Cobertura Minuto HM – Saxon em SP [Comemoração 10 anos Minuto HM] – parte 2 – resenha

Bem, como visto aqui, as comemorações dos 10 anos do Minuto HM teriam um fechamento no sábado dia 16/03/2019 com o show do Saxon, no Tropical Butantã. Ao chegarmos lá, após certa falta de organização das filas que viravam três esquinas nas proximidades, percebemos um público bastante grande que lotou a casa de shows. 

Antes do show, uma banda “brazuca” abriu os trabalhos, a Uncle Trucker. Há de ressaltar a dificuldade de trazer um repertório autoral para servir de abertura para um ícone da NWOBHM dos anos 1980, mas o que se ouviu e certamente atrapalhou bastante a apresentação do conjunto foi o fato do som das guitarras (pelo menos onde estávamos, lado esquerdo do palco, fim da pista VIP) ter ficado bastante “perdido” durante todo o set, muito embolado, sem definição, sem peso, muito agudo, além de problemas nas guitarras de Ricardo Prazeres. O hard rock buscado pelo grupo depende muito das guitarras e foi justamente o ponto onde o entregue ficou devendo, independente da qualidade dos músicos. O inevitável aconteceu, a banda até chamou a atenção na boa escolha de covers (Dr. Feelgood – Mötley Crüe, Metal Health – Quiet Riot e Poison – Alice Cooper), mas deixou na plateia certa impaciência nas faixas próprias. Torcemos para que em uma próxima oportunidade o som esteja equalizado e sem problemas, para que a plateia possa avaliar melhor e dar valor a difícil tarefa que é abrir um show do Saxon.

Alguns minutos depois das 22h00, inicia-se o playback que é a deixa para a banda principal aparecer. Mais alguns instantes e adentraram ao palco Byff Biford, Paul Quinn, Nigel Glockler, Doug Scarret e Nibbs Carter interpretando a forte faixa título do último álbum, Thunderbolt, para delírio da plateia presente. A banda emenda com a recente Sacrifice, também faixa-título do álbum de 2013, mas daí em diante o que se vai ouvir, para felicidade da maioria dos presentes, são os sons clássicos do fim da década de 1970 e dos anos 1980. A banda ainda toca Dogs of War, excelente faixa do álbum homônimo de 1995 e uma homenagem ao Motörhead, They Played Rock’n’Roll, que está também no último álbum, lançado em 2018. Outra faixa mais recente é Solid Ball of Rock, bem recebida pelo público.

O restante do generoso repertório é um mergulho nos anos iniciais do conjunto, que é formado ainda hoje por três integrantes que pertencem àquele momento. Paul Quinn é o único integrante original juntamente a Byff Biford, mas Nigel Glockler está na banda quase desde o começo, tendo saído próximo aos anos 2000, mas retornado em definitivo há mais de 10 anos. Essa trinca é a alma e o som do Saxon original, realmente um privilégio ouvir as canções icônicas da banda, como Wheels of Steel, Denin and Leather (onde todos da banda colocaram jaquetas jogadas pela plateia), 747 (Strangers in the Night), Dallas 1 P.M., Strong Arm of the Law, Power and the Glory e mesmo o bom cover de Ride Like the Wind, originalmente composta por Christopher Cross em seu álbum Sailing, de 1980.

É ainda um privilégio maior ver que Quinn traz uma qualidade impar nos solos e, ainda que mais discreto no palco, é ovacionado pela plateia em um raro momento de maior interação. Nigel continua impressionando pela categoria na bateria, em especial nos bumbos, que estavam muito bem equalizados, como todo show de metal tem de ser. E Byff, próximo aos 70 anos, mostra ser um grande vocalista, um dos grandes de todos os tempos, além de interagir com a plateia, com maestria.  Completam o time o bom Scarret, que faz bonito junto a Quinn na parte dobrada de Rainbow Theme / Frozen Rainbow (essa lá de 1979, do álbum de estreia da banda) e o “imparável“ Nibbs Carter, o músico que mais se movimenta no palco, preciso no seu lindo baixo ESP preto fosco e de grande interação com a plateia. Parece claramente ser um dos que mais está feliz pela lotação da casa e resposta do público a cada som clássico tocado.

A banda tem clássicos para dar e vender e termina o set regular com a icônica Crusader, cantada a plenos pulmões pela plateia e que contém um dos grandes solos de guitarra dos anos 80, reproduzido com maestria por Paul Quinn. A interação da plateia só não foi maior por que o calor dentro do Tropical Butantã (aliás, nome apropriado esse Tropical…) era quase insuportável e inadmissível para um evento deste porte. Ainda que os aparelhos de ar condicionados estivessem aparentemente todos funcionando, ficou claro que a demanda por eles solicitada foi muito além das suas capacidades para atender aos presentes um clima confortável. Junte-se isso a desorganização da fila de entrada e certo tumulto para que a saída fosse permitida junto à lateral da pista VIP, o que ficou claro é que a casa de shows ficou devendo pelo menos nesse evento e que a banda poderia tranquilamente ter buscado um lugar maior para tocar. Essa impressão não ficou latente apenas para os presentes, pois Byff em determinado fez questão de informar que havia público do lado de fora. Ou seja, o local ficou pequeno para a grandeza do Saxon.

O show vem chegando ao fim e o bis traz simplesmente quatro senhoras pancadas: Heavy Metal Thunder, Never Surrender, Motorcycle Man e Princess of the Night.  A noite foi para lá de “ bem paga”: o grupo fez um show que até surpreendeu, e foi bonito de ver uma banda em seus 40 de estrada com tanta entrega. A “cereja“ do bolo foi ver tudo isso ao lado dos amigos do Minuto HM. Um show tão competente de uma banda seminal ao lado dos EduardoS, Marcus Batera, Rolf e meu irmão Flávio, todos reunidos ao mesmo tempo, não tem preço. Eu pagaria o dobro, o triplo, dez vezes mais, sorrindo…

Saudações e viva o Minuto HM!  Que venham outros dez anos !

Mais vídeos do show:

Thunderbolt/Sacrifice:

Wheels of Steel:

They played Rock’n’Roll:

Princess of the Night:

Galeria de fotos – EduardoS:

Alexandre B-Side e Flavio Remote

Contribuíram: Eduardo Schmitt e Eduardo [dutecnic]



Categorias:Alice Cooper, Cada show é um show..., Covers / Tributos, Curiosidades, Instrumentos, Judas Priest, Mötley Crüe, Músicas, Minuto HM, Motörhead, Quiet Riot, Resenhas, Saxon, Setlists

3 respostas

  1. A todos que materializaram esse post, foi uma noite sensacional pelo show, pela companhia e pelo marco ao blog
    Muito bom!

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