Discografia HM – MetallicA– Ride The Lightning – 27/jul/1984 – 40 anos  

O segundo álbum do Metallica se junta ainda em julho nesta sequência incrível de álbuns de hard e metal lançados em 1984 que estamos homenageando. Este disco, para este que aqui escreve, é muito diferente de qualquer outro álbum desta série, principalmente se nos remetermos ao momento que tivemos conhecimento dele, ali por volta de 1985, talvez 1986, eu diria. A história deste disco comigo começa ali, com o Cláudio, o meu amigo de sempre dos tempos de Vila Isabel, no Rio de Janeiro.

E não, eu não vou aqui fazer uma análise do álbum. Isso eu deixo para a discografia MetallicA que anda “a todo vapor”.

Eu tenho certeza que este momento na discografia Minuto HM do MetallicA vai chegar. Falta pouco. E enquanto a crítica e analise especializada que este disco merece não chega, eu vou começar essa homenagem de uma forma mais polêmica. Ali em 1985 ou talvez no início de 1986, como eu escrevi acima, o Cláudio me apareceu lá em casa com uma versão mambembe do Ride The Lightning. Para ele, era a banda que iria sacudir as estruturas dali pra frente. Lembro de ter claro essa opinião dele. Além dele, sim, algumas poucas revistas nacionais de metal vinham elogiando a banda novata, na ocasião.

E eu, nesta história? Acreditem, eu odiei o disco. Bem, pra minha defesa, além da evidente mudança sonora para a qual eu não estava preparado (e o Cláudio, sempre muito antenado, já estava), a versão do vinil que ele trouxe era muito tosca. A prensagem era amadora, com muito chiado, cliques, ruídos. Não era uma versão oficial, era uma pirataria lançada no Brasil de forma não oficial buscando aqueles que já conheciam a fama crescente da banda. Eu lembro que o selo do vinil era totalmente branco. Nenhuma informação, nenhum label da gravadora ou nome das canções. Acho até que não tinha lado A ou Lado B. E pra escrever esse novo capítulo dos discos que chegam aos 40 anos, eu resolvi pesquisar na internet e “voilá”!! Não é que eu achei a versão que ouvimos lá em 1985 ou 1986????

Para dar o crédito, aqui vai o link do discogs, e algumas imagens que nos remetem ao Brasil de 1985. Se não era este o vinil que o Cláudio tinha, era algo muito parecido. Deixo pra ele comentar…

E voltando a trazer a minha impressão do disco, sim, ali em 1985, 1986 eu não gostei do álbum, hoje sei que estava errado. Na época, ouvir Fight Fire With Fire era algo difícil, muito além da minha capacidade de absorver tanta agressividade, exceto pela abertura da faixa, acústica, que eu sempre adorei e admirei. Hoje ainda, esta é a única música do Ride The Lightning que eu ainda estou aprendendo a apreciar aos poucos. O resto do álbum é impecável, mesmo Escape, que muitos não curtem. Nunca tive qualquer restrição à música, não estava entre as minhas favoritas, mas é um B-side de propriedade.  E depois que o Cláudio comprou o Master of Puppets importado, (numa ida nossa em Ipanema, história que eu deixo pra ele contar, se quiser) ali em 1986 ou provavelmente 1987 eu já tinha uma coletânea das músicas que eu gostava do MetallicA em fita cassete. Eu lembro bem de ouvir bastante For Whom The Bell Tolls e principalmente as faixas que fechavam os lados. Fade To Black sempre foi a minha preferida, junto com a cacetada que é The Call of Ktulu. Uma análise desavisada do álbum hoje o coloca com facilidade entre os melhores álbuns de 1984. A clássica Creeping Death ou mesmo a incrível destreza da mão direita de Hetfield demonstrada principalmente em Trapped Under Ice são outros exemplos da qualidade dele.

Esse post serve também então como um pedido de desculpas duplo. Ao MetallicA e ao Cláudio. Ambos estavam além do tempo. Só eu e uma meia dúzia de teimosos não sabiam. Em 1988 eu já sabia, com o …And Justice for All. Foi ali que eu me rendi ao talento desta banda. Mas hoje é dia de homenagem, vai aqui o meu “hats off” para o Ride The Lightning, outro incrível álbum da safra de 1984.

Vamos seguindo durante o ano para mais álbuns de 1984, a gente ainda se vê em mais algumas vezes.

Alexandre B side



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12 respostas

  1. Preciso parar e ler isso aqui com calma. Esse cara manja demais de Metallica!!!!!

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    • Rolf, a discografia oficial no Minuto Hm, você sabe, está em ótimas mãos. Talvez essas mãos possam se mexer um pouco mais, mas não há dúvidas de quem realmente tem o entendimento MetallicA neste blog. Assim com o Kelsei, o Marcus, Cláudio, por aí vai.
      Eu sempre fiquei em um conhecimento maior da fase mais inicial da banda, até o Black Álbum.
      O post homenagem traz na verdade o relato meu da época, esse é o foco que tenho tentado deixar aqui nesta série.
      Foi curioso sair de uma falta de apreciação para a banda, para alguns anos depois venerar o …And Justice for All.
      Deixemos, pois, a discografia oficial para quem entende.
      E eu continuo por aqui homenageando os 40 anos de vários álbuns como esse

      Sds

      Alexandre

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  2. Os quatro primeiros discos do Metallica lançados representam a minha fase preferida deles, porém considero o álbum quarentão de hoje (mais um de 2024) o “menos inspirado” dessas quatro obras, principalmente se for comparado com o disco seguinte, esse sim o meu favorito da banda: Master of Puppets (1986). Só vale por “For Whom the Bell Tolls”, “Creeping Death” e (principalmente) “Fade to Black”, e não acho que as outras cinco faixas também sejam muito cultuadas pelos fãs e até mesmo pelos próprios membros do Metallica. Dessas restantes, a mais fraca para mim é a instrumental “The Call of Ktulu” e seus quase nove minutos de pura agonia que baixam o nível geral do disco e encerram o mesmo de forma inesperada. Apenas isso!

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    • Eu até acho o disco muito bem considerado pelos fãs da banda, Igor, mas entendo e respeito a sua apreciação, assim por dizer, parcial.

      Em relação ao Master, estamos juntos, prefiro o que sucedeu o quarentão do ano.

      Já em relação à instrumental do álbum, não posso concordar, eu realmente curto muito e já curtia naquela época a Ktulu.

      Talvez a minha preferida.

      Gosto é gosto, obrigado por participar.

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      • Valeu, chefe… O problema da faixa instrumental de Ride the Lightning ser para mim a mais fraca de seu tracklist é o fato dela ser “diferente” das outras sete faixas – não em termos musicais, mas sim em termos de duração (como eu disse, quase nove minutos de pura agonia). Compreendes agora, chefe? Enfim, valeu por me responder!

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        • É verdade, diferente do Master , onde várias faixas tem essa maior duração ( a própria faixa titulo do terceiro álbum é um exemplo) , neste Ride somente a instrumental tem uma duração maior.

          Talvez ( na minha concepção parece sim) um caminho a ser seguido, com maior maestria, no álbum seguinte.

          Um abraço, Igor.

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          • Não me incomodo com as canções longas do Master, apenas me incomodo com a instrumental que fecha o RtL. Eu aprovaria plenamente se tirassem dois ou três minutos dela para ficar “igual” ás anteriores em termos de duração… Abração pra ti também, chefe!

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  3. meu primeiro ride the lightning era bem dessa prensagem a la Paraguai kkk era o que tinha e logo depois achei o Kill Em All americano. 

    Realmente não havia escutado nada tão pesado até então. Eu tive até uma camiseta do álbum que usei até se desmanchar. É o meu segundo álbum preferido depois do Master, o qual vc me acompanhou na viagem de 1 hora para chegar em Ipanema para buscar o álbum que estava encomendado. Joguei todas as fichas que eu tinha e as que eu não tinha nessa banda. Eu pensei… acho que esses caras estão no caminho de chegar no fim do arco-íris kkkkkk Até que levam jeito. Mas o álbum em questão aqui é o Ride the Lightning e como eu queria algo mais consegui o EP Creeping Death. E pasmem galera eu catei esse álbum na Modern Sound em Copacabana e tinham 2 caixas dele, ou seja, 20 exemplares. Eu peguei o meu!!! Kkkk

    O resto é história. Mas a volta de Ipanema foi ansiosa e o primeiro lugar que o MASTER tocou foi no templo do rock. 

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    • “Templo do rock” , mencionado no comentário, pelo jeito era um certo quarto em Vila Isabel de dois gêmeos meio doidos….
      As lembranças são ótimas, e em 1986 ou 1987 ir de Vila Isabel para Ipanema de ônibus caquético realmente era uma viagem quase interestadual..

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