Kiss discografia 23a parte – Álbum: Smashes, Thrashes & Hits

Galera,

Neste capítulo, mostraremos a segunda semi-coletânea lançada nos anos 80:

ÁLBUM: SMASHES, THRASHES & HITS. 

Smashes Vinil Capa Web

A capa do vinil brasileiro da época do lançamento original do álbum

  • Kiss: Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Carr e Bruce Kulick
  • Lançamento: 16/11/88
  • Produtores: Ron Nevison
  • Primeiro Single: Let´t Put The X In Sex – em 11/88
  • Segundo Single: (You Make Me) Rock Hard – em 01//89
  • RIAA Gold Certification em 01/02/1989
  • RIAA Platinum Certification em 01/02/1989
  • RIAA 2x Platinum Certification em 26/02/1996
Smashes Cd CapaContracapa Web

A capa da edição do cd importado.

Versão Americana.

1 – Let´s Put The X In Sex  – 3:48 9 – Calling Dr. Love (Remix) – 3:38
2 – (You Make Me) Rock Hard  – 3:26 10 – Strutter (Remix) – 3:18
3 – Love Gun (Remix) – 3:31 11 – Beth (Eric Carr) – 4:05
4 – Detroit Rock City (Remix) – 2:44 12 – Tears Are Falling – 3:54
5 – I Love It Loud (Remix) – 3:45 13 – I Was Made For Lovin´ You – 4:29
6 – Deuce (Remix) – 3:20 14 – Rock And Roll All Nite (Remix) – 2:56
7 – Lick It Up – 3:53 15  – Shout It Out Loud (Remix) – 3:07
8 – Heaven´s On Fire – 3:19

Versão Inglesa.

1 – Let´s Put The X In Sex  – 3:48 8 – Heaven´s On Fire – 3:19
2 – Crazy, Crazy Nights – 3:45 10 – Strutter (Remix) – 3:18
3 – (You Make Me) Rock Hard  – 3:26 11 – Beth (Eric Carr) – 4:05
4 – Love Gun (Remix) – 3:31 12 – Tears Are Falling – 3:54
5 – Detroit Rock City (Remix) – 2:44 13 – I Was Made For Lovin´ You – 4:29
6 – I Love It Loud (Remix) – 3:45 14 – Rock And Roll All Nite (Remix) – 2:56
7 – Reason To Live – 3:59 15  – Shout It Out Loud (Remix) – 3:07
8 – Lick It Up – 3:53

Depois do final da turnê americana e japonesa de CRAZY NIGHTS, a gravadora Polygram sugere um lançamento de uma coletânea calcada nos sets lists dos shows da recente turnê, com remixagens em algumas faixas. Antes, em maio/88, a gravadora japonesa Polystar (afiliada da Polygram) lançaria a coletânea CHIKARA, que já contém algumas músicas remixadas e tem seu nome baseado no símbolo japonês que aparece na contracapa de CRAZY NIGHTS e também tem destaque na bateria de Eric Carr na recém finalizada turnê.

ChiKara Cd CapaContraCapa

A rara coletânea Chikara lançada apenas no mercado japonês em formato Cd.

A coletânea CHIKARA contém uma versão diferenciada de I was made for lovin´you que na nova roupagem tem sua duração estendida para quase oito minutos, e incursões extras de guitarra (incluindo um solo adicional) e teclado.   A lista de músicas da coletânea japonesa é Rock And Roll All Nite / Detroit Rock City / Love Gun / Creatures Of The Night (Remix) / I Love It Loud (Remix) / War Machine (Remix) / Lick It Up / All Hell’s Breakin’ Loose / Heaven’s On Fire / Thrills In The Night / Who Wants To Be Lonely / Uh! All Night / Tears Are Falling e esta coletânea é lançada oficialmente apenas no Japão e em formato compact disc.

A contracapa do vinil brasileiro original da época que segue o padrão inglês

A Contracapa do vinil brasileiro de Smashes, Thrashes & Hits, que segue o padrão de ordem e músicas do padrão inglês.

Para o novo álbum – SMASHES, THRASHES & HITS, o lançamento seria mundial, apesar de planejado e focado para o mercado americano.  Paul Stanley declara que desde o lançamento de CREATURES OF THE NIGHT, o Kiss atraiu uma nova faixa de fãs e que embora ache interessante o lançamento de faixas da época dos anos 70, não deseja ficar preso ao passado e deseja incluir novas faixas no álbum.  Para tal, em julho de 1988 a banda utiliza o estúdio Right Track Studios em Nova Iorque para a gravação de duas músicas.  Paul Stanley finalizaria os vocais de (You Make Me) Rock Hard durante a turnê européia, em agosto de 1988, em Londres, no Townhouse Studios.

As duas inéditas têm a co autoria de Desmond Child, além de Diane Warren em (You Make Me) Rock Hard. Nem Gene, nem Paul ficam satisfeitos com as duas inéditas. Em conseqüência, Simmons atribui uma nota 3/5 para um fã novo e 1 ou 2/5 para um fã antigo e Stanley considera as músicas novas muito chatas, mas atribui nota máxima ao álbum por causa dos clássicos. Para estimular o atrativo da semi-coletânea, há também a regravação de Beth com Eric Carr nos vocais.   Ansioso para cantar em um álbum do Kiss, Eric aceita qualquer sugestão para fazê-lo e não há dificuldades em seu convencimento por Gene Simmons e Paul Stanley.  O curioso é notar que Eric refaz os vocais de Beth no mesmo estúdio (Record Plant), sentado no mesmo banco e com a mesma orquestração utilizada por Peter Criss em 1976.

Eric, porém nunca faria a interpretação da música em qualquer show da banda.  Há duas versões do álbum: A versão americana que se diferencia da inglesa pela substituição de Deuce e Calling Dr. Love, que perderam o lugar para Crazy, Crazy Nights e Reason to Live.

Smashes Cd Contracapa Web

O cd importado em relançamento segue o padrão americano.

Em outubro de 1988, Let´s Put The X In Sex é lançada como single e atinge o pífio 97º lugar nas paradas americanas.  O single é lançado em formato de vinil compacto (com Calling Dr. Love no lado B) e também no formato mini cd, onde há outros dois remixes da musica: X-cessive mix (7:33) e  Hot Urban Mix (3:58).

Há a produção de vídeos para as duas inéditas do álbum e em dezembro de 1988 seria lançado o segundo single (You Make Me) Rock Hard que falha completamente e nem entra entre as 100 da parada americana. Nota-se claramente que houve uma edição das novas músicas incluídas no álbum, pois comparando com os vídeos lançados, a duração é menor, devido à redução nas suas introduções. Esta diferença acabou posteriormente com a retirada das introduções também nos vídeo-clips. Quando é lançado o álbum inicia num fraco 79º lugar nas paradas, mas chega a atingir 21º lugar em janeiro de 1989, se mantendo entre os primeiros 40 lugares por mais de 11 semanas. Depois de atingir RIAA Platinum Certification em 01/02/1989, o álbum chegaria a atingir o status de dupla platina apenas em 1996, sendo oficialmente o único da fase desmascarada a atingir este status.

Smashes Cd Capa e Cd Web

O cd importado não é da serie remasters.

Após o lançamento do álbum, os planos para uma turnê de SMASHES, THRASHES & HITS são postos por água abaixo, em grande parte devido ao envolvimento extra-kiss de Gene Simmons, notadamente focando seus esforços na criação de sua gravadora.  Em contrapartida e também em resposta a falta de envolvimento de Gene, Paul resolve sair em turnê solo, muito bem acompanhado de Bob Kulick (Guitarra), Eric Singer (Bateria), Dennis St. James (Baixo) e o Gary Corbett (Teclados – também na turnê de CRAZY NIGHTS – conforme post anterior).  A decisão de Paul não chamar Eric Carr para sua turnê se dá pelo fato de que ele não queria montar uma banda com integrantes do Kiss.  Isto além de magoar Eric Carr, faz-se pensar que Stanley sairia do Kiss, fato este que nunca aconteceu. Este é o primeiro contato de Eric Singer com um integrante do KISS, e esta turnê seria decisiva para sua entrada na banda, a ser contada num próximo post.  A turnê de Stanley se inicia em 15/02/1988 em Newark, Nova Jersey e se concluiria, após 25 shows em 03/04/1988.  Entre as músicas tocadas destaca-se Hide Your Heart, descartada por Ron Nevison do álbum CRAZY NIGHTS e que seria incluída no álbum seguinte do Kiss, Goodbye, Wouldn’t You Like To Know Me e Tonight You Belong To Me do seu álbum solo de 1978, músicas que Paul Stanley nunca teve a oportunidade de tocar ao vivo antes, e a recente Lets Put The X In Sex, além da inclusão da cover Communication Breakdown (Led Zeppelin). A pequena turnê é revigorante para Paul Stanley (tocando numa guitarra de dimensões reduzidas e sem a “mão” do instrumento, da marca Steinberger, que ele já vinha usando desde a perna européia da turnê de CRAZY NIGHTS) e o traz em excelente forma ao lado de músicos muito competentes.  Planos para uma turnê no Japão são rapidamente descartados, e logo a seguir Paul Stanley retornaria ao estúdio para um novo álbum do Kiss, que será tema do próximo post.

Smashes Vinil Web

O vinil brasileiro numa edição simples, sem fotos. posters ou encartes.

N.R.: Um lançamento de uma coletânea para nós, autores do post não é recebido de forma muito agradável, afinal sempre desejamos novo material.  Nesta época (1988/89) já possuíamos toda a coleção dos álbuns do Kiss e não havia muitos atrativos em SMASHES, THRASHES & HITS. Para os fãs novos, que não possuíam material antigo, pode até ter sido um lançamento interessante. Os antigos clássicos remixados trazem pouca diferença em relação às versões originais, semelhante ao que foi feito no DOUBLE PLATINUM: Love Gun tem uma mudança mais clara após o solo, onde praticamente só se ouve o próprio solo e backings vocals. Novamente Detroit Rock City tem a introdução cortada, e uma pequena inclusão de uma frase quase ao final da música. I Love It Loud é talvez a mais decepcionante, pois a bateria perdeu praticamente todo o peso da gravação original. Há um pequeno efeito nas guitarras que dão a introdução de Deuce e um final aumentado em Shout it out Loud. As duas novas músicas se enquadram no estilo da época, e em particular contém um pouco menos de teclados, que foram tanto realçados em CRAZY NIGHTS.  Não são músicas ruins, mas não acrescentam muito a discografia da banda. As versões mix de Let’s Put The X in Sex têm um andamento eletrônico, onde as guitarras praticamente desaparecem, o que as transforma na dupla de lançamentos mais lamentáveis feito em toda a discografia da banda, estando anos-luz longe da versão original, que perto dessas seria como um petardo. Os clips (que não estão presentes na íntegra em qualquer video oficial da banda – Let’s Put the X in Sex está presente parcialmente no homevídeo Xtreme Close Up) também não nos agradam, quase comparáveis aos do ASYLUM, em especial o de (You Make Me) Rock Hard, apesar da música ser um pouco melhor. Beth, regravada por Eric Carr era talvez o maior atrativo da semi-coletânea, apesar da polêmica em torno de Peter Criss e dos fãs mais originais – que sentiam uma traição da banda a um membro original.  Eric Carr canta bem a musica, de forma mais suave, em contraposição a voz mais rouca de Peter Criss, mas também não altera significativamente a versão original – valendo apenas como o primeiro registro em estúdio do baterista que já há oito anos fazia parte da banda. Para nós a banda estava devendo um grande lançamento, talvez desde ANIMALIZE e nossa expectativa de novas inéditas com maior qualidade fora novamente frustrada. Restava esperar que um novo álbum para o ano seguinte resolvesse esta questão, mas isso será assunto para a próxima semana, aguardem.

Flávio Remote e Alexandre B-Side.



Categorias:Curiosidades, Discografias, Kiss, Resenhas

16 respostas

  1. Do ábum não tenho nada a dizer, acho talvez que nunca o tenha ouvido, no mais alguns trechos. Particularmente acho que essa política de banda totalmente dependente de seus “donos” Paul e Gene e que os outros musicos são somente peças em um tabuleiro não cola, voce tratar pessoas com Eric Carr dessa maneira é um erro, principalmente quando Gene se volta para outros objetivos pessoais, daí em diante vemos um Stanley completamente perdido, sozinho e louco atrás de um sucesso perdido que nunca aconteceu, decretando para mim o fim de uma das maiores bandas do século, tudo isso causado pelo Ego inflado de seus 2 algozes proprietários .

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  2. Brunão :
    Mais uma vez ,obrigado pelo comentário, vejo que você está sempre assíduo aos novos posts . Do seu adendo mais “inflado” a esta coletânea , posso sem dúvida concordar que o fato da banda estar mais nas mãos do Paul Stanley acabou por de um forma geral deixando os álbuns do KISS perderem consistência . Sempre que temos um Gene Simmons mais focado e criativo ,o produto final é mais satisfatório . Teremos um exemplo disto daqui a 2 posts, é aguardar…..

    Um abraço, irmão

    Alexandre Bside

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  3. Brunão, legal sua intervenção… O Smashes não acresenta mesmo. Beth com Eric Carr só pela curiosidade. Mas ainda não foi o fim da banda, hein?

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  4. Lembro que fiquei frustrado com essa coletânea , pois achava que as músicas antigas seriam em versões realmente diferentes das originais, quando ouvi não achei nada demais , só a curiosidade de Beth com vocais do Eric Carr, mas até hoje me pergunto o pq ao invés de Beth eles não fizeram uma versão do Eric cantando Black Diamond em estúdio? acho que seria bem mais interessante.
    Ainda sobre o Eric Carr é também triste ele só ter cantado em estúdio com o Kiss nessa coletânea e no Hot in the Shade, fico imaginando como seria legal se ele tivesse a chance de cantar alguma faixa no Lick It Up , ou no Animalize e etc . . .

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  5. É Bill, na verdade a vontade do Eric cantar em estúdio era bem mais antiga, mas só se concretizou nestes últimos 2 álbuns que você citou. Por exemplo, ele poderia ter cantado a Young And Wasted em estúdio, gostei bem mais da versão “live” ( cantada por ele ) que está no Animalize Live Uncensored, do que a versão original ,a cargo de Simmons.
    E Black Diamond ficaria mais interessante do que Beth ,se, além dos vocais, a banda resolvesse regravar também o instrumental , trazendo uma sonoridade da época. Digo isso porque as novas versões dos clássicos que estão no cd extra do Sonic Boom estão praticamente iguais às originais .
    Mais uma vez, um comentário pertinente, parabéns….

    Alexandre Bside

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  6. Olhem aí a raridade disponível…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  7. Uma bela bateria, sem dúvida, mas não é o melhor set que vi o saudoso Eric tocar, a da turnê do Creatures é imbatível!!

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  8. Eric deveria cantar “Black Diamond”, e não “Beth”.
    Agora que tal: se era para criar variações das antigas, porque simplesmente não regravaram as antigas? imaginem a bateria demolidora de Carr em uma regravação de “God of Thunder”? imaginem uma versão Hard-Carr-Rock de “I Was Made For Loving You”?

    Um abraço e

    I Believe in Rock n’ Roll!

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  9. God of thunder com o Eric? Lembro nas turnês de Creatures (No Brasil por Exemplo) e Unmasked. Não tenho nada contra essa Beth, mas a ideia de outras para dar um pesinho a mais (como God of Thunder) é ótima. Uma pena é que não se pode mais concretiza-la
    Abraços

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  10. mais uma grande resenha..

    ouvi o cd e achei meio ruinzinho, mas resolvi ler a resenha pra ver se era meu som q não conseguiu reproduzir o disco em toda sua gloria..

    lendo sua resenha vejo q a culpa é do cd mesmo..

    continuarei lendo todas as ressenhas de vcs se elas forem tão bem feitas..

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  11. Acredito que as músicas inéditas foram tocadas por Eric Singer e Bob Kulick, e o baixo seja do próprio Paul Stanley. A pegada da bateria é notadamente diferente do Carr! E os solos das duas canções acredito que sejam do irmão do Bruce! Nessa época, a banda estava de férias, só retornariam com o Hot in the shade!

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  12. Volnir, interessante por em dúvida essa questão, uma vez que Paul estava em tour solo justamente com Bob e Singer.
    Mas não há nada oficial, prefiro por enquanto buscar outra fonte que traga a mesma informação. No novo livro do Paul Stanley também não há tal crédito, por exemplo.

    Obrigado por participar !

    Alexandre

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  1. Seria o gigante Kiss o maior responsável em lançar outros gigantes? – Minuto HM

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