Discografia HM –  Yngwie Malmsteen’s Rising Force – 5/mar/1984 – 40 anos 

O álbum de estreia de Yngwie é outro extraordinário exemplo de como 1984 fez bem ao hard rock e heavy metal. Ele já foi citado aqui no Minuto HM e hoje completa também 40 anos. O álbum é, usando as sábias palavras do amigo Rolf, disruptivo. E sim, é sim o grande responsável pela imensa geração de grandes guitarristas que surgiram na década de 1980 e dali em diante. Nenhum outro álbum tem esse mérito. Esse aqui é o precursor de uma tendência que até hoje colhe frutos, ainda que em esfera menor.

Nessa passeada pelos álbuns de 1984, além da traçar algumas linhas sobre o trabalho em si, eu procuro trazer um contexto pessoal nos levando aos momentos em que me deparei com essas genialidades. Assim, o meu contato e do meu irmão com Malmsteen surgiu através do programa Guitarras, da extinta Rádio Fluminense FM, de Niterói, no Rio de Janeiro. Em 1985 o Rock in Rio tinha acabado de virar a cabeça de uma geração de adolescentes, entre eles aquela turma de Vila Isabel, tão comentada por aqui. O start foi o show do KISS, em 1983. O Rock in Rio consolidou a faísca inicial. O programa, transmitido no sábado a partir de 1984, era aguardado por nós quase que religiosamente, semana atrás de semana. Quem tiver curiosidade, pode ouvir a vinheta desse programa no link abaixo.

https://tapesdoradio.blogspot.com/2013/11/programa-guitarras-1984-vinheta-de.html

E o nosso costume era deixar o tape deck na posição de record, para ir gravando as músicas veiculadas, conforme elas fossem sendo transmitidas. E numa dessas vezes, gravamos Icarus’ Dream Suite Opus 4. Ali surgiu a fagulha. Aquilo era inacreditável, ninguém tocava guitarra daquele jeito. Também era uma prática de todos que gostavam do gênero trazer as fitas Basf e TDK que iam trocando de mãos constantemente, assim outras músicas foram chegando nos nossos ouvidos. Amigos como o Cláudio tinham muitos outros amigos que nos mostravam ou emprestavam as então novidades. Logo à frente tomamos conhecimento, por esses outros amigos, de Black Star e Far Beyond The Sun. Aquela velocidade aliada a um timbre sisudo e muito pouco comum eram algo muito além do seu tempo.  Lembro de ter ouvido As Above So Below, essa com os incríveis vocais de Jeff Scott Soto. Eram 4 músicas espetaculares, era preciso comprar aquele disco.

O resto, como se diz, ficou pra história. E influenciou esses zilhões de guitarristas, mundo afora. Aqui no Brasil, já nos anos seguintes, tinha surgido o Edu Malmsteen. Sim, era na época assim que chamavam o Eduardo Ardanuy. Nem se precisa alongar no entendimento do quão importante Malmsteen foi e sempre será musicalmente para várias gerações. Quando enfim tive o álbum nas mãos, as 4 excelentes faixas que conhecia se juntaram a outras 3 maravilhas. Evil Eye, que cita outra peça erudita já na intro, Now You Ships are Burned, a outra que tem os vocais de Soto e Little Savage, que já me agradou de cara.  Um disco com 7 faixas (há uma vinheta de fechamento chamada Farewell) impecáveis. Todas são espetaculares, aquilo era pra ser um projeto solo, mas a repercussão foi tão grande que Malmsteen abandonou o Alcatrazz e seguiu na carreira ainda em 84, para o não menos sensacional Marching Out. Isso, no entanto, é outra história. Hoje, olhando em retrospecto, continuo adorando ouvir cada som deste álbum, mas preciso ressaltar que, sem Far Beyond The Sun, o mundo seria outro e com muito menos talentos no instrumento hoje em dia. Essa música se tornou o marco deste álbum e o tornou, como já citei, disruptivo. Outra pérola de 1984!  E em março ainda tem mais, é aguardar.

Até lá!

Alexandre B side



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2 respostas

  1. Realmente é m álbum ímpar e não tão fácil de digerir, pois era algo que não existia tão escancarado assim para todos Clássico. Minhas audições de infância com meu avô que apreciava música clássica ajudou muito a digerir esse álbum. Ainda lembro de uma foto da revista Metal do Malmsteen com uns orientais. (?!?!?). Bons tempos!!!

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  2. Opa, Cláudio, muito bom você comentar. O álbum foi um divisor de águas na época e realmente precisava de que os apreciadores entendessem aquele propósito, totalmente diferente de tudo até então. É lógico que as influências remontavam guitarristas como Blackmore ( principalmente, pelo estilo no Rainbow) e mesmo Ulrich Roth em seu tempo no Scorpions, mas sem dúvida aquilo era diferente de tudo.

    Os orientais que você citou eram os integrantes da banda Loudness, que até hoje pra mim é uma lacuna.

    Sds

    Alexandre

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