do cara avança por mais de duas duzias de artistas, bem requisitado ele.
O resultado tem a marca Coverdale, sinto um pouco de falta de sons carregados no blues, em geral o hard rock mais direto domina.
Vale ouvir, se você curte a banda
Alexandre
CurtirCurtir
Rolf, volto aqui depois de cerca de uns 10 dias ouvindo esse cd, mas não tantas vezes quanto gostaria. E o que posso atestar como minha opinião pessoal até o momento é que Flesh and Blood é um bom trabalho, que agradará certamente ao fã mais assíduo da banda e acostumado com os já distantes últimos dois trabalhos de estudio ( Forevermore e Good to be Bad) .
Ainda assim, eu acho que há alguns contras no cd, algumas faixas muito comerciais e outras onde a necessidade de um refrão muito marcante ( característica de todo o cd) no meu entender passou um pouco do ponto. A coisa dá uma desandada ali da quarta faixa pra frente, em especial em Hey You, Always & Forever e When I Think of You. Outra faixa que não curti tanto foi Well I Never.
As que mais gostei foram Heart of Stone e Trouble is your middle name. Interessante é ver um certo estilo de JImmy Page em outras duas faixas : Sands of Time e Gonna be All Right. A faixa acústica que vai acrescendo aos poucos das guitarras After All é ok , assim como a que abre o álbum, Good to See You Again. Outro ponto menos favorável é a faixa titulo, achei-a fraca em relação ao restante do material.
Entre os instrumentistas , os guitarristas são espetaculares, a bateria tem a maestria de sempre do Sr Aldridge, mas tanto baixo quanto teclados me parecem bem discretos, quase imperceptíveis. O vocal de Coverdale é sempre um ponto de lamento da minha parte, mas está dentro do que pode ser. Prefiro sempre quando ele se mantém no grave, como fazia no início da carreira junto ao Whitesnake. É uma pena, que mesmo com as dificuldades naturais do avanço da idade ( ele já está perto dos 70) se insista em tons mais forçados e agudos. Por isso talvez tenha gostado tanto de Heart of Stone, onde a voz está como entendo que deveria sempre.
Rolf, eu daria um 7 pro álbum, sinto falta de faixas mais puxadas para o blues, a tônica realmente é buscar refrões mais cantáveis e músicas mais diretas, na linha dos hits dos anos 80, com menos teclados .
E pra terminar, mais uma vez Coverdale resolve botar uma faixa muito boa apenas na versão bônus : Como fez em Looking for Love, que deveria estar na versão standard do 87, dessa vez ele resolveu colocar Can’t Do Right for Doin Wrong na mesma situação. A música é uma boa balada, melhor que boa parte do material do álbum original, e melhor que alguns sons mais leves, como a já citada Always & Forever.
Deixo uma última definição para o que entendo do álbum até agora : O fã pode ir tranquilo. O consumidor ocasional vai encontrar vários exemplos na carreira da banda que seriam melhores escolhas.
See ya
Alexandre
CurtirCurtir
B side excelente revisão do post. Muito boa crítica. Baseada em aspectos mais “técnicos” na entrega da qualidade do material
Muito obrigado.
Eu estou atrasado aqui
Também preciso rever o comentário do JP que foi muito bom também
Muito obrigado por ter trazido seu ponto aqui
CurtirCurtir
Fiz já algumas audições desse álbum e confesso que de modo geral achei um bom álbum, digno de entrar para a discografia.
Em alguns momentos percebi algumas nuances da aura dos 70’s. Gostei das características das guitarras combinando com a marca registrada Whitesnake. Os solos com recurso do uauá também agradaram. Ainda não conferi nada ao vivo, mas não tenho grandes expectativas quanto ao desempenho vocal. Infelizmente o tempo é implacável com a grande maioria dos vocalistas. É uma pena.
Valeu pelo post Rolf e colocar o tema na mesa!
Claudio
CurtirCurtir
Claudio to fazendo também review
Muito bom você comentar aqui
CurtirCurtir
Rolf, desde os primeiros álbuns que eu comecei a comprar sempre foi assim… alguns desciam redondo desde de a primeira audição e a vontade de ouvir novamente sempre estava ali. Outros não… precisava balancear os ouvidos para apreciar. Muitas vezes esse balanceamento ocorria só depois (sei lá…) da 5 audição. Como não haviam muitas opções mesmo, o negócio era insistir. Mas cheguei a comprar álbuns que definitivamente não consegui gostar na primeira e não digeri muito bem. Por incrível que possa parecer um deles foi o Speak of the Devil. Vi a capa do disco exposta na loja e perturbei alguém para me dar. Fui muito pra mim! Não deu pra digerir aquilo tudo! Ficou o vinil ficou maturando pelo menos um anos até eu redescobri-lo e saber o que eu tinha nas mãos.
Hoje em dia eu não tenho muita paciência… se não rolar uma química no começo já deixo de lado e o trem passa.
Mas… em alguns casos (de algumas bandas seletas ou de indicações muito enfáticas) eu insisto mais. Até porque, tenho tido a sensação de que tal lançamento possa ser o último.
Valeu!
CurtirCurtir
Concordo com essa sua “técnica” de audição e se parece muito com outros grandes entendidos do assunto como você
Muito bom Cláudio
CurtirCurtir