Cobertura Minuto HM – The Town 2025 (07/set): Green Day, Bad Religion, Bruce Dickinson, Iggy Pop – pré-show e resenha

Ainda me lembro das minhas primeiras “incursões” no final dos anos 1990 na Galeria do Rock, em São Paulo: os punks e os metaleiros, com hora marcada ou não, se encontravam e sempre rolava porradaria – e normalmente os punks / skinheads botavam os metaleiros para correr…

Mais de 25 anos depois, estamos aqui para presenciar um lineup do Rock in Rio The Town cujos headliners eram Sex Pistols e Green Day, mas com um “abertura” simplesmente de Bruce Dickinson. Com o cancelamento do Sex Pistols dado a quebra do pulso do guitarrista, a organização do festival reagiu rapidamente confirmando o Bad Religion para as fileiras do festival. É algo histórico – desde 1985 – criticar o lineup e escolhas das datas do festival. Para este lineup: NENHUMA banda de Hard Rock, nenhuma banda clássica (clássica mesmo) de rock internacional e apenas o Bruce Dickinson para representar o heavy metal por meros 70 minutos. Não se trata de uma conclusão emotiva: o festival vai se afastando da música em prol da tal “experiência” e adornos / acessórios não-relacionados à música ao-vivo.

Outro parágrafo necessário é sempre a escolha específica do “dia mais clássico” do festival, que entendo ser hoje. Veja, “dia mais clássico” significa o “dia menos pop” do festival. Esse “dia menos pop”, ou o chamado “dia do rock / metal (e agora punk)” é o dia que os “dinossauros” se apresentam. E ele nunca é colocado no “prime time” do festival, que seria o sábado a noite. Ele está sempre deslocado para dias da semana ou domingo. É o dia que há ainda fidelidade dos fãs na compra dos ingressos – o festival sabe disso e muito bem. E lá vamos nós ficar com o domingo e a madrugada já da segunda-feira útil para nossa noite…

O local do festival, que começou neste final de semana, é o famigerado Autódromo de Interlagos. Nada, e eu repito, nada é pior que ver um show em Interlagos na cidade, seja o ângulo que você quiser olhar a questão: logística, topografia/geografia do local, “acústica” (zero) para os shows, conforto, e especialmente o retorno para casa. Este ano, felizmente, a organização sempre competente do festival, acostumada a entregar bons resultados, fez diversas parcerias para melhorar a questão do transporte, e é isso que espero ver neste domingo. Haverá diversas opções por ônibus e metrô, que funcionará 24 horas, inclusive, além da entrada do ônibus Primeira Classe, já tradicional em terras cariocas. Mesmo sabendo que também não há grandes alternativas na cidade, de qualquer maneira, fica o registro e o reforço: nada é pior que Interlagos para shows em São Paulo.

A lamentar ainda mais uma coisa: a posição do Bruce no festival. Acho que preferiria vê-lo como headliner do palco secundário, mas com tempo para um show completo, do que como atração intermediário do palco principal – isso fará que o setlist seja encurtado e, obviamente, isso significa uma chance de perdermos hits absolutos da carreira-solo do Air Raid Siren. Faria sentido até pelo lado de separar um pouco o punk do rock / metal clássico. Espero, honesta e sinceramente, que Bruce foque nos hits e especialmente não tire Flash of the Blade do set. Se isso acontecer, sinceramente, será uma lástima sem tamanho. Entretanto, não acredito que isso acontecerá…

Bruce está com sua nova banda em tour pela América do Norte e vem especialmente para o show no The Town. Havia uma esperança, ainda que mínima, dele ficar um pouco mais para outros shows, mas conforme a agenda de shows no hemisfério norte foi fechando, isso tecnicamente ficou inviável. A banda tocou na Flórida e Bruce chegou na sexta-feira

E, para mim, além do motivo principal óbvio que é o show do Bruce, será um dia de muita coisa inédita – será minha primeira vez no festival – esperada desde o término da primeira edição com a vontade de se ter um repertório “melhor” do que foi na primeira edição – ainda que eu entenda que a estrutura deva ser mesmo o que estou mais que acostumado do Rock in Rio nos últimos anos ; será a primeira vez vendo Iggy Pop (ainda que minhas expectativas sejam baixas dadas as últimas apresentações dele), Bad Religion (American Jesus não manjo nada) e, aí sim, o Green Day, que realmente faltava no “meu CV de shows” – banda essa que eu gosto bastante de dois álbuns – American Idiot e especialmente o Dookie, cuja minha história e opinião do álbum podem ser vistas aqui.

Assim, enquanto esperamos por tudo, trago aqui para a posteridade do post o próprio Green Day, headliner da noite, curtindo a NFL na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na sexta-feira, dia 05. O Green Day se juntou a diversas outras celebridades nesta noite de “football” onde há “soccer”…

11h40: chegou o dia do festival – ou pelo menos o dia que tem atrações que, neste espaço, podemos considerar. Deixo abaixo para fins históricos a previsão do tempo – dia totalmente nublado, pouca chance de chuva (alguém pode ligar para a avó do Rubens Barrichello?), uma temperatura mais baixa do que vinha fazendo nos últimos dias e um vento razoável. Bom, eu celebro que não deve chover – isso já vale e muito…

Devo sair de casa em torno das 14h00 rumo à Interlagos – como tinha comprado o ônibus que não é o Primeira Classe (realmente não lembro de ter visto tal opção quando comprei) para 16h00, achando que o Bruce seria mais tarde, não quero arriscar chegar tarde e perder qualquer coisa de um show que já será bem curto. A ideia é ir ou de Uber, ou de metrô caso o Uber esteja muito caro. Vamos ver.

Enquanto isso – Bruce tinha mesmo comentado que tocaria Revelations por aqui. Será? E será que entra no lugar de Flash of the Blade? Veremos. Mas o que você não precisa ver é que Revelations é do Powerslave. Isso você não precisa – e você já está lendo em uma fonte realmente melhor: o Minuto HM!

Inaceitável, sinceramente…

(E para quem quiser mais um lixo de reportagem pós-show, segue uma “cortesia” do Estadão…):

15h10: não consegui Uber entre 14h10-14h20, e apelei para um táxi de cooperativa. Em 10 min, tudo resolvido e peguei  motorista acelerado, o que foi ótimo – tudo bem organizado na parte de trânsito também. A entrada ainda pela Av. Interlagos foi tranquila e proposital para acessar a escultura “Nosso Senna”, que ainda não tinha conferido ao vivo. A escultura fica olhando “de cima” no acesso à reta dos boxes / largada e para a própria parede com o mural dele. Agora as 15h25 a maior fila está na conferência das mochilas, e apesar de haver entrada para que NÃO trouxe mochila, não se está respeitando isso. Eu estou com uma, mas não acho certo. 

De longe, escuto uma banda tocando covers mais pesados de John Lennon e agora Beatles. 

Segue ventando bastante, tempo feio e nublado, mas sem chuva, o que é primordial. 

16h42: enquanto a fila da revista das mochilas anda a passos de um piloto lento de F1, 4 aviões sobrevoam a pista com fumaça colorida – que com o tempo horrível de hoje, cinza, mal se vê, infelizmente. Mas sempre sensacional ver os aviões fazendo acrobacias neste provável intervalo de shows. 

Outra observação são as camisetas – mais do Maiden e Bruce que do headliner – pelo menos por enquanto. De resto… festival, né? Tem de tudo…

16h45 – dei uma boa volta – mas não em tudo – pelo autódromo. Muitas atrações já conhecidas a quem frequenta o Rock in Rio – roda-gigante, montanha-russa pequena, elevador “drop”. Os banheiros estão no padrão também, com vasos, mictórios, água, papel, porém, entendo que daria para por mais – ficam vazios durante o show e obviamente o contrário nos intervalos. Nesse período, também veio um vento com gotas, mas nada crítico. As marcas de tudo que se pode imaginar completam o setup, e a loja de merchan oficial do festival só trás mesmo itens do festival e nada das bandas, que tem loja própria (que não vi no passeio). Trouxe comida de casa, mas não resisti a um duplo cheeseburguer mais seco que minha cara com fritas pequenas do Bob’s por R$ 45,00. 

Ah! E teve o show do Capital Inicial também no palco principal. Eles fizeram um cover de Should I Stay or Should I Go – ficou… ok. O resto, sinceramente, prefiro parar por aqui… de notícia boa, a qualidade do som estava ótima – espero que assim fique.

Mas agora é hora da última fila do banheiro antes do Bruce. E é isso que vale!

17h20: cheguei mais para frente do palco, que ainda tem movimento tranquilo. Vamos ver como vai ficar. A rota de “escape” está mapeada. Muito louco que é uma descida onde o público fica partindo do palco – ou seja, mais difícil ainda para os baixinhos… o palco está montado naquela área no final do S do Senna perto do início da reta oposta.

Continue atualizando para mais informações.

Pitty Setlist The Town 2025
Bruce Dickinson Setlist The Town 2025, The Mandrake Project

Após o show do Bruce, encontrei o amigo Ricardo com outro amigo e demos outra volta pelo autódromo, e achei a loja oficial das bandas. Saí ileso, dado que a maioria do merchan do Bruce era da tour anterior ainda e não vi nada interessante do Green Day… e nessa volta, ainda deu para ver um pouco do show do Tihuana. Uma pena que não puder ver o “amigo” Andreas Kisser…

4 respostas

  1. Não tem a ver com o The Town, mas trago trecho de uma das últimas entrevistas de Bruce ao nosso conhecido Eddie Trunk – entre outras coisas, Bruce diz para não esperarmos em vermos o Iron Maiden fazendo shows na Sphere em Las Vegas (como bandas que estão sendo cogitadas por lá, como o MetallicA):

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Eduardo, bons shows por aí. Eu nunca curti punk, mas achei válida a ideia de juntar bandas que tem alguma ou muitas referências ao estilo. O Bruce está completamente fora desta questão. Então é ele o peixe fora d’água. E ser esta a única noite realmente com algo de rock é algo lamentável….

    Imagine e She loves you foram tocadas pela banda do Supla, eu acho.

    Eu não consigo acompanhar os shows com atenção, nem pretendo, de fato, mas vou tentar deixar tudo de lado na hora do Dickinson.

    De resto, é realmente muito sacrifício fazer tudo para pouco mais de uma hora de Bruce. Ainda bem que você curte também o Green Day.

    Que eles não deixem Flash of The Blade de fora.

    Vamos ver e torcer

    Alexandre

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  3. SIm, diretamente de Guayaquil, agora…minhas impressões:

    Eu acho muito complicado ir no fim do mundo ( mais ou menos o que eu entendi das suas palavras) para assistir uma hora de um repertório espetacular tocado por uma banda de verdade , e muito boa, aliás, cantada por um ícone absoluto do metal, do rock, da música.

    Sair de outro estado para isso então, aí , confesso, eu fiquei velho…

    Ainda assim, eu parei tudo ontem às 18h pra ver o show. Que show excelente! E que teste pra cardíaco, não é que o homem mudou o repertório e nós, sabendo que ele precisava encurtar o set original em função do tempo menor, tivemos de esperar até os “dois minutos para a meia noite” para ouvir Flash of The Blade.

    Valeu, mesmo pela tv, eu nem consigo imaginar como isso foi ao vivo.

    Então, Eduardo, anota mais uma pro seu já extenso currículo.

    Em relação à banda, posso espetar ?

    Banda espetacular

    E esse baterista tinha vaga numa certa banda maior, essa é a minha opinião

    Espetei…

    Alexandre

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