Cobertura Minuto HM em NY / NJ / DC – Billy Joel no Madison Square Garden – parte 2 (resenha)

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Billy Joel tocar no MSG (Madison Square Garden) está longe de ser uma novidade: desde 1978, o artista já se apresentou no lugar por 55 vezes, perdendo apenas para seu “rival”, Sir Elton John, que já esteve no “sagrado” local por 67 vezes desde 1973. Mas esta noite em especial trazia um ingrediente especial para a atração do palco e seus fiéis seguidores: era o aniversário de 65 anos do músico, como já comentado.

Devido à esta oportunidade comemorativa, o próprio MSG trazia em suas placas digitais e nos lendários telões centrais no teto mensagens informando a data ao público. Mas foi através de Howard Stern, famoso por ser um dos juízes do programa America’s Got Talent, que comandaria o início da festa.

Howard, um dos vários convidados da noite, subiria ao palco momentos antes do show para, primeiramente, anunciar que toda a renda deste show seria doada para a Animal League. Com imagem de animais abandonados que arrancavam suspiros dos presentes, a ação, obviamente, foi mais que aplaudida de pé pelo público.

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Ainda, ele anunciou o aniversário do headliner e pediu a todos para cantarem parabéns. Com Billy Joel sendo chamado e aclamado, o sold out MSG começaria as homenagens com os parabéns, e a banda iniciaria o show já com um hit absoluto, de escala mundial: My Life. Os telões do palco começavam a se destacar logo neste início, pois eles se “abriram” em enormes fatias verticais. Neste momento, me deu até dúvida se havia animais no palco ou se era reflexo no chão, de tão real e lindo. Era a tecnologia que começava também a dar o “seu show”…

Billy Joel não economizaria seus hits e logo na terceira música traria mais um: The Entertainer, momento que aproveite para filmar um pouco:

A exibição de sucessos da carreira continuaria com The Ballad Of Billy The Kid, mas foi um pouco depois, com Goodnight Saigon, que o show ganhou uma atmosfera tipicamente americana: entrava no palco a NYPD e a FDNY, ou seja, as autoridades policiais da cidade. É incrível a admiração que eles têm com a polícia, algo que especialmente se intensificou com a tragédia do 9/11. Eles entraram no palco abraçados com a mensagem “We always fight together” para delírio dos presentes, que gritavam especialmente o refrão com “we will all die together”. A música contou ainda com o som de helicóptero em seu início e fim, e levou realmente os presentes a um delírio emocional muito grande.

Mais para frente, outro convidado no palco: Jimmy Fallon, que está ganhando ainda mais visibilidade no país por ser o provável substituto à David Letterman em seu famosíssimo programa noturno na Rede CBS, no ar desde o início da década de 1980, subiu ao palco para fazer uma trinca de covers. A primeira de Solomon Linda, The Lion Sleeps Tonight ; a segunda, Sweat, do Inner Circle e, finalmente, Mildred J. Hill com Happy Birthday, onde novamente os presentes emendaram a comemoração ao principal homem da noite.

Alguns convidados no palco entraram e após a saída deles, Billy Joel resolve tocar um trechinho de Your Song, do Elton John. Ele parou de cantar logo no início mesmo, quando a música começa a falar de dinheiro, e ele fez uma crítica sarcástica ao “rival” a isso. Achei, sinceramente, desnecessário… e pelo que vi depois, ele faz isso frequentemente, o que faz desta atitude, para mim, algo que faz o show perder um pouco.

O show estava um pouco morno após isso, mas voltou com tudo com o hit absoluto Don’t Ask Me Why, cantada a pleno pulmões. Billy Joel, que durante o show disse por inúmeras vezes que tem o melhor emprego do mundo e contava um pouco da história da sua vida e carreira, cantou também de maneira exemplar, ainda que volta e meia usava alguns produtos (sprays) para suas cordas vocais. Grande momento!

O show continuaria com The River Of Dreams, onde Billy encaixou mais um cover em formato de medley com A Hard Day’s Night, do Fab Four. Me chamou a atenção que o público, apesar de ter reconhecido e estar acostumado com este cover ao vivo por parte de Billy, não cantou com tanta empolgação o clássico dos Beatles, algo que, obviamente, não aconteceu comigo…

O fim do show se aproximava e antes da saída do palco, Billy Joel descarregaria mais uma artilharia pesada com Piano Man:

Billy não ficou longe do palco por muito tempo e trouxe para este retorno seu maior sucesso da carreira, Uptown Girl, do álbum An Innocent Man. Com Billy e todo o público de pé, o som dominou o MSG em bom trabalho de backing vocals do restante da banda também:

It’s Still Rock And Roll To Me continuou o ótimo astral do show, bem como com a boa Big Shot. Por fim e em uma atitude muito legal, Gavin DeGraw, que fez a competente abertura da noite, subiu ao palco no meio da última da noite, You May Be Right, dividindo o microfone com Mark Rivera.

Sob fortíssimos aplausos dos fãs, Billy se despediu do público e deixou rapidamente o palco.

Uma noite muito agradável, tanto pela organização em geral do evento, mais que exemplar, quanto pelo próprio show. Um show até melhor do que o que eu esperava, com algumas surpresas de músicas que são muito conhecidas, talvez com a falta da setentista Miami 2017 (Seen the Lights Go Out on Broadway), que é um medalhão do pianista. O lance com Elton John, para mim, foi desnecessário, mas entendo como a tal rivalidade, ainda que ambos já tenham se apresentado por algumas vezes juntos e volta e meia tocam músicas ao vivo um do outro (mais Billy do que Elton).

Para terminar, a saída do MSG é uma coisa surpreendentemente organizada, beirando a perfeição. Nem parece que o lugar estava lotado ao sair e descer as escadas rolantes para a saída. Com a gigantesca Penn Station dentro do MSG e com tantas opções por perto, nem parecia que tinha acontecido um show ali ao sair para a rua. É algo que temos MUITO a ver e aprender para, quem sabe, um dia chegarmos a ter algo PARECIDO.

Navegue pelas fotos da noite no slideshow abaixo, clique no “pause” para interrompê-lo e para visualizar uma foto em tamanho original, clique com o botão invertido do mouse e escolha a opção de abertura em nova aba ou janela:

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Áudio completo do show:

Billy Joel Setlist Madison Square Garden, New York, NY, USA 2014, In Concert - At The Garden

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:AC/DC, Artistas, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, Músicas, Resenhas, Setlists, The Beatles

8 respostas

  1. Oi.

    Ótimo registro do espetáculo do BJ, logo no dia do aniversário do músico sexagenário. O MSG esta perfeitamente localizado (para que não conhece, ele fica no coração de Manhattan, dando acesso ao leste, oeste, norte e sul da famosa “ilha”) e facilita a saída do público para as estações de metrô (Penn Station) ou mesmo para pegar as pequenas filas de táxi que se formam em frente ao local.

    Não conhecia da rivalidade entre o músico e EJ, mas sabia da admiração de um com outro; ambos são donos de standards que foram ost (original soundtrack) de algumas gerações. Talvez a piada não tenha sido de bom tom, concordo.

    Sei que o velho Macca (sempre ele) se refere ao músico nova-iorquino com muito respeito, tendo o músico inclusive participado de algumas apresentações do beatle no famoso Shea Stadium, No exemplo abaixo, o feat é do baixista. A técnica de walking bass de McCartney e o piano boogie woogie de Joel.

    Momentos inesquecíveis aqui no MHM.

    Abraço,

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    • Daniel, muito obrigado pelo ótimo comentário por aqui e pelo prazer de (no meu caso) rever este vídeo com Macca – é muito legal vê-los dividindo o vocal e o Macca brincando de “deitar” nas costas do Billy Joel.

      Como está no post, Billy Joel toca muito no MSG e em março deste ano, outro convidado mais que especial esteve presente e valorizou ainda mais a noite:

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Eu não conheço muito do BJ, mas o que conheço dá para ter uma noção da importância do músico, menos mundialmente, mas principalmente para a cena americana e em especial para New York.
    Uma pena Your Song não ter avançado e se estivesse no show com certeza sentiria também muita falta de “Just The Way You Are” que ficou mais consagrada (pelo menos no Brasil) com (RIP) Barry White, mas também traz ótima e rivaliza fortemente com a versão com BJ. De todas as listadas e as que conheço com BJ é a que gosto mais.
    Uptown Girl é muito legal, e marca talvez o desvio da veia jazz, já descaradamente mais pop característico e em busca do sucesso lá dos anos 80 (meados, acredito) – sem duvida um hit indispensável.
    É um grande músico que merecidamente recebeu as devidas homenagens em seu aniversário, magnificamente registrado aqui pelo mestre Eduardo neste espetáculo de resenha.
    Abraços.
    Remote

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  3. Eu também mal conheço a carreira de Joel, mas achei que tudo que vi e ouvi acima tem a ” cara ” do povo americano ( nova-iorquino, especialmente), no que se refere ao bom rock and roll.
    Das músicas conhecidas, lembro do clip de Uptown Girl no seu lançamento, quando a era dos videoclips começa a dar passos menos cambaleantes em nosso país.
    Também achei estranho a espécie de animosidade comentada entre BJ e Elton John, algo até inusitado.
    Por fim, é interessante ver essas imagens de trás do palco do MSG. Eu nunca vi um show em tal posicionamento, mas confesso que gostaria de passar por tal experiência , que não é muito comum em shows do gênero, eu realmente não conheço outro exemplo de ” venue” onde isso aconteça.

    Show de bola a cobertura, Eduardo!

    Alexandre

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    • Ahhh, B-Side, e tem mesmo a cara de NY, especialmente.

      Sobre o clip de Uptown Girl, seu irmão não deixou de colocá-lo “in loco” e realmente é uma tosqueira sem tamanho – mas especialmente o Remote me chamou a atenção de 2 “indivíduos” que ficam ao fundo e que elevam a tosqueira a níveis gigantescos… o que são aqueles 2 “seres”? Caberia até um “Tá de Sacanagem!” aqui, com certeza.

      A questão dele com Elton John é mais pela “rivalidade”, não um “ódio” entre ambos…

      Por fim, eu até gostaria também de ver um show por trás do palco, mas preferiria que o palco fosse centralizado, como o MetallicA as vezes faz, especialmente nos EUA. Quem sabe um dia… mas esta configuração não é tão isolada assim, shows em arenas como o MSG no EUA muitas vezes têm estes ingressos mais baratos.

      Por fim, agradeço os elogios!

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  4. Eu passei a saber wue determinadas musicas eram do BJ
    Incrivel a experiencia que o Rolim teve nessa passagem em NY
    extraordinario. Aqui se fala muito de tudo e a gente aprende muito

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