Cobertura Minuto HM – Robert Plant (The Sensational Space Shifters) em SP

Fala, galera,

mal cheguei da capital mineira e já estou aqui, pronto para ver Robert Plant de novo, desta vez em São Paulo.

Para quem não conferiu a informação na nossa agenda de shows, reforço que esta apresentação do vocalista será transmitida ao-vivo via Internet pelo Terra. Segundo eles: “O Terra, maior empresa latino-americana de mídia digital, transmitirá o show do lendário Robert Plant, nesta segunda-feira (22), às 22h, direto do Espaço das Américas em São Paulo. A apresentação poderá ser acompanhada ao vivo em vídeo e de graça para todo o País em HD (ou padrão standard, a depender da velocidade de banda do internauta), inclusive por tablets, smartphones e TVs conectadas Sony. Às 21h45 será exibido um pré-show com Lorena Calabria”.

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Cobertura pré-show:

Uma noite muito quente de segunda-feira (repetindo: SEGUNDA-FEIRA) e expectativa bem legal para novamente ter o privilégio de ver a lenda Robert Plant. Foi chegar do trabalho, trocar de roupa e correr para o metrô, rumo ao bairro da Barra Funda.

Cambistas estão agindo até na própria rampa do metrô. O movimento está enorme, pois na região há faculdades, terminas de ônibus, a rodoviária e empresas, além de vários condomínios.

Quem veio de carro terá que pagar absurdos R$ 50,00 de estacionamento – isso se conseguir encontrar vaga. Parar na rua, nesta região, praticamente impossível.

O 3G está quase impossível de ser usado e, por isso, provavelmente não terei como atualizar muito mais por aqui antes do show.

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O show:

As 22h00 em ponto, Robert Plant ganhou o palco com a banda The Sensational Space Shifters em uma quentíssima casa sold out. Eu, que estava na pista VIP, não me senti apertado em nenhum momento, até porque o público nesta pista era bem genérico: além dos tradicionais fãs que nitidamente são as pessoas que sempre acompanham shows, nesta oportunidade pude observar que havia muita gente que estava ali “por estar”, mais preocupada em atualizar as redes sociais para dizer que estava, entre outras coisas que
ouvi por ali, “no show do Led Zeppelin” e preocupada em aparecer nas câmeras do Terra, que estavam fazendo a transmissão do espetáculo.

A entrada de Robert Plant foi extremamente calorosa. Com uma camiseta listrada (a camisa branca, que remete ao clássico período com o Led, não faz parte mais do guarda-roupa atual do vocalista), Plant cunmprimentou o público e antes mesmo dele abrir a boca, foi possível notar a emoção dele e dos fãs. Realmente só a presença dele caminhando pelo palco já emocionava. E aquele primeiro momento dele cantando fez abrir sorrisos e sorrisos, emocionando muitos presentes, que chegavam às lágrimas – não é todo dia que se tem a oportunidade de ver um músico com a história de Plant tão próximo…

E aí começou a avalanche de estilos que a banda se propõe a fazer. Muito do show se baseia em sons “West Africa”, coisa que Plant realmente mergulhou e se aprofundou nos últimos anos. Os momentos que se ouve algo que se pode classificar como “rock clássico”
são mínimos, mesmo – existem, mas de verdade, não é o foco do projeto. A apresentação se apóia ainda em blues, folk e psicodelismos…

Era óbvio que todos aguardavam por músicas do Led Zeppelin. E elas vieram, sendo praticamente metade do repertório da noite composto por músicas de uma das mais brilhantes discografias da história da música, ainda que executadas como citei acima, sem
praticamente nenhuma característica com as originais em termos de arranjo.

Isso se reflete no momento que cada música era iniciada. Todos ficavam atentos, no claro intuito de tentar identificar se seria uma música do Led ou não. Quando identificada, cada uma delas arrancava (mais) gritos e (mais) aplausos dos fãs. A primeira do Led, Friends, começou nesta clima, com todos se “cutucando” e falando “olha, essa é do Led”. Um outro cover (Howlin’ Wolf), Spoonful, também foi cantada por muita gente, e quem não conhecia a música, logo cantava o fácil refrão da música.

Pausa para falarmos da voz de Plant: o grande carro-chefe da noite agradava e muito. O fator “tempo” chegou a ele também, mas em nenhum momento Plant decepcionou – pelo contrário, os arrepios foram frequentes a cada nota que ele atingia e que remetia aos anos 70…

A banda prepara terreno e traz Black Dog, um dos maiores clássicos do Led Zeppelin. A música, em minha opinião, foi a mais “descaracterizada” do Led executada na noite (em termos de arranjo), mas por ser tão conhecida, tão clássica, era cantada por todos. Plant não tirou o “ahhhh, ahhhhh, ahhhhh” e a interação com o público nesta parte, mesmo realmente muito descaracterizada, foi muito legal.

Outro grande momento do show foi em Ramble On que, pelo menos no meu caso, que não estava acompanhando o que Plant e CIA estavam tocando nos últimos shows, foi uma agradável surpresa – e a versão abaixo já é mais próxima da original:

Fechando o show antes do BIS, Whole Lotta Love, outro clássico que levantou o público paulista por estar podendo presenciar de tão perto a música sendo cantada por Robert Plant…

No BIS, outra agradável surpresa, a música da noite que talvez mais tenha chegado perto da versão original: Going To California fez uma moça ao meu lado chorar copiosamente enquanto cantava a empolgante letra. O choro dela ajudou a traduzir um pouco da emoção geral que tomava conta do Espaço das Américas naquele momento.

Por fim, a mais do que esperada Rock and Roll, em clima total de festa, como o próprio Plant a anunciou. A versão, ainda que bem diferente da original, agradou, dentro da proposta do grupo:

Plant se despediu e o show realmente acabou ali, as 23h45. Uma grande noite, uma noite histórica, principalmente para quem nunca tinha tido a oportunidade de ver um membro do Led Zeppelin ao-vivo – meu caso, por exemplo. E talvez estes shows tenham sido a última chance que tivemos de vermos alguém da lendária banda tocando em nossas terras…

Ah! Vale lembrar também que todos os shows estão sendo oficialmente gravados e poderão ser adquiridos digitalmente no site Robert Plant Live. O de hoje, por exemplo, pode ser adquirido aqui.

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Agenda do Patrãozinho, Artistas, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Led Zeppelin, Músicas, Resenhas, Setlists

8 respostas

  1. Realmente devem sentir-se honrados aqueles que puderam/poderão conferir estes shows pelo Brasil. Pelo que vi ontem na transmissão do Terra, Plant ainda está em ótima forma vocal. E os arranjos das músicas, um pouco mais voltado pro blues, destacam mais ainda sua bela voz!

    Em relação as músicas do Led só não curti muito a versão de Black Dog, faltando um pouco de peso na música que estamos tão habituados. Mas esta nem era a proposta mesmo do show…. De resto, curti tudo, especialmente Ramble On, uma música que gosto bastante.

    E o portal Terra está de parabéns pela transmissão streaming do show! Acompanhei do início ao fim, vídeo HD e qualidade de som muito boa!Muito legal a iniciativa.

    Abraços,

    Su

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    • Su, sim, até me surpreendeu positivamente a forma que ele está, ainda que com alguns até esperados sinais de rouquidão mais para o meio / final do show.

      A versão de Black Dog, quem diria, realmente é o ponto estranho do Led no show mesmo, muito descaracterizada e até de difícil acompanhamento, mesmo com a proposta do show. Digo “quem queria” pois gosto tanto da música e fica até estranho falar isso…

      Já a ideia de transmissão deve ser sim apoiada, ainda mais com essa qualidade proposta e mais importante, entregue! Parabéns mesmo e que tenhamos mais e mais eventos nestes moldes de streaming!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Ramble On e Going to California ( uma das minhas preferidas do Led), estão bem legais, ainda que com restrições no vocal de Plant. Rock and roll vale pela festa, mas Black Dog realmente ficou aquém do esperado, mesmo com tantos anos de estrago vocal.
    A cobertura é , como sempre, um primor !

    Alexandre

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  3. 23 anos depois, Robert Plant volta a cantar Immigrant Song. Talvez fosse melhor ter deixado-a na saudade e na imaginação de todos…

    Vou parar o comentário por aqui…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  4. Seria quase impossível ficar bom. Isso era um tragédia anunciada, pela dificuldade do original. Não sei se a vontade de tocar uma música histórica tanto tempo depois se sobrepõe ao óbvio de um resultado ruim dado o justificável tempo que a voz de Plant já vem se desgastando. Lá na fase áurea do Led, no fim dos anos 70 já seria uma temeridade arriscar .
    Hoje eu prefiro ouvir a Ramble On , ainda que também não esteja à altura do que foi gravado no original. Destaco também a opção pelo Ebow nessa música, usada em boa parte para buscar a sonoridade de guitarra do original.
    Immigrant ficou tão ruim que eles até abreviaram essa que é uma canção das menores que o Led gravou.
    Pra esquecer mesmo.

    Alexandre

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