Off Topic – ano de 2020: qual o “valor das coisas” agora?

Quero começar dizendo que não tenho a mínima ideia da onde este post vai parar… mas que tentarei me manter mais ou menos na temática de música, talvez sem sucesso.

Escrevo este post no celular e sentado rapidamente em uma biblioteca pública em Charlotte, nos EUA. Charlotte não é uma cidade muito turística e exceção à Nascar-related-stuff, não há muitas atrações neste sentido. Sem ter tempo para nada nesta semana, achei a biblioteca pública praticante ao lado do meu hotel e, sem pretensões, vim conhecê-la, culminando na faísca para inspiração este post.

Ao chegar, noto algumas frases de personalidades diversas, e vejo alguns músicos e suas visões:

Do lado de dentro, uma biblioteca talvez das mais simples que já vi nos EUA – uma mistura de desolação, com inspiração ao ver uma velhinha tomando seu chá e lendo um livro. Mas de conflito ao ver, além dos materiais físicos de leitura (livros, revistas e afins), uma quantidade de CDs, DVDs, vinis, etc para locação ou mesmo venda – alguns itens por uma doleta. Ou um espaço que vira um refúgios para os mendigos saírem da fria temperatura e tomarem uma água, usarem tomadas e – pelo menos os mendigos daqui – acessarem jornais e livros, além do Wi-Fi grátis…

E aí veio o título deste post: “qual o valor das coisas hoje em dia?”. Há 14 anos atrás, fui para os EUA pela primeira vez. Foi uma alegria: pude comprar CDs e DVDs “importados”, completar coleções de bandas e pegar filmes do 007 fora de catálogo. Para minha então namorada, hoje esposa, comprar CDs também fora de catálogo no Brasil da Madonna. Pude, com alegria, comprar jogos de Playstation, entre outras coisas. A “oportunidade”, a “raridade”, ter “acesso”…

E aqui estou eu, hoje, tendo acesso a coisas “importadas” e que hoje estão aqui, quase sem uso, cheirando a mofo… por outro lado, presencio uma conversa de um herói buscando alugar um livro e todo o processo de espera dele.

Sim, é a evolução da vida, da tecnologia, do mundo. Mas o sentimento é estranho. Eu ainda tenho minha coleção de DVDs com centenas de filmes e shows. Faço uma busca no YouTube e devo encontrar os shows – eles e outros da mesma tour. Combino serviços de streaming e estão os filmes. Sinais latentes desde o blu-ray, que não “pegou”. Por que raios, então, ainda tem gente comprando algo hoje em dia?

Ahhhh, os prazeres da vida e de cada um versus a praticidade. Os conflitos de gerações. O valor das coisas… do encarte completo… do som melhor… da impressão mais bonita da capa… do selo “x” ou “y”… da bonus track…

O valor das coisas? Somente olhando para nós mesmos para poder responder. A gente com a gente mesmo, e talvez poder passar ainda em frente isso, sem soar “chato e/ou velho”.

Mas sim, fiquei velho, pelo jeito.

Agora, vou voltar a pegar um CD importado em mãos… o do AC/DC é aquele especial, capa holográfica… e, de novo: IMPORTADO!

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:AC/DC, Alice in Chains, Artistas, Off-topic / Misc, Pearl Jam, The Beatles

3 respostas

  1. Ainda há o aspecto que em 14 anos tudo muda nessa esfera que você comentou
    Praticamente um disrupcao a cada 10 anos

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  2. Cara, o valor das coisas é o valor que cada um de nós dá a cada ítem específico que nos agrada. Isso vai variar , pode inclusive haver um desapego de hora para outra.
    Podemos refletir inclusive que gastamos bastante para ter uma hora e meia de contato mais próximo ( às vezes nem tão próximo) com muitos de nosso ídolos.
    Já pensou em transformar todo o dinheiro gasto com ingressos em itens mais duradouros ( como cds e vinis)?
    Ou seja, não há resposta para o tema deste ótimo post, pois o valor pra um de nós é muito diferente para outro . O que se pode entender é sim uma mudança ( a tal disrupção citada pelo Rolf) entre a maioria de cada geração.
    Minhas filhas não tem música em mídia física ou vinil e não dão valor para isso. Alguns poucos da geração delas talvez tenham esse prazer.
    Da minha geração esse número é certamente maior.
    E não há certo ou errado. Essa é a maior conclusão que tiro disso.

    Um abraço , Eduardo

    Alexandre

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  3. Vídeo muito interessante sobre a situação de falência da indústria física de música em nosso país:

    Recomendo, pois traz números e a análise de quem entende do assunto

    Alexandre

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