Cobertura Minuto HM – British Lion em SP – 05/dez/2024 – pré-show e comentários / resenha

Ahá! Que comece o “aquecimento Iron Maiden” – mais uma noite para ver o patrão, nada mal!

Bom – poderia ser melhor, digamos. O British Lion está longe de ser aquela Coca-Cola toda. Aliás, bem longe. E não digo isso em nenhum sentido comparativo com o verdadeiro filho do chefão – digo em sentido musical mesmo.

Eu ouvi mais British Lion nos dias recentes. Continuou não me agradando tanto. Sacando alguns elementos galopantes aqui e ali que qualquer um de nós reconhece e abre um sorriso – o que “sobra” (guitarras, bateria, e especialmente a voz – não me chama a atenção em praticamente nada). Já vi a banda com o Rolfístico – aliás, uma noite que, ao chegarmos para frente e ficarmos em frente a PA, pela única vez até então (que eu saiba) – e espero que última – a noite terminou no Hospital Santa Catarina com um tímpano meu “vazando líquido” – literalmente furado – e o que espero nesta noite é, quem sabe, que essa impressão pelo menos ao vivo melhore um pouco…

De resto – é ver o chefe. É esperar pelo prato principal da sexta e sábado. É vê-lo de perto, talvez tão perto como aqui e aqui, mas de perto mesmo assim. É ver o brilho nos olhos que ele ainda tem, e tem mesmo – é um prazer ver essa dedicação de Steve indo novamente para as casas e clubes menores, sem a “máquina Iron Maiden”, com inúmeros problemas gerais, camarins mofados, etc etc etc que ele deve lembrar do início de tudo, há praticamente 50 anos. Só mesmo muita paixão verdadeira pelo que faz para se “sujeitar” a estar de novo nisso – ou seja, não é isso que importa a ele – o patrão gosta mesmo de estar no palco, tocando, e é uma satisfação vê-lo bem de saúde e cabeça sempre para fazer isso. Não esqueçamos: a música está cada vez mais distante de ser música, sendo transformada em coisas artificiais (e nem falo no sentido Inteligência Artificial, ainda que também seja o caso), pré-gravações, ferramentas, playbacks, que é literalmente uma exceção vermos o compromisso ainda com o “ao vivo”.

O show será no Fabrique Club, casa situada na região da Barra Funda, em São Paulo, e que nunca fui. E do meu lado, para hoje e para os shows do Iron Maiden, lá vou eu com um “duplo J” no corpo após uma crise renal na semana passada…

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19h00 – 19h25: ao metrô sair do túnel para a Barra Funda, a supresa: a garoa da zona sul se transformou em m um dilúvio sem igual aqui. Não dá né para sair da estação do metrô. A previsão não mostrava chuva – mas é mais confiável que torcer para o Vasco da Gama falar isso (abraço, Rolf). Dando um tempo antes d tentar um Uber para o local do show. Já prevejo caos geral e espero que a casa não tenha qualquer tipo de fila externa… pensando em local coberto, não trouxe nada para me preparar para um aguaceiro sem igual…

O app mais inútil do celular quando em São Paulo: o da previsão do tempo. A foto é das 19h34 estando no local do dilúvio
Situação da saída da rampa do metrô que dá na praça

20h30 – 20h50: Após o caos da chuva e roçar aguardando uma hora e vinte dentro da estação, chamei um Uber na rua lateral da estação e em 15 minutos o carro chegou. Considerando tudo, está ótimo. Cheguei, tomei uma água no bar da frente e entrei. 

A casa é um grande galpão e não está lotada. Boa estrutura, bae lateral, e caixas e chapelaria longe do palco. Ar funcionando bem, banheiros ok. A lojinha do Steve tem uma foto autografa pela banda, que comprei e devo recortar nele depois, hahaha. Cheguei na última música da abertura, então não posso dizer muita coisa, a não ser pela minha surpresa de ver a galera gritando por TONY!! TONY!! TONY!!

Tony Moore Setlist Fabrique Club, São Paulo, Brazil 2024

Na PA esperando por Steve e cia, rolou até Rocket Man do Elton John, meio estranho. Mais bandas britânicas, e um Enter Sandman que também rolou agora pouco. Rolou também Thin Lizzy com The Boys Are Back in Town, Guns com Paradise City, AC/DC com Highway To Hell, entre outras.  Vejo também uma garotinha de uns 7-8 anos por aqui com a mãe, o que é legal de ver. 

21h04 – nada ainda, roadies no palco. Atraso até esperado pelo dilúvio do início da noite. Vamos ver o quanto atrasa. O Fender Precision já entrou – já é meio show :-).

21h10: começou!

British Lion:

Confesso que não foi um show fácil para mim – um pouco de dor nos rins, dor nas costas, uma certa vontade adicional de ir ao banheiro… a coisa estava feia. Mas Steve e banda tocaram por cerca de 90 minutos e, de verdade, não é todo dia que dá para ver alguém do calibre dele, o fundador, do dono do brinquedo, tocando tão de perto. No mundo de hoje, é um prazer (e já chega a ser um espanto) quando temos um músico verdadeiramente apaixonado por tocar ao vivo… é o caso do Steve: ele se entrega nestes shows da mesma forma como acostumamos a ver nos últimos 45-50 anos dele, sendo para poucas pessoas, sendo para um Rock in Rio 2001. É inacreditável a energia dele, pulando, cantando cada palavra, realmente se entregando de corpo e alma.

Outra coisa que me surpreendeu foi ver o público cantando as músicas do British Lion. Realmente é muita dedicação… eu ouvi as músicas, mas saber cantar, sei parcamente três – Judas, Land of The Perfect People (e não gosto da música muito), Us Against The World (talvez a “preferida” e o melhor momento do show, pelo menos para mim). Mas a galera cantou bem, eu diria, uns 70% das músicas, creio que mais do debut da banda mesmo.

A casa acabou enchendo bem – diria que não lotou, cabia mais gente com segurança – e gostei bastante da estrutura da casa, que se manteve com o som bem alto, como deve ser, e equalizado o tempo todo. As luzes nas cabeças da gente esquentavam um pouco, mas o ar estava dando conta bem também.

Do “resto” da banda, meu destaque vai para o baterista. Engraçado que as músicas parecem não sair muito do lugar, mas o baterista imprime uma dinâmica quebrada e é bastante técnico, além de tocar do jeito que eu gosto, com aquela “pegada”. O trabalho das guitarras também é bom, mas sinceramente não vejo como destaque. E o vocal, bom, o vocal é o que pega para mim – ele parece cantar “se contendo”, “baixo”, e a coisa não evolui. Eu acho que talvez um outro vocal com essas mesmas músicas pudesse dar uma outra dinâmica no resultado final…

O baixo se manteve em destaque o tempo todo. As músicas trazem momentos que realmente nos faz abrir um sorriso, especialmente na famosa mão direita. Não há tanta dinâmica (estou usando muito estava palavra, então acho que já temos uma conclusão do resultado aqui) no lado esquerdo, o que caracteriza, portanto, as músicas. Mas ver Steve tão de perto, com o baixo tão alto, com seu clássico Fender Precision, seus trejeitos, perna esquerda do retorno, etc, é uma satisfação gigantesca, um privilégio!

O show foi sem interrupções, sem falação, uma atrás da outra e sem BIS. Eu acho isso sensacional.

Steve é uma outra referência no sentido de amar verdadeiramente o que faz. De ser profissional na essência. Não precisava de nada disso – e ele obviamente só faz o que gosta (e como sabemos disso). Então, parabéns e long live Steve Harris, British Lion, e a entidade maior Iron Maiden!

Galeria de Fotos:

Compilado de trechos de músicas:

No final do show, vi Stjepan Juras. Pude trocar uma rápida ideia com ele – fiz um elogio mais que merecido por toda a luta dele sendo o “pai” do Paul Di’Anno por tanto tempo. Ele agradeceu e me comentou: “well, I did my best”. Perguntei o que ele estava achando do Brasil e ele ficou feliz com uma pergunta fora do mundo Di’Anno, claramente, dizendo que estava gostando, tendo um “good time” e sorriu. Me despedi e ele agradeceu pelo carinho.

Hora de ir para casa, descansar – o prato principal está chegando!

British Lion Setlist Fabrique Club, São Paulo, Brazil 2024

[ ] ‘ s,

Eduardo.



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2 respostas

  1. GRANDE HISTÓRIA DO TÍMPANO FURADO!!!! Legal mesmo ver esse pessoal em forma!

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