Cobertura Minuto HM – Primavera Sound Festival – 03/dez/2023 – resenha

Esse festival nem é algo muito do que rola aqui no blog e, confesso eu que, quando o line-up foi apresentado, tive pouca vontade e interesse. Só que a minha mulher é muito fã de certos artistas que pisariam no Privamera Sound Festival de 2023, então comprei para dar de presente para ela.

A resenha era para ser lotada de coisa, afinal, seriam dois dias de muitas atrações que eu nunca ouvi falar diferentes. Só que a nossa neném pegou uma virose na quarta que no sábado ficou tão ruim que tivemos que trocar o festival pelo hospital. Eu perdi o Pet Shop Boys, minha mulher perdeu o The Killers, nós dois ficamos muito ursinhos da vida e lá se foi um dia de festival pelo ralo.

E ainda bem que o sistema imunológico da nossa neném resolveu dar uma boa colaborada no domingo, conseguindo liberar papai e mamãe para irem ao Autódromo de Interlagos, local já “arroz de festa” para diversos festivais da cidade, chegando por volta das 15:30 e debaixo de um sol casca grossa. Lá dentro achei o Ricardo Warzeka (ou melhor, ele me achou), que trabalha comigo em alguns projetos no trampo.

Esse festival não usa de ingresso, mas de uma pulseira. Nela tem um chip com o seu CPF cadastrado, que funciona como uma carteira digital – você carrega dinheiro nela em locais específicos do evento e toda comida e bebida você compra pela pulseira. E olha, acho que de tantos festivais que fomos aqui, posso dizer que essa pulserinha é uma mão na roda! Funciona de verdade! Pegar cerveja se tornou algo bem rápido! A entrada também foi bem tranquila, mas como não tinha fila, não deu pra dizer se a pulseira acabou fazendo diferença na entrada.

Pontos positivos

a) O chip no pulso! Tudo é muito mais prático!
b) A estrutura do festival estava com muitos locais de comida e bebida espalhados, não deixando que as filas dos comes e bebes atrapalhassem as multidões de se deslocarem!
c) Os dois palcos principais foram montados em locais com declives, de maneira que quem ficasse atrás não fosse (tão) atrapalhado pelas cabeças à frente.
d) O banheiro feminino. Eu não usei banheiro mas, de acordo com a minha mulher, “não é tão limpo quanto o do Rock in Rio (edição 2021), mas estava muito bom”.
e) Teve distribuição de filtro solar! Nunca tinha visto isso e achei uma boa sacada.
f) O som dos palcos. Eu vi atrações nos três palcos e em todos o som estava muito bem montado, as caixas ao longo da multidão todas funcionaram muito bem, não tinha alteração de volume entre elas, realmente me impressionou.
g) Cervejas disponíveis eram Corona, Becks e Colorado IPA. Pelo menos não era a mesma Lager sem graça de sempre…

Pontos negativos

a) O line-up – não é um festival de rock, mas com bons nomes principais (lembrou o Lollapaloza?! Pois é). Mas tem muita coisa muito alternativa – talvez por isso o som tenha ficado bom, se fosse festival de metal daria problema, batata!
b) Achei o espaço pequeno! Montaram tudo bem encaixadinho, mas já que o festival não mira nesse lance de trazer música de qualidade, poderia ter mais coisa, como essas lenga-lenga que colocaram no Rock in Rio edição 2021 (exposições de arte, feirinha, espaço geek, maquetes, whatever). Para a gente que está lá para ver bandas específicas, o tempo que se gasta para ver todo o local é muito rápido.
c) Cerveja custando 18 reais o copo! Copo inclusive que você ganha na entrada. Pensei que ia ter um lance de sustentabilidade, mas sempre que você pegava uma cerveja ganhava mais um copo para sujar o local. Outra coisa que não gostei foi que durante o The Cure, vi muito vendedor de cerveja dando a lata com o copo para a pessoa mesmo encher. Eu mesmo peguei uma lata. Pronto, se tem alguém virado no Jiraia o cara já ganhava uma arma para atirar em alguém.
d) Marina Sena. Nem dá para colocar ela na resenha das bandas. Não conhecia nada dessa garota e, como diria Silvio Luiz, “e agora, o que que eu vou dizer lá em casa?!”. “Músicas” horrorosas, canta desafinada, usa de gravação de apoio (sim, dublagem!)! A banda dela fica em um cantinho, toda escondida, com roupa da cor do fundo de palco (nem o Malmsteen conseguiria humilhar mais o pessoal)!

Para mim o festival começou mesmo com a entrada do Bad Religion, às 19:00. Com previsão de show de 1 hora e 15 minutos, isso é uma avenida aberta para muito punk rock. Os americanos fazem um estilo de punk que me agrada muito, tem solos (pequenos mas eficientes), tem peso e tem um vocal bem encaixado com um timbre que me agrada. Mesmo com a idade avançada e cabelos brancos, os tios-avôs fizeram bonito. Greg deu alguns poucos deslizes nos vocais, como se tivesse errado a puxada de ar e o Jay continua uma figura no baixo, pulando quando possível ainda como um moleque. A última vez que eu os vi foi há uns 11 anos atrás e eles deram uma boa envelhecida em termos estéticos, mas o show em si foi positivasso.

Esse é o vídeo de Fuck Armageddon … This is Hell, mas como tem a palavra Fuck o ursinho do You Tube acha que o vídeo é problemático. Estou contestando.

E depois de uma semana puxada, cansativa (por causa da neném), todo o stress dos últimos dias e um monte de cerveja na cabeça, devo dizer que foi dureza mais de duas horas e meia de The Cure. Rapaz, eu vou pro céu! Está certo que não sou um fã de carteirinha dos britânicos. Conheço os hits do rádio e, em termos de álbum de estúdio, só o Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me. Mas estar acostumado com isso e pegar um show dos caras é outra pegada. É uma depressão contínua misturada com tédio que se renova constantemente. Mas valeu por ter presenciado mais uma banda que surgiu na década de 70 e que não sabemos até quando irá voltar (Robert Smith está velho e eu achei ele bem acabadão, mas como aqui o rock é gótico, eu acho que isso acaba sendo um elogio). Como eu estava muito perto do Bad Religion foi impossível me adentrar à multidão no palco do The Cure, então as fotos pegaram só o panorama geral do palco.

É isso. Poderia falar sobre a apresentação do Beck, mas vi pela primeira vez e é totalmente pop. Posso dizer que o guitarrista que acompanhava ele era muito bom, mas não tenho parâmetro para me aprofundar aqui!

Enfim, nem comparação com o presidente que está acompanhando um dos maiores músicos de todos os tempos pelo Brasil, mas valeu por não ter que ouvir choro de neném por algumas horas.

Beijo nas crianças.

Kelsei



Categorias:Artistas, Cada show é um show..., Curiosidades, Músicas, Resenhas, Setlists

1 resposta

  1. As resenhas do Kelsei são uma diversão a parte do meu dia, na boa ………são pérolas E a as análise técnicas são sensacionais …..a lista do bom e ruim são sensacionais…nada mais prático e direto do que isso

    “É uma depressão contínua misturada com tédio que se renova constantemente” e “Robert Smith está velho e eu achei ele bem acabadão, mas como aqui o rock é gótico, eu acho que isso acaba sendo um elogio.” Entraram para os ana*is da história desse blog

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