Domingão de Dia das Mães com uma recente frente fria do sul chegando na cidade, em noite que divide as atenções com a segunda das três noites do System Of A Down também na cidade, Tim “Ripper” Owens, que já podemos inclusive considerar “cidadão brasileiro honorário”, retorna ao Manifesto Bar para mais um show de um setlist que mistura muita coisa que “fala” muito bom esse blog…
Mas antes de entrarmos no show, um parágrafo especial: o Manifesto Bar está de mudança de endereço, depois de mais muitos anos no endereço da Rua Iguatemi, 36C. Eu, que frequento a casa desde antes da reforma, quando o bar era apenas um “corredor” e que podia até fumar dentro, fico no mix de emoções de me despedir do lendário local que tanto frequentei – realmente inúmeras vezes, e conheci pessoas como o Silvano e o DJ Edu, que não está mais por lá há alguns anos. Espero que o novo endereço seja ainda melhor, e acho que tem tudo para ser, afinal, o Manifesto é a referência absoluta de bar na cidade, no país, e ouso dizer na América Latina / mundo quando o assunto é bar de heavy metal!
Voltando às expectativas do show – dei uma olhada nos sets anteriores e, ainda que relativamente “pequenos”, há uma boa mescla esperada da carreira do Ripper, com foco, claro, no Jugulator e Demolition. Aqui cabe um comentário que poderia ficar neste post, mas deixo aqui como homenagem e até certo “protesto”: Rob Halford / Judas, que acabaram de passar por aqui, em certo momento do show, trouxe a trajetória de 50 anos do Judas, indo de maneira cronológica pelos álbuns da banda. Rob fez questão de pular os 2 álbuns de Ripper com a banda, sem a menor cerimônia. Uma pena que isso seja assim – não vejo nenhum tipo de “ameaça” ao catálogo os álbuns da banda serem minimamente mencionados por Halford, que também nunca canta nada ao vivo. Mas, por aqui, nós não apenas não ignoramos como prestigiamos ver músicas que são heavy metal na essência e talvez as mais agressivas de toda a discografia do Judas como One On One, Jugulator, Hell Is Home e, claro, Burn In Hell. E, por mim, Ripper poderia cantar outras dos 2 álbuns também!
Há expectativa de ouvirmos materiais do KK’s Priest, Dio / Black Sabbath com Dio, e até mesmo Iron Maiden hoje com Wrathchild. Vamos que vamos!


Chegando em torno das 20h30 no Manifesto – pela provável última vez neste endereço – a entrada foi tranquila e já na fila avistei o Rolf, então já entramos juntos. Pedimos uma batata “Cold Gin” e Coca-zero e água com gás – é muita responsabilidade e idade, hahaha. A banda de abertura, Daron, fazia Paranoid para fechar seu set.
As 21h02, Ripper e sua banda de apoio local – muito competente, por sinal, com destaque para o batera e para o guitarrista solo, subiram no palco já com Jugulator. Ripper o sotos no pedido de aumentarem seu microfone e logo de cara já deu para perceber que ele estava bem-humorado, disposto, e com uma voz até melhor que em shows anteriores. Ripper “foi em todas” e não economizou nos agudos e falsetes que são tão ótimos e evidentes em seu jeito de cantar.
O seu segue com o “cover do cover” The Green Manalish onde Ripper começa a se destacar ainda mais, seguindo com o clássico absoluto e máximo da sua fase na banda – Burn In Hell.
O set então vai alternando Judas clássico, com destaque total para Beyond The Realms of Death, melhor música da noite do Judas-Halford, com o guitarrista solo muito feliz no solo maravilhoso dessa música, com sua banda atual – KK’s Priest – e as surpresas com One More Shot At Glory , inclusive com Ripper validando com a banda se a fariam mesmo, além de um som do Iced Earth no qual ele cantou com muita vontade e disposição novamente. No meio disso, a excelente Blood Stained trouxe a desejada agressividade da fase e foi cantada a plenos pulmões por Ripper e público.
Em determinado momento do show, alguém o entregou um microfone que pertenceu ao Dio, e ele não só cantou um trecho a capela de Heaven & Hell, como também fez umas duas músicas com ele antes de devolver o microfone “sagrado, com ‘cuspe’ do Dio” :-).

Com a voz realmente se destacando, Ripper homenageou Paul Di’Anno, o “punk rock era mal-educado”, com uma boa versão para Wrathchild.
O final do show é jogo ganho com outros dois clássicos absolutos do Judas sem ele, abrindo/mesclando com Hell Is Home (com pequeno erro – ou “adaptações” – do batera nos tempos da intro)…
… e fechando com One on One – estas duas sendo facilmente as melhores da noite de sua passagem pelo Judas.
Um set curto e direto, e se há algo a lamentar, é não termos AINDA mais músicas do Jugulator e Demolition – poderia tirar Living After Midnight, por exemplo, por um outro som dos álbuns dele com o Judas – afinal, é só assim que temos a oportunidade de ouvir algo praticamente “enterrado” no catálogo do Judas (infelizmente)…
O Manifesto, não tão cheio, cantou alto pela última vez estes clássicos – agora, teremos que esperar pela nova casa ser aberta e com duas certezas: lá estará Ripper novamente – bem como Rolf e eu.
Galeria de fotos:





































Show completo:
[ ] ‘ s,
Eduardo.
Categorias:Agenda do Patrãozinho, Artistas, Black Sabbath, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, DIO, Iron Maiden, Judas Priest, Músicas, Resenhas, Setlists
26º Podcast Minuto HM – 16/dezembro/2016
Excelente ….mais uma expectativa de pura diversão
CurtirCurtir
Excelente, Eduardo. Dei uma checada no video acima, uma pena que o guitarrista da Jackson preta mal se ouve de onde foi gravado o show. O show é uma excelente pedida para quem curte essa fase do Ripper na banda, mas eu concordo que ele deveria tocar mais canções da sua fase, imagino que naquela plateia, mais nichada, era um consenso mais requisitado.
Por fim : Como as Jacksons em formato V estão cada vez mais se consolidando como as guitarras do puro heavy metal ( aquele colhido no pé) , não é ?
O modelo/marca associados parece realmente estar assumindo esse protagonismo, o que eu endosso, aliás…
CurtirCurtir