“Opinions all provided, the future pre-decided, detached and subdivided. In the mass production zone, nowhere is the dreamer, or the misfit so alone” –Neil Peart, ”Subdivsions”

Após o grande sucesso, com o álbum duplo ao vivo ‘Exit…Stage Left”, complementando os louros obtidos do álbum “Moving Pictures”, o Rush, no fim de 1981, preparava o cenário para a 3ª fase de sua carreira. E, diferentemente de outros artistas que poderiam confortavelmente continuar repetindo eternamente sua “fórmula-de-ouro”, o grupo mais uma vez traçou um curso para territórios desconhecidos para a exploração de novos direcionamentos musicais. “Signals” é o primeiro de muitos álbuns que reescreveriam o som do Rush. Outros nomes relevantes do progressivo, na época, encontravam-se em uma encruzilhada. O Genesis estava indo muito bem, mas havia se modernizado drasticamente. O Yes se encontrava numa transição, e ainda caminharia um pouco para fazer um retorno significativo repaginado a partir de 1983 com o lançamento do álbum “90125”. Talvez o rock progressivo estivesse mesmo morto. Outra banda que estava tendo um bom reconhecimento era o Asia, mas eles também estavam em uma transição que os colocava próximo a outro estilo, o Arena Rock. A novidade que honrava o estilo mais progressivo se percebia no movimento New Wave of British Progressive Rock, mas neste apenas o Marillion alcançou algum sucesso maior. Correndo em paralelo, houve a criação da MTV em 1981, com um aumento massivo do heavy metal, do hard rock californiano e por fim do Thrash Metal. Não eram os caminhos que o Rush pretendia seguir, ainda que o grupo nunca tenha deixado, desde o início da emissora, de estar bem presentes na sua programação.
A transição, no entanto, apesar de parecer abrupta, pôde ser percebida nas nuances de alguns trabalhos anteriores. Geddy atesta, em seu livro My Effin’ Life que “…Nós realmente sempre ouvimos muitas outras bandas”, mas se analisarmos os sons preponderantes dos discos de “Fly by Night” até “Moving Pictures”, não há como negar que o Rush estava de fato fincando o pé nas influências da música contemporânea, na New Wave, no Synth Pop, no Ska/Reggae que vinham firme naquele início de década. A mudança para músicas mais curtas, de fato, havia começado adequadamente dois álbuns antes, com “Permanent Waves” de 1980, que ainda assim trazia duas faixas de maior duração, “Jacob’s Ladder” e “Natural Science”. “The Camera Eye”, do “Moving Pictures” é o ponto final nas canções que beiravam os dez minutos de duração. Algo que também se percebia sutilmente era um flerte com o Reggae em “The Spirit of Radio”, que se tornou mais forte em “Vital Signs”. E uma mudança maior, foi o recheio no som da banda pelos teclados mais presentes, em duas faixas no lado B de “Moving Pictures”.
O que estava certo é que, mesmo amparados pelo imenso sucesso do álbum anterior, o Rush não queria fazer de “Signals” uma continuação de “Moving Pictures”. “O progresso é importante para nós. Sempre precisamos ir para outro lugar. Sempre quisemos evoluir.”, afirmava Alex Lifeson. A inquietação criativa que sentiam na época os forçava a desviar do caminho. Sem dúvida, foi uma decisão muito corajosa, pois a banda acabava de atingir o topo do mundo.
“It’s a New World Rush”
Geddy Lee disse que o grupo estava ciente de quão fácil teria sido “jogar seguro” e produzir outro “Moving Pictures”, uma mentalidade cuja a qual a banda era totalmente contra. Ou seja, era claro, a única coisa que eles enfaticamente não queriam fazer era fazer um “Moving Pictures II”.
Durante a mixagem de “Exit…Stage Left”, o grupo havia ficado entediado com uma certa inatividade, eles apenas acompanharam superficialmente o trabalho de Terry Brown, o que os dava muito tempo ocioso. Neil lembrava que estava polindo seu carro, quando Alex e Geddy apareceram com uma fita cassete portátil que trazia as primeiras ideias musicais que se transformariam em “Subdivisions”. O baterista gostou das assinaturas de tempo complicadas e mutáveis e da interação entre guitarra, baixo e teclado, e os três transformaram isso em uma música completa entre essas sessões de mixagem. Essa canção meio que determinou um dos novos caminhos para o álbum.
De “A Farewell to Kings” a “Hemispheres”, eles haviam utilizado apenas teclados monofônicos – notas simples sublinhando as canções ou desenhando melodias complementares. “Subdivisions” deu forma clara ao que eles haviam desenvolvido em “The Camera Eye” e “Witch Hunt”, no lado B do álbum anterior, pois a banda enfim se convenceu de que deveria apostar nos teclados pelo ponto de vista polifônico. O protagonismo emergente dos teclados iria trazer uma variedade ampla de sons para o Rush, mas também os desafios de trabalhar de forma adequada este quarto instrumento, que estaria presente com mais representatividade do que o esquema baixo/guitarra/bateria que até então eles vinham desenvolvendo. Na turnê de promoção de “Exit…Stage Left”, ao fim de 1981, o grupo começou a desenvolver uma segunda canção, nas passagens de som, chamada “Chemistry”.
A banda enfim teve seu necessário descanso, após tanto tempo de exposição ao sucesso de “Moving Pictures” e “Exit…Stage Left”, no começo de 1982. Logo depois a banda se mudou para Windermere Lake, no norte de Ontário, com Terry Brown para a pré-produção. O fato de ser baixa temporada significava que eles poderiam alugar um resort de esqui inteiro para si. “O lugar estava completamente vazio — era como “The Shining” (“O Iluminado”), diz Lifeson. Era um amplo local e o grupo se trancou lá por mais ou menos um mês, ensaiando e terminando quase todas as canções que entrariam em “Signals”. Em meados de abril, excursionaram pelos EUA para a já tradicional turnê de aquecimento, tocando aquelas que seriam as duas faixas iniciais de “Signals” (“Subdivisions” e “The Analog Kid”).
“Signals”, no entanto, trouxe um novo desafio para gravar, justamente pela presença marcante dos teclados. Novamente eles optaram pelas instalações do Le Studio, em Morin-Heights, Quebec. A questão técnica, é claro, teve relação com as influências que o conjunto tanto quis trazer para suas composições, baseadas especialmente em trabalhos do The Police, Ultravox, do início do U2 até a era “Discipline” do King Crimson, e também algo do Talking Heads. Os três meses de gravações não foram suficientes para equilibrar o som dos sintetizadores e da guitarra, o grupo acabou tendo de avançar durante o mês de julho, reduzindo uma programação de férias que eles haviam planejado. A ideia do Rush ao mesclar todas essas influências era de soar relevante para a época, mas ao mesmo tempo mostrando sua identidade. Assim, o desafio era dispor as guitarras e os teclados de forma apropriada, pois eles, volta e meia, ocupavam as mesmas frequências.
Isso significa que se Alex tocasse guitarra base como nos discos anteriores, ambos os instrumentos se anulariam. Isso levou Lifeson a explorar um novo território, rearranjando suas linhas para se adaptar ao novo cenário. Esta nova abordagem, assim como a incorporação dos teclados, iria ser feito de forma paulatina, como vamos entender melhor ao analisar as canções de “Signals”, pois ainda havia espaço para alguma abordagem mais tradicional. Haveria sim alguma insatisfação do guitarrista, não naquele momento, mas mais à frente. A mudança de rumo não abalaria apenas o papel de Alex, como veremos em breve na continuidade da discografia da banda aqui no Minuto HM.
Era um período em que todo mundo aguardava o próximo teclado. Fosse um Oberheim, um Prophet, um PPG, um Fairlight, o Jupiter 8 – todas essas novas texturas sonoras chegando e de que ninguém tinha ouvido falar antes. Em músicas como “Countdown” e “Subdivisions” há uma proeminente marcação do teclado, com minimalistas acordes de guitarra e solos. Lifeson notou que a guitarra cortante que estava presente nas primeiras versões ao vivo de “Subdivisions” agora estava enterrada embaixo dos teclados. Alex afirmou que “Sou um cara muito tranquilo, mas pensei: Isso não está certo”. Então, aumentei o fader. Lembro-me de Terry se virando para mim, sorrindo, estendendo a mão e puxando-o de volta para baixo. Não me esqueci disso.” Alex Lifeson, no entanto, e ao contrário de muitos outros heróis do instrumento, com o tempo “comprou” a proposta e se dedicou ao conjunto e aos novos direcionamentos. O Rush era maior nesse momento. Quando perguntado, Alex apenas se diz arrependido do som geral do álbum, por estar um pouco “pequeno” na mixagem final, mas é algo que não significa unicamente o som das guitarras e sim o conjunto de instrumentos e sua mixagem.
Outro instrumento inédito adicionado foi o violino elétrico na música Losing It, com o convidado especial Ben Mink, músico da banda FM. Devemos lembrar que Mink havia estado com o Rush na turnê anterior, pois o FM abriu vários dos shows da “Moving Pictures Tour”. No tempo livre, no Le Studio, o foco passou do vôlei e do aeromodelismo das sessões anteriores para o beisebol, paixão de Geddy. Daí os créditos do álbum trazerem tanto os músicos como alguns dos integrantes da gravação em posições características do jogo, em uma espécie de brincadeira do trio canadense. As sessões vocais também passaram por momentos de tensão, é importante lembrar que é aqui em “Signals” que Geddy praticamente abandonou o seu timbre mais agudo. A partir de 1982 esses tons agudíssimos serão raros e pontuais, para conforto do vocalista e adequação à nova sonoridade. Mesmo o visual da banda sofreu ainda mais mudanças, para estar antenado com as novas tendências. Eles começaram a usar jaquetas brilhantes, camisas coloridas, cabelos mais curtos, até ternos.

“Signals” não obteve o sucesso impressionante do seu antecessor “Moving Pictures”, mas o álbum alcançou a posição #10 nas paradas de álbuns da Billboard e foi certificado como Platina pela RIAA apenas dois meses após seu lançamento. Temas como rejeição, sonhos, decepções, arrependimento, empatia, medo, opressão, ousadia, tristeza e entusiasmo são tratados no álbum. Neil Peart rompe de vez com sua postura voltada anteriormente aos temas mais fantasiosos. O escritor e jornalista Greg Quill notou uma “estrutura cíclica” em “Signals”, desde a abertura do álbum no subúrbio seguida pela contemplação da fuga em “The Analog Kid” e os demais temas relacionados a humanidade, sexo, religião e envelhecimento, terminando em uma fuga real em “Countdown”. Neil Peart confirmou a tese, afirmando na época que “Esperávamos que ninguém percebesse. É tão fora de moda hoje em dia construir grandes conceitos”.
O álbum contém o único top-40 hit de pop, “New World Man”, enquanto outras mais experimentais músicas como “Digital Man”, “The Weapon” e “Chemistry” expandiram o uso da banda de Ska, Reggae e até mesmo Funk. Claramente, os sintetizadores estavam desempenhando um papel importante em sua direção musical daquele momento, papel este que até pode hoje ser considerado datado, e é algo que foi ligeiramente remediado nos lançamentos remasterizados seguintes. A faixa de encerramento de “Signals” traz a experiência do grupo ter sido convidado a presenciar o lançamento de um ônibus espacial. Terry Brown afirmou à época que “Fiquei um pouco surpreso com a influência do Reggae/Ska”, diz o produtor, “mas, justaposto a “Subdivisions”, “Countdown” e “The Weapon”, senti que tínhamos um disco realmente forte.” “New World Man”, o primeiro single do álbum, de acordo com Lifeson, foi escrito em algumas horas e concluído no mesmo dia: “Foi uma daquelas músicas que aconteceram tão instintivamente e tão repentinamente.”
Novamente o conceito gráfico de “Signals” ficou à cargo de Hugh Syme, que desta vez não se juntou ao trio para tocar em alguma das canções. A austera, mas elegante capa surgiu após várias ideias descartadas, acabando Syme por se resignar a considerar que poderia trazer algo menos impactante, já que o título do álbum já por si só trazia este peso. Hugh alega que a fotografia, que traz um cão dálmata farejando um hidrante vermelho em um gramado verde (artificial), tem ligação com o significado de algumas músicas, em especial “Chemistry”. Novamente Hugh trouxe a fotógrafa Deborah Samuel, que não só havia trabalhado em “Moving Pictures”, mas também lá serviu como modelo de um dos quadros daquela capa.
Nos créditos de “Signals” há uma informação de que o hidrante foi alugado e além disso ele foi pintado para trazer mais contraste aos demais elementos da capa. A maior dificuldade foi em manter o dálmata na posição adequada para ser fotografado, assim a produção precisou colocar biscoitos embaixo deste hidrante para mantê-lo em seu lugar correto. A contracapa é uma planta falsa de um bairro com o que Lee descreveu como “subdivisões de mentira”. No mapa há vários ‘easter-eggs’, como escola fictícia que leva o nome do jogador de beisebol canadense Warren Cromartie (Warren Cromartie Secondary School), que, também por ter como hobby a bateria, gostava mesmo da banda, e por intermédio de alguns amigos em comum de Montreal fez contato com o trio canadense naquela época, acabando por aparecer no estúdio, enquanto eles gravavam. Warren jogou na liga principal de Baseball, pelo Montreal Expos e tanto ele como o clube são citados nos agradecimentos de “Signals”. Outros detalhes interessantes no mapa da contracapa são os nomes dos apelidos do trio canadense em locais específicos. Assim, Lerxt (Alex Lifeson) aparece no Lerxtwood Mall, localizado embaixo da ilustração; Dirk (Geddy Lee) é o nome da Olde Dirk Road no alto do mapa. Pratt (Neil Peart) faz parte dos engenheiros responsáveis pela planta, ao aparecer do lado direito do mapa com o nome B.J. Pratt & Assoc. A contracapa é uma evidente menção a “Subdivisions”, a música de abertura de “Signals”.

Para as gravações de “Signals” Alex Lifeson se encarregou das guitarras Fenders, sendo duas stratocasters e uma telecaster. Esse é o primeiro álbum de Lifeson sem as suas amadas Gibsons ES-355. Durante os shows de “Signals”, no entanto, o guitarrista ainda levaria algumas de suas guitarras das turnês anteriores. Alex também deixa um pouco as modulações em segundo plano (tanto o flanger quanto o chorus), investindo pesado em vários delays e pela primeira vez trazendo harmonizers e oitavadores, além dos pedais de volume e wah-wah. Alex ainda tem um pedal de distortion da MXR e voltam os amplificadores Marshall, nas versões combo de 50 watts.

Geddy manteve-se ainda fiel aos Rickenbackers 4001, mas tinha o Fender Jazz Bass usado em “Tom Sawyer” também à disposição. A novidade seria a utilização ao vivo pela primeira vez de um Steinberger L2, em duas canções: “Digital Man” e “YYZ”. Há informações de que Geddy teria usado ao vivo o Fender Jazz Bass em “The Weapon”, mas os autores não conseguiram confirmar, nem mesmo pesquisando nas precárias imagens de vídeo que estão dispostas na internet. Lee usava Ashley Preamps e os amplificadores BGW 750-B e Ampeg V4-B.

Em relação aos teclados, cada vez mais Geddy foi incorporando novos equipamentos. Desta vez ele utilizou os Roland JP 8 e 808 Compu-Rhythm em conjunto,um PPG Wave, além dos Oberheim OB1 e XA com um DSX Sequencer, que são ligados aos adorados Moog Taurus Bass Pedals. Foi construída uma configuração mais minimalista para o novo suporte de teclado projetado por Jack Secret, em forma de L e sem a brutalidade dos equipamentos anteriores. As laterais foram equipadas com um acabamento em laca vermelha que combinava o novo kit de bateria de Peart para dar um visual mais moderno no palco.

Neil Peart trocou o modelo de sua Tama por um na cor vermelho “candy-apple”. O rack de percussão foi alterado para um modelo em paralelo que substitui o anterior, usado desde “Hemispheres” e que tinha um formato mais angular. Os Crotales saíram de cima dos Tubullar Bells e foram colocados à esquerda de Neil. O baterista retirou o Burma Bell e um dos triângulos do seu novo kit. A Tama Stained que Neil usou até “Exit…Stage Left” foi dada de presente em um sorteio efetuado pela revista Modern Drummer em 1982, para Adam Roderick. Os concorrentes deveriam escrever uma redação de 100 palavras ou menos chamada “Por que eu gostaria de ganhar a bateria de Neil Peart”.

Vamos, antes de seguir para a ficha técnica de “Signals”, dar uma pausa aqui para mostrar em imagens que esclarecem um pouco do que Neil utilizou durante seus anos iniciais no Rush e chamou de sua “caixa de brinquedos”. A partir do próximo capítulo, Neil vai começar a substituir boa parte de seu arsenal percussivo por elementos eletrônicos, assim entendemos que “Signals” encerra mais um dos vários ciclos de desenvolvimento na carreira dos canadenses. Os elementos percussivos (entre eles alguns bens inusitados, como o Burma Bell, que era um sino que girava lateralmente sob seu eixo) nos próximos kits de bateria de Neil serão muito menos perceptíveis. Até “Signals”, eles aparecem com destaque. Durante os primeiros anos no Rush, naquilo que Neil intitulava “toy box”, ele usou:
FICHA TÉCNICA

Geddy Lee: baixo, sintetizadores, vocais e “lançador”
Alex Lifeson: guitarras, violões, Moog Taurus Bass Pedal e “primeira base”
Neil Peart: bateria, percussão e “terceira base”

Violino elétrico em “Losing It”: Ben Mink (por cortesia de FM)
Produzido por: Rush e Terry Brown (“campista esquerdo”)
Arranjos por: Rush e Terry Brown
Gravado e mixado no: Le Studio, Morin Heights, Quebec, entre abril e julho de 1982.

Engenheiro de som: Paul Northfield (“campista central -a regular Albert One-Stone”).
com assistência deRobbie Whelan (“campista direito”)
Masterizado digitalmente por: JVC
Direção artística, conceito da capa: Hugh Syme
Fotografia: Deborah Samuel
Empresariamento: Ray Danniels, SRO Productions, Toronto
Produção executiva: Moon RecordsMercury/Polygram, September 9, 1982
© 1982 Mercury Records © 1982 Anthem Entertainment
Notas adicionais do encarte:

Compact disc redesigned by: Steve Kleinberg
Hydrant courtesy of: The Department of Public Works, TORONTO
Road Manager and Lighting Director: Howard Ungerleider
Concert Sound Engineer: Jon Erickson
Stage Managers: Nick Kotos and Liam Birt, Shortstop
Stage Right Technician and Crew Chief: William B. Birt
Stage Left Technician: Skip Gildersleeve
Centre Stage Technician: Larry Allen “Coach and Catcher”)
Guitar and Synthesizer Maintenance: Tony Geranios (“Second Base”)
Stage Monitor Mixer: Steve Byron
Concert Security: Ian Grandy
Concert Projectionist: Lee Tenner
Personal Shreve-of-all Trades: Kevin Flewitt
Concert Sound by: National Sound (Tom Linthicum, Fuzzy Frazer, and Dave Berman)
Concert Lighting by: See Factor International (Nick Kotos, Mike Weiss, Jeffrey Thomas McDonald, Mark Shane).
Busheads and Truckfaces: Tom Whittaker, Billy Barlow, Lance Vaughn, PatLynes, Arthur MacLear, Red McBrine, Bob Hoeschel.

Most Valuable Persons: At Le Studio; André, Yaël, Paul Robbie, Richard, Solange, Nancy, Lina, Awesome André Moreau and Michel; Al, Pat, Jill, and Maria at The Baldwins; The Embers at Settlers Bay; Warren Cromartie and the Montreal Expos’; Intellivision Baseball; The Ziv Orchestra; Trevor and the Commons Hotel; Trevors Tramps (34-15); the Griffin family and the people of NASA; Mr. O. Scar for pre-production work; Bill Churchman; all the Oak Manoroids at SRO
Special Awards for Technical Assistance: John Kaes and See Factor, Ted Veneman, Richard Ealey, Ron Shaughnessy, the Music Shoppe TORONTO, the inflationary Ted McDonald, the Percussion Centre FORT WAYNE, Tama drums, Avedis Zildjian cymbals
A fond farewell and best wishes to: Michael Hirsh and Greg Connolly
Mercury/Polygram, September 9, 1982
© 1982 Mercury Records © 1982 Anthem Entertainment


Lado A
Subdivisions – (5:35)
The Analog Kid – (4:30)
Chemistry – (4:57)
Digital Man – (6:23)
Lado B
The Weapon (Part II of Fear) – (6:24)
New World Man – (3:42)
Losing It– (4:53)
Countdown – (6:48)
Obs: Em 28 de abril de 2023, destacando-se prioritariamente, dentro de todo o conteúdo, por um exuberante material gráfico que a acompanha, com um livro com 40 páginas ricamente ilustrado, foi lançada a versão comemorativa do 40º aniversário de “Signals”. Diferentemente das outras versões de aniversário lançadas até o momento em que este post está sendo publicado, esta edição não traz quase nenhum material ao vivo da época. “Signals”, dentro da discografia da banda, difere-se como um dos poucos momentos que há muita dificuldade de encontrarmos qualquer material ao vivo, mesmo extraoficialmente. Há, para quem quiser pesquisar, 2 shows da turnê que foram filmados de forma extraoficial, com uma câmera apenas e com prejudicada qualidade de imagem (muito escura) e som. Há também bootlegs com aúdio apenas, mas nenhum traz qualquer qualidade aceitavel de som.

A versão do quadragésimo aniversário de “Signals” é, portanto, indicada principalmente para quem gosta de ter também os singles da época. O material em áudio traz, como todas as outras edições de aniversário, na sua versão super deluxe um CD com a edição remasterizada do álbum feita no estúdio Abbey Road em 2015, um Blu-ray Audio com o álbum principal recém-mixado das multifaixas originais em 48 kHz 24 bits Dolby Atmos (o segundo álbum do Rush a aparecer em Atmos, após “Moving Pictures”) e 96 kHz 24 bits Dolby True HD 5.1, nas quais finalmente as nuances dos teclados e guitarras podem ser ouvidas mais destacadamente. Neste Blu-ray Audio as faixas são acompanhadas de novas animações em vídeo. Também estão os vídeos promocionais de “Subdivisions” e “Countdown”. Não há versão “deluxe” até o momento, apenas uma versão para download digital e outra com um picture disc.

O material da versão mais completa também traz, em vinil, um LP de 180 gramas de alta qualidade com nova arte do designer do álbum original Hugh Syme e quatro singles de 7 polegadas, os aqui no Brasil conhecidos como compactos.
O primeiro traz “Subdivisions” e uma versão de “Red Barchetta” retirada do “Exit…Stage Left”. O segundo traz “Countdown” e “New World Man”. O terceiro compacto tem como single “New World Man”, acompanhada de uma versão ao vivo de “Vital Signs”. O último compacto traz uma versão editada de “The Weapon ” e “Digital Man”. No Blu-ray Audio as faixas são acompanhadas de novas animações em vídeo. Também estão no Blu-Ray os vídeos promocionais de “Subdivisions” e “Countdown”.
Disponibilizamos abaixo, através do You Tube, os únicos materiais diferenciados em áudio desta versão do quadragésimo aniversário. São eles a versão editada de “The Weapon” e “Vital Signs” ao vivo.
“Signals” obteve um primeiro lugar nas paradas canadenses, chegou no terceiro lugar no Reino Unido e ao décimo lugar nos EUA. Em exatos 2 meses e 1 dia após o lançamento, o álbum atingiu ao mesmo tempo status de disco de ouro e platina pela RIAA, nos EUA, por vender mais de 1 milhão de cópias. No fim de 1984 também teve a certificação de platina na terra natal, por mais de 100.000 vendas. No Reino Unido vendeu cerca de 60 mil exemplares, status de disco de prata, em 15.11.1982.
O primeiro single, “New World Man”, saiu ainda antes do lançamento do álbum, em agosto de 1982 e é até hoje o single que mais obteve performance nos EUA, chegando ao 21º lugar nas paradas, sendo também o primeiro lançamento do grupo a chegar no 1º lugar nos charts de rock. Nenhum outro single do conjunto chegou entre os 40 maiores das paradas totais da Billboard, nem mesmo “Tom Sawyer”, que chegou ao 44º lugar. Isso dá a dimensão da repercussão comercial deste primeiro single de “Signals”. Além disso, “New World Man” chegou ao topo das paradas canadenses. Curiosamente não foi feito um videoclipe para a canção.
“The Analog Kid” foi lançado como o segundo single do álbum Signals em setembro de 1982 e alcançou a posição 19 na parada Mainstream Rock da Billboard, um reconhecimento bem mais módico que o single anterior.
“Subdivisions” não tem os mesmos números de “New World Man”, mas é a segunda música que mais se destacou comercialmente no álbum e tem outros reconhecimentos e particularidades. Como single, a canção foi lançada em outubro de 1982 na Inglaterra e em dezembro daquele ano nos EUA e Canadá, atingindo o 5º lugar na parada de rock da Billboard. A música é uma das cinco indicadas ao Canadian Songwriters Hall of Fame em 28 de março de 2010. Também se tornou, ainda no fim de novembro, disponível para download para o Rock Band 3. E diferentemente de “New World Man”, tornou-se a primeira canção de “Signals” a ter um videoclipe.
Em abril de 1983, “Countdown” foi lançado como single na Inglaterra, não obtendo qualquer repercussão considerável nas paradas, atingindo o 36º lugar. A música, porém, foi a segunda de “Signals” a ter um videoclipe.
Outra canção a ter uma tentativa de busca nas paradas britânicas foi “The Weapon” que em uma versão editada reduziu sua duração total de 6:24 para 4:43, com retirada de boa parte do meio da canção. No entanto, o compacto também não teve bom reconhecimento nos charts ingleses, chegando apenas ao 53º lugar.
As opiniões da imprensa, no lançamento de “Signals”, foram bem divididas e longe de concordar com o reconhecimento público demonstrado nas vendagens do álbum. A AllMusic elogiou o trabalho especialmente pela banda por não simplesmente fazer Moving Pictures Parte II, continuando sua exploração do sintetizador e introduzindo temas mais contemporâneos nas letras. Já a Rolling Stone Magazine, novamente, criticou os caminhos que a banda buscou no álbum, ao enfatizar o uso dos sintetizadores, abdicando do protagonismo das guitarras de Alex Lifeson. A revista considera o álbum uma perda de tempo. Com o tempo, muitos veículos e críticos renomados reconheceram a importância do trabalho. A revista Louder o considera o 29º melhor álbum dos anos 80. A Ultimate Classic Rock colocou “Signals” em sétimo lugar em sua lista dos 10 melhores álbuns do Rush. O jornalista e biógrafo canadense Martin Popoff hoje afirma que “Signals” é seu álbum preferido em toda a discografia do grupo. Em 2022, a Guitar World nomeou o álbum como o 9º melhor álbum de guitarra de rock de 1982, dizendo que, embora houvesse uma mudança para uma sonoridade tecno-synth, ainda havia um espaço muito bem aproveitado por Alex Lifeson. A revista ressalta que também Geddy Lee continuou sendo o melhor baixista do rock na ocasião
Uma das mais populares e adoradas canções de toda a carreira do Rush é a música que abre “Signals”. “Subdivisions” é ainda mais do que isso, é a combinação perfeita desta incrível peça musical com uma letra que está entre as mais poderosas que Neil Peart escreveu. A música é um comentário sobre a estratificação social por meio da pressão em se sentir pertencente a um grupo, de ser aceito. Ela descreve jovens lidando com uma cultura “cool” em meio a uma existência suburbana/escolar teoricamente feita para ser confortável, mas que oprime, subdivide e pratica preconceito. Qualquer um que não atende às expectativas, é deixado à margem. E marginalizado, sofre todo o tipo de perseguição. Uma letra que expõe em especial o jovem adolescente, ainda que aplicável a quase todas as faixas etárias e em grande parte do globo terrestre. A letra é mais atual do que nunca, em tempos de linchamento via internet. E foi escrita há mais de 40 anos, vejam só. O baterista, além de confessar que a origem é enormemente autobiográfica, afirmou, em entrevistas mais recentes, que há uma corrente de pensamento bem aceita de que é nessa fase da vida, a adolescência, que as pessoas desenvolvem e moldam inexoravelmente o caráter. São forjadas as marcas que vão nos acompanhar a vida inteira, se seremos extrovertidos, introvertidos, risonhos, depressivos, a nossa forma de encarar cada nuance de nossas vidas.
A canção se tornou um alerta importante contra aqueles que são isolados e discriminados no ensino médio. Aliás, não só nas escolas (“in the high school halls”), nos shoppings (“In the shopping malls”), nos bares (“in the basement bars”), nos bancos traseiros dos carros (“in the backs of cars”). Para Neil Peart, “Subdivisions” foi a primeira música que se concentrou puramente na realidade. Até agora, suas letras giravam em torno da fantasia, usando personagens fictícios e histórias para ditar o layout de uma música. Sem dúvida, Alex podia se identificar com isso: “Eu me lembro de como era ser um adolescente morando no subúrbio. O glamour de ir para o centro da cidade numa sexta à noite, sair com o pessoal bem mais velho, fazer parte de uma cena da qual não fazíamos parte realmente. Todas as inseguranças de ser um adolescente de subúrbio, a escola, essas coisas todas….”
Musicalmente, foi um passo importante para o grupo, pois eles afirmam que foi a primeira canção totalmente desenvolvida e baseada no teclado, assim a seção rítmica precisou necessariamente contar também com a guitarra, exceto no trecho onde Alex faz o solo. Já nos primeiros segundos o teclado de Lee toma conta da canção, em compasso 7/8. Alguns bootlegs da época da tour de “Exit…Stage Left” já mostravam uma música que é virtualmente idêntica musicalmente e liricamente à versão final, embora a guitarra estivesse muito mais presente nas primeiras apresentações ao vivo. Aos 19 segundos, a harmonia é mantida, porém o compasso muda para 4/4, que nos passa uma sensação de expansão, alternando-se em compassos 7/8. Aos 40 segundos, Peart começa a entregar ótimas viradas de bateria e Alex faz o contraponto com os teclados. Uma virada na caixa, bastante rufada, e antes do primeiro minuto, Geddy começa a cantar. O contratempo de Peart está muito presente nas estrofes. Em 1:42 Geddy passa para o baixo, com uma linda frase. A música se mantém sem teclados, com destaque para os dedilhados de cordas abertas já característicos de Alex, até a entrada da linha no Minimoog, em 2:17. Todo o trecho inicial é repetido, com variações crescentes na bateria e outro lindo fraseado de baixo aos 3:34. A palavra “Subdivisions” vem naquele tom grave que Terry Brown tanto insistiu. Em 4:20 vem o trecho de um marcante e minimalista solo de Lifeson, enquanto Lee e Peart fazem um espetáculo de condução por trás. Há mais uma estrofe, e seguimos para o fim da canção, com outro trecho dominado pelos teclados em compasso 6/4. Em 5:14, Peart entrega uma sequência impressionante de viradas de bateria, terminando a canção em alto nível. Embora as paradas musicais possam não sugerir isso, “Subdivisions” se tornou um clássico cult entre uma base de fãs que parecia desde o início concordar com algumas críticas mais tardias da mídia especializada, pois esta é uma das melhores músicas do Rush, e, sem qualquer sombra de dúvida, uma das obras-primas da carreira da banda.
A letra de Neil para “The Analog Kid” pode perfeitamente ser uma continuação da história ambientada em “Subdivisions”, com um adolescente deitado sobre a grama
pensando nas possibilidades de sair do subúrbio onde está e conhecer o mundo. Em paralelo a esse desejo, há também uma referência amorosa à menina de olhos de fada e pernas bronzeadas de sol (“The fawn-eyed girl with sun-browned legs”). Segundo Neil, é mais uma letra autobiográfica, contando uma passagem na vida dele aos 15 anos quando conheceu alguém com quem trocou cartas durante um bom tempo depois. O desejo de Neil em migrar para a Inglaterra em busca de oportunidades profissionais pode ser entendido também nesta letra, assim o garoto protagonista da canção é o próprio autor. Em 1:57 notamos uma singela referência ao álbum “Hemispheres” (“And the voice rings in her ears / Like the music of the Spheres”). Neil admite que o trocadilho nesta faixa “too many hands on my time” – “muitas mãos no meu tempo” – foi inspirado pela música do Styx “Too Much Time on My Hands” – “Tempo Demais em Minhas Mãos”, onipresente nas rádios em 1981.
Musicalmente, The Analog Kid é o perfeito exemplo de que a sonoridade de “Signals” traz ainda em boa parte as raízes do puro hard rock. O riff principal da canção pode ser considerado uma evolução dos vários bons riffs que Alex Lifeson compôs durante os anos iniciais no Rush, desde a primeira canção da banda. Em “Finding My Way” podemos achar o que consideramos a mãe do riff principal de “The Analog Kid”, com uma pitada de “YYZ”. As estrofes se seguem em um padrão básico, com uma sequência simples de acordes e linhas de baixo muito interessantes. Abaixo trazemos um vídeo trazendo este trecho da canção, mostrando que em “Signals” ainda há o espaço para o riff clássico e a sequência de acordes voltada ao hard rock básico.
Alex é acompanhado neste riff por Geddy, já desde o ínício da canção. Quando chegamos ao refrão, em 1:04, há uma variação que aponta para o novo caminho traçado a partir de “Signals”, com os teclados de Geddy dominando a cena, com harmonia e timbre bastante imponentes. Em 1:37 a condução de Peart pode ser confundida com os ritmos do baião, brevemente. A música se segue, retornando para as estrofes, de forma bem vigorosa, para novamente ter a mudança de clima criada pelos teclados em novo refrão. Há uma ponte, após os 3 minutos da canção que vai nos levar ao solo de Alex. E que solo!!! O guitarrista entrega um grande solo, provavelmente o melhor de todo álbum, a partir de 3:27, com uso de muita rapidez, abusando da alavanca e acrescentando o efeito harmonizer em alguns trechos. Grande momento de Lifeson em “Signals”. A música segue para o fim com o uso do Moog Taurus Bass Pedal. Os últimos instantes trazem um trecho de teclados em sequenciador. “The Analog Kid” é território já conhecido pelo Rush em especial nos primeiros anos, apenas com uma roupagem mais leve e acessível às incorporações de teclados. A música cresceu em popularidade ao longo dos anos seguintes – até o ponto de o Rush tocá-lo ao vivo em suas últimas turnês.
Com letras rápidas de uma linha ao longo de uma música mais forte de sintetizador no início, a passagem que se segue em cerca de 1 minuto da canção faz referência ao título do álbum, já na primeira frase (“Signal transmitted, message received”), indicando que a música poderia perfeitamente ser intitulada com o nome do álbum. A concepção da letra é uma raridade no grupo, foi feita em conjunto pelos três músicos da banda, em um “jam session” no fim de 1981, em uma passagem de som dos shows da banda nos EUA. A letra surgiu de forma mais abstrata, sendo posteriormente melhor desenvolvida por Neil. “Chemistry” trata do que acontece na relação entre duas pessoas diferentes, fazendo uma analogia à ciência que estuda os átomos e moléculas. O resultado final após dois compostos se encontrarem depende inteiramente do que cada um é feito. Às vezes, a química funciona, enquanto às vezes pode ser uma receita para o desastre.
Musicalmente, Geddy criou o a melodia do teclado para a seção da ponte, Alex fez o riff de guitarra dos versos, e Neil ajudou na parte rítmica dos refrões. O começo da canção traz novamente os teclados dominando a cena, apontando para o trecho que será à frente mais bem percebido com o refrão. Aos 0:45, a música cresce com um fraseado muito rápido e hipnótico de guitarra, em uma linha parecida com a que Alex faz no início de “The Spirit of Radio”. Em 1:02, o clima se alterna, novamente a ideia é de que as estrofes sejam mais “secas”, sem teclados.Aos 1:33 a ponte da canção já acrescenta os teclados e o bom uso dos toms mais agudos de Peart. Em 2:12 chegamos ao refrão, com a guitarra de Lifeson encontrando espaço para trazer novamente o fraseado da introdução. Em 2:44 “Chemistry” começa a repetir o formato do início da canção, estrofes, ponte, refrão, em cima da letra em pleno desenvolvimento. Em 4:02 vem o dramático solo de Lifeson, recheado de “´pinch harmonics”. Há um espaço para Peart brilhar, antes do fim da canção.
A música começa com uma espetacular virada de bateria, para se seguir por uma linha de baixo de Lee descrita como “tão funky e fluida, com a pausa instrumental comparada com “Walking on the Moon” do The Police. O baixista dá um show ainda maior nesta canção. As guitarras de Alex, com seus característicos “Alex Chords”, se enchem de chorus e delay nas estrofes, bem ao estilo de Andy Summers. O refrão traz o Reggae para dentro da mistura, em 1:02, porém com uma sequência de acordes bem mais complexa do que encontramos em um reggae tradicional, e com Peart trazendo suas influências obtidas em Stewart Copeland. Ou seja, “Digital Man” é certamente uma das maiores referências da banda ao que o The Police fazia na ocasião. Em 2:51 temos a parte C, uma ligeira mudança em relação ao trecho anterior, na qual o Reggae dá lugar os teclados numa sonoridade eletrônica/robótica. Em 3:29 a passagem que precede o solo de Lifeson poderia estar tranquilamente no disco dos ingleses. A grande diferença é que o estilo de Lifeson ainda traz a velocidade do guitar-hero dos tempos iniciais da banda, e assim ele entrega um ótimo solo. No fim do solo, Lee acrescenta o Moog Taurus Bass Pedal. Os trechos se repetem após o momento de Alex, e a música segue para um fade-out.
A letra é novamente uma divagação sobre um tema, e se refere ao que seria um cara futurista, ou um cara “do momento” na vanguarda da tecnologia. Representando também a facilidade com que alguém pode se mover de uma parte da sociedade para outra, e de uma parte do mundo para outra, a corrida das telecomunicações e todo esse contexto. Geddy canta sobre Zion, Babilônia e ilhas tropicais por onde o nosso protagonista digital se encontra ou deseja estar, mas as frases, segundo o baixista, que citam esses locais podem também se traduzir, de forma mais obscura, à estados mentais, em especial Zion, que se divide em terra natal e terra ideal do protagonista. Ao mesmo tempo que é o nosso homem digital um personagem de vanguarda, ele não se esquece das coisas mais simples, sentimentais, trazidos em frases como “Lover’s wings to fly on”, ou “asas de um amante para voar”.
5. The Weapon (Part II of “Fear”)
Esta música é a continuação reversa da Trilogia Fear, que começou com “Witch Hunt” no álbum de estúdio anterior ‘Moving Pictures’. A ideia para a trilogia baseia-se no pensamento de que a vida não era governada pelo amor, ou razão, ou dinheiro, ou a busca pela felicidade — mas principalmente pelo medo, pois as pessoas não fazem escolhas baseadas na esperança de algo bom acontecer, mas no medo de que algo ruim lhes acometa. Neil Peart esboçou os três “teatros do medo”, como os via: como o medo funciona dentro de nós (“The Enemy Within”), como o medo é usado contra nós (“The Weapon”) e como o medo alimenta a mentalidade da multidão (“Witch Hunt”). A letra de “The Weapon” explica como tudo o que as pessoas temem pode ser usado contra elas, até mesmo manipulado por aqueles que tem o poder, como líderes de grandes nações, ditadores malignos, assassinos ou até amantes egoístas. O verso, “Thy kingdoms will be done” traz uma referência religiosa à canção.
Musicalmente, “The Weapon” partiu dos experimentos de Geddy em uma bateria eletrônica da Roland (808). É Neil quem começa de fato a canção, porém a partir deste desenvolvimento eletrônico de Lee, que flerta até com a dance music. Os teclados iniciam um trecho sequenciado, a guitarra de Alex até aponta para uma sequência que encontraria espaço na country music, mas “The Weapon” está mais próximo do que a banda iria desenvolver mais à frente, com mais incorporações eletrônicas. A condução de bateria de Neil é bastante complexa, dentro da necessidade do rigor da sonoridade eletrônica. O refrão é carregado de uma espécie de eletrobeat. Em 3:20, há um trecho instrumental mais longo e progressivo, considerando o propósito de “Signals” em trazer canções mais diretas. Os teclados definitivamente dominam a cena, com Peart atacando nos pratos e no seu contratempo. Pouco a pouco a guitarra cheia de delay vem crescendo na canção, enquanto Peart vai introduzindo outros elementos de sua bateria. O solo é recheado de alavancadas e de efeito em oitavação, atingindo o clímax em 04:57. “The Weapon” é a maior canção do álbum, assim depois dos 5 minutos, eles retornam para novos trechos cantados. O final da canção traz o baixo entregando ótimas viradas, assim como há também várias viradas de bateria, com a guitarra de Lifeson mantendo-se na base com o fundo de teclados.
O single mais popular nas paradas pop americanas surgiu como um fechamento do conceito de todo o álbum, pois foi composta em maio de 1982, quando todo o restante do álbum havia terminado. Ela foi composta com um tempo de duração pré-determinado, pois se passasse de 4 minutos talvez não encontrasse espaço no álbum. Por isso o seu nome inicial era 3:57. Além disso, corriam contra o tempo naquele instante, pois deveriam o quanto antes começarem a mixar o álbum. A canção foi composta e gravada em um dia, assim Neil Peart teve a boa ideia de buscar o protagonista que passeia pelo álbum caracterizado com um homem do mundo novo, capaz de se adaptar aos diversos desafios que a vida poderia lhe trazer. Esse homem não é um super-herói perfeito, pois pode ser tolo o suficiente para jogar tudo fora. No entanto, ele se apodera das experiências passadas nas outras canções, da vontade de conhecer o mundo de “The Analog Kid”, das exposições sofridas na adolescência em “Subdivisions” ou mesmo de seu conhecimento tecnológico adquirido em “Digital Man” para se entender capaz o suficiente de vencer. Musicalmente se associa a “The Analog Kid” por trazer também um poderoso riff, que podemos ouvir a partir de 1:07, sucedendo o trecho inicial de refrão e ponte em ritmo de reggae. O riff faz o fundo para o refrão da canção, quando Geddy canta o seu título.
É inconfundivelmente um Rush mais comercial, pavimentando o caminho para os próximos álbuns da banda, mas antes de tudo uma ótima música em todos os seus aspectos, com riffs, frases de baixo e viradas de bateria características da banda. “New World Man” se tornou um hit número vinte e um na Billboard Hot 100 dos EUA. Na parada Mainstream Rock da Billboard dos EUA e na parada Top Singles do Canadá, atingiu o pico de número um.
Terry Brown era um daqueles que colocava a proposta em cheque, como afirmou: ‘Ei, isso se parece muito com o Police. Bem lá no fundo, eu pensava: ‘Porque diabos estamos fazendo isso?’. O Police já faz muito bem essas coisas por si só, por que então estamos fazendo o mesmo? Mas fomos em busca disso e fizemos a música se tornar única o suficiente para que tivesse algumas partes interessantes. E a letra tem certa substância. Aprendi a gostar dela ao longo dos anos, mas na época foi difícil me convencer de que essa canção era uma boa ideia. Só me pareceu uma direção esquisita para se seguir. Não sou um grande fã de reggae, portanto isso também afetava a forma como eu pensava sobre a música. Se a banda me dissesse: ‘Precisamos de algum tipo de influência, o que você acha que deveríamos fazer?’ o reggae não seria a minha sugestão. Mas foi um som bem comercial. Percebi isso e me esforcei para garantir que colocássemos todos os elementos na faixa para que ela tivesse o som que deveria ter de modo a se apresentar como uma canção comercial”. Isso pode ter causado um certo choque em boa parte dos fãs, e apesar de ser o único sucesso da banda a entrar no Top 40 norte-americano, trata-se de uma música raramente levada para as turnês mais recentes, sendo deixada de lado em 1986 e só relembrada no retorno do conjunto, em 2002.
Inspirada em parte por Ernest Hemingway (“The bell tolls for thee”, a última frase da canção que é repetida por Geddy Lee é uma referência ao romance For Whom The Bell Tolls, de 1940, do autor americano sobre a Guerra Civil Espanhola), a música era o tratado de Peart sobre a passagem do tempo e a perda da juventude. Para isso ele busca outros personagens para pontuar no álbum, uma bailarina em fim de carreira, um escritor cansado, vivendo a falta de inspiração e a velhice. Neil citou que a bailarina é vagamente inspirada no personagem de Shirley Maclaine no filme “The Turning Point”, de 1977. O clima grandiosamente emocional de “Losing It “foi amplificado pelas contribuições arrepiantes do violinista Ben Mink e a conclusão da canção traz frases ainda mais tristes, mostrando a melancolia e tristeza daqueles que apenas sonharam em atingir algo que não conseguiram, enquanto poucos conseguiram mover o mundo. (“Some are born to move the world,to live their fantasies.But most of us just dream about the things we’d like to be”). A participação de Ben é absolutamente necessária para dar esse tom triste a essa linda balada e o músico estreitou o relacionamento com Geddy Lee principalmente, na turnê que fizeram juntos, um ano antes.
O encontro para “Signals” acabou rendendo um projeto paralelo com Alex, mas era apenas uma brincadeira, pois eles trocavam os seus instrumentos. Neil ajudava, apenas usando uma caixa, para tocarem sons tradicionais de casamento, uma verdadeira diversão. Em “Losing it”, Ben se mostrou honrado pelo convite, temeroso pelas assinaturas de tempo complicadas, mas caiu de cabeça no arranjo, usando eco e delay para dar uma sensação de grandeza para a canção. “Losing It” foi a canção do álbum escolhida para não ser reproduzida ao vivo e só foi tocada ao vivo pela primeira vez na turnê R40, de 2015, que será assunto mais à frente na discografia do conjunto. Ela se inicia já com Ben pontuando as linhas de teclado que conduzem a canção, em compasso 5/8. Neil está usando os singelos elementos percussivos. Geddy canta as primeiras frases e Alex só entra em 0:44, e logo após a banda encaixa alguns compassos 4/4. A seguir, Neil começa a desenhar uma linha de condução, novamente em 5/8. O violino é um grande protagonista na música, encontrando espaço a cada momento em que Geddy não está cantando. Em 2:03 a música se caminha para uma ponte em 4/4 que os leva em 2:34 à frase final, que Lee repete. Em 2:50 segue-se um trecho instrumental, vigoroso e progressivo em 6/8, com o solo de Mink, enquanto Peart estraçalha na condução. Em 3:57 há um riff intricado ainda em 6/8, que lembra os momentos da fase mais progressiva do conjunto, como “Circumstances” e “Jacob’s Ladder”. Em 4:15 a música diminui o ritmo e segue em 4/4, em várias paradas, preparando o seu fim em fade-out, com Lee repetindo a frase inspirada em Ernest Hemingway.
A letra de “Countdown” é a pura descrição da presença dos canadenses em abril de 1981, como convidados da NASA para acompanharem o lançamento do ônibus espacial Columbia. Eles foram convidados para o lançamento e o observaram de uma área VIP chamada Red Sector A (nome que em breve retornará à discografia Minuto HM) em uma base aérea em Cape Kennedy, Flórida. A música apresenta amostras de comunicações de rádio gravadas antes e durante o voo. Neil Peart ainda estava processando o que eles testemunharam enquanto embarcavam no avião que haviam contratado para retornar e decidiu fazer uma letra sobre a aventura. Alex lembra-se que quando a contagem regressiva começou, a atmosfera já elétrica começou a se intensificar: cinco, quatro, três, dois, um… Chamas saíram dos foguetes propulsores do ônibus espacial, um rugido enorme varreu a lagoa e o Columbia decolou. Posteriormente “Countdown” foi usada como uma música de despertar para os astronautas durante o voo do STS-109, que foi a última missão bem-sucedida do Ônibus Espacial Columbia. Essa música também foi usada por Mike Fincke durante seu voo STS-134 com o Ônibus Espacial Endeavor antes de sua aposentadoria.
A faixa se inicia fechando o ciclo do álbum pois traz os sons de teclados desenvolvidos em seu começo, em “Subdivisions”. Os diálogos entre os representantes da NASA aparecem já desde o início da música e estão por todo lado. A bateria de Peart começa rufando na caixa, para seguir em uma assinatura de tempo fora do padrão. Neil faz crescentes variações rítmicas conforme as estrofes vão se seguindo. Alex apenas traz acordes mais esparsos. Em 2:02, entra o poderoso baixo, com o Moog Taurus Bass Pedal no fundo. Segue-se um trecho sem teclados, mas logo em seguida, em 2:44, o Minimoog traz uma linha bem progressiva, com um fraseado de teclado na mesma linha de “Subdivisions”. Enquanto os diálogos da NASA sugerem a contagem regressiva e a partida da nave espacial, em um instrumental que alterna compassos 6/4 e 4/4, Geddy retorna às estrofes da música. Em 4:34 o Minimoog retorna com a linha inicial, mas segue para um solo, que demonstra a destreza de Geddy no instrumento, já que nesta última canção, como em “Losing it”, Alex não participa solando. A faixa termina em fade-out, com bastante espaço para as trocas de mensagens entre os integrantes da NASA enquanto a banda desenvolve o tema intricado com assinatura de tempo fora do padrão mais previsível. A música entregou o último videoclipe do álbum, que é considerado memorável por causa das imagens do espaço liberadas pela NASA. A banda obteve filmagens exclusivas da agência espacial que foram projetadas tanto durante os shows das turnês quanto no videoclipe da canção. “A NASA cooperou demais conosco”, diz Alex. “Eles se dispuseram a nos dar essas filmagens especiais às quais o público nunca tem acesso. Tinha câmeras localizadas nas torres de lançamento, nos motores, ou seja, em praticamente em todos os lugares. O grupo dedicou a canção aos astronautas que estavam na missão do Columbia, Young & Crippen, bem como para todas as outras pessoas da NASA. “Countdown” ilustra o momento em que “Signals” foi culturalmente inserido.
Ou seja, “Signals” é, em retrospecto, uma estampa do cenário musical no início dos anos 80, um digno representante de seu tempo. Alex Lifeson se disse satisfeito com o trabalho, mas que ele “estaria em algum lugar no meio – não estaria no topo da minha lista. Mas foi um disco fundamental para nós como banda, porque continuou um estilo de composição que havíamos abraçado com “Moving Pictures” e foi um passo em direção ao que faríamos a seguir.” É um disco bem consistente, com faixas relevantes, apenas não consegue atingir o que os álbuns anteriores, que são impecáveis, conseguiram. É também uma mistura que mostra mais a transição para a fase seguinte do que propriamente ser o maior representante desta terceira época da banda. Aquela que nós, os autores, costumamos chamar da fase do “tecladismo”, aqui em “Signals” encontra vários representantes, em especial na obra prima que é “Subdivisions”. Há, no entanto, espaço para músicas mais próximas ao DNA da banda, por exemplo já na segunda música, “The Analog Kid”. E o que é o mais importante: todas as faixas estão em um alto padrão de inspiração e qualidade, assim a questão de serem apreciadas ou não se remete basicamente a uma questão de gosto pessoal ou preferência por este ou aquele estilo. Alguns dos fãs podem torcer o nariz quando o grupo é mais evidente nas influências que teve do The Police, como em “Digital Man” ou “New World Man”. Outros podem ser sentirem incomodados com a quantidade de inserções dos diálogos da NASA em “Countdown”, ou mesmo pela presença do violino em “Losing it “. E, é claro, a maior queixa se refere ao uso dos teclados. Não obstante todas essas questões, acreditamos que o grupo entregou um excelente trabalho em 1982, obtendo êxito em fazer um trabalho mais acessível, porém com performances tão ou mais impecáveis quanto nos trabalhos anteriores, deixando para trás os anos 70 e demonstrando que o Rush na verdade sempre esteve à frente de seu tempo.
Eu, Abilio, gostaria de aqui frisar que quando conheci o Rush no início dos anos 80, “Signals” era o último lançamento da banda. Portanto, este disco tem um valor sentimental enorme, pois a partir daí os álbuns do Rush se tornaram a “trilha sonora da minha vida”, permeando minha existência da adolescência à fase adulta, sendo cada novo lançamento esperado com ansiedade (“O que será que estes ETs vão aprontar no próximo disco?!?!”).
Os shows:

Mais de cinco meses antes do lançamento de “Signals”, o grupo iniciou mais uma vez uma turnê de aquecimento, que foi chamada de The Deep South Spring Training Tour ou The Tour of the Nadars. Ambos os títulos da turnê se referem ironicamente ao fato de o grupo estar excursionando no sul dos EUA. Os Nadars são um povoado que se situa no sul da Índia. Assim, estiveram pelos EUA a partir do primeiro de dez shows, em 1 de abril de 1982 em Little Rock, Arkansas. Abrindo esses shows, eles tiveram duas bandas, Riggs e Krokus. No set-list, a banda tocou versões embrionárias de “Subdivisions” e “The Analog Kid”. O restante do show baseava-se em muito no que eles vinham apresentando na divulgação de “Exit…Stage Left” e “Moving Pictures”, conforme podemos ver abaixo:

A turnê principal de Signals, intitulada “New World Tour” deu a largada no começo de setembro de 1982, com Rory Gallagher abrindo a maioria das datas até o final daquele ano. A partir de fevereiro de 1983, após breve pausa para passarem o fim de ano, a abertura ficou a cargo da banda Golden Earring. Em março, Jon Butcher Axis se juntou ao Rush. Em três datas no Canadá, em abril, o trio apoiou jovens bandas canadenses, Harlequin e The Tenants, convidando-as para as aberturas. A turnê seguiu para a Europa com Alemanha, além de uma data na Holanda, outra na Bélgica e outra na França, para enfim encerrar os shows com 9 noites na Inglaterra no final de maio, com o Nazareth fazendo o opening-act. A banda começou a melhorou a parte cênica, com a evolução da tecnologia crescente, estavam desenvolvendo a projeção em telões a partir desta turnê. Ainda viviam problemas com sincronismo das imagens, já utilizando a abertura com as cenas dos três patetas. O grupo começou a se preocupar em utilizar melhor o tempo ocioso na estrada, Neil Peart levou uma bicicleta para se exercitar, e se juntou a Geddy e Alex para tentar melhorar o seu francês, já que sua terra natal tinha a língua como segundo idioma. Dali em diante, eles buscaram alternativas como praticar esportes, entre eles o tênis e o golfe. Lee gostava de aproveitar o tempo para visitar galerias de arte, Neil iria transitar, com o tempo, das bicicletas para uma das suas grandes paixões, as motocicletas.

Novamente o grupo fez uma excursão razoavelmente longa, com mais 108 datas, mas em uma agenda muito bem pensada para conciliar os shows com as prioridades dos três músicos em suas vidas adultas, formando famílias, com filhos e já apresentando rachaduras em alguns de seus relacionamentos. Geddy Lee afirma que este equilíbrio buscado a partir daquela turnê os fez evitar que, mesmo sendo bons amigos e bem unidos, tivessem de acabar com a banda. “Não há dúvida alguma de que teríamos nos destruído” – acredita Geddy.

O inteiramente renovado set-list da turnê principal trazia 7 das 8 novas canções, apenas “Losing it” foi deixada de fora. Quase 1 milhão de expectadores viram o Rush trazer, além de quase todo o novo álbum, um repertório que mantinha as 6 canções de “Moving Pictures”, como na turnê anterior, e um complemento que mostrava outras 7 canções dos discos mais recentes, deixando o final da apresentação para poucas músicas do início da carreira (as duas primeiras partes de “2112” e “In The Mood”). O set-list quase não se modificou durantes os mais de cem shows, mas ao final da tour, em maio, eles retiraram primeiro “Chemistry” e depois “The Camera Eye”, reduzindo ligeiramente a duração total dos espetáculos. Eis um exemplo do repertório dos shows finais da tour de “Signals”.

Bem, chegamos enfim ao final deste primeiro capítulo do que é conhecido como a terceira fase da banda, momento em que os teclados passam cada vez mais a dominar o espaço nos arranjos do grupo. Para o próximo capítulo, teremos uma ruptura definitiva na estrutura do grupo, motivada justamente por esta busca de sonoridade mais moderna, envolvendo os teclados. Os detalhes traremos em breve, até já!
Keep bloggin’
Abilio Abreu e Alexandre B-side.
Categorias:Artistas, Discografias, Pesquisas, Rush














Discografia Rush – parte 15 – Power Windows – 1985
Discografia Rush – Parte 14 – álbum: Grace Under Pressure Tour – 1984 – (Rush Replay x3 -2006)
Discografia Rush – Parte 13 – álbum: Grace Under Pressure – 1984
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