
40 anos, de novo dia 30 de janeiro – é isso mesmo! E por onde eu começo??? Bem, pra começar essa homenagem, vou fazer o seguinte, vou avançar quase 1 ano da data do seu lançamento, exatamente para o dia 11 de janeiro de 1985. E como diria o Rolf, aos incautos que aqui não se associaram a esta data, sim, este é o primeiro dia da incrível primeira versão do Rock in Rio.
Não, eu não fui ao Rock in Rio 1. Coisas que a gente se arrepende, talvez um dos meus maiores arrependimentos. Não fui, mas vi ao vivo pela TV. E o Whitesnake abriu essa primeira noite, na parte internacional, depois de Nei, Erasmo, Pepeu e Baby Consuelo. E além de abrir a parte internacional, abriu um buraco no meu cérebro, já nos primeiros acordes de Walking In The Shadows of The Blues. Da onde surgiram aqueles caras incríveis que eu pouco havia ouvido falar? Eu conhecia Love Ain’t No Stranger, e olhe lá… que banda! Que formação! Que show espetacular! Nem preciso dizer que se seguiu o Iron Maiden, trazendo a tour do Powerslave, também de 1984. Mas esse assunto fica pra depois…
Em 1985, eu já havia começado a comprar os tais álbuns da minha lista inicial de mergulho pelo hard e metal, mas ainda não tinha nenhum álbum do Whitesnake. Dali pra frente, ouvi muito esse Slide It In, assim como o duplo ao vivo Live…In The Heart Of The City. Além dos amigos aqui do blog, eu tinha dois amigos da infância no Andaraí, o Júnior e o Áureo. O Áureo tinha o disco ao vivo, o Junior tinha esse. Na época, eu gravei umas fitas, com as mais conhecidas de cada um. E apesar de muitos pontos em comum, havia muita diferença entre os álbuns em si. Esse Slide It In chamava muito mais minha atenção.
Agora a gente volta para 1984 para entender que David Coverdale entrou na onda de buscar o mercado americano e já na primeira versão deste Slide It In (a europeia, com produção de Martin Birch) tinha apostado em uma sonoridade menos calcada no blues e voltada ao hard anos 1980. E apesar dos hits, quando chegou a vez do Whitesnake, eu comprei o Saint and Sinners, por que tinha Crying In The Rain e Here I Go Again. Não sei se foi a melhor decisão, acho que não. Então eu demorei bastante a comprar este disco. Lá em casa tocava o disco emprestado do Junior, mas eu sei que o Rolf também de alguma forma tinha esse álbum em casa. A gente ouviu muito o Slide It In. É outro de 1984 que pertence a categoria dos hors concours.
A minha favorita sempre foi Gambler, mas o álbum tem músicas que são obrigatórias até hoje: Slide It In, Love Ain’t No Stranger, Slow An’ Easy foram figuras essenciais nos shows de Coverdale e companhia desde então. De Slow An’ Easy eu ainda lembro de ver o videoclipe no Fantástico, depois do Rock in Rio. Sykes, Murray e Powell estão no clip, pra mim a melhor formação que Dave juntou. Guilty Of Love não toca mais nos shows, mas na época era uma das mais ouvidas. Eu também gostava muito de Standing In The Shadow e Give Me More Time e o refrão de All Or Nothing é matador. Um álbum que faz o tempo passar voando.
Slide It In abriu as portas para o sucesso da banda nos EUA, em junho a gravadora lançou a versão americana.Um pouco dessa confusão pode ser vista aqui, aliás eu também recomendo ler os ótimos comentários. A ordem das músicas foi alterada, mas na minha memória a versão europeia do dia 30 de janeiro é a que sempre vai permanecer. Sykes e Murray adicionaram linhas de guitarra e baixo nessa versão americana, a mixagem foi feita pelo Keith Olsen, que depois estaria no multiplatinado 1987, mas essa versão não chegou aqui no Brasil. E, com Slide It In, Coverdale tirou o pé da lama, para depois pintar o cabelo de louro.
Isso é outra história, fica aqui registrado meu agradecimento a mais esse de 1984 por fazer parte da minha adolescência, álbum fundamental na minha formação musical. Do line-up que gravou o álbum originalmente, apenas Micky Moody e o baixista Colin Hodgkinson estão vivos, além de Coverdale, é claro. Então vai aqui uma outra homenagem, aos músicos incríveis Lord, Galley e Powell. Aproveito para fazer uma lembrança ao saudoso Áureo, que também não está mais conosco. Ele curtia muito o Whitesnake com a gente e vai sempre fazer falta.
Slide It In
30 de janeiro de 1984.
Lado A
1 Gambler
2 Slide It In
3 Standing In The Shadow
4 Give Me More Time
5 Love Ain’t No Stranger
Lado B
6 Slow An’ Easy
7 Spit It Out
8 All Or Nothing
9 Hungry For Love
10 Guilty Of Love
A formação da banda:
- David Coverdale (vocal)
- Mel Galley (guitarra e backings)
- Micky Moody (guitarra – versão europeia e brasileira)
- John Sykes (guitarra – versão americana)
- Colin Hodgkinson (baixo – versão europeia e brasileira)
- Neil Murray (baixo – versão americana)
- Cozy Powell (bateria e backings)
- Jon Lord (teclados)
Saudações,
Alexandre B-side
Categorias:Curiosidades, Discografias, Iron Maiden, Resenhas, Whitesnake
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B side meu irmao, muito obrigado pela referência a esse disco que é primoroso. Sim, o meu irmão já tinha disponibilizado ele de uns amigos e lá ouvíamos ele direto ….era um dos nossos preferidos …….que sonzeira ………… Eu naop sabia de uma série de detalhes que vc menciona ai …………sim, a conversão para um mercado americano é sabida e depois vieram muito mais conexões nesse sentido e isso me agrada muito …Whitesnake é uma das minhas bandas do coração…………….torço pra que DC se recupere dessa pereba no pulmão o quanto antes e volte pra estrada …..
Sobre a formação preferida só tenho uma palavra: herege!!!!!!! Rsrsrsrsrs …Sarzo, Aldrigde, Vandeberg e Vai é de roer as canelas …….
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Cara, no papel Sarzo, Aldrigde, Vandenberg e Vai é a seleção de todos os tempos, mas eu fico com o som mais cru, apontando para o hard rock, da fase do Slide It In ao vivo, com Cozy Powell, Murray e a sensação Sykes.
Uma pena que os egos falaram mais alto.
o Rock in Rio foi um assombro, a começar pelo Whitesnake.
E esse Slide It In vai se juntando ao Defenders e a uma enorme lista de álbuns maravilhosos em 1984.
Estamos só no começo…
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