
Sejam bem-vindos a mais um capítulo do Novidades HM, onde nossos heróis voluntários resenham álbuns indicados pelo pessoal do Blog como propostas de novos grupos e novos sons. Nesse post, estamos com as indicações do ano de 2013. Clicando aqui você encontra nosso guia de sobrevivência para todos os anos que já passamos. Sempre tentando evitar clubismos, apresento os álbuns por ordem alfabética.
Nesse ano tivemos a indicação de um álbum da banda Alter Bridge, que resolvemos eliminar das audições devido a aparição deles no ano de 2007. A eliminação se deu pois o intuito do projeto é termos contato com bandas novas de cada ano, e uma duplicidade da banda em anos diferentes foge um pouco da proposta.
Sempre deixo o lembrete: se você quiser resenhar ou indicar álbuns para os próximos anos, deixe seus contatos nos comentários. E para você, fã de Beatles, espero que tenha encontrado o presidente pelo Brasil afora em mais de dez show do Paul McCartney – se você não viu, procure ele chorando no nosso canal do YouTube!
Airbourne – Black Dog Barking

Sugestão de: Eduardo Schmitt
Ouça você também:
Alexandre: Hard-rock australiano, assim dizia por onde pesquisei previamente. Eu nunca tinha ouvido falar, vamos conhecer, a banda tem uma considerável discografia. Beleza, então vamos lá, será que traz algo característico do hard produzido “down under”? Não só traz, mas quem aqui não citar o AC/DC, não ouviu o disco. É um quarteto, o vocal também é o lead-guitar. Assim, se faltar alguém nas posições mais visíveis do AC/DC, pode chamar esse tal de Joel O’Keeffe. Eu o contrataria como “sub” em qualquer turnê que o AC/DC quisesse fazer daqui pra frente. Brian ficou sem voz, bota do Joel. Angus passou mal, bota o Joel. Se os dois brigarem e forem para um hospital, é capaz desse Joel segurar as duas ondas. Ah, a banda também tem dois irmãos, o batera Ryan é brother do Joel. A sonoridade é muito chupada da clássica banda de Angus e Malcolm, o timbre da caixa da batera, os drives das bases de guitarra. Os backings em forma de hino poderiam perfeitamente ocupar espaço em qualquer álbum da banda, desde a fase Bon Scott ao que se segue a partir do Back in Black, com Brian Johnson. Aliás, se o assunto é Brian, se fosse ele aqui eu não duvidaria. A única dúvida a ser dirimida é essa: o vocal vai na linha de Bon Scott ou Brian Johnson? Eu posso responder, sem qualquer hesitação, é Brian na cabeça. Os solos poderiam ser divididos entre Joel e Angus Young, ninguém saberia quem gravou qual. Qualquer análise, então, fica muito comprometida, tal a proximidade com o som do AC/DC. Ao mesmo tempo que é ótimo de ouvir, é muito igual. É isso aí, as músicas são muito boas, tá tudo certinho aqui. Você gosta de AC/DC? Sente saudades de um novo material? Vá nesse aqui, e rápido. Senão, nem perca seu tempo. Eu gostei, ressalto. Só não sou um die-hard fã do AC/DC, senão iria muito mais fundo. E aqui para nós, depois do Kingdom Come e do Greta Van Fleet, “…tudo que vier, vem bem…”.
José Paulo: Terceiro álbum dos australianos segue a mesma linha dos anteriores, com aquele som nitidamente influenciado pelos conterrâneos do AC/DC, posso até falar mais: o Airbourne é o AC/DC turbinado do século 21 e não importa se dizem que é uma cópia, que é clichê, que a banda não traz nada de novo, realmente tudo isso é a mais pura verdade, só que é bom e isso é o que vale!!! Joel O’Keeffe comanda os vocais, sempre agressivos, além da guitarra solo e sem dúvida é a figura de maior destaque do Airbourne, seguido pelo baterista Ryan O’Keeffe, Justin Street no baixo e David Roads na outra guitarra. O álbum já começa pegando fogo com a energética “Ready for Rock” que é o típico “arrasa quarteirão” que sempre funciona muito bem ao vivo e tem um refrão genuinamente AC/DC, mas se engana que a banda australiana é a única influencia, logico que é a maior, mas podemos notar uma boa dose daquele hard festeiro americano dos anos 80’s, principalmente nos vocais de apoio. “Back in the Game” é o exemplo clássico disto e por mais incrível que possa parecer, em um ou outro refrão o Kiss parece ter uma forte dose de influência nessa combinação toda. Black Dog Barking é um disco muito acima da média, a agravação/mixagem é outro ponto forte, onde todos os instrumentos aparecem no lugar certo e o conjunto soa forte e muito pesado. Com certeza é diversão para todos aqueles que gostam de um som energético, simples, mas muito bem-feito, não tenho dúvidas em afirmar que este foi o melhor disco sugerido neste ano, que venham muitos como este!
Kelsei: Um álbum de Hard Rock que tem duração de um álbum de Punk Rock. Algo em torno de 35 minutos. Foi uma das primeiras coisas que vi e confesso que fiquei muito feliz de ser um álbum curto para um gênero que, se você acompanha o que eu escrevo nos meus posts, é um alvo constante de críticas negativas vindas da minha pessoa. Só que dessa vez não foi assim. A audição passou muito fácil. O Hard Rock apresentado aqui é o mais arroz com feijão possível. É o básico do básico. Todas as músicas tem um riff só e o refrão é recheado de acordes pesados. É a mesma fórmula para todas as faixas, então se o riff apresentado nos primeiros segundos colar no seu ouvido, você certamente gostará da faixa. Os solos são poucos e muito básicos – me recordo de ouvir uns ligados que parecia eu com 15 anos aprendendo a tocar guitarra. Mas a energia que esses caras passam durante as faixas é muito contagiante. Ouça a abertura, “Ready to Rock” para entender o que estou dizendo. E vamos combinar que fazer bem feito só fazendo o básico é muito difícil. Facilmente esse foi o melhor álbum de Hard Rock que ouvi até o momento na série. Se eles tivessem uma guitarra com mais punch, que abusasse mais dos solos e tirassem os backing-vocals melosos, o AC/DC teria um bom substituto para os novos tempos.
In The Silence – A Fair Dream Gone Mad

Sugestão de: Alexandre B-Side
Ouça você também:
Alexandre: Bem, é aquele som meio espacial, cheio de ambiência na voz, mas o instrumental é bem competente e agradável. O vocal também é bem suave, nas linhas do progressivo mais contemporâneo que se mistura ao metal. Impossível não referenciar bandas como Pain of Salvation, Dream Theater (obviamente) e, talvez de forma ainda mais próxima, a parte prog do Opeth, principalmente quando estes não apostam no gutural. É um trabalho bem justo, indicado aos que quiserem investir nos netos do Queensrÿche, filhos do Dream Theater, irmãos mais novos do Opeth e do Riverside. Destaco a bateria e os riffs de guitarra, mas não há uma música que realmente se destaca das demais. Todas estão em um mesmo nível, eu particularmente gostei um pouquinho mais da faixa que encerra o álbum, “Your Reward”. Os solos não trazem aquele virtuosismo mais característicos dos guitar-heroes do gênero, em algumas faixas nem encontram espaço. Isso não quer dizer que há bons momentos também para exercitar os dedos, como na faixa “Beneath These Falling Leaves”. Também não vejo aqueles “odd time signatures”, não é onde a banda mais aposta. Posso considerar que a tônica é deixar as melodias vocais suaves buscarem convivência com os momentos mais pesados, além dos mais calmos. Faltou um pouco de identidade, de originalidade. Há um pouco de delay-reverb sobrando, mas isso é do estilo. Quem gosta desse prog-metal de vanguarda, sem muita debulhação, vai querer conhecer mais. A banda está na ativa ainda, preparando um novo trabalho. Assim, quem curtiu pode esperar os próximos capítulos. Eu fico num saudável meio-termo e dentro dessa boa lista de 2013 não fez feio.
José Paulo: Essa era uma banda que não conhecia, mas quando vi o nome na planilha de sugestões, logo pensei: “hummm lá vem Atmospheric Rock, vai ser bom ouvir naqueles dias de insônia”, mas isso foi até ver a capa de A Fair Dream Gone Mad quando tive mesmo certeza, característica do estilo. Sabe que esse certo desanimo foi até bom, pois quando comecei a ouvir o disco a sensação foi até de alívio, talvez até causado pela baixa expectativa, não é tão chato quanto esperava. É logico, não dá pra fugir daqueles momentos monótonos típicos do estilo, porém a impressão geral que tive ao terminar de ouvir todo o álbum pela segunda vez, é que os bons momentos estão muito mais presentes do que aqueles verdadeiramente tediosos. “Serenity” é belíssima, com melodias vocais emocionantes e um riff marcante com ótimas mudanças de andamento, sem sombra de dúvida foi eleita a minha preferida. Outras boas músicas que merecem destaques são “Ever Closer”, que abre o disco e “All the Pieces” que chamam a atenção pelos mesmos motivos, as guitarras pesadas e belos solos. No lado negativo temos as previsivelmente chatérrimas “Close to Me” e “Endless Sea”… ah, os 7 minutos e meio de “Your Reward” não são muito fáceis não, principalmente os vocais de Josh Burke, bem monótonos. A conclusão é que não foi tão ruim quanto eu esperava, mas possivelmente não terei vontade de ouvir novamente.
Kelsei: Foram necessários alguns segundos da faixa inicial para automaticamente a minha mente resgatar o 10 Years, que apareceu aqui em 2005. Mesmo timbre, mesma atmosfera, mesma linguagem instrumental. Nesse caso específico, o post-grunge que é apresentado tem duas nuances adicionais ao som do 10 Years: doses minúsculas de metalcore e um guitarrista que não sabe solar. O primeiro não me incomoda nenhum pouco, pois é um gênero que eu ouço e que flerta muito bem com o post-grunge. O segundo já foi dose; nenhum – repito, nenhum – solo salva: são todos sujos, sem clareza do que se toca, tem até nota comida (ia fazer uma piada com o Janick Gers, mas achei que seria mal gosto com o britânico). Mas tirando esse ponto o álbum passou fácil. As faixas que mais captam a essência desse projeto são “Endless Sea”, “Beneath These Falling Leaves” (essa estava muito boa até entrar o solo) e “Your Reward”. Se os projetos de post-grunge que passaram por aqui foram de seu aprazo, pode pisar aqui sem medo de cair.
Snowfall – Cold Silence

Sugestão de: Jose Paulo, o JP – “A” Enciclopédia
Ouça você também:
Alexandre: Hard rock competente, cria da invasão nórdica que está presente em boa parte dos últimos anos que estamos analisando nesta série Novidades HM. O vocal é a encarnação do Glenn Hughes vindo da Noruega, o que é obviamente é um atestado de qualidade, mas não necessariamente de originalidade. A referência principal deste vocalista Lee Small vem da participação de Hughes no super grupo Phenomena. Afinal, também a sonoridade deste Snowfall remonta aos teclados e timbres de guitarra calcados no melódico hard que o Mel Galley e seu irmão Tom trazem desde o primeiro álbum do Phenomema em 1985, que já traz Glenn. Eu gostei, mas vou esquecer rapidamente, preciso confessar. Está tudo tão certinho, tão bem produzido, tão bem encaixado, cada mínima nota em seu mais perfeito local, que fica faltando um pouco de alma. A faixa “The Vesper Bell”, que fecha o álbum, é um pouco fora do esperado, mas não me agradou, pareceu uma salada de trechos esquecidos, não aproveitados nas demais canções. O destaque, como poderia se esperar, vem da dupla vocal-guitarra. Além do já mencionado ótimo Lee, Tore Meli entrega ótimos riffs de hard rock e solos perfeitos e virtuosos. Destaco a faixa “Oscillate”, que entrega um riff mais pesado dentro do trabalho, ainda que o teclado exagerado da introdução quase tenha colocado tudo a perder. Como crítica, é mais um desses álbuns de hard-rock que beiram os 60 minutos. Não chegou a cansar porque eu não achei as faixas “Jack of Diamonds” e “Alexandria” para ouvir, tamanha a obscuridade da indicação. Indico aos apreciadores de um bom AOR/ hard rock melódico que foge do padrão “sleeze californiano Sunset Strip”.
José Paulo: Como o nome do disco e do grupo já entregam, o Snowfall é uma banda de Hard melodico da Noruega, porém a primeira coisa que me chamou a atenção não foi isso e sim o vocalista, o britânico Lee Small é com toda a certeza o grande destaque do disco e como vários outros vocalistas do estilo, participa de outros inúmeros projetos, como o Phenomena, o Lionheart do ex-guitarrista do Iron Maiden Dennis Stratton, o Shy, só para citar alguns. “Don’t Drive Me Home Tonight” começa bem melódica com uma levada de teclados bem acessíveis, até aí normal, mas quando entra a voz, logo pensei: Ué, o Glenn Hughes está cantando nessa banda? Pois o vocal de Lee lembra bastante aquela fase Hughes/Thrall do ex-baixista do Deep Purple. A seguir temos as canções que mais me agradaram no disco, “Citadel of Hope” e “House of Prayer”, além de “Wolf’s Lair”, essa última a minha preferida, todas com uma ótima interpretação vocal, solos de guitarras econômicos, mas eficientes e muita, mas muita melodia. “Heaven’s Not Up There” é uma bonita balada, previsível, mas bonita e justamente por isso é onde o estilo vocal de Small mais se aproxima de Mr. Hughes. Também posso citar “Alexandria” que é outra música bem interessante, com um refrão marcante. Cold Silence é aquele típico disco que deve agradar em cheio quem aprecia um AOR melódico e um som nada pesado, com um ótimo vocalista e bons refrãos, se esse é seu caso… vá sem medo.
Kelsei: Diretamente de um canto bem gelado na Noruega (fazendo jus ao nome da banda e ao nome do álbum), ganhamos mais um AOR para prestigiar. Não foi fácil achar as faixas do álbum para ouvir – não tinha no streaming e no You Tube estava tudo picado em diversos canais (acho que só o JP deve ter o CD nas gavetas de 5000 CDs dele). O álbum passa sem dificuldade, com um trabalho bem competente de todos os músicos, mesmo com algumas faixas com fórmulas bem chicletes, como em “Don’t Drive Me Home Tonight” – essa foi dose de ouvir. Eu torci o nariz para o timbre do teclado, porque está muito voltado para um pop estilo Duran Duran dos anos 80, o que meio que fugiu da atitude mais hard rock dos demais instrumentos (sim, tudo bem que o som todo é datado dos anos oitenta, mas existem muitas bandas dessa época que usam um timbre de teclado bem menos chinfrim, com mais volume – e sim, eu acho Duran Duran bem legal; no caso do timbre de teclado, funciona muito bem no som deles). No geral, é mais do mesmo dos últimos 40 anos, mas como novos integrantes e com letras que pelo menos não chovem naquele marasmo de ‘love’ pra cá, ‘love’ pra lá ou então aquele manjado tema de ‘California Girls’. Fique com “Oscillate” e “House of Prayer” – essa aqui entrega um solo muito bom de guitarra (aliás, o guitarrista dessa banda faz muito bonito em vários solos)! Como diria o finado Daniel, não é minha praia, mas esse álbum dá para lavar uma louça com vontade!
True Widow – Circumambulation
Sugestão de: Flávio Remote
Ouça você também:
Alexandre: Quer dormir? Tá com insônia? Ouça isso aqui. Pode ser que você durma antes de se irritar. Ah, pelo amor de Deus ou do Capeta, que porre, tem de escrever alguma coisa? Eu, antes de tudo, vou excomungar o (ir)responsável que indicou isso para a gente ouvir. E se tiver sido eu mesmo, afinal fiz as indicações de todos anos há bastante tempo e não lembro mais quem indiquei, eu “me excomungo-me” sem dó nenhuma. Nessas horas dá pra se arrepender de participar desta série. Kelsei, o que eu fiz pra merecer essa tortura?????? Senhoras e senhoras, eis a bomba do ano de 2013 desta série, sempre tem uma, né? Bem, o que não tem remédio, remediado está, já dizia o “velho deitado”, então vamos ver o que eu consigo escrever aqui… Vamos lá, eu gostei da voz da moça na terceira faixa, ”Four Teeth”. E lamba, como diria o Rolf. Nas demais, o tal Dan Philips se encarrega de estragar ou nem o fato de não ter o Dan ajuda. Há uma exceção, a sexta faixa (sim, eu ouvi todas) que se chama “I:M:O”. Esta “I:M:O” é por onde todos devem começar. Muito provavelmente vão dormir antes de qualquer outra começar, então essa é por onde eu indico fortemente começar a audição. Nem vocal para irritar tem. Meu Deus, tem baterista!!!! Eu achei que era um “drum machine no modo automático de teclado de entrada de qualquer principiante” …. Solo de guitarra, é claro que não tem, lógico, aí era querer demais. Por um lado, é bom, vai que o cara resolver se arriscar, o que é ruim iria ficar ainda pior. E é isso, nada restante presta, que seja minimamente. Defino a sonoridade como um monte de delay misturado ao fuzz (não podia faltar, né?) que faz uma lama monótona e monocórdica como poucas vezes tive o “privilégio” de ouvir. Vou resumir, passem longe disso.
José Paulo: Esse foi outro grupo que nunca tinha ouvido falar e não fazia ideia do que poderia ser, mas olhando a foto da capa do disco, pensei: Puxa… lá vem mais atmospheric! Porém quando começou a primeira faixa, “Creeper”, com efeitos de chuva seguido por notas graves e repetitivas já imaginei que poderia ser algo mais Doom… antes fosse. Qual foi a minha surpresa ao saber que não tinha nada de doom ou atmospheric, mas sim um Pop Rock bem esquisito e chato… e põe chato nisso! Sem exagero: as notas parecem se repetir não só em uma música, mas durante o disco inteiro. Ao todo são 8 temas em um total de 44 minutos, que saem do nada e te levam à lugar nenhum e a única palavra que me vem à mente quando penso novamente neste disco é “tédio”. A maior variação entre as músicas é que em certos momentos os focais são femininos e em outros masculinos, mas tudo parece a mesma coisa. Esse é o tipo de música que não ouço, então fica difícil ilustrar o que seria, mas se tiver que explicar melhor, diria que é um dark pop rock minimalista, nem sei se existe esse termo, mas foi o único que imaginei. Talvez o som feito pelo True Widow seja até cult, mas definitivamente não é para mim.
Kelsei: Se eu dissesse que esse é o pior álbum que já apareceu nessa série, estaria mentindo! Já ouvimos coisas muito pior, vamos ser francos! Quando vi a capa desse álbum (que, quando monto as listas de audições para os valentes desse blog, a capa é um dos meus primeiros contatos que tenho), pensei que ia vir um Death Metalcore das profundezas da lama quente! E quando eu dou o play, me deparo com o marasmo! É como se o Ian Curtis se reunisse com o pessoal do Sonic Youth para fazer uma jam psicodélica depressiva mono-rítmica. Tudo é arrastado, triste. “Fourth Teeth” até que anima, pela voz mais alegre da mocinha que canta. Instrumentalmente, nada que 3 meses de conservatório com 1 hora de aula semanal não te façam tocar o álbum da íntegra. Mas no geral, esse álbum seca girassol de desgosto! As indicações do Remote foram baseadas em um critério que, querendo ou não, marca alguns golaços. Nessa edição a bola foi pra fora…mas foi pra fora tipo o Célio Silva cobrando falta – era um zagueiro do Corinthians na década de 90 que metia um canhão sem nenhuma direção e geralmente acertava alguém na arquibancada das cadeiras altas.
Until Rain – Anthem to Creation
Sugestão de: Kelsei
Ouça você também:
Alexandre: Gostei bastante, mesmo sendo muito influenciados pelo Dream Theater. Acho que a qualidade das composições ultrapassou a menor originalidade, mas em alguns momentos poderiam se afastar um pouco da influência da banda norte-americana, por exemplo em boa parte da faixa título. Quando trazem o que eu entendo serem pitadas suaves de elementos tradicionais do país (Grécia) para misturar ao prog-metal oriundo dos citados nova-iorquinos, por exemplo no início da faixa “13-8”, me agradam bem mais, a faixa é um dos pontos altos do trabalho. Outra faixa muito interessante e mais “solar” dentro de um álbum mais dramático em sua essência principal é a que fecha o disco, “Marionettes”, boa participação do baixista Bill, de sobrenome complicado. Destaco, individualmente, o vocalista Yannis Papadopoulos, que não está mais na banda, infelizmente. Outra baixa é o excelente baterista Alex Hughes, que faleceu em 2017. Os donos da banda, no entanto, são o guitarrista Theodore e o tecladista Lefteris, os únicos da formação a permanecerem no Until Rain hoje em dia. Ambos são os responsáveis por compor este metal intrincado e talentos indiscutíveis em suas posições. Eles conseguem inclusive mesclar o prog-metal com algo mais acessível, por exemplo, na quase balada “My Own Blood”. O trabalho, no entanto, é mais calcado em músicas mais trabalhadas, como “Empty Helmet” (que tem mais de 10 minutos) e a exagerada faixa título (acima dos 18 minutos). Por consequência, o álbum atinge quase 80 minutos, ou seja, não é para qualquer um. É um trabalho bastante complexo, que precisa de tempo para pleno entendimento. Eu considero este o único álbum desta série de 2013 que me motivou a conhecer mais da banda, ainda que a formação que está neste Anthem to Creation não se manteve na sequência da carreira do Until Rain. Muito boa a indicação!
José Paulo: A primeira coisa que chama a atenção em Anthen to Creation é a arte da capa, realmente muito bonita, a segunda é que o vocalista que gravou este álbum é Yannis Papadopoulos, atualmente cantando na banda de Heavy/Power Metal, Beast in Black, então foi justamente por esse motivo que acabei me surpreendendo com o som da banda, pois quando começou “Brain Death” o estilo abordado foi um Prog Metal que me lembrou bastante os americanos do Fates Warning pós “A Pleasant Shade of Gray” e, consequentemente, o Dream Theater. Já a guitarra inicial da faixa seguinte, “Think Again”, me pareceu Symphony X, o que não chega a ser uma grande mudança, bem… só essas bandas que já foram citadas podemos imaginar qual é o tipo de som que iremos ouvir até o final do disco, mas não é bem assim não. Um exemplo são as duas músicas que fecham o álbum, “Breaking of the 7 Seals” e “Marionettes”, que seguem uma linha mais puxada para neo-progressivo de bandas como Kino, Ricochet ou Arena, esta última apesar de não ser uma música ruim, o teclado do início é de um mau gosto terrível. Enquanto que a faixa título de mais de 18 minutos é uma mistura de tudo isso e talvez por esse motivo foi a que mais gostei, belas melodias e uma extraordinária interpretação do vocalista. Outro grande destaque é o guitarrista Theodore Amaksopoulos, sempre alternando momentos mais agressivos como na ótima “Empty Helmet” e em “Living Hell” e outros mais melódicos como na já citada faixa título. Ao terminar de ouvir Anthem to Creation chego à conclusão de que ele não é nenhum clássico, porém todas as características do estilo estão presentes, excelentes músicos, músicas complexas e em muitos casos longas, instrumental “quebrado”, muitas mudanças de andamento, resultando em um bom disco. Vale muito à pena conferir!
Kelsei: Lá vem o Kelsei mais uma vez com mais uma banda de prog-metal totalmente influenciada pelo Dream Theater. Sim! Só que dessa vez o que mais me chamou a atenção ao indicá-la é que a Until Rain é grega! Na boa, pare para pensar e me diga quantas bandas você conhece da Grécia?! Fiz a mesma coisa nesse projeto quando conheci a Adagio, que apareceu no nosso segundo episódio e era francesa. Me interessa saber que tem gente em cantos do mundo que ouve bandas que nós ouvimos e que acaba criando arte própria com influências de seus países. Acho inclusive (agora voltando ao álbum) que o progressivo apresentado em Anthem To Creation poderia ter abusado mais de elementos da música grega, para dar uma originalidade mais robusta ao trabalho dos caras. Tem hora que se você fechar o olho vai achar que está ouvindo Dream Theater ou Symphony X. O álbum é bem longo (acho que beira 80 minutos); confesso eu que tem dia que até para mim fica difícil ouvi-lo. Mas se você é um amante desse estilo de música, precisa conhecer esse trabalho, mesmo que a formação atual da banda seja outra (do álbum desse ano, um membro já faleceu e o vocalista também é outro).
Não vou me cansar de estender o convite de resenha aos nossos leitores e outros colaboradores do blog, por mais difícil que seja arrumar tempo. Nos vemos em 2014!
Beijo nas crianças!
Kelsei
Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Resenhas
Discografia Rush – parte 15 – Power Windows – 1985
Discografia Rush – Parte 14 – álbum: Grace Under Pressure Tour – 1984 – (Rush Replay x3 -2006)
Discografia Rush – Parte 13 – álbum: Grace Under Pressure – 1984
Discografia Rush – Parte 11 – álbum: Exit… Stage Left – 1981 – (Rush Replay x3 – 2006)
B side indica um ai pra eu entrar
CurtirCurtir
Rolf, a série é muito calcada na sonoridade mais nova, um prog metal, ou outras experimentações.
Então eu sigo dando indicações que são separar o joio do trigo pra você:
1) Se você quer curtir um AC/DC e não se importa com a semelhança vai de Airbourne: Ready for Rock, que credencia.
2)Se você tá na onda do H.E.A.T,com um vocal que lembra demais o Glenn Hughes na fase Phenomena II, eu sugiro Oscillate , do Snowfall ( o teclado do inicio pode atrapalhar)
3)Se você está sem sono , vai de True Widow – Circumambulation ( o álbum inteiro ou qualquer faixa). Isso aqui serve, na verdade, para os inimigos, mas de repente cura uma insônia persistente….
Alexandre
CurtirCurtir
hahahahahahahahahaha!
“Se você está sem sono, vai de True Widow”, FOI ÓTIMA!
Ainda bem que você respondeu antes do Rolim, que ia xingar o Rolf para ler as resenhas ao invés de pedir algo ainda mais granular, que foi o que você fez! Você realmente é um grande amigo do Rolf!
CurtirCurtir
Perdemos o xingamento, você tem inteira razão….
De nada ia servir, é claro….
Não deixa, no entanto, de ter sido uma falha lamentável minha….
Me arrependi do “granular”
O xingamento só não vale mais que o Rolf ouvir 5 segundos do True Widow…
CurtirCurtir
Excelente análise
CurtirCurtir