Discografia Scorpions – [CAPÍTULO 18]

{ Eye II Eye – álbum e tour: 1999 }

Após cerca de um ano em produção, a cargo de Peter Wolf desta vez, os alemães de Hanover publicam seu 14º álbum de estúdio, o Eye II Eye (Olho por Olho).

Pela primeira vez o baterista James Kottak trabalhou em estúdio com os outros integrantes, sendo este o seu primeiro trabalho de estúdio com os SCORPIONS (Kottak entrou na banda logo após o release de Pure Instinct em 1996, como vimos no Capítulo 17).

A capa do álbum Eye II Eye marcou pela mudança de imagem da banda pois apenas os membros fundadores do grupo (Schenker, Meine e Jabs) são exibidos. Na verdade aqui cabe um parênteses: Jabs entrou apenas para completar o que seria o trio principal porém como todos bem sabemos ele não participou desde o início na já longínqua década de 70.

Lineup:

Klaus Meine: Vocal

Matthias Jabs: Guitarra, backing vocal

Rudolph Schenker: Guitarra-base, backing vocal

Ralph Rieckermann: Baixo, backing vocal

James Kottak: Bateria, percussão

Tracklist:

Faixa Título Compositor Duração
1 Mysterious Jabs, Meine, Schenker 5:28
2 To Be No. 1 Jabs, Meine, Wolf* 3:57
3 Obsession Meine, Wolf* 4:09
4 10 Light Years Away Meine, Schenker 3:52
5 Mind Like a Tree Meine, Schenker, Wolf* 5:34
6 Eye to Eye Meine, Schenker 5:01
7 What U Give U Get Back Meine, Schenker, Wolf* 5:02
8 Skywriter Meine, Schenker 4:55
9 Yellow Butterfly Meine, Schenker 5:44
10 Freshly Squeezed Meine, Schenker, Wolf* 3:58
11 Priscilla Meine, Schenker 3:17
12 Du Bist So Schmutzig Jabs, Kottak, Meine, Schenker 3:55
13 Aleyah Meine, Schenker 4:19
14 A Momment in a Million Years Meine 3:38

* Peter Wolf – Produtor de Eye II Eye

Pela primeira vez na história da banda os SCORPIONS são ouvidos em sua língua nativa com a canção Du Bist So Schmutzig (Você é muito sujo, em tradução livre) a qual apesar de possuir letra em alemão teve significativa contribuição do americano James Kottak no processo criativo. Insights de um mundo já globalizado e unificado!

Tour:

A turnê do Eye II Eye começou em 27/Abril de 1999 na Inglaterra e se encerrou na Flórida, Estados Unidos em 6/Setembro do mesmo ano. Neste interim foram realizadas 83 apresentações pelo mundo, passando por Inglaterra, Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, França, Espanha, Suécia, Dinamarca, Rússia, Finlândia, Luxemburgo e Estados Unidos.

Visivelmente uma das mais abrangentes em números de países destino. Destaques para os shows feitos nos EUA onde a abertura ficou a cargo de Motley Crue e para o show na Suécia, no festival nacional de rock que contou com a abertura de Deep Purple, Dio e Manowar.

Também a convite de Michael Jackson, os SCORPIONS tocaram em um concerto beneficiente em Munique, junto a outros amigos do Rei do Pop.

Encerrada o tour mundial os alemães são convidados pelo governo alemão para uma apresentação memorável a qual ficam se preparando por mais de um mês.

Em 11 de Novembro de 1999 os SCORPIONS se apresentam em frente ao Portão de Bradeburgo, em Berlim na Alemanha, no evento de comemoração do 10º ano da unificação deste país. Se juntam a eles, para a performance de Wind of Change, 166 músicos com violoncellos. O trabalho foi conduzido pelo distinto Mstislav Rostropovich, tido como o mundial virtuoso neste tipo de instrumento.

Público e crítica se rendem a esta apresentação e mais do que isso, diversos oficiais do governo e até mesmo intelectuais influentes nas esferas culturais da alemanha ficam maravilhados com o resultado e a impressão do evento.

Algo está por vir…

Avaliação:

Isso é Scorpions? Impossível não se fazer esta pergunta ao começar a ouvir Eye II Eye, principalmente se o fizer na ordem das faixas com Mysterious abrindo o mistério: o que foi que aconteceu com eles?

Mixando elementos de pop e techno junto a suas músicas os alemães de Hanover imprimem uma guinada violenta no estilo da banda.

O resultado é imediato: amor ou ódio.

Fãs do heavy rock e fiéis ao estilo, a rigor não vão encontrar nada que lhe agrade aos ouvidos neste álbum salvo alguns meros trechos de poucas faixas.

Já fãs de pop ou que tenham alguma simpatia por gêneros um pouco mais flexíveis (ótima forma de linkar o rock com o techno falando assim não?) podem aproveitar o Eye II Eye como uma viagem.

Independente de qual parágrafo acima você se encaixa, não há como discordar de que os SCORPIONS foram neste trabalho extremamente versáteis e criativos, algo que há muitos anos não se via mais no grupo. E esta facete merece ser reconhecida ao se avaliar o trabalho.

O clip de To Be No. 1, o primeiro single europeu do álbum, traz em suas cenas diversas alusões a Monica Lewinsky, pivô do escândalo presidencial envolvendo o presidente americano Bill Clinton, em uma tentativa não muito bem sucedida de ganhar a atenção da mídia.

Também é muito interessante ouvir a primeira música em alemão dos alemães (sic)!

Unanimidade entre todas as tribos fica a balada Moment in a Million Years, esta sim, tem gênero, número e grau característicos dos SCORPIONS que gregos e troianos estão acostumados a reconhecer a aplaudir.

Premiações:

Eye II Eye cravou a sexta posição no chart alemão, além da 30a. na França e 36a. na Finlândia.

O single Mysterious alcançou a 26a. posição nos Estados Unidos enquanto na Alemanha ficou apenas com a 55a. posição.

Curiosamente Moment in a Million Years não aparece nos charts. Esta música ficaria por muito esquecida junta às ovelhas negras deste disco, sendo realmente reconhecida anos mais tarde ao ser incluída em apresentação de turnês posteriores.

Para seu iPod:

Avaliação do álbum: 4 estrelas ( * * * * )

Ouça: Mysterious; Obsession, 10 Light Years Away; Eye to Eye; Du Bist So Schmutzig; Moment in a Million Years.

Assista: o clip de To Be No. 1

[ ]’s

Julio.



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15 respostas

  1. Em relação ao Eye to Eye, antes de tudo preciso lhe parabenizar por traduzir todos os sentimentos contraditórios que este álbum pode trazer e também pela coragem de assumir uma aceitação a experiencia que os alemães se propuseram a tentar. Eu não gosto do álbum, mas preciso respeitar a sua e a opinião de quem gosta. Toda a vez que ouço a Mysterious tomo um susto,continua como na primeira vez que ouvi e ainda assim não me acostumo com o estilo . E o álbum segue nesta linha, que não é definitivamente de minha predileção. Acho que Klaus Meine está cantando de uma forma diferente e encaixa com a sua definição de versatilidade e criatividade, realmente ele canta bem num estilo tão diverso do que conhecemos dos alemães, mas canta muito bem. O clip é até engraçado e tentando soar atual, mas prefiro o Scorpions mais tradicional.
    O post é perfeito num álbum tão controverso, super parabéns!!!

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  2. Julio, novamente um post que traduz sentimentos e contexto histórico de forma singular. Parabéns.

    Confesso que não conhecia Mysterious, então fui atrás ouvi-la. Nossa, realmente, isso é Scorpions? A sua pergunta no post não poderia ser mais acertiva.

    Bom, assim como o B-Side acima, eu também respeito, mas o som fica fora do meu “range” de gosto. Não curti – aliás, pelo que me pareceu, parece uma banda que chamou o vocal dos Scorpions para “uma ponta”.

    Novamente, o post está excelente.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Sou apaixonada por Scorpios desde criança, passei esta paixão para dois dos meus três filhos.
    Caríssimo, me diga, quem faz o vocal de 10 Ligth Year Away? Sei que Meine canta, mas não consigo discernir a voz principal.
    Lilian

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  4. Olá Lilian!

    Em “10 Light Years Away”, assim como em algumas outras faixas do álbum Eye II Eye, há diversos efeitos de mixagem incluídos após a gravação no estúdio. O efeito presente nesta música simula exatamente o que seria uma outra voz a qual na verdade se trata do próprio Klaus Meine cantando em outro tom.

    Para facilitar, existem dois momentos distintos:
    1 – Klaus cantando sozinho em tom diferente do usual (aos 30s de música);
    2 – Klaus cantando normalmente com seu característico pico de voz (aos 55s de música);

    Estes dois momentos são sobrepostos e espaçados diversas vezes durante toda a faixa, o que nos dá a clara interpretação de que se trata de outra pessoa cantando junto. Porém, não é verdade.

    É isso aí, são justamente estas experiências novas que mencionamos no texto do post que os alemães nunca tinham feito e isso justamente dá o toque de “ame-o ou odei-o” ao disco Eye II Eye.

    Vou aproveitar para corrigir o crédito dos compositores pois confirmei no site oficial do Scorpions e a informação conforme disse o Eduardo está correta.

    [ ]’s

    Julio

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  5. Amigos,

    O blog de vocês é demais, parabéns a todos os “especialistas” do Minuto HM.

    Está meio deslocado perguntar aqui mas gostaria de saber se é verdade que existe uma música do Avantasia em que o Klaus participa…

    Luigi

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    • Olá, Luigi. Primeiramente, em nome do blog, muito obrigado pelo elogio. Seja bem-vindo sempre.

      Vamos ver se algum especialista consegue responder a você.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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    • Luigi,

      Sim, é verdade e é uma música muito boa (na minha opinião) por sinal.

      Trata-se de “Dying for an Angel”, faixa do álbum “The Wicked Symphony” da banda/projeto de Tobias Sammet, o Avantasia.

      O resultado é uma faixa um tanto à Scorpions que deve agradar a maior parte dos fãs da banda de Hanover.

      Além de Meine, Rudolf Schenker já havia participado em trabalhos anteriores do Avantasia, mais especificamente no álbum “The Scarecrow”.

      E também pra quem gosta de power metal o Avantasia é simplesmente “a banda” pois consegue trazer convidados mantendo seu estilo!

      Principalmente quando conta com o time de estrelas de primeira linha, tais os alemães acima, Alice Cooper ou mesmo Eric Singer, apenas para citar alguns…

      [ ]’s

      Julio

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  6. Sobre a resposta/comentário do Julio acima , só posso dizer :
    Impressionante…..uma aula…

    Alexandre Bside

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  7. Gosto muito de Yellow Butterfly

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