
Bem, como era dito nos desenhos animados antigos e também parafraseando o Rolf, “That’s all Folks!” Este é o último álbum da pequena série de 5 trabalhos que eu trouxe para homenagear os 30 anos de lançamento. Ele também encerra a série de homenagens que foram feitas durante todo esse ano, começando aqui, com essa ótima resenha também do Rolf, a fagulha para o restante dos posts. Bem, chega de despedidas, vamos voltar ao fim de 1994 para um ótimo disco que fecha com chave de ouro essa sequência.
Pra chegar neste Youthanasia, eu precisei antes, ali no início, digerir e me acostumar lentamente ao som do Megadeth, o que não foi exatamente fácil. Havia inicialmente uma restrição ao estilo inicial da banda, mais pesado do que eu estava acostumado, também uma impressão bem mediana e prejudicada pelo som do Rock in Rio 2, onde eu primeiro vi a banda. Além disso, convenhamos, o vocal de Mustaine nunca foi uma unanimidade para grande parte dos apreciadores do gênero. O Megadeth surgiu pra mim através da MTV, pelo clip de Peace Sells…but Who’s Buying. O disco homônimo fora lançado em 1986, mas o clip era o que mais passava da banda, mesmo considerando que a MTV iniciou as transmissões aqui em 1990. Naquela ocasião já havia clips de outros dois discos da banda, So far, So Good, So What e Rust in Peace, mas era esse da faixa título do álbum de 1986 que passava muito no Fúria Metal. Eu não curtia e a banda passou em branco para mim no show do Rock in Rio 2.
A coisa pra mim mudou de vez quando eles lançaram o álbum seguinte, Countdown to Extinction, em 1992. O amigo Marcos já insistia bastante para gente ouvir a banda, e o vocal de Mustaine, convenhamos, tinha mudado, melhorado bastante, pelo menos em estúdio. Havia um cuidado maior na produção do álbum de 1992 e o som também seguia os passos do MetallicA, deixando de ser um Thrash de raiz e trazendo muito mais elementos de heavy metal nos arranjos. Aí chegamos em 1994…
Nem tanto pelo clip de Train of Consequences, um pouco mais pelo clip de A Tout Le Monde, mas principalmente pelo conjunto da obra…… Os clips de Youtanasia passavam na MTV em 1994 e 1995, mas de fato o que me fez considerar tanto este trabalho é o seu incrível conjunto de canções. O Marcos me emprestou os cds da banda na época e eu me lembro de ter não o ter devolvido sem antes comprar um pra mim. Youthanasia rodou muito nos meus cd players, aliás o Countdown To Extinction também, ali por volta de 1995.
E até hoje este é o álbum que mais gosto da banda, embora eu entenda perfeitamente que admira outros, em especial o próprio Countdown To Extinction ou mais ainda o Rust in Peace. O que me faz gostar mais do Youthanasia, além de um ótimo vocal de Mustaine, é o fato de gosto de todas as músicas. E sim, há algumas que eu gosto ainda mais, justamente aquelas que podem ser consideradas B-sides no álbum. Este detalhe, de eu gostar mais das faixas menos conhecidas em um álbum, é uma espécie de definição de quanto eu curto o álbum. Quanto mais eu gostar destas, mais o álbum vai estar entre os meus prediletos. É exatamente isso que acontece com Youthanasia.
É claro que as faixas que viraram clips são muito boas, assim como a que abre o álbum, Reckoning Day. As minhas preferidas, porém, nunca foram tocadas ao vivo, nem durante a tour deste Youthanasia. Lembro do show no Imperator, um pouco depois do lançamento do álbum, pra mim o melhor show que vi da banda, fácil. É realmente uma pena que faixas como Addicted to Chaos, Elysian Fields, The Killing Road, Blood of Heroes, Family Tree e I Thought I Knew It All (esta, a minha favorita entre todas) que trazem pra mim o que há de melhor na banda, em todos os tempos, foram negligenciadas por Mustaine e companhia ao vivo. São faixas que trazem uma mistura de melodia com um som pesado, ótimos refrões e uma aula de bom gosto e virtuosismo de Marty Friedman. Hoje, se eu tiver de citar faixas da banda para um playlist, certamente vai vir essa salada B-side do Youthanasia que eu tanto gosto.
O álbum nem precisava, mas tem mais. A faixa-título, cadenciada, me lembra os riffs de Iommi no Black Sabbath. Black Curtains é mais fraca, mas não compromete. Victory tem até uma letra interessante, citando outras faixas do Megadeth, e um excelente solo, mas estas duas até ficam até de lado, quando comparadas com as outras que citei. São ótimas músicas também, ressalto. O disco não tem faixa ruim, pra mim. Se eu tiver se trazer algo ruim, só posso considerar que a escolha da foto para a mídia do cd, uma pose em estúdio da banda performando uma espécie de air guitar, é ridícula e nada tem a ver com toda a qualidade do Youthanasia. É a única bola fora do disco.
É isso, amigos, serviço entregue. Anos como 1994, 1989 e principalmente 1984 mereciam estar aqui registrados para sempre. Anos que deixaram saudades nos ouvidos e corações dos apreciadores do gênero, tanta a qualidade entregue.
Saudações
Alexandre B-side
Categorias:Artistas, Discografias, Músicas, Megadeth, MetallicA, Pesquisas, Resenhas
34º Podcast Minuto HM – 07/dezembro/2018
Discografia-homenagem DIO – parte 9 – álbum: Dream Evil
B-side a gente só te agradece por essa série histórica de 30 anos. Sempre que vc me menciona nesses posts eu me amarro demais. Entrei por aqui e esse disco é um clássico Vou ler mais aqui
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Legal que você fica feliz com as lembranças. Eu não sabia que você tinha conhecido o Megadeth por este álbum, e realmente foi uma ótima entrada.
Acho que o disco cresceu em importância passado os 30 anos, mas independente disso, sempre foi o meu favorito.
Um abraço, brother.
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