Adeus, Neil Peart

Acho que posso falar por todos aqui do blog: morreu o maior baterista de todos os tempos. Neil Peart, do Rush, faleceu aos 67 anos no último dia 7 de janeiro de 2020. A morte foi anunciada pela família na sexta (10) e depois confirmada pela banda. Peart lutava desde 2016 contra um câncer cerebral.

Ao longo de mais de 40 anos tocando ao lado de Geddy Lee e Alex Lifeson, naquela que é, foi e sempre será uma das maiores referências em rock and roll, progressivo e “rock de arena” da história e foi consagrada pelo público e seus pares como um dos melhores e mais inventivos bateristas, inspirando gerações de músicos ao redor do mundo.

Além do talento no instrumento, que começou a tocar aos 13 anos, Peart também é o compositor de muitas obras-primas do Rush, como Tom Sawyer, Fly By Night e Limelight, além da épica 2112.

Em comunicado conjunto, Lee e Lifeson sempre consideraram Neil como um “amigo, irmão de alma e companheiro de banda” que foi “incrivelmente corajoso” durante os mais de três anos de tratamento de um glioblastoma, tumor altamente agressivo que afeta o cérebro. Se nós fãs estamos em choque, é inequívoco que os dois devem estar arrasados.

Nascido em 12 de setembro de 1952 em uma pequena cidade nos arredores de Toronto, o canadense se juntou ao Rush em 1974, substituindo o John Rutsey, que tinha diabetes e foi forçado a sair. Peart não era parte da formação original, e ficou de fora apenas do primeiro álbum da banda, que não teve o mesmo impacto de algumas da produções seguintes, já com Peart na banda.

Além de músico, Peart também publicou sete livros ao longo da vida. Os mais famosos foram The Masked Rider, que narra uma tour de bicicleta de um mês em 1988, e Ghost Rider, onde o baterista reconta suas viagens de moto por todo o território dos Estados Unidos em 1997, como forma de superar as perdas de sua filha e esposa no ano anterior.

Neil Peart deixa mulher, uma filha e um legado que perdurará por gerações de músicos, além de uma legião global de fãs influenciados por eles.

É com muito pesar que eu termino esse post com uma dor enorme no peito de um vazio pela morte precoce de Neil Peart mas um sentimento de gratidão por toda a sua obra.

Muito obrigado por tudo!

Blog Minuto HM.

 



Categorias:Off-topic / Misc, Rush

15 respostas

  1. Rolf, obrigado pelo post e por assinar em nome do Minuto HM.

    Não há muito o que falar. Ele nasceu no mesmo ano que meu pai e faleceu na exata data de aniversário dele. Sei que não há relevância qualquer no tema, mas é algo que me tocou ainda mais, pessoalmente.

    Para qualquer conhecedor trivial de música, Tom Sawyer é uma referência para apresentar “esse é o Neil Peart e esse é o Rush”. Para qualquer conhecedor nível “dois”, é praticamente inexistente a possibilidade dele não figurar como referência no instrumento. Talvez para nós aqui, é praticamente nula a chance de não o considerarmos a maior lenda de todos os tempos. E mais que isso, toda sua vida de muita luta e sofrimento que “conflitava” com os extremos de outras felicidades, tenho certeza.

    Na classificação “esse foi gênio”, eu não o colocaria assim. “Gênio” é pouco para ele. Neil Peart foi um E.T. em sua profissão. Algo que NUNCA MAIS teremos igual.

    Notícia devastadora, um choque de proporção que, infelizmente, passaremos a ver cada vez mais, em tema também repetido por aqui, já que nossos ídolos estão, em geral, cada vez com a idade mais avançada.

    Só podemos nos considerar felizardos por termos tido a oportunidade de vivermos na época desses E.T.s como o NP – e alguns de nós termos visto a banda ao vivo. E continuarmos prestigiando quem ainda podemos, sempre que possível.

    Um brinde, uma reverência e um infinito agradecimento ao legado de Neil Peart, ao Rush, ao Canadá, ao Toronto Maple Leafs, à família dele, a todos os fãs, a todos nós aqui.

    A Farewell to THE King.

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Nem sei por onde começar, nem sei onde isso vai terminar…. Até agora as únicas palavras que tinham vindo à minha cabeça e que escrevi foram três que juntas formam um palavrão daqueles…. Algo completamente injusto para alguém que TAMBÈM foi um mestre nas palavras.
    Já sei como começo…. começo pedindo desculpas, Neil…. Foram as que vieram na minha cabeça….
    Se eu tiver de citar um baterista, cito Neil…. Se eu tiver de citar um letrista, também cito Neil… Se eu tiver de citar um exemplo de músico, certamente vou citá-lo junto com seus colegas de Rush.
    E mais do que isso tudo, Neil foi daqueles que pavimentaram minha estrada musical , na admiração pelas letras sempre, e como o terceiro baterista cronologicamente que me chamava a atenção na bateria. Ele vai se juntar a Eric Carr e John Boham em algum plano, eu preciso acreditar nisso. E depois desses dois terem me encantado, Peart conseguiu superá-los e é sim a minha maior referência no instrumento . Depois desses , só um me encantou de forma minimamente próxima, o seu discípulo Portnoy. O que Portnoy fez e faz até hoje pra mim é manter o legado e prestar sempre uma homenagem. Eu o saúdo por isso.
    Travei…..não consigo escrever mais nada….na verdade os olhos agora marejaram…..
    Lembrei do vídeo do Gastão , quem quiser dar uma olhada, eu acho que vale. O final me emocionou também, justamente como agora.

    Vou terminar por aqui, não há palavras para descrever minha confusão de sentimentos. Rolf, obrigado por fazer esse post. Eduardo , obrigado por ajudar. Eu não ia conseguir…
    Se foi o melhor baterista de todos os tempos deste e de todos os planetas…. Neil, seu legado viverá para sempre, só posso te agradecer …
    Lembrei de várias canções , The Trees ,Subdivisions, Jacob’s Ladder, Xanadu, Freewill, La Villa Strangiatto…
    Lembrei de uma que talvez seja a mais adequada pra fechar o comentário e o meu sentimento de tristeza por aqui …

    The Garden (última música inédita da banda)

    ” …The treasure of a life is a measure of love and respect
    The way you live, the gifts that you give
    In the fullness of time
    Its the only return that you expect…”

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  3. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

    Curtido por 1 pessoa

  4. Em 2010 estive fora do país em um treinamento no HQ das Américas da empresa em que trabalho. Como quebra-gelo de praxe, a primeira sessão foi iniciada com apresentações “around the table”: cada um deveria dizer seu nome, cargo, há quanto tempo está na empresa, e responder algumas perguntas para que os demais o conhecessem. Uma das perguntas era: “Se você pudesse escolher alguma pessoa, viva ou falecida, para levar para jantar, quem seria e por qual motivo?”.

    Escolhi Neil Peart. Eu não podia falar por muito tempo, então resumi dizendo que Neil era um exemplo de profissional, que mesmo já sendo ‘O Professor’ ainda fazia aulas de bateria, buscando aperfeiçoar o que aos olhos e ouvidos dos meros mortais já era perfeito. Mencionei também que era um exemplo de resiliência, que mesmo após tragédias pessoais e um período de reclusão juntou forças para retomar seus planos e voltar a fazer o que gostava – sua volta à música teria sido “Uma Pequena Vitória”.

    Notei que alguns colegas ficaram lamentavelmente surpresos por um brasileiro conhecer uma banda canadense – sempre tem algum comentário sobre samba ou carnaval, mas quem diria que eu mencionaria Rush? – mas um outro colega me chamou para conversar mais tarde. Eu estava em Fort Wayne, Indiana, local do HQ da empresa em que trabalho, e este colega me contou que Neil Peart visitava a cidade com alguma frequência, para ir ao Percussion Center, uma referência nacional em termos de inocação e customização de kits de bateria. Este colega, mesmo sem ser fã, teve a oportunidade de encontrar Neil em uma destas visitas, e tirou fotos de um dos kits sendo elaborados – aparentemente Peart trabalhava com o Percussion Center de Fort Wayne com frequência. Este colega me mostrou fotos do suposto kit em construção, mas eu não o reconheci. Deixo aos colegas que conhecem mais da biografia para preencher as lacunas, se houver…

    Contei a (irrelevante) história acima porque – com exceção das apresentações ao vivo – deve ter sido o momento em que estive mais próximo de Peart. Tive um dia livre e pensei “será que o Percussion Center ainda existe, já pensou cruzar com NP por aqui?”. Peart sempre foi uma inspiração, um herói, em todos os sentidos. Senti muito a perda quando soube, e ainda me pego com o pensamento longe várias vezes ao dia. Só resta agradecer pelos bons momentos proporcionados, e pelo maravilhoso trabalho que fica como legado para toda a humanidade (sem exagero).

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  5. O que dizer da partida de uma pessoa como Neil Peart? Todos aqui sabem que conheço de música tanto quanto falo mandarim, ou seja, nada, mas sempre gostei de músicas com baterias marcantes e isso foi o que me atraiu a princípio quando escutei Tom Sawyer pela primeira vez! A mudança de tempos e a complexidade com que Neil levava a música são impressionantes, além da precisão com que ele tocava!
    Quando penso em um baterista, o primeiro nome que me vem é Neil Peart e logo depois, Mike Portnoy, que é outro monstro! Ou E.T., como relatou aqui o Eduardo!
    Agradeço aqui ao Rolf pelo post em nome de todo o minutohm, por trazer essa cobertura ao blog e iniciar essa série de comentários com detalhes de como Peart influenciou cada um de nós.
    Deixo aqui também os meus sentimentos à família de Peart e aos outros membros do Rush, que após décadas de parceria e fraternidade enfrentam a morte de um irmão, que não foi o baterista original da banda, mas que contribuiu para que o Rush, uma banda do Canadá, formada somente por três membros, seja uma das mais conhecidas bandas de todo o mundo e com performances que deixam a todos boquiabertos, como se houvessem pelo menos mais dois músicos no palco! Que eles encontrem paz e canalizem esse sentimento da falta de Peart para criar e nos trazer ainda mais prazer com suas músicas!
    Perdemos não um E.T., mas um Deus da batera, que se unirá à tantos outros que já nos deixaram!
    Obrigado Neil Peart! Seu legado ficará pra sempre no coração de seus fãs e nos playlists de muitas gerações!
    Deixo aqui a performance dele para o o The Hockey Theme, usado na abertura de um programa chamado Hockey Night in Canada, onde o kit dele contém o logo de todas as 30 equipes da NHL, na época deste vídeo. Ice Hockey é outra paixão canadense e minha paixão como torcedor do Toronto Maple Leafs, time que provavelmente era o time de Peart por ter nascido próximo à Toronto!

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  6. Vivemos sob um ideal de que nossos ídolos são imortais, até que a efemeridade da vida nos dá um soco na cara.

    Eu estava de férias do outro lado do país quando soube da notícia pelo whats do blog. Na hora eu fiquei atordoado (ainda estou, mas só agora consigo escrever algo – inclusive mais de uma semana depois do ocorrido é que eu estou colocando o pé no chão e lendo o que ocorreu, vendo os vídeos dos meus comentaristas e tentando assimilar isso tudo).

    Neil perdeu uma filha. Não bastou ter revolucionado as baquetas do progressivo, ele conseguiu o que eu imagino não ser possível: superar a dor de perder uma filha e seguir adiante. Recomeçar, como recomeçou.

    Dono de uma disciplina de dar inveja, leitor assíduo, letrista e escritor sensacionais.

    Se a comoção foi mundial pelos fãs (não só do Rush, porque Neil era respeitado até por quem não conhece Rush direito), imagino como devem estar Geddy e Alex.

    Devastador.

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  7. [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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