Angra e o… axé?

Desculpem a interrogação no título. Não por eu ser “purista” ou “metaleiro do mal”, mas eu realmente tenho dificuldades para discernir axé, pagode, funk, ou as amálgamas “axéfunk”, “pagoxé” e outras tantas.

De qualquer forma, o caso aqui é um plágio claro de um dos riffs de “Nova Era”, do álbum Rebirth do Angra, de 2001, em uma “música” do Parangolé, supostamente “composta” em 2007.

A discussão veio a público na terça, 19/04, quando Kiko Loureiro e Felipe Andreoli bateram boca com o “vocalista” do Parangolé via Twitter. Dá pra perceber a classe do tal Leo Santana nas respostas, não? Dá gosto de ver!

Em boa ou má fase, o Angra foi uma importante banda do cenário nacional nos anos 90. No começo de 2000, mesmo com todas as confusões e divergências, a cisão da formação original trouxe não um, mas dois bons trabalhos para os que gostam do gênero: o já citado “Rebirth”, do Angra, e o “Ritual”, do recém formado Shaman.

Eu particularmente gosto bastante dos trabalhos do Angra que realmente conheço (até o “Temple Of Shadows”). Lembro que no ano de 2002 eu fui a três shows do Angra e três do Shaman. Os fãs, na verdade, acabaram ganhando com a dissolução da formação original. Fato raríssimo neste meio.

Em tempo, existe também algo que não foi citado nas matérias de jornais, portais e na TV: o Angra já teve uma de suas músicas “coverizadas” por uma banda de axé(?). Tratava-se de “Bleeding Heart”, que saiu no EP “Hunters And Prey” e na versão japonesa do “Rebirth”. A frase originalmente cantada como “I’m ready to surrender” virou “e agora estou sofrendo“, na versão da banda “Calcinha Preta”. Sofra um pouco também com o vídeo abaixo:

Angra:

Uma rápida busca em portais na internet revela que a discussão já aponta frases como “rock é elitista”, e “tem que fazer música pro povão mesmo”. Independentemente de gosto pessoal e gênero musical acredito que todos concordamos que as leis de direitos autorais existem e que devem ser respeitadas. Vamos parar de discutir gosto e fazer as coisas da maneira correta.

Agora… que dói ouvir essas coisas, ah, isso dói!

Um abraço, e “vamo tombaê”… (de desgosto)

Caio Beraldo



Categorias:Angra, Curiosidades, Discografias, Músicas, Off-topic / Misc, Shaman, Tá de Sacanagem!

7 respostas

  1. Caio, apenas um comentário, Rebirth é de 2001 e não de 2011. Abs.

    Curtir

  2. Começo falando de outro assunto: praticamente não estou mais acessando qualquer conteúdo dos grandes portais de internet e grandes redes de TV. Ou seja, praticamente não leio mais nada do Terra (principalmente do Terra), UOL, iG, G1, etc na Internet e os principais canais de TV, incluindo e destacando a Globo (F1 e futebol ainda são exceções praticamente obrigatórias).

    Minhas leituras são hoje via feeds de blogs twitters do que realmente eu gosto e me interessa, com algumas exceções por questões “diplomáticas”.

    Mas eu cheguei a ver este assunto em alguma notícia por aí, se não me engano, no UOL. Não tive, na hora, curiosidade de ler pois é muito desgosto para pouco tempo. Agora que o assunto foi aqui trazido de maneira muito mais confiável pelo mestre Caio, me interessei mais.

    Bom, acho que não há muito o que falar, principalmente depois de ver as telas do Twitter que o link do post para o site Vírgula colocou. Esse é o reflexo do Brasil, do seu povo, da (falta de) educação, da ignorância e de tudo que sofremos no dia-a-dia.

    Não sou contra versões brasileiras ou uso do material, e pelo jeito nem o Angra se manifestou contrário a isso, mas o nível da discussão vista no tal link é deplorável, é nojento. E é como o Caio falou: gosto a parte, isso não está correto. Mas aí vem a pergunta: o que esperar de um grupo como este, e que claramente só está nessa por dinheiro e tudo que isso trás – fama, mulheres, poder, etc? E, pela discussão, claramente não há autorização do Angra deste #Parangolixo fazer o que fez, o que é ainda mais ridículo. O cara que fala com eles no Twitter nem músico deve ser considerado, pois claramente está dando a mínima, não assume nada da culpa e ainda está sendo sarcástico, do tipo: “e daí?”, não se preocupando nem em entender o que está sendo discutido – e ainda fala que vai ouvir mais para copiar mais. É lamentável ao extremo.

    Vi ainda gente falando que “o Angra quer seus 5 minutos de fama”. Olha o ponto que chegamos.

    Caio, parabéns e valeu pelo post. Infelizmente, esta é a nossa realidade.

    Obs.: já arrumei a questão da data mencionada pelo Leandro (eu também costumo escrever 2011 onde deveria ser 2001, haha) e aproveitei para adicionar o vídeo de Bleeding Heart.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

    Curtir

  3. É Plágio, sem dúvida, e ficou um lixo (obviamente). E como se o lixo já não fosse o bastante, pior ainda é o estrume que consiste o teor das declarações do cara do axé. Quando achamos que chegamos ao fundo do poço, vejo fatos como esse que ainda conseguem cavar mais fundo…

    Curtir

  4. Como diria Milton Leite em suas transmissões de futebol: “que beleza”:

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

    Curtir

  5. Plágio descarado e de péssimo gosto, – as duas (a)versões destruiram a original, é impressionante a cara de pau.
    Processo neles sem dó nem piedade.
    FR

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.