Cobertura Minuto HM – Vinny Appice em Santo André (Santo Rock Bar) – 27/out/2023 – resenha

Com a insanidade de shows de Paul Macca que terei neste final de ano, tinha feito um pacto comigo: Vinny Appice, Glenn Hughes, Alter Bridge, Alanis Morissette, Tim “Ripper”… eu “pularia”, com dor, estes shows.

Mas desde que inventaram a palavra “exceção” na vida, vale tudo. E na semana dos shows de Vinny aqui, bateu “aquela” vontade de ouvir o catálogo do DIO e do melhor do Sabbath com o baterista de mão pesada e baquetas invertidas que, já adiantando, continua em grande forma no que faz de melhor. Assim, a saída final foi conhecer um novo bar para mim, em Santo André, e curtir o show da sexta.

O ingresso da vez foi no camarote do bar, que inicialmente me assustou com um movimento mais baixo do que esperava, mas a galera resolveu chegar mais tarde mesmo (resolveu ou “conseguiu”, provavelmente). Com previsão de início as 22h00, ficava a dúvida se a banda de abertura iniciaria antes ou nesta hora.

Tudo atrasou e a banda de abertura tomou o palco as 23h00, e que desespero. Com um repertório cheio de clássicos do metal, inclusive muito Sabbath fase Ozzy (????), há de se entender que em noite de Vinny Appice, a casa daria atenção ao instrumento bateria. A banda de abertura tinha em seu líder o baterista, que fez um trabalho, digamos, aquém do desejado, inventando e errando muito. Talvez pudesse ter sido mais “arroz com feijão”. Para piorar, o show durou uma hora e meia, e isso nenhuma banda de abertura deveria fazer. Essa opinião é certamente o que mais escutava ao lado de outras pessoas também, com direito a gente sentando e até cochilando. Deixo aqui em aberto a situação de Vinny ter necessitado ou desejado tocar mais tarde, salvo isso, o tempo demorou a passar e o cansaço, claro, vai aparecendo.

Como nem tudo são “pedras” (afinal, “flores” realmente não foram), a banda trouxe Confessori do Angra/Shaman ao palco. Obviamente o nível subiu nas alturas, mas a banda não acompanhou, em minha opinião. Tivemos alguns momentos inclusive de olhares da banda e Confessori, digamos, de “vamos dar uma força”. As músicas com ele foram Immigrant Song, que a baqueta caiu da mão de Confessori, e uma Wasted Years do Maiden cujo erro na entrada para a segunda estrofe QUASE parou a música. WY realmente foi um desastre…

Mas vamos ao prato principal. O Rolf já disse tudo aqui sobre o show principal. Com uma formação de respeito (destaque absoluto para Nando e meu xará Eduardo Ardanuy), a banda que tocou com Vinny fez um tributo de muita qualidade à discografia de Dio.

Para começar a brincadeira, logo três clássicos dos álbuns dos anos 1980 do Sabbath, e aí começaria a alternância Sabbath-DIO e apenas com os clássicos mais conhecidos (8 do Sabbath e 5 da carreira solo da banda DIO). Aqui não há obviamente o que reclamar ou lamentar: era realmente só o “puro creme do milho verde”. Mas como aqui ninguém é fã tradicional de clássicos apenas, creio que poderíamos ver mais músicas do Dehumanizer, The Devil You Know e até de outros álbuns solo do DIO com Vinny – não era uma noite para War Pigs, por exemplo, e Rainbow In The Dark é a Fear Of The Dark (a culpa é sempre de músicas com “DarK”, hahaha??) também poderia ficar para a Kiss FM. Mas, obviamente, não dá para reclamar do set forte e com muitas do Mob Rules :-).

Pontos feitos, que apresentação! Como disse, a banda foi muito, muito competente, como de costume – cantar Dio e tocar Butler / Bain, Campbell e o mestre absoluto Iommi é uma enorme responsabilidade que foi mais do que justificada pela fileira da frente. O baixo da noite foi um espetáculo. O som da casa também estava excelente, assim como em geral a casa é uma ótima opção.

Sobre Appice, atualmente com 66 anos, é uma alegria e satisfação enorme poder vê-lo tão bem. Claro, seu kit não é mais o mesmo há anos, mas sua pegada está toda ali, juntamente com sua tradicional “virada” usada e abusada durante o repertório abaixo.

Possivelmente por conta da banda de abertura do horário, a banda deixou de tocar simplesmente The Sign Of The Southern Cross e Caught In The Middle em relação ao set-base de outras noites. Isso eu lamento e MUITO. De resto, foi combater o cansaço que veio chegando na madrugada e curtir o néctar do heavy metal. Vinny por muitas vezes interagiu com os presentes e sempre deixa claro que seu “irmão” Ronnie James Dio está sendo ali celebrado e nunca esquecido. Tenho certeza que os presentes concordam que o espírito do baixinho de grande voz estará sempre entre nós em eventos mais do que especiais como este.

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Black Sabbath, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, DIO, Iron Maiden, Led Zeppelin, Músicas, Resenhas, Setlists

4 respostas

  1. Que bom que deu tudo certo …….sem dúvida uma banda de abertura tocar 01:30 é algo que não se entende No mais que bom que deu certo ver o show e tirar The Sign …… foi drástico …complicado demais hein

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  2. Excelente a possibilidade de ler duas resenhas de shows irmãos e por duas percepções diferentes.
    Devorei não somente a do Rolf, mas essa também, que complementa o show anterior com o set list, por exemplo.
    Uma pena não ter as duas músicas citadas. Sei que The Sign of the Southern Cross é uma marca da carreira do Sabbath, mas para mim faria mais falta Caught in the Middle, que é um B-side dos melhores. Eu tiraria War Pigs sem a menor dificuldade, se houvesse necessidade de uma escolha….
    Pra mim, o melhor disso tudo aí é a faixa que abre o show, Turn up the Night. Ela, na época no Sabbath nos anos 80, ficou meio esquecida, talvez em função de ser irmã gêmea da clássica Neon Knights, do álbum anterior.
    A questão da banda de abertura tocar tanto tempo não faz o menor sentido mesmo. Há de haver alguma explicação que não nos chegou.
    Dois shows ótimos, duas ótimas coberturas
    Obrigado, folks!

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    • Valeu, B-Side. Eu senti demais a falta de ambas, ainda mais pelas possíveis razões de terem sido limadas (longo show de abertura e a madrugada entrando forte, e a “obrigação”(???) de colocar um hino do Sabbath com Ozzy como War Pigs). Concordo plenamente com os comentários da abertura, outra que fica “esquecida” e que deveria ter mais destaque. Aliás, boa para um futuro ensaio nosso, seja lá quando for??

      Sobre o setlist no post do Rolf, acabei de colocar – bem observado, como sempre. Rolf, você me deve um hambúrguer e uma foto com um famoso!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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