Falar que eu estou atrasado na série é chover no molhado. Então, ao invés das lamentações, deixa eu enfatizar o lado mais positivo desse post: consegui fazer o Rolf resenhar alguns álbuns! Isso mesmo, senhoras e senhores! O vascaíno! O adorador de ETs! O homem que vive no fantástico mundo que ele mesmo criou, vai contribuir com seus dois centavos para a edição de 2016! Edição que também conta com a volta de Eduardo Schmitt, lá das pampas do Sul Tchê, que não deveria ter saído! Time aumentado!
Outra coisa que vocês vão perceber é que os álbuns não possuem as resenhas de todos os colaboradores. Além do Rolf, que resenhou algumas coisas, o último álbum não possui a resenha do JP, porque eu acabei trocando o minha indicação várias vezes no ano de 2016 e acho que ele não viu a indicação definitiva – como esse ano está atrasado em meses, não me dei ao trabalho de pedir uma resenha nova a ele, mas que tenho certeza que, caso ele não conheça a banda, ele vai atrás de ouvir (e vai comprar o álbum para colocar no armário mágico dele – aquele que você pensa em um CD e lá aparece).
Lembre-se de acessar nosso guia de sobrevivência, que a cada post aumenta e te dá um bom panorama pelas bandas e países que passamos. As resenhas abaixo, dessa vez, não estão seguindo a ordem alfabética por banda, pois eu comecei montando o post sem me atentar a ordem das bandas e para consertar ia dar um trabalho igual ao de montar um post novo, então desencanei.
Bora para 2016!
Black Stone Cherry – Kentucky

Sugestão de: Alexandre B-Side
Ouça você também:
Alexandre: Olha, esse é o primeiro álbum que ouço desta lista e que bom, começamos muito bem. Olhando para frente, tendo o Inglorious, que eu conheço tão bem e já indiquei pra várias pessoas, 2016 começou muito diferente dos anos anteriores, é neste momento um ano bem promissor. Eu confesso minha heresia em ter sempre ouvido falar neste Black Stone Cherry, mas nunca ter parado que fosse alguns minutos para dar atenção à banda. E se arrependimento matasse… A banda, no meu entendimento, fez uma boa mistura de Southern Rock a la Lynyrd Skynyrd com uma estrutura que lembra algo de Whitesnake com Black Sabbath, entre outros ingredientes de sua salada. O som se baseia em um peso robusto, cria do Master of Reality do Sabbath, aquele uso de afinação baixa que os traz para a sonoridade mais moderna do pós-grunge. A influência do blues e do som do sul dos EUA entrega bons refrões, boas melodias vocais e ótimos solos e é o contraponto que faz do som do Black Stone Cherry tão interessante. Eu abro uma frase em separado para ressaltar os solos. São ótimos, bem encaixados, sem exageros e de um bom gosto ímpar. O vocal até não é o que me chamou a atenção, na verdade para mim ele cumpre o seu papel de forma competente e é isso. O disco começa muito bem, com os dois principais singles, “The Way of the Future” e “In Our Dreams”. Melhora ainda mais, com a faixa que mais gostei, “Shakin’ My Cage”. “Cheaper to Drink Alone” é outra canção com ótimo potencial radiofônico, mas traz um trecho intermediário onde a banda toda brilha, a bateria se juntando ao baixo para abrir espaço para um ótimo solo. O disco termina bem, entregando toda a influência do country e blues na balada acústica “The Rambler”. Faixas como “Hagman” ou “Rescue Me” chamam menos a atenção, mas em geral o resultado total é bem satisfatório. Como nem tudo são flores, eu evitaria um pouco o uso dos efeitos nas vozes, carregaria menos no peso do fuzz, investiria mais na influência de blues e entregaria um disco um pouquinho menor, 52 minutos é para obras primas como o Powerslave. Kentucky é um álbum muito interessante, mas não é o Powerslave. Ainda assim, nesta série de novidades, passou com louvor e me fez pensar em ir atrás do resto da discografia.
Edu Schmitt: 5º trabalho desta banda dos EUA. O nome da bolacha indica uma tentativa de voltar a uma sonoridade mais próxima do estado do sul dos EUA. O timbre do vocalista/guitarrista me lembra um pouco bandas como Nickelback – o que não é exatamente um elogio. Destaco a música “Born to Die”, com um rife simples, mas marcante e uma base de teclado bem interessante. “Soul Machine” apresenta um andamento empolgante e um solo de guitarra bem bolado. Também chama a atenção pela surpreendente releitura do clássico anti-guerra da Motown, “War”. Inesperado e interessante. Já a power balad “Long Ride” parece meio genérica e “The Rambler” namora com elementos country, talvez numa tentativa de retorno as raízes geográficas. Olha, dá pra pescar algumas canções para incluir numa lista despretensiosa.
JP: Me lembro que o disco de estreia desta banda americana já foi sugerido por aqui, o ano em questão foi 2006 e como da primeira vez, esse trabalho continuou não me chamando a atenção, confesso que tive que ouvi-lo novamente para tentar entender um pouco toda a evolução e me lembrar do som, afinal de contas “dez anos” separam as duas audições. Bom… depois de escutar os dois discos seguidamente, cheguei à seguinte conclusão: se da primeira vez a experiência não foi lá grande coisa, agora então em “dose dupla” não foi muito mais gratificante, talvez, no máximo, “duplamente entediante”. A figura principal do Black Stone Cherry continua sendo o vocalista e guitarrista Chris Robertson e o estilo se mantém o mesmo, a diferença mais perceptível de Kentucky em relação ao autointitulado é que o trabalho de 2016 me pareceu um pouco mais comercial, principalmente em músicas como “Born to Die” e “Long Ride”, bem radiofônicas, mas com bonitos solos de guitarra. Ah, outra bem comercial é a balada “The Rambler”, que é bem chatinha por sinal. De todas as faixas, as que mais me chamaram a atenção positivamente foram “Soul Machine”, que tem uns backing vocals femininos bem legais que tentam soar meio Southern Rock moderno, além de outro solo certeiro e a “Rescue Me”, com um refrão interessante e agradável, além de guitarras pesadas. Já o restante de Kentucky é o mesmo que encontramos a exaustão no disco de 2006, vocais que nos remetem a bandas como Pearl Jam e Soundgarden (consequentemente monótonos) e músicas que seguem uma linha de estilos como o grunge e rock alternativo, algumas vezes soando pesadas e em outras bem pop. Pelo menos dessa vez, a capa me pareceu mais bonita.
Kelsei: Figurinha repetida! Pode isso Arnaldo? Ou melhor, pode isso Kelsei (já que eu criei esse projeto)?! Bem, deixa eu olhar o regulamento, só um minutinho. Pera ai …. pera ai …. ah achei! Parágrafo sétimo, inciso quarto, alínea ‘b’: uma banda pode se repetir em outros anos no projeto Novidades HM se, e somente se, tiver um som próprio, competente, nada enjoativo e, no fim das contas, que seja muito legal! Ah então pode deixar o Black Stone Cherry aqui! Mesmo já aparecendo no ano de 2006 com seu álbum de estreia e título homônimo, é mais do que delicioso poder ouvir aqui mais um álbum desses americanos. Quando resenhei o de 2006 ainda não tinha visto eles ao vivo, o que foi por terra quando vieram tocar aqui em São Paulo no Summer Breeze de 2024. Ao vivo são contagiantes, empolgantes, tocam tesudos e o baterista, meu amigo, o que é aquele baterista ao vivo! Kentucky voa nos ouvidos. Canções como “In Our Dreams”, “Shakin’ My Cage”, “Cheaper to Drink Alone”, “Rescue Me” são todas magníficas. Até no cover de “War” de Edwin Starr eles fazem bonito (e não tem como você não lembrar do filme A Hora do Rush, quando o Chris Tucker tenta corrigir o Jackie Chan como cantar essa musica – me deu nostalgia aqui, vou deixar o excerto mais abaixo). Na minha opinião, essa banda foi a que melhor reinventou o southern-rock americano. Para cair de cabeça!
Rolf: Os americanos do Black Stone Cherry fazem um som pesado e, na minha humilde opinião, são excelentes músicos. Sua sonoridade para mim soa bastante como o Godsmack e isso me agrada bastante. Essa conexão com o sulismo americano acrescenta no som, ou seja, ter a sua terra natal, a sua identidade musical, refletida em suas faixas e no título do álbum Kentucky parece que deu certo. O álbum abre com “The Way of the Future”, uma faixa carregada de riffs pesados e uma mensagem de resiliência. O vocal de Chris Robertson, poderoso e com alma, fez bem ao trabalho da banda. “Soul Machine” tem uma energia que eu pouco vi por aí. Me surpreendi. Possui uns backings femininos muito bons. Essa musica em especial me agradou muito. A banda gosta de convenções e não torna as coisas tão repetitivas, embora numa primeira audição tudo me pareceu muito igual. Outro destaque é “In Our Dreams”, uma canção com um groove muito bom e uma letra que fala sobre esperança em tempos sombrios. “Cheaper to Drink Alone” traz um tom mais divertido e reflete a habilidade da banda de incorporar humor e leveza ao seu som sem perder a intensidade.
Inglorious – Inglorious

Sugestão de: Cláudio
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Alexandre: Deixei para ouvir por último em 2016 a cereja do bolo, que é este Inglorius. Aqui está a melhor indicação entre todas que eu resenhei em todos os anos desta série. Uma banda que faz um hard rock pesado recheado de influências de blues e traz um vocal inacreditável. Nathan James, que já havia estraçalhado na interpretação do álbum que Uli Roth fez revisitando os clássicos de sua fase no Scorpions, aqui ainda vai além, e não há como não o destacar individualmente na banda. Pode pegar algum dos bons momentos do Led Zeppelin, do Deep Purple, do Whitesnake pré e pós fase hair, o Inglorius não faz feio para nenhum deles. E o melhor do disco de estreia do Inglorius não é o vocal soberbo de Nathan, ou nem mesmo a maestria e classe que todos da banda entregam no desempenho de seus papeis. O melhor aqui é esse conjunto incrível de canções. São 11 faixas praticamente perfeitas, um álbum extremamente coeso. É um álbum que eu tenho certeza que faria David Coverdale se orgulhar de ter feito. Eu nem precisava, mas vou destacar algumas das minhas favoritas, mais ressalto, pode ir em qualquer uma que o jogo tá ganho. “Breakaway” é uma excelente faixa mais acelerada; “High Flying Gypsy” está mais na linha de uma mistura de Led Zeppelin com a fase mais recente do Whitesnake; “Holy Water” é aquele blues lento e pesado que não deixa nada em pé; “Bleed For You” é uma ótima balada, cujo solo lembra grandes momentos do Slash no Guns ’n’ Roses; e talvez melhor que todas essas, “Girl Got a Gun”. Bem, é melhor eu parar pois já indiquei quase metade do álbum, sem pensar muito. Esse é, facilmente, um dos melhores momentos da música no atual século.
Edu Schmitt: Mas que baita petardo sonoro!!!! Essa banda é capitaneada pelo seu excelente vocalista Nathan James, que, vejam só, iniciou sua notoriedade participando de reality shows da Inglaterra. Apresentando uma sonoridade setentista (a primeira faixa inicia, por exemplo, com um teclado “a la Jon Lord” ), fica difícil apontar uma fraqueza nesta obra de arte. Até mesmo a balada “Bleed For You” vem tão forrada de energia, que vale uma audição atenta e completa. Um álbum de estreia que começou com tudo. Nota 10.
JP: Felizmente o disco de estreia e autointitulado do Inglorious foi sugerido aqui. E o que falar do melhor grupo de Hard/Heavy Metal surgido na Inglaterra nos últimos anos? O álbum abre com a ótima “Until I Die”, onde a introdução de teclado nos remete ao velho Deep Purple daqueles trabalhos dos anos 80, e logo depois vem um riff bem anos 70, um belíssimo refrão e uma excelente performance do vocalista Nathan James, que sem nenhuma dúvida é a estrela principal do Inglorious, com um timbre que me lembra outros cantores britânicos mais conhecidos como David Coverdale e outros menos como Karl Swan (Tytan, Lion e Bad Moon Rising) e também podemos notar boas influências de Glenn Hughes e até Tony Martin. A seguinte “Breakaway” é outra pedrada, lembrando algumas das músicas mais pesadas da carreira solo do Glenn Hughes, dessa vez o destaque são as ótimas guitarras e solos bem interessantes. Outra que gostei demais é o rápido Heavy Metal “Warning”, talvez a minha preferida e que me lembrou um pouco o Angel Witch da fase Screamin ’n’ Bleedin e Frontal Assault, além de alguma coisa do Seventh Star do Sabbath. Do lado mais Hard posso destacar a faixa título, “Girl Got a Gun” que volta alembrar a carreira solo do Hughes e algo do Lion, banda dos anos 80 do já citado Karl Swan e do guitarrista Doug Aldridge, com mais um solo certeiro de Andreas Eriksson. Também não posso esquecer de citar a bela balada “Bleed for You”. Com toda a certeza este disco foi a melhor sugestão deste ano, valeu por todos os discos mais ou menos que tive que ouvir.
Kelsei: Manja mini coxinha? Aquelas de festa de aniversário?! Então, você conhece alguém que não goste desse salgadinho?! Fale a verdade! Se você come uma, é bom! Se você come 20, é bom! Se a festa é sua e sobra para o dia seguinte, fria, de manhã, é bom! No lanchinho da tarde, é bom! Com maionese, é bom! Com ketchup, é bom! Enfim …. esse álbum do Inglorious é uma mini coxinha! A gente já tinha ouvido ele como lição de casa em um dos podcasts e veio o Cláudio, sem perder tempo e meteu esse álbum no Novidades (espertinho você hein!). Mais que merecido. Banda excelente, com uma qualidade fora do comum frente ao que a gente ouve por aqui. Um riff melhor que o outro, harmonias azeitadíssimas, solos muito bem encaixados. E o vocalista é um show a parte, com um timbre que encaixa perfeitamente na sonoridade proposta. E olha que estamos falando de hard rock hein; aquele gênero que não é a minha praia. Bora comer mais uma mini coxinha!
Rolf: Se você é fã de um hard bem tocado com toques de clássico dos anos 70 e 80, o álbum de estreia do Inglorious, lançado em 2016, é um prato cheio. Embora eu sempre achasse que assim como o Rival Sons, essa banda falte um “guitar hero”, o trabalho exibe uma musicalidade boa, mas – sempre o mas – o grande destaque, sem dúvidas, é o vocalista Nathan James. Com uma voz poderosa, que remete às grandes lendas do gênero como Gillan, Coverdale e Plant, Nathan James marca presença com um vocal impressionante. Sua capacidade de transitar entre agudos e graves intensos, sempre com uma entrega emocional impecável, é o que realmente faz Inglorious se destacar em um cenário com muita coisa boa por ai. Faixas como “Until I Die” e “Holy Water” exemplificam o alcance vocal e a versatilidade de Nathan, que conduz cada canção como um verdadeiro frontman de arena. Ele consegue equilibrar técnica, paixão e o espírito autêntico do rock, criando uma atmosfera que transporta os ouvintes para a era de ouro do estilo, sem soar datado. Inglorious é uma banda que se consolidou e o talento vocal de Nathan James é, sem dúvida, o ponto central do trabalho. 1. Until I Die O álbum abre com uma faixa com uma ótima dinâmica e que já estabelece o tom do que está por vir. “Until I Die” é uma canção cheia de atitude, com riffs pesados. O vocal de Nathan James é o grande destaque aqui, trazendo um poder visceral que prende o ouvinte desde os primeiros segundos. Sua entrega na linha “I will fight until I die” já é o nosso tal cartão de visita. 2. Breakaway Nesta faixa, a banda mistura elementos mais melódicos com um instrumental denso, criando uma atmosfera mais dinâmica. Nathan James demonstra um controle vocal impressionante, alternando entre notas mais suaves e maior agressividade vocal com grande facilidade. 3. High Flying Gypsy Uma das músicas mais cativantes do álbum, “High Flying Gypsy” tem um ritmo mais acelerado e uma linha de baixo mais presente. Nathan consegue impor mais pontos positivos casando perfeitamente com a vibe da letra. Os backing vocals e harmonias também adicionam uma profundidade extra à música. 4. Holy Water Aqui, a banda desacelera um pouco, entregando uma balada poderosa com toques de blues rock. Nathan James brilha mais uma vez, com uma interpretação emocional que transmite vulnerabilidade e força ao mesmo tempo. O instrumental, mais suave, permite que sua voz brilhe e domine completamente a faixa, tornando “Holy Water” um dos momentos mais marcantes do álbum. 5. Warning “Warning” retorna ao lado mais pesado do álbum com guitarras afiadas e um groove contagiante. A letra fala de rebeldia e resistência, e Nathan James consegue transmitir a intensidade dessa mensagem com um vocal mais visceral. O instrumental cria um ótimo contraponto à sua voz, com passagens que equilibram agressividade e melodia. 6. Bleed for You Nesta faixa, Nathan explora um lado mais emocional e vulnerável. “Bleed for You” é uma canção que combina riffs melódicos com uma pegada mais lenta, permitindo que o vocalista mostre sua versatilidade. É um exemplo de como a banda consegue criar faixas tanto introspectivas quanto energéticas. 7. Girl Got a Gun A performance de Nathan James também chama atenção embora com um refrão mais dentro da “fórmula”, tornando essa uma das canções mais leves do álbum. 8. You’re Mine Com uma introdução suave e atmosférica, “You’re Mine” cresce aos poucos até ir em um refrão poderoso. A música é uma mistura de balada e rock pesado, e Nathan James se ajusta perfeitamente às dinâmicas da faixa. 9. Inglorious A faixa-título pra mim não traduz a proposta da banda, mas possui uma sonoridade que lembra o hard rock clássico. Aqui, Nathan James entrega uma performance vocal com muita maestria. 10. Wake A última música do álbum é uma balada emocional e introspectiva que fecha o álbum de forma memorável. Nathan James mostra sua capacidade de cantar com delicadeza e emoção, sem perder a força característica de sua voz. A letra é reflexiva e melancólica, e a banda cria uma ambientação musical que eu achei muito boa. No geral, Inglorious é um álbum bom com uma boa produção buscando os talentos vocais de Nathan James, embora eu ache que falta um guitar hero para o instrumental da banda.
Crobot – Welcome to Fat City

Sugestão de: Eduardo Schmitt
Ouça você também:
Alexandre: Outro álbum interessante, ainda que não tenha a mesma força do Inglorious ou do Black Stone Cherry, esse Crobot para mim é uma mistura de Soundgarden com Rage Against the Machine. Os vocais não são cria do rap, de resto me parece bem o RATM. Oops….Isso já havia acontecido antes, com o Audioslave, lá em 2001, não??? Então é isso mesmo, o Crobot é filho dessa mistura de Rage com Soundgarden que virou o Audioslave, para mim. O vocal é muito influenciado pelo Chris Cornell. E o som, muito parecido com que o Audioslave entregava. Faixas como “Temple in the Sky” e “Blood on the Snow”, baseadas em riffs a la Tom Morello. Ambas boas faixas, mas não há como lembrar do projeto de Cornell, Morello e companhia. Esse é o meu contraponto a um álbum que poderia ser mais promissor. Chris Bishop, o guitarrista, no entanto, tem o bom senso de não cair na armadilha de copiar os inventivos solos de Tom Morello. Se fizesse isso, não teria escapatória, seria uma cópia muito descarada. Ao contrário disso, em alguns momentos muito bem vindos a banda traz novos elementos, como a gaita tocada pelo vocalista Brandon Yeagley, por exemplo, para fazer o solo de boa canção “Easy Money”. A faixa “Not for Sale”, que apesar de curta, traz uma boa variação do estilo principal nas estrofes. Ótima canção. A balada com toques de blues “Moment of Truth” também sai um pouco do estilo principal e também me agradou. Traz o melhor solo do disco, limpo, discreto e com bastante feeling. Se o álbum tivesse mais destas variações, seria menos calcado no Audioslave e talvez um pouco mais legal. Mas eu gosto do Audioslave, então o álbum passou bem. Para quem sente saudade deles, vá fundo. Para quem não se incomoda com alguma semelhança, eu também indico. Eu curti, mas com alguma moderação.
Edu Schmitt: Banda criada em 2011, na Pennsylvania. Este é o seu segundo álbum. Apresentando uma roupagem energética e “suja”, a música título, que abre a bolacha, chega com o pé na porta. Abusando do pedal wah-wah e influências stoners (especialmente na faixa “Hold On for Dear Life”), a banda faz bom uso da excelente produção da obra, que mantém essa percepção de banda ao vivo, de garagem. Todos os músicos se saem bem, mas o destaque é mesmo o vocalista Brandon Yeagley, com um range e timbre deliciosos. Vale muito.
JP: Mais uma banda americana que não conhecia, porém ao contrário do tal Black Stone Cherry, essa me surpreendeu positivamente!!! Nos segundos iniciais da faixa título, inconscientemente, já estava balançando a cabeça e batendo o pé no chão. “Hardão” de primeira qualidade!!! Mas que me causou uma certa apreensão, será que o disco vai manter essa pegada, esse nível? Felizmente a expectativa inicial também se manteve na segunda faixa, afinal “Play It Cool” é outra pedrada, uma boa sequência da primeira faixa!!! Welcome to Fat City é o segundo trabalho do quarteto formado pelo vocalista Brandon Yeagley, por Chris Bishop na guitarra, Jacob Figueroa no baixo e Paul Figueroa na bateria. Conta com 11 músicas e um total de pouco mais de 40 minutos. Como falei acima, o disco começa com o “pé na porta” e já abre com três músicas excelentes, “Welcome to Fat City”, “Play It Cool” e “Easy Money”. Porém, infelizmente, com o passar das faixas o álbum vai ficando meio “arrastado” e consequentemente perdendo um pouco da força inicial, não que as músicas seguintes sejam ruins ou estraguem o disco, mas achei que estão uma ou duas prateleiras abaixo das primeiras. Com um riff que funciona muito bem, “Blood On the Snow” foi outra que gostei bastante, assim como a “Plague of the Mammoths”, que tem uma pegada que lembrou um pouco o Black Sabbath. O resultado foi uma banda até bem interessante, fazendo um som pesado com influências que vão do Hard ao Stone, me lembrando um pouco o Black Label Society (mas não tão carregado) e o Pride & Glory menos melódico, com algo de Alice in Chains. Fiquei curioso em conhecer os outros disco do Crobot.
Kelsei: essa banda conseguiu juntar um monte de coisas que a maioria das pessoas adora e que nunca desceu em mim. Influenciados diretamente pelo Audioslave, temos vários riffs bem calcados no modo Tom Morello de composição, que eu, particularmente, não suporto. No caso do Audioslave (desculpem a comparação, mas ela vem automática, não tem como), temos o Chris Cornell, cujo timbre vocal me agrada, bem mais grave que o do vocalista aqui. Mas a banda vai além do som originário que surgiu no Rage Against The Machine (essa sim, eu não suporto) e, para o meu desespero, eles tem um pé no estilo Stoner Rock (se eu tinha dúvidas, no início da terceira faixa, “Not For Sale”, isso caiu por terra), que eu já tentei ouvir várias vezes, em várias bandas e fases diferentes e simplesmente não é para mim. Vejam, o álbum não é ruim, só não é para mim! A produção é muito boa, os músicos tocam de maneira competente. Eu tenho certeza que se eles tocassem em um festival aqui no Brasil muita gente que não conhecesse o som balançaria a cabeça com gosto! E eu, enquanto isso, iria no banheiro e tomaria uma gelada numa boa esperando a próxima atração sem problema algum…
Jinjer – King of Everything

Sugestão de: Flávio Remote
Ouça você também:
Alexandre: O começo, com o prólogo que está abrindo o álbum, é promissor, um bom vocal feminino que complementa um interessante instrumental. É uma base que serve de preparação para o álbum em si, deixando uma boa expectativa. Infelizmente o bom vocal de Tatiana Shmayluk se alterna com um timbre gutural a partir da segunda faixa, “Captain Clock”, o que compromete uma melhor avaliação do trabalho. Eu tenho muita dificuldade para entender o porquê de um vocal tão competente e harmonioso precisa alternar com o gutural. E é exatamente isso que acontece aqui, boas melodias que se perdem, para mim, ao serem misturadas com um vocal berrado em boa parte das linhas. Não consigo acrescentar muita coisa, além de, evidentemente, elogiar a destreza dos músicos dentro de um estilo que também entendo que poderia diminuir na insistência de usar tanto as afinações graves durante todo o álbum. Não há solos, apesar da qualidade indiscutível do guitarrista e da aceleração extrema que tanto ele quanto a cozinha conseguem desenvolver. Algumas viradas de bateria são absolutamente inacreditáveis, de tão ágeis. A faixa “Under the Dome” tem um instrumental arrebatador, mas basta a moça querer “cantar” que eu passo. “Pisces” reveza bons momentos limpos de vocal agradável, belos violões, lembrando o Opeth no álbum Damnation, estava vindo bem, até que o demônio resolveu abrir a boca de novo, jogando tudo pelos ares. O disco fecha com um quase jazz (“Beggar’s Dance”), deixa claro a qualidade de toda a banda, mas é algo que foge completamente da tônica do trabalho. Enfim, King of Everything é um caso clássico de que não há nada de errado, mas por uma questão de estilo eu não consigo ouvir. Indicado para os apreciadores da pancadaria bem feita com vocais guturais em sua predominância.
Edu Schmitt: Segundo álbum dessa banda criada na Ucrânia. O destaque inicial é o vocal da Tatiana “Tati” Shmayluk e seus dois timbres absolutamente diversos: o vocal melodioso e a vocal gutural. Impressionante. Como um antipático ao vocal gutural, tenho minhas reservas quanto ao resultado artístico deste vocal, mas é de impactar, verdadeiramente. Dando como exemplo a música “Sit Stay Roll Over”, onde a moça apresenta variados timbres de vocal gutural. Ainda que a maior parte das canções ser ancorada na sonoridade Metalcore, chama a atenção algumas passagens melodiosas, aventurando-se inclusive em jazz, como em “Beggar’s Dance”. A cozinha da banda, bateria e baixo, consegue performar com excelência tanto na porradaria, quanto nas partes mais melódicas.
JP: Quando nos foi dado a tarefa de indicar os discos dos referidos anos, esta seria a banda que pensei para o ano de 2016, pois tinha acabado de conhecê-la e estava bastante empolgado com este King of Everything! Mas pensando bem, o que seria uma boa ideia na época já não é tão boa assim hoje em dia. Há um bom tempo não ouvia mais este segundo disco do Jinjer e após o final da audição, a sensação que tive foi a de uma lembrança dos anos 90, quando conheci o álbum Demanufacture do Fear Factory. Não que as duas bandas se pareçam em alguma coisa, mas no século passado após ouvir o também segundo disco do grupo americano, fiquei impressionado a ponto de achar que aquele tipo de som seria o futuro absoluto do Heavy Metal e que tudo a partir dali soaria como o referido disco. Felizmente a “febre” que fui acometido passou rápido e meses depois nem queria mais ouvir falar do Fear Factor. Esse foi o mesmo caso do Jinjer, nas primeiras audições, me pareceu um som revolucionário, a cara do século 21! Mais uma vez… felizmente a minha “febre” de gostar do tal Metalcore, ou Deathcore, ouvi até falar de um tal Melodeath, ou sei lá como podemos chamar, o importante é que passou rapidamente. O cartão de visita do Jinjer e que mais chama a atenção são os vocais de Tatiana Shmayluk, hora agressivo, hora mais melódico e acessível, a única palavra que me vem agora para descrever é: impressionante!!! A faixa de abertura, “Prologue”, conta com apenas 2:51 minutos e é na verdade uma introdução, bem melódica e diferente de tudo que iremos encontrar no restante do álbum, pois a seguinte, “Captain Clock”, nos apresenta tudo o que ouviremos a seguir: versos agressivíssimos com vocais urrados e refrãos mais melódicos, chegando ao ponto de soar em alguns casos até bem pops. Em algumas poucas exceções essa fórmula se inverte, principalmente naquelas que acredito serem os singles de trabalho. Acredito que os mais jovens irão apreciar a música feita pela banda ucraniana, mas no meu caso, acho que já ouvi tudo que precisava ouvir do Jinjer.
Kelsei: Chegou o dia! Chegou o grande dia que o Djent apareceu oficialmente aqui nesse projeto! Vínhamos (pelo menos eu vinha, mas acabou que o B-Side também contribuiu) preparando o terreno desde alguns anos atrás. Lá em 2008, tivemos o Protest The Hero. Em 2012, tivemos o Periphery. Nas resenhas de outros álbuns de anos posteriores, sempre que tinha uma influência do gênero, eu mencionava o Djent. Agora temos os reis do estilo que nunca foi estilo! Isso mesmo, o Djent é uma referência criada por um dos guitarristas do Periphery para descrever um certo preparo de som na guitarra que acabou culminando na criação do rótulo: músicas baseadas em total controle de tempo, com muita variação de base graves, sem solos, com troca entre vocal gutural e limpo. O vocal aqui, inclusive, é um show a parte, pois é difícil termos uma mulher capitaneando o que se ouve em King of Everything. A ucraniana Tatiana é, de longe, o ponto mais forte da banda, não só pelo trabalho vocal, mas pelo seu visual todo tatuado e excelente presença de palco nas apresentações da Jinjer. O baterista também é outro grande pilar – o careca toda um absurdo! O álbum em si me agrada muito. Eu teria indicado a Jinjer no projeto, mas o Remote foi mais rápido. Faixas com “Captain Clock”, “Just Another” e “I Speak Astronomy” passam aos ouvidos sem nenhum problema! São excelentes faixas! Esse álbum, inclusive, conta com “Pisces”, que é a “Fear of the Dark” deles (e que, assim como a faixa comparativa, não é nem de longe um dos pontos fortes do álbum, mas sim algo ‘ok’). Eles vinham para o Brasil, quando o Putin resolveu invadir o país e os músicos ficaram presos por causa da guerra. Ah sim, esqueci de agradecer novamente ao Remote por ter randomicamente acertado em uma indicação.
Drifting Sun – Safe Asylum

Sugestão de: José Paulo, o JP – “A” Enciclopédia
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Alexandre: Mais um bom disco desta surpreendente lista de 2016, o Drifting Sun aponta para um progressivo europeu ali dos anos 70, com alguns toques dos anos 80, estes especificamente trazidos pelos sons mais modernos das guitarras de Dan Storey. E que guitarrista é esse Dan, os solos são realmente espetaculares. O cara é um virtuoso, entrega solos cristalinos e super elaborados, arpeggios inacreditáveis, como já se percebe na segunda faixa “The Hidden Truth”. E além de arrebentar na guitarra, toca ótimas passagens de violões que me lembram os momentos iniciais do Genesis. É inusitado e bem agradável encontrar esta indicação, um autêntico progressivo de raiz em pleno 2016. O trabalho traz um vocal muito adequado, teclados que passeiam por vários dos timbres clássicos da década de 70. Ali estão os sintetizadores a la Yes, o Hammond das bandas de hard, os melotrons, os pianos, tudo muito bem feito. A cozinha se mantém em um patamar mais discreto, mas a discrição não significa falta de qualidade, todos são perfeitos em seus instrumentos. O maior problema para mim é que o disco poderia ser menos lento e isso pode ser um empecilho para quem não curte um progressivo mais rebuscado, mas que peca em dinâmica, principalmente do meio para o fim. “Alice”, por exemplo, que é a quarta faixa, é de uma delicadeza ímpar, uma peça quase erudita, com pianos, flautas, violões e sessão de cordas que se complementa com os vocais suaves e cheios de emoção. A faixa emenda com “Wonderland”, que começa bem calma, mas aos poucos vai crescendo com a entrada da bateria, porém se mantém em boa parte neste clima mais introspectivo. O final da canção volta a ser acelerado, com outro ótimo solo de guitarra, que acaba sendo o destaque absoluto do trabalho. Essa perda de dinâmica, em alguns momentos, talvez seja a maior crítica que posso trazer a este bom álbum de clássico progressivo. O disco só volta a crescer mesmo em ritmo na última faixa, “Retribution”, um ótimo quase hard rock na linha do Rainbow. Safe Asylum é um disco altamente indicado para quem tem saudades do progressivo dos anos 70. Eu gostei bastante do que ouvi.
Edu Schmitt: Essa banda, baseada na Inglaterra, é um projeto de estúdio liderada pelo tecladista Pat Sanders, sobre a qual me foi difícil encontrar muitas informações na WWW. É um presente dado aos ouvidos de quem tiver a sabedoria de “deitar uma agulha” nas faixas desse álbum. Um rock progressivo que não se opõe em alternar trechos mais líricos com outros de maior peso. As dobradinhas de teclado e guitarra são bastante efetivas. Outros destaques são as harmonias vocais, como em “Wonderland”. A faixa de abertura, “King of Hearts” é um pequeno clássico em primeira escuta, na minha cartilha. “Intruder”, surpreende ao começar como uma balada mais comercial para, durante seu percurso, caminhar para um rumo mais intrincado e pesado. A audição de toda a bolacha é muito prazerosa. Vale a pena buscar outros produtos dessa banda.
JP: Grupo Neo prog radicado na Inglaterra lança seu quarto álbum intitulado Safe Asylum, apesar de ser capitaneado pelo tecladista e principal compositor, o francês Pat Sanders. O que mais me chamou a atenção foi justamente o guitarrista Dan Storey, dono de um estilo altamente melódico e um timbre bastante agradável que me lembrou Nick Barrett da também inglesa Pendragon. Stoley abusa de solos sempre muito bonitos e marcantes e a música de abertura, “King of Hearts”, é um exemplo claríssimo, um trabalho de guitarra lindo demais, só o que ele faz aqui já valeria todo o disco!!! Como foi dito acima, é notório que Drifting Sun foi influenciado por bandas um pouco mais conhecidas da cena Neo-progressiva como Pendragon, IQ e Jadis, porém, ao contrário do que poderíamos esperar por se tratar do “rotulo” progressivo, o som abordado não é complexo e prima mais pela musicalidade, belos e singelos arranjos e muita melodia. Outra canção que me chamou a atenção foi “Intruder”, pois nos minutos iniciais tudo me lembrou aquele projeto de 2001, o “Virgo” do saudoso André Matos, principalmente a expressão vocal de Peter Falconer que lembrou demais a do vocalista brasileiro. A canção que encerra a audição, intitulada “Retribution” é mais um ponto forte, com outro belo trabalho de guitarra, teclados na linha dos primeiros discos do Marillion e boas melodias vocais é mais rápida e dinâmica. A banda bem que poderia explorar mais esse estilo no decorrer do álbum. Do lado negativo temos a excessivamente melódica “Alice”, que poderia ser interessante se tivesse apenas uns dois minutos de duração, mas em mais de sete minutos ela acaba ficando maçante e entediante. Outra que segue essa tendencia é “Desolation”, arrastada demais, tem até um bom solo de guitarra, mas que não consegue salvar a música. No geral, Safe Asylum é um disco OK, não é ruim e nem tão pouco é um clássico do estilo, penso que ajudaria muito se tivéssemos mais punch nas músicas, mas não chega a ser uma audição ruim.
Kelsei: a primeira vez que comecei a ouvir esse álbum e acabou a primeira faixa, eu parei. Desisti ali. Já tinha sacado que o álbum não era para o momento que eu estava, nem onde estava. Precisei de meses para passar seguramente pelos mais de 60 minutos desse álbum. Safe Asylum é um resgate ao progressivo setentista, ao melhor estilo de bandas como Yes e o velho Genesis. Esse é aquele estilo de progressivo que eu sofro para escutar, porque é o que menos me acostumei até hoje. O “sofrer” aqui não é por ser uma tortura, mas porque é um estilo que me esgota mentalmente – sempre é algo muito complexo para mim ouvir algo do tipo. Preciso de meses para começar a ficar amigo do som. A banda em si é muito boa. O guitarrista tem arranjos sensacionais, inclusive com o uso do violão. As harmonias são para lá de bem trabalhas – a faixa “Alice” é de longe (mas de muito longe!) uma das coisas mais bonitas que ouvi há muito tempo! Lindíssima! Tocante! Se você é fã desse estilo em particular, nade de braçadas. Se você é como eu para o progressivo raiz, comece devagar (e comece por “Alice” ou então pela abertura “King of Hearts”).
Twelve Foot Ninja – Outlier

Sugestão de: Kelsei
Ouça você também:
Alexandre: Vamos à Austrália, o disco começa em uma mistura de elementos de funk e soul a um metal bem agressivo, o que acaba em um resultado um tanto inusitado e até difícil de entender. Minha referência inicial aponta para o que o Faith No More fazia nos anos 90, mas aqui há elementos de afinações mais graves e um certo enfoque em um som industrial nos momentos mais pesados. “Invincible” traz um refrão até radiofônico, destoando um pouco da proposta inicial. E aí quando eu esperava um foco maior no peso, vem “Oxygen” que tem piano elétrico e um solo calcado no jazz americano. “Point of You”, uma excelente canção, também aposta em um fusion americano, com metais e um excelente solo de guitarra. “Monson” mistura drive de guitarras com a introdução de banjo. Ou seja, o disco nem chega a 40 minutos de duração e a quantidade de inserções diversas quase não cabe neste parágrafo. O que eu posso tentar concluir é que este Outlier é um trabalho complexo, traz um sem número de elementos musicais na sua gênese e definitivamente precisa de bastante aprofundamento para um maior entendimento. Gostei do instrumental e o vocal é bem agradável, mais suave em boa parte do trabalho do que eu esperaria, mas não compromete. Lembrou-me o que o Avenged Sevenfold vem fazendo no último álbum (Life is but a Dream), ou seja, não seria nenhuma insanidade entender que a banda americana andou ouvindo esse trabalho dos australianos. Infelizmente a banda aparentemente encerrou as atividades neste ano, mas eu gostei bastante de ouvir tanta diversificação e a incrível capacidade dos músicos para entregar tanta complexidade. Disco para ouvir e ouvir novamente, tem muita coisa para absorver aqui. Por enquanto, destaco a dobradinha “Post Mortem” (que poderia ser perfeitamente uma música do Living Colour) / “Point of You” e indico esse trabalho para aqueles que não se apegam a um estilo único.
Edu Schmitt: Essa banda Australiana, criada em 2008, pode ser definida como ‘metal alternativo’. A realidade é que este álbum oferece uma sonoridade única, ainda que as linhas vocais de Kin Etik lembrem um pouco as do Mike Patton (Faith no More). As mudanças de andamento, estilo, e instrumentação, assim como arranjos, são caóticas até o talo. Por vezes pode-se argumentar que esta falta de “fórmula” sonora, acaba se transformando em sua fórmula. “Post Mortem” apresenta, em boa parte de seu percurso, uma riff pesado mais tradicional bem interessante, isso se forem descontados os 4 ou 5 desvios sonoros que a banda toma durante a canção. Em suma: esse som não é pra todos, mas para quem gosta de surpresas, é uma boa pedida.
Kelsei: O ano de 2016 foi, de longe, o mais difícil para eu indicar um álbum. Devo ter mudado umas cinco vezes pelo menos e, até próximo ao momento de montar a pauta desse ano para enviar aos meus amigos resenhistas, confesso que não estava satisfeito com a minha indicação. E eis que, da maneira mais despretensiosa que poderia ser, o Spotfy me recomenda essa tal de Twelve Foot Ninja. Dei uma passada na discografia, vi que tinham um álbum desse ano, então baixei direto o Outlier para audição (não era o álbum que o app tinha me recomendado, mas a minha pretensão era achar algo mais digno para esse ano naquele momento do que ficar ouvindo quaisquer sons de maneira “jogada”). Foram necessárias poucas faixas de Outlier para colocá-lo aqui de maneira definitiva. O que mais me chamou a atenção foi a mescla de estilos. É uma construção que mistura rock, rap americano, metal core, jazz, elementos eletrônicos, fusion, violão flamenco e até, pasmem, bossa nova! Achei muito audacioso! Canções que parecem simples ao ouvinte mais desatento, mas que se você prestar atenção verá um virtuosismo ímpar dos músicos. Álbum de audição difícil, mas que vale muito a experiência. Se você for que nem o Rolf, que pede uma música de referência ao invés de ouvir um álbum, entre por “Invincible”. Acredito que é a mais acessível. “Post Mortem” também é uma boa pedida (essa inclusive tem letras com excertos em espanhol). Álbum para abrir a cabeça.
Se você quiser resenhar, deixe nos comentários o seu email e mandarei a leva do próximo ano. Se eu fiz o Rolf escrever, você também consegue!
Beijo nas crianças!
Kelsei
Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Músicas, Resenhas
Discografia Rush – parte 15 – Power Windows – 1985
Discografia Rush – Parte 14 – álbum: Grace Under Pressure Tour – 1984 – (Rush Replay x3 -2006)
Discografia Rush – Parte 13 – álbum: Grace Under Pressure – 1984
Discografia Rush – Parte 11 – álbum: Exit… Stage Left – 1981 – (Rush Replay x3 – 2006)
Bem, esse ano de 2016 trouxe surpresas inesperadas. A iniciar pela participação do Rolf, Kelsei, hats-off!
E não é que ele deu conta e muito bem do recado? Ficaram ótimas as pontuações e eu inclusive concordo, embora não tenha escrito, que para o Inglorius realmente falta um guitar hero com mais personalidade, ainda que esteja tudo certo ali nas linhas de guitarra. O comentário do Rolf é cirúrgico ao apontar esse pequeno ponto de melhoria em uma banda tão sensacional neste seu primeiro álbum.
Outra grande surpresa é que não há uma pegadinha do Malandro nesta lista. Cadê? confesso, até senti falta….
Por consequencia, o nível aumentou demais , temos uma respeitável lista aqui, coisa rara conforme vamos avançando no tempo….
Eu curti avaliar. E mais ainda curti ler as impressões dos demais da galera.
Bora para 2017, que começa com uma responsabilidade grande , né…
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